quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Mais dicas...

Aí vão alguns exemplos de brincadeiras sensoriais :

Táteis: brincar com areia, água, terra, grama, argila, massinha,, brinquedos de consistências e texturas diferentes.

Visuais: brinquedos coloridos e com contrastes (ex: preto, branco; amarelo / preto).

Auditivos: brincar com instrumentos musicais, ouvir músicas de diferentes estilos, cantar.

Olfativos / gustativos: cheirar, provar e preparar alimentos com consistências e sabores variados ( líquido, pastoso ,sólido e doce, salgado, amargo ).

Proprioceptivos: brincadeiras que envolvem o uso de força ( puxar, carregar, amassar, lavar, esfregar ) . Ex de brincadeiras: cabo de guerra, carrinho de mão.

Vestibulares: brinquedos e atividades relacionadas com movimento: rodar, balançar, pular, correr. Os brinquedos de parque são uma boa oportunidade para vivenciar estes estímulos. 

Estas e tantas outras brincadeiras sensoriais são base para os pensamentos e atos mais complexos que emergem através do brincar cotidiano, tornando-se fundamentais para o desenvolvimento infantil.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Dicas para melhorar as habilidades manuais

Existem muitas formas de ajudar a melhorar as habilidades manuais do seu filho ou seu aluno através de exercicios com os dedos e mãos da criança.Algumas atividades para trabalhar a destreza manual são:
-atividades modelagem(massinha,argila,barro,areia e porcelana fria);
-atividades enroscar e desenroscar;
-alinhavo;
-dobradura;
-costura na tela talagarça;
-tocar uma instrumento;
-brinquedos com legos(peças vários tamanhos);
-colagem com cereais,pedrinhas,emborrachado(tipo mosaico);
-confeccionar brinquedos com sucatas;
(bilboquê,boliche,vai e vem,pião,maracá,quebra-cabeça,peteca,bola de meia,boneco de pano,porta-treco,cofrinho);
-brinquedos com legos(peças vários tamanhos).

Preensão e habilidades funcionais


Antes de chegar a uma preensão adequada para o lápis, a criança deve passar por uma série de experiências sensoriais e motoras que vão possibilitar o desenvolvimento de movimentos funcionais com os membros superiores. 

Essas experiências começam na gestação, quando o feto leva a mão à boca e tem seu prosseguimento em outras atividades após o nascimento. Nesse processo é importante o estímulo sensorial dos objetos, o toque, a brincadeira com as duas mãos, a imitação e a colocação da criança em situações que favoreçam o uso de determinada preensão. As brincadeiras de montar/desmontar, encaixar,empilhar, empurrar,puxar,carregar, rasgar, enrolar, atividades de vida diária (alimentação- usar os talheres,segurar a mamadeira ou copo;vestuário- tirar a meia,sapato,blusa e calça e depois vestir,manusear fechos como botões,ziper,etc;higiene- lavar as partes do corpo,escovar os dentes) são alguns exemplos de atividades que auxiliam no desenvolvimento funcional da preensão.

O uso de adaptações nas atividades gráficas tem como função favorecer o desempenho da criança. Alguns exemplos: uso de lápis, giz de cera e caneta hidrocor grossa nos trabalhos iniciais e no caso da criança ter maior dificuldade motora (a caneta tem efeito rápido para a criança se motivar para rabiscar e descobrir a função do traço); uso de lápis tipo de marceneiro ou triangular ou comum com adaptador de borracha (ou qualquer material que engrosse o lápis)que estimule o tripé; uso de lápis 6B no caso de traços muito leves.

Preensão do lápis e outros...

Para que a criança adquira os mecanismos da escrita, além da necessidade de saber orientar-se no espaço(motricidade ampla), deve ter consciência de seus membro(esquema corporal e imagem corporal), da mobilização dos membros,independentemente, o braço em relação ao ombro, a mão em relação ao braço e ter a capacidade de individualizar os dedos (motricidade fina) para pegar o lápis ou a caneta e riscar, traçar,escrever, desenhar o que quiser.

Existem exercícios para minimizar essas dificuldades ou se necessário uma avaliação com profissional especializado Terapia Ocupacional.

O professor precisa iniciar com aqueles que visam exercitar os grandes músculos e,posteriormente, trabalhar com os pequenos músculos, seja na educação infantil,seja no ensino fundamental.

Preensão do lápis 
Dificuldades de preensão do lápis tornou mais evidente nos anos primários com o aumento da demanda da escrita, no entanto,algumas crianças podem desenvolver mais cedo pré-escola e outras podem apresentar um certa dificuldade motricidade fina.As crianças geralmente começam a se desenvolver aderência em torno da idade de dois anos.

ESCALA DE PREENSÃO DE LÁPIS E GIZ DE CERA EM ORDEM DESENVOLVIMENTO

1-PREENSÃO PRIMITIVA


Preensão Palmar supinada(o traçado é feito com movimentação de braço)em torno uma ano a uma ano e meio


Preensão com os dedos extendidos pronada(traçado é feito com movimentação de braço)o braço não fica apoiado na mesa.em torno uma ano e meio a dois anos

2-PREENSÃO DE TRANSIÇÃO


Preensão quatro dedos(movimentos de punho e dedos)e o antebraço apoia na mesa.em torno dois anos a três anos

3-PREENSÃO MADURA


Preensão tripé dinâmica(movimentos localizados 3 dedos(dedo médio,polegar e indicador)O antebraço fica apoiado na mesa.em torno três a quatro anos.


Alguns problemas podem ser observados pelos os professores ou profissionais da área da Terapia Ocupacional.
Lembre-se, preensão do lápis é um elemento importante para escrita.

Dificuldades de escrita pode causar baixa auto-estima,baixa motivação para o trabalho de classe e de casa, e frustração.Os problemas de escrita incluem:

-Lentidão de movimentos na realização de tarefas de escrita
-Pouca graduação na força na escrita Ex:quebra a ponta do lápis
-Pobre espaçamento e organização por escrito
-dificuldade no sentido correto da escrita e números
-Dor nos dedos, punho e antebraço
-Postura sentada inadequada para escrita
-rigidez no traçado –o aluno pressiona demasiado o lápis contra o papel;
-relaxamento gráfico –o aluno pressiona debilmente o lápis contra o papel;
-impulsividade e instabilidade no traçado(o aluno demonstra descontrole no gesto gráfico; o traçado é impulsivo com a escrita irregular e instável)
-lentidão no traçado –o aluno demonstra um traçado lento,tornando um grande esforço de aplicação e controle.
-Dificuldades relativas ao espaçamento
(o aluno deixa espaço irregular(pequeno ou grande demais)entre letras,palavras; não respeita margens.
-Dificuldades relativas à uniformidade
(o aluno escreve com letras grandes demais ou pequenas demais ou mistura ambas;mostra desproporção entre maiúsculas e minúsculas e entre as hastes;
-Dificuldades relativas à forma das letras,aos ligamentos e à inclinação –
o aluno apresenta deformação no traçado das letras.

Quando encaminhar para Terapia Ocupacional?
Nosso trabalho na área da Terapia Ocupacional avalia a criança em relação as dificuldades de tonicidade, movimentos de ombro, braço, punho e dedos ,movimentação pinça fina, habilidade manipulação ,destreza manual ,preensão lápis, uso da tesoura, contole postural, lateralidade, praxia viso-motora e praxia viso-espacial para a formação de uma escrita correta e fluente.

1- Distúrbios na coordenação visomotora
A coordenação visomotora está presente sempre que um movimento dos membros superiores ou inferiores ou de todo o corpo responde a um estímulo visual de forma adequada.

Ao traçar uma linha, por exemplo,a criança, ao mesmo tempo que segue,com os olhos, a ação de riscar, deve terem mira o alvo a atingir. Isso implica sempre ter atenção a algo imediatamente posterior à ação que está realizando no instante presente.

A criança com problemas de coordenação visomotora não consegue, por exemplo, traçar linhas com trajetórias predeterminadas,pois, apesar de todo o esforço,a mão não obedece ao trajeto previamente estabelecido.

Esses problemas repercutem negativamente nas aprendizagens, uma vez que para aprender e fixar a grafia é indispensável que a criança tenha conveniente coordenação olho/mão, da qual depende a destreza manual.Os esforços para focalização visual distraem a sua atenção e ela perde a continuidade do traçado das letras e suas associações.

2-Deficiência na organização espacial e temporal
Quando falamos em organização espacial e temporal nos referimos à orientação e à estrutura do espaço e do tempo:é o conhecimento e o domínio de direita/esquerda, frente/atrás/lado, alto/baixo, antes/depois/durante, ontem/hoje/amanhã, etc., que a criança deve ter desenvolvido para construir seu sistema de escrita. A criança com problemas de orientação e estruturação espacial, normalmente,apresenta dificuldades ao escrever,invertendo letras, combinações silábicas,sob o ponto de vista de localização,o que denota uma insuficiência da análise perceptiva dos diferentes elementos do grafismo. Ela não consegue,também, escrever obedecendo ao sentido correto de execução das letras, nem orientar-se no plano da folha, apresentando má utilização do papel e/ou escrevendo fora da linha. É natural, ainda,que encontre dificuldade na leitura e na compreensão de sentido de um texto, como decorrência da desorganização espacial e temporal.

3-Problemas de lateralidade e direcionalidade
Sabemos que os distúrbios de motricidade manifestam-se, principalmente,por meio dos gestos imprecisos,dos movimentos desordenados, da postura inadequada, da lentidão excessiva,etc. Entre as crianças com dificuldades motoras, muitas podem apresentar problemas relativos à lateralidade e que podem provocar ou ser provocados por perturbações do esquema corporal, pela má organização do espaço em relação ao próprio corpo.As perturbações da lateralidade podem apresentar-se de várias maneiras:

• lateralidade indefinida –caracteriza-se pela não-definição da dominância, em especial, da mão direita ou esquerda. Nesse caso, a criança vive uma permanente incerteza quanto ao uso das mãos, tornando-se, por isso,confusa e pouco eficiente no desempenho das atividades motoras. Uma dominância não claramente definida pode ser, também, causa de certas dificuldades,como, por exemplo, inversão de letras na leitura e/ou na escrita, confusão de letras de grafismos (traçados)parecidos, mas com orientação espacial diferente.O que conhecemos como escrita espelhada também pode ser decorrência da lateralidade indefinida.

• sinistrismo ou canhotismo – é a dominância do uso da mão esquerda.A eficiência da mão esquerda, nas crianças canhotas é inferior à da mãodireita nas destras, tanto pela velocidade quanto pela precisão, em geral. Podemosobservar que essas crianças,bem como as destras, podem apresentar,muitas vezes, problemas de orientação e estruturação espacial que tendem a acentuar-se com a idade, durante um certo período de seu desenvolvimento.Na verdade, um canhoto pode escrever com a mesma destreza e facilidadede um destro. Porém, para chegar aos mesmos resultados, a criança canhota deve percorrer uma série diferente de movimentos e de ajustamentos motores. Sua tendência natural e espontânea,no plano horizontal, é escrever da direita para a esquerda. É, pois,tarefa do professor auxiliá-la e incentivá-la para que ela possa,com a maior brevidade, encontrar seus padrões motores;

• lateralidade cruzada – caracteriza-se pela dominância da mão direita em conexão com o olho esquerdo, por exemplo, ou da mão esquerda com o olho direito. Esse tipo de lateralidade heterogênea – olho/mão – tem sido pesquisado por muitos estudiosos do tema, que, apesar dos esforços, têm chegado a conclusões divergentes.Vários autores levantam a hipótese de que a lateralidade cruzada poderia ser,em certos casos, causa de desequilíbrios motores e outras perturbações,que dificultariam o aprendizado e o desenvolvimento da leitura e da escrita. Há diferentes pesquisas sobre o assunto e não há conclusões definitivas a respeito.

• sinistrismo ou canhotismo contrariado – a dominância da mão esquerda contraposta ao uso forçado e imposto da mão direita pode comprometer a eficiência motora da criança, na orientação em relação ao próprio corpo e na estruturação espacial. Alguns autores admitem que, em determinados casos, a gagueira, por exemplo,seja conseqüência de sinistrismo contrariado e, no caso, aconselham que a criança volte a usar a mão dominante.


A letra cursiva exige maior esforço mental e físico da criança porque apresenta complexidade de movimentos.De preferência, o professor deve procurar realizar um atendimento individualizado,atento às dificuldades que poderão surgir, incentivando todos os alunos,para que se evitem sérios problemas posteriormente.

Com base nestas informações, o professor poderá fazer um diagnóstico das possíveis dificuldades de seus alunos, fazendo o registro de suas observações e encaminhar para uma avaliação com um profissional da área da Terapia Ocupacional Infantil.


Criança Canhota

Idade e Fase de preferência 

Nascimento ao 7° mês- Usam indiferentemente as mãos 
7° ao 10° mês- Clara preferência pelo uso de uma das mãos 
10° mês aos 2 anos - Usam indiferentemente as mãos 
2 anos -Manifesta preferência manual 
2 aos 6 anos - Podem aparecer fases curtas de variação 
6 anos - A preferência está evidente

A maioria das crianças não tem uma clara preferência manual antes dos dois anos. A partir dessa idade, já começam a manifestar uma tendência decisiva para uma das mãos; mas será a partir da entrada na pré-escola que a criança faz a escolha da lateralização definitiva. Nesse momento, é importante respeitar a decisão da criança, mesmo que escolha a mão esquerda.

Os pais devem aceitar o fato de a criança ser canhota e não tentar modifica-la. A mão dominante é dirigida pela área do cérebro que também controla a fala, a escrita e a leitura. Um a interferência no processo pode acarretar problemas de fala, além de dificultar a leitura e a escrita. Além disso a criança pode ficar confusa, frustrada e ansiosa.

Em vez de critica-la ou corrigi-la, os pais devem ajuda-la. A aprendizagem da escrita pode ser difícil para os canhotos, pois a mão esquerda, ao deslocar-se através do papel, tampa e por vezes borra as palavras acabadas de escrever.

Dê à criança um lápis que não borre e ensine-a a segurar o lápis afastada do ponto onde encontra o papel para que veja o que está escrevendo.

Quando a criança entrar na escola, informe os professores de que ela é canhota.
À mesa, disponha os pratos e os talheres do modo mais conveniente para ela.

As ferramentas e os instrumentos domésticos são talvez as coisas que mais problemas causam aos canhotos, mas cada vez mais aparecem instrumentos para que a mão esquerda, como, por exemplo, tesouras, abridores de lata, descascadores de legumes tesouras de podar.


A criança canhota tem que se contorcer para usar o caderno, e no momento da alfabetização é uma preocupação a mais que ela encontra, caso contrário, não enxergará o que está escrevendo uma vez que a mão esquerda tampa o que foi escrito. Isto ocorre porque a escrita ocorre da esquerda para a direita.

Material escolar é um problema para canhotos: a espiral atrapalha o punho, réguas têm a numeração da esquerda para direita (para canhotos o mais fácil é traçar uma linha no sentido contrário) e as tesouras impedem que vejam a linha sendo cortada. 
Pode parecer bobagem, mas não é nada fácil para uma criança canhota usar uma tesoura ou sentar-se numa carteira escolar convencional. Esses objetos, como muitos outros (abridores de lata, instrumentos musicais de corda, baralhos, relógios) foram desenhados para ser usados por destros.


Cinco formas de facilitar a vida do canhoto 

1 - Se você notou que seu filho pequeno tem tendência a ser canhoto, avise a escola para que os educadores o ajudem nessa descoberta. 

2 - Caso a criança esteja sendo alfabetizada, converse com a escola para que seja providenciada uma carteira adequada. 

3 - Não "corrija" a criança mudando os objetos da mão esquerda para a direita. Senão ela pode ter dificuldade de aprendizado. 

4 - Mesmo com poucas ofertas, compre o que for desenvolvido para ele. Alguns cuidados melhoram o desempenho escolar dessa garotada. 

5 - Para manter bem a autoestima do filho, invente histórias de reis, rainhas, heróis e heroínas canhotos. 


Fonte:www.mundocanhoto.com.br,revistacrescer.com

Era uma vez...

Se para os adultos já é difícil expressar sentimentos e superar traumas, para as crianças o desafio de passar por algumas situações inesperadas se torna ainda maior. Mas de acordo com Lucélia Elizabeth Paiva, doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela USP, os livros podem ajudar – e muito – nessa hora. Eles ajudam a criança a expressar o que sente sobre diferentes conflitos e, assim, encontrar uma possibilidade de resolução para seus problemas.

Um livro infantil que, de forma direta ou mais sutil, fale sobre a separação dos pais, sobre a morte de um ente querido ou sobre um problema familiar como o alcoolismo, por exemplo, pode envolver a criança que ouve a história de forma a acolhê-la e mostrar que ela não está sozinha. “Mas a história em si não vai fazer milagre”, ressalta Paiva. É importante que a criança tenha a possibilidade de trazer as angústias à tona, que haja um espaço para ela se expressar. “O principal não é a história em si que será contada ao filho, mas como a dinâmica desta história irá acontecer”, explica.

Independentemente do assunto, o livro só fará a criança lidar com suas perdas se o adulto que estiver utilizando este recurso realmente achar que tudo aquilo faz sentido. “Tem adulto que lê uma história e nem se dá conta do que se trata por não ver os detalhes, não se envolver”, diz Lucélia. Se isso acontecer, é difícil que a criança realmente alcance o objetivo da história. Mas, bem empregado, o livro “servirá como um espaço para se conversar com a criança sobre o assunto ou para que ela pense a respeito sobre a situação que vivencia”, explica. “E o adulto que a acompanhar deve se sentir confortável para tratar de uma temática delicada”.

A psicóloga Cibele Marras, da Clínica Elipse, em São Paulo, explica que a fantasia é uma forma que a criança usa de associação com o real. Ela identifica aquela história sobre a vinda do novo irmãozinho ou sobre a separação dos pais do personagem como algo que ela vive. “Assim ela consegue aprender alguns recursos para lidar com situações mais conflitantes”, diz Cibele. Utilizar livros infantis com temáticas específicas, portanto, pode ser um instrumento poderoso para que a criança acesse os sentimentos e comece a entendê-los. Aquela criança que fica mais agressiva na escola por viver em casa a separação dos pais, por exemplo, encontra através do livro maneiras mais satisfatórias de lidar com o problema.

Segundo Marineide Gomes, doutora em Educação e Professora do Curso de Pedagogia da Unifesp, as crianças irão tirar as consequências das histórias a partir do mundo e do contexto em que vivem. “Junto com a história, sempre haverá alguma forma da criança se manifestar”, diz. As histórias ativam a imaginação e, se existe ainda a possibilidade da criança recontar aquele livro, ela pode colocar elementos novos e sair daquele enredo para se apropriar dele: “É isso que faz sentido para as crianças: explicar a complexidade da realidade no nível em que ela consiga entender”.

Cibele acrescenta que se pai ou mãe – ou ambos – estiverem juntos nessa, melhor ainda. Isso se já houver um conforto para tratar do assunto, claro. “Se os pais não estiverem preparados para tratar da temática, qualquer que seja ela, podem acabar enfrentando dúvidas que não estão prontos para responder”, afirma a especialista. 

Para isso, é importante que se conheça o livro a ser lido e, sobretudo, que ele traga uma solução para o conflito. “O adulto deve sentir que é uma história que pode acolher a angústia daquela criança sobre o que ela está vivendo”, explica Lucélia. Nas prateleiras, não faltam livros capazes de ajudar as crianças na superação de situações dolorosas e amedrontadoras.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Teste de Stroop



Objetivo – Avaliar a atenção seletiva, a capacidade de manter a meta em uma atividade e inibir a tendência de fornecer respostas impulsivas, além da velocidade no processamento de informações. Sendo sensível à rapidez para nomeação de cores.


Primeiro leia as palavras com nomes de cores em cor neutra, depois diga a cor das palavras escritas (palavras com nome de cores, com suas cores correspondentes). Por fim fale a cor da tinta com que uma palavra (o nome de uma cor) fora escrita, inibindo a leitura da palavra.


Vamos lá?!!

Bullying

 Bullying é um termo da língua inglesa (bully = “valentão”) que se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder.

O bullying se divide em duas categorias: a) bullying direto, que é a forma mais comum entre os agressores masculinos e b) bullying indireto, sendo essa a forma mais comum entre mulheres e crianças, tendo como característica o isolamento social da vítima. Em geral, a vítima teme o(a) agressor(a) em razão das ameaças ou mesmo a concretização da violência, física ou sexual, ou a perda dos meios de subsistência.

O bullying é um problema mundial, podendo ocorrer em praticamente qualquer contexto no qual as pessoas interajam, tais como escola, faculdade/universidade, família, mas pode ocorrer também no local de trabalho e entre vizinhos. Há uma tendência de as escolas não admitirem a ocorrência do bullyingentre seus alunos; ou desconhecem o problema ou se negam a enfrentá-lo. Esse tipo de agressão geralmente ocorre em áreas onde a presença ou supervisão de pessoas adultas é mínima ou inexistente. Estão inclusos no bullying os apelidos pejorativos criados para humilhar os colegas.
As pessoas que testemunham o bullying, na grande maioria, alunos, convivem com a violência e se silenciam em razão de temerem se tornar as “próximas vítimas” do agressor. No espaço escolar, quando não ocorre uma efetiva intervenção contra o bullying, o ambiente fica contaminado e os alunos, sem exceção, são afetados negativamente, experimentando sentimentos de medo e ansiedade.

As crianças ou adolescentes que sofrem bullying podem se tornar adultos com sentimentos negativos e baixa autoestima. Tendem a adquirir sérios problemas de relacionamento, podendo, inclusive, contrair comportamento agressivo. Em casos extremos, a vítima poderá tentar ou cometer suicídio.
O(s) autor(es) das agressões geralmente são pessoas que têm pouca empatia, pertencentes à famílias desestruturadas, em que o relacionamento afetivo entre seus membros tende a ser escasso ou precário. Por outro lado, o alvo dos agressores geralmente são pessoas pouco sociáveis, com baixa capacidade de reação ou de fazer cessar os atos prejudiciais contra si e possuem forte sentimento de insegurança, o que os impede de solicitar ajuda.
No Brasil, uma pesquisa realizada em 2010 com alunos de escolas públicas e particulares revelou que as humilhações típicas do bullying são comuns em alunos da 5ª e 6ª séries. As três cidades brasileiras com maior incidência dessa prática são: Brasília, Belo Horizonte e Curitiba.

Os atos de bullying ferem princípios constitucionais – respeito à dignidade da pessoa humana – e ferem o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar. O responsável pelo ato de bullying pode também ser enquadrado no Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores e são responsáveis por atos debullying que ocorram dentro do estabelecimento de ensino/trabalho.

Orson Camargo
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Sociologia e Política pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP
Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

TDAH - Sugestões de livros


No Mundo da Lua: Perguntas e respostas sobre Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade em crianças, adolescentes e adultos, cujos direitos foram cedidos à ABDA pelo autor.
Mattos, Paulo. São Paulo, Lemos Editorial, 2001



Princípios e Práticas em TDAH
Luis Augusto
Rohde, Paulo Mattos e colaboradores
Artmed Editora, 2003.
O livro aborda os sintomas em crianças, adolescentes e adultos, tratamento farmacológico e psicoterápico, epidemiologia, genética, intervenção escolar, aprendizado e neuropsicologia de forma atual e extensa.


ANA BEATRIZ BARBOSA SILVA

Mentes inquietas é um livro esclarecedor, com abordagem séria e detalhada (além de bem-humorada) do que acontece dentro do dínamo que é o cérebro de homens, mulheres e crianças com DDA; Distraído, enrolado, esquecido, desorganizado, impulsivo, agitado, inquieto. Estes são alguns dos adjetivos mais comuns usados para descrever o comportamento de pessoas que - injustamente tidas como preguiçosas, irresponsáveis e rebeldes - na verdade possuem um funcionamento mental diferente. O fato de ter o Distúrbio do Déficit de Atenção também pode (com a correta canalização do imenso potencial que os DDAs têm ) significar criatividade, energia, inovação e ousadia.

TDAH É UMA DOENÇA INVENTADA?


 Você certamente já leu ou ouviu em algum lugar que o TDAH “é uma doença
inventada pelos laboratórios farmacêuticos” ou que é uma “medicalização” de
comportamentos de indivíduos que são simplesmente diferentes dos demais. Então
vamos aos fatos:

1) O que hoje chamamos de TDAH é descrito por médicos desde o século XVIII
(Alexander Crichton, em 1798), muito antes de existir qualquer tratamento
medicamentoso. Não existia sequer aspirina... No inicio do século XX, aparece
um artigo científico publicado numa das mais respeitadas revistas médicas até
hoje, The Lancet, escrita por George Still (1902). A descrição de Still é quase
idêntica a dos modernos manuais de diagnóstico, como o DSM-IV da
Associação Americana de Psiquiatria. Se fosse uma doença “inventada” ou
“mera conseqüência da vida moderna”, você acha que seria possível
atravessar quase dois séculos com os mesmos sintomas?

2) Os sintomas que compõem o TDAH são observados em diferentes culturas: no
Brasil, nos EUA, na Índia, na China, na Nova Zelândia, no Canadá, em Israel,
na Inglaterra, na África do Sul, no Irã... Já chega? Pois se fosse meramente um
comportamento secundário ao modo como as crianças são educadas, ou ao
seu meio sociocultural, como é possível que a descrição seja praticamente a
mesma nestes locais tão diferentes?

3) Se o TDAH fosse meramente “um jeito diferente de ser” e não um transtorno
mental, por que os portadores, segundo os dados de pesquisas científicas, têm
maior taxa de abandono escolar, reprovação, desemprego, divórcio e acidentes
automobilísticos? Por que eles têm maior incidência de depressão, ansiedade
e dependência de drogas?

4) Se o TDAH fosse “uma invenção da indústria farmacêutica”, você esperaria que
a Organização Mundial de Saúde – órgão internacional máximo nas questões
relativas à saúde pública sem qualquer vinculação com a indústria
farmacêutica  – listaria o transtorno como parte dos diagnósticos da
Classificação Internacional das Doenças não só na sua última versão (CID-10)
como nas anteriores (CID-8 e CID-9)? Pois é, ele está lá no capítulo dos
transtornos mentais  – vide o site
http://www.datasus.gov.br/cid10/v2008/cid10.htm

5) Se o TDAH fosse secundário ao modo como os pais educam seus filhos, por
que motivo as famílias biológicas de crianças com TDAH que foram adotadas
têm prevalências (taxas) de TDAH bem maiores do que aquelas encontradas
nas suas famílias adotivas? A única explicação possível: é um transtorno com
forte participação genética.

6) Quantos artigos científicos você acha que já foram publicados demonstrando
alterações no funcionamento cerebral de portadores de TDAH? Mais de 200
(você leu certo). Vale também lembrar que os achados mais recentes e
contundentes são oriundos de centros de pesquisa como o National Institute of
Mental Health dos EUA impossibilitados de qualquer contato com a indústria
farmacêutica.  O fato de não termos uma alteração cerebral que seja “marca
registrada” do TDAH não invalida nem a sua base neurobiológica, muito menos
a sua existência. Se fosse assim, não existiria a Esquizofrenia,  o Autismo, a Depressão, o Transtorno de Humor Bipolar entre outros, já que nenhum desses
tem uma alteração que seja “marca registrada” da doença.

E como você pode acreditar em todas estas informações descritas acima?

Muito fácil: estão em artigos científicos publicados em revistas sérias que exigem rigor
científico e passam pelo crivo de vários profissionais antes de serem publicados. E
todos estes artigos são públicos. (por exemplo: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed)
E quanto aos conflitos de interesses de quem escreve artigos?
Eles existem frequentemente e são de dois tipos. O primeiro deles é o chamado
conflito de interesses  financeiro, onde o autor de um artigo científico (ou um
palestrante) recebe verba de alguma instituição em empresa farmacêutica para suas
pesquisas ou ainda como consultor. Nestes casos é exigido que ele informe
claramente aos leitores de seu artigo (ou aos participantes de uma palestra) os seus
potenciais conflitos para que todos possam ler o artigo (ou ouvir sua palestra) sabendo
dos mesmos, antecipadamente. Isto é obrigatório nas revistas científicas e em quase
todas as associações médicas; no Brasil isto é exigência da ANVISA. Este
procedimento garante que nenhum resultado de pesquisa seja apresentado sem que
todos possam considerar a possibilidade destes conflitos financeiros; ou seja: exige
que o pesquisador apresente dados com a devida transparência.

O segundo tipo de conflito de interesses é o  não-financeiro. Este é também
extremamente comum e, infelizmente, a sua informação aos leitores ou ouvintes ainda
não é exigida por lei. São exemplos: pertencer a uma determinada escola de
psicoterapia ou religião que pregam o tratamento através de suas práticas e não
através de medicamentos, cargos políticos ou administrativos (que  permitem
economizar no tratamento de uma doença caso se considere que ela “não existe” ou
que “não é necessário usar medicamentos”, etc.)

Quando você ouve alguém falar que “TDAH é uma doença inventada”, por mais
eloqüente que seja o autor desta opinião sem qualquer base científica, ou mesmo a
sua titulação (a incapacidade e leviandade sempre foram democráticas: também
acometem médicos, psicólogos, etc.), pesquise sobre a veracidade (e a origem) do
que está sendo dito.

Sempre existiram indivíduos com pouco espírito crítico embora bem intencionados e
espertos mal intencionados na história da medicina. Apenas para enfatizar: até bem
pouco tempo atrás havia quem bradasse aos quatro cantos que a AIDS não era
causada pelo HIV. Outra: que as vacinas para sarampo causavam autismo nas
crianças. Ou ainda pior, que condenavam as mães pelo Autismo de seus filhos:
chamavam-nas de “mães geladeiras” numa alusão de que era a sua frieza nas
relações inicias com seus filhos que criava o autismo na criança!

Os resultados?

Aumento absurdo das mortes por AIDS e de crianças com seqüelas neurológicas
irreversíveis por conta de sarampo, uma doença facilmente prevenida. E uma
enormidade de mães levianamente culpadas que se viam ainda mais fragilizadas para
acolher um(a) filho(a) com uma condição delicada como o autismo.Mediante ao texto acima você tem recursos para acessar fontes realmente seguras e
científicas sobre o TDAH. Portanto, dê um basta no discurso vazio! Siga o conselho do
poeta Dickens: “não aceite nada pela aparência, só pela evidência”.
No nosso caso, a evidência científica é implacável: o TDAH é um dos transtornos mais
bem estudados da medicina e com mais evidências científicas que a maioria dos
demais transtornos mentais.

O texto acima foi redigido por:

Paulo Mattos – Presidente do Conselho Científico da ABDA – Psiquiatra
Luiz Augusto Rohde  – Vice-presidente do Conselho Científico da ABDA  -
Psiquiatra

Brinquedo ideal para bebês de 2 a 3 anos

Brinquedo ideal para bebês de 2 a 3 anos
Com dois aninhos os pequenos querem diversão. É difícil mantê-los sentados por muito tempo. Eles já conseguem subir e descer escadas usando o corrimão, pular com os dois pés e chutar sem perder o equilíbrio. É a vez das bolas.
Sua maneira de se comunicar é através de gestos, atitudes, mímica, sobretudo com outras crianças. Para ajudar a criança a se comunicar melhor e ampliar seu vocabulário, cantar e dançar é a melhor solução. Eles também se divertem com brincadeiras animadas como pular na cama e fazer imitações e caretas.
É bom continuar incentivando a criança a desenvolver sua habilidade motora. Para isso, use muitos blocos e ajude-o a empilhá-los, encher os carrinhos com os blocos, equilibrar um em cima do outro.
Nesse período a criança já deve começar a participar da arrumação das suas coisas. Depois da bagunça, peça a ajuda da criança para organizar e recolher o brinquedo. Isso deve ser feito como uma continuação da brincadeira, e não como uma obrigação, uma coisa chata.

Brinquedo ideal para crianças de 3 a 4 anos

Brinquedo ideal para crianças de 3 a 4 anos
Um bebê irrequieto precisa de brinquedos que ativem seu movimento corporal. Com três aninhos a criança se diverte mesmo em cima de um triciclo ou com um grande carrinho de puxar. E isso é ótimo para desenvolver o senso de direção, de espaço, controle, força, enfim, várias habilidades.
Brinquedos ao ar livre também são uma boa idéia, como bolas, brinquedos infláveis, espelhos d'água ou caixas de areia com pás e cubos. Eles também vão adorar fazer barulho com instrumentos musicais como pandeiros, pianinhos, trombetas e tambores.
A Abrinq recomenda nessa etapa estimular algumas habilidades psicomotoras, incluindo a coordenação entre o olho e a mão e o desenvolvimento da habilidade dos dedos e das mãos, através de brinquedos de montar e desmontar mais complicados, blocos de tamanhos e formas diferentes, assim como jogos e quebra-cabeças simples.
E como seu desenvolvimento intelectual está a todo vapor, já é possível desenhar círculos, bonecos, enumerar os elementos de uma ilustração, colorir. Livros cheios de ilustrações e histórias divertidas vão ajudar a criança a descobrir o nome das coisas e saciar suas curiosidades. Com cerca de três anos, eles entendem mais de mil palavras e começam a usar artigos, pronomes e advérbios nas suas pequenas frases.

Brinquedo ideal para crianças acima de 6 anos

Brinquedo ideal para crianças acima de 6 anos
Nessa etapa da infância, as possibilidades de brinquedos são infinitas: jogos de tabuleiro, bolinhas de gude, pipas, carros de corrida, trens elétricos, argila para modelar, pincel, brinquedos de mágica, artigos esportivos e como não podia faltar, bicicletas maiores com rodinha de apoio, patins, skate e tudo que possibilite se movimentar com confiança.
Como a criança manifesta grande interesse pelas atividades escolares, é bom fazer da brincadeira uma continuação da escola. Para isso, a Abrinq indica o uso jogos que exigem o uso da imaginação ou o cálculo mental, tais como os jogos eletrônicos, jogos de tabuleiro, jogos de palavras e de memória criados especialmente para esta faixa etária. "Muitos jogos e brinquedos eletrônicos dirigidos a esta faixa etária são classificados como 'educativos' porque foram criados para ajudar as crianças no aprendizado de certos conceitos específicos", diz o Guia dos Brinquedos e do Brincar.
É por volta dos seis anos que eles descobrem os videogames. Mas os pais não precisam se preocupar. Escolhendo os jogos certos, essa pode ser uma ótima forma de aprender. "Muitos jogos oferecem níveis progressivos de dificuldade bem como oportunidades para desenvolver a habilidade e a coordenação e uma compreensão do significado da estratégia no relacionamento humano, em geral através da competição".

Brinquedo ideal para crianças de 4 a 6 anos

Brinquedo ideal para crianças de 4 a 6 anos
A criança em fase pré escolar é hábil nos jogos de faz-de-conta, gosta de desempenhar papel de adulto e criar situações fantásticas. É a fase do mundo imaginário, quando sua criatividade está a todo vapor. Portanto, qualquer brinquedo ou equipamento que ajude o pequeno a entrar nesse mundo de fantasia é bem-vindo.
As crianças nesta faixa etária se interessam muito por coisas que imitam o mundo dos adultos, que dão a sensação de segurança e companhia, como dinheiro de brinquedo, caixa registradora, telefone, cidadezinhas, circos, fazendas, postos de gasolina e casas de boneca com móveis. Os meios de transporte também viram atração: caminhões, automóveis, aviões, trens, barcos e tratores.
É com essa idade que começam a aparecer os medos infantis. Primeiro são as bruxas, o escuro e outras coisas feias que tiram o sono da garotada. Depois, os medos vão se diversificando e viram medos abstratos, como medo da morte e de falhar. Por isso, a Abrinq recomenda nessa etapa uma boneca ou um ursinho de pelúcia, que ajudam muitas crianças a superar momentos difíceis de sua vida infantil. "Às vezes, as crianças expressam suas confidências a um brinquedo e compartilham com ele emoções que guardariam em segredo".

Adaptação na escola

O período de adaptação na escola é uma etapa bastante delicada pela qual pais e crianças passam.
Para tentar entender e tranqüilizar a todos a respeito dessa fase vamos discorrer sobre algumas situações.
Tente imaginar, você adulto, ao enfrentar o primeiro dia em um novo trabalho ou ainda sozinho em uma festa, onde todos são seus desconhecidos. Sensação ruim essa, não é? Pois é. A adaptação da criança na escola pode demorar de um dia a meses dependendo da idade e do tipo de relação que tem com as pessoas mais queridas.
No berçário, até uns cinco ou seis meses de idade costumamos dizer que a adaptação é mais dos pais, que não sem razão, ficam apreensivos em ter que delegar os cuidados que até então eram feitos só por eles a outras pessoas. Até essa idade, apesar de poder estranhar um pouco a nova rotina o bebê, via de regra, ainda não estranha pessoas e essa transição costuma ser muito tranqüila.
Dos seis ou sete meses até quase três anos de idade é a idade mais trabalhosa, pois a criança já estranha e não consegue elaborar um raciocínio para compreender o que significa a escola, o que está fazendo lá e principalmente que os pais continuam a existir mesmo quando não estão diante de sua vista. Por isso é preciso ter muita tranqüilidade, paciência e principalmente confiança na sua escolha.
É importante que a mãe, o pai, avós ou alguém com quem a criança tem um vínculo afetivo forte a acompanhe nos primeiros dias. Essa pessoa deve ficar em algum espaço que a escola tenha reservado para isso enquanto que a criança reúne-se com a professora e os novos amiguinhos. Sempre que a ansiedade, insegurança ou choro resolverem aparecer, a criança vai ao aconchego desta pessoa para que saiba que tem um respaldo e que não foi abandonada. É imprescindível que os pais permitam essa aproximação, pois ela precisa formar vínculos com a professora e os novos amigos. Se os pais ficam dentro da sala de aula é claro que a criança vai ficar o tempo todo debaixo da proteção e não conseguirá estabelecer um relacionamento.
Aos poucos ela vai percebendo como é gostosa essa nova vida e entendendo o que significa a escola, aonde ela vai se socializar, desenvolver a coordenação, aprender a lidar com tempo, espaço, lateralidade, percepção, desenvolver a linguagem, pensamento lógico, aprender músicas, fazer artes plásticas, além de outras artes, lidar com a diversidade e elevar sua auto-estima além de muitos outros aspectos. É claro que ela não quer nem saber que está desenvolvendo tudo isso, pra ela é pura brincadeira e é isso o mais divertido, desenvolver todos esses aspectos de forma lúdica e saudável.
A partir dos quatro anos a adaptação costuma ser bem mais tranqüila, pois a criança já verbaliza bem e compreende o que está acontecendo. Neste caso um ou dois dias já costumam ser suficientes para que a criança se integre.
É comum neste início que a criança fique ansiosa, proteste para evitar enfrentar essa situação. Afinal a casa dela é um espaço onde já domina tudo e todos. Conhece tudo e sabe como conseguir as coisas com cada adulto que ela convive desde que nasceu. A escola irá lhe parecer em um primeiro momento um desafio que ela não está com vontade de enfrentar, o receio do novo. Por mais que os pais estejam apreensivos é importante procurar não passar essa preocupação à criança, mas sim ressaltar os pontos positivos, falando bem da escola, das novidades, dos amigos e brincadeiras. Os pais devem ainda tentar evitar de falar sobre as preocupações na frente da criança o que a deixará mais apreensiva. Dorzinhas de barriga, sono, manhas são esperadas nesse contexto.
Um aspecto difícil é muitas vezes o sentimento de culpa que passa pela cabeça dos pais de não poderem estar o tempo todo com seu filho, principalmente para as crianças que ficam período integral. Não há porque se sentirem assim, pois as crianças crescem, amadurecem e precisam de novas experiências com outros da mesma idade. Não é necessário se preocuparem, pois essa experiência, por mais longa e cheia de lágrimas dos dois lados, que seja, não traumatiza. Todos superam e certamente no futuro nem se lembrem desses primeiros dias na escola.
Essa fase pode parecer dolorosa, mas aos poucos, pais e criança começam a confiar na escolha que fizeram e a lidar com mais tranqüilidade e prazer com essa etapa que é fundamental na construção da personalidade da criança.


Os Problemas de Visão na Infância


A miopia, o astigmatismo e a hipermetropia são os problemas de vista mais comuns em crianças e bebês.Segundo a Academia Americana de Oftalmologia, os problemas de vista como a miopia, a hipermetropia, o estrabismo, ou outros, afetam mais de 20% das crianças em idade escolar. Isso representa que um em cada quatro escolares sofre algum problema visual, pelo que é muito importante que as crianças sejam examinadas para identificar possíveis problemas visuais que possam prejudicar seu desempenho acadêmico.
Tudo isso pode ser consequência do grande esforço intelectual, que se vêem submetidos os pequenos desde as idades menores. A televisão, o computador, etc., são aparelhos que exigem muito do sistema visual da criança, chegando a impedir, em alguns casos, seu adequado desenvolvimento.
Se o seu filho apresenta dor de cabeça ao sair da escola, tem olhos irritados ao fazer suas tarefas escolares ou franzir a testa no momento de ler, provavelmente se deva a uma dificuldade na visão. As crianças podem ter problemas refrativos como miopia, hipermetropia e astigmatismo, como também problemas como estrabismo: olhos desviados (ou cruzados); ambliopia: olho preguiçoso ou a ptose: queda da pálpebra superior, que podem alterar a vida escolar dos pequenos estudantes.  
O cuidado dos olhos nas crianças também inclui protegê-los dos efeitos dos raios UV emitidos pelo sol.

Crianças e bebês miopes

As crianças que sofrem miopia, se caracterizam por não verem corretamente os objetos ou pessoas que se encontram longe. As crianças podem apertar os olhos para enfocar melhor. Aquelas que não usam óculos, normalmente, são mais tímidas e distraídas, e preferem atividades como a leitura, pintura ou trabalhos manuais. Os sintomas podem ser confundidos com transtornos da escrita, como é o caso da dislexia, já que muitas crianças, por não conseguirem ver bem, podem trocar, ao copiar de uma lousa, letras como o p com o q, ou a letra d com a b. Nesses casos o melhor é consultar um oftalmologista, o antes possível.

Hipermetropia em crianças e bebês

A hipermetropia é justamente o contrário da miopia. Os afetados pela hipermetropia tem uma percepção borrada de objetos próximos. É normal das crianças, ao forçar a vista, apresentarem dor de olhos ou cabeça, lacrimejar, e piscarem frequentemente. Geralmente, preferem brincar ao ar livre.

O astigmatismo em crianças e bebês

Uma pessoa com astigmatismo percebe uma visão deformada das coisas, tanto de longe como de perto. Pode estar associado à miopia ou à hipermetropia, apresentando sintomas de ambas patologias.

Ambliopia ou olho vago em crianças e bebês

Ambliopia ou olho vago, consiste na perda parcial da visão em um ou nos dois olhos de uma criança que não pode ser corrigida com lentes. Pode corrigir-se quando se detecta e se trata antes dos 7 anos. Se não se trata antes dessa idade pode implicar numa grande perda de visão do olho afetado, dado que este não se desenvolve adequadamente e, pouco a pouco, vai deixando de trabalhar, de estimular-se, com o que acaba perdendo a capacidade de visão. Essa patologia ocular se apresenta na idade infantil, portanto sua detecção precoce é fundamental para um tratamento adequado.

Estrabismo em crianças e bebês

O estrabismo é uma perda de paralelismo dos olhos, onde cada um deles aponta em direção diferente. Esse defeito ocular supõe um problema grave do sistema visual que deve ser avaliado imediatamente por um especialista.

Teste de Apgar


Pontuação do recém-nascido no teste de Apgar. O Teste de Apgar se trata de uma prova, uma avaliação do quadro de vitalidade de um bebê quando este acaba de nascer. Avalia-se, através da pontuação determinada no minuto do nascimento aos 5 minutos, e, às vezes, aos 10 minutos. Examinam-se ritmo cardíaco (a frequência das batidas do coração), respiração (dificuldade), tônus muscular, reflexos e a cor da pele do bebê.
A pontuação vai de 1 a 10. Quando a pontuação em alguns dos tempos é muito baixa, pode ser que o médico indique desde uma simples observação em incubadora, durante as primeiras horas de vida, até a entrada no departamento de neonatologia para investigar a causa.
A contagem Apgar, desenhada em 1952 pela doutora Virgínia Apgar na Universidade de Columbia Babies Hospital, é um exame rápido que se realiza do primeiro ao quinto minuto imediatamente depois do nascimento do bebê para determinar sua condição física. A proporção se baseia na escala de 1 a 10, onde 10 corresponde à criança mais saudável e os valores inferiores a 5, indicam que o recém-nascido necessita de assistência médica imediata para se adaptar ao novo ambiente.

O Teste de Apgar no bebê avalia cinco categorias:

Frequência cardíaca 
Esforço respiratório (Respiração) 
Tônus muscular 
Reflexos de irritabilidade 
Cor da pele do bebê
Em cada uma dessas categorias, dá-se uma pontuação de 0, 1 ou 2, dependendo do estado observado no recém-nascido.

A frequência cardíaca do bebê

A frequência cardíaca se avalia com o estetoscópio. Essa é a avaliação mais importante. 
Se não houver batimentos cardíacos, a pontuação do bebê é 0 em frequência cardíaca. 
Se a frequência cardíaca é menor de 100 batimentos por minuto, a pontuação do bebê é 1 em frequência cardíaca.  
Se a frequência cardíaca é superior a 100 batimentos por minuto, a pontuação do bebê é 2 em frequência cardíaca.

Esforço respiratório do bebê

Se não há respirações, a pontuação do bebê é 0 em esforço respiratório.  
Se as respirações são lentas ou irregulares, a pontuação do bebê é 1 em esforço respiratório.  
Se o choro é bom, a pontuação do bebê é 2 em esforço respiratório.

Tônus muscular do bebê

Se o tônus muscular é flácico, a pontuação do bebê é 0 em tônus muscular.  
Se existe certa flexão das extremidades, a pontuação do bebê é 1 em tônus muscular. 
Se existe movimento ativo, a pontuação do bebê é 2 em tônus muscular. 

Reflexo de irritabilidade

Reflexo de irritabilidade é um termo que descreve o nível de irritação do recém-nascido em resposta a estímulos (como uma espetadinha suave).  
Se não há reflexo de irritabilidade, a pontuação do bebê é 0 em reflexo de irritabilidade.  
Se têm gesticulações, a pontuação é 1 em reflexo de irritabilidade.  
Se acontecem gesticulações ou tosse, espirro ou choro vigoroso, a pontuação do bebê é 2 em reflexo de irritabilidade.

Coloração da pele do bebê

Se a coloração é azul pálido, a pontuação do bebê é 0 em coloração.  
Se o corpo do bebê é rosado e as extremidades são azuis, a pontuação é 1 em coloração.
Se todo o corpo do bebê é rosado, a pontuação é 2 em coloração. 
A pontuação Apgar de 1 minuto avalia o nível de tolerância do recém-nascido ao processo do nascimento, enquanto que a pontuação Apgar de 5 minutos avalia o nível de adaptabilidade do recém-nascido ao meio ambiente.

Razões porque se realiza o exame de Apgar

Este exame constitui em um instrumento de avaliação para os médicos, graças ao que podem determinar que tipo de ajuda imediata necessita o recém-nascido para estabilizar-se.
Uma pontuação de 8 a 10 e indica que o recém-nascido se encontra em boas condições. Uma pontuação de 10 é muito incomum e quase todos os recém-nascidos perdem umponto por pés e mãos azulados.
Qualquer pontuação menor de 8 indica que a criança necessita de ajuda para estabilizar-se. Uma pontuação menor no primeiro minuto que se normaliza aos cinco minutos não se associa claramente com possíveis efeitos negaticos a longo prazo.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Filme - Para quem deseja conhecer e/ou se reconhecer nesse mundo tão peculiar do autismo e seus espectros


Desenvolvido com a técnica do stop-motion e finalizado com a ajuda da computação gráfica, o filme é baseado em fatos reais, sobre a amizade entre uma menina australiana de 8 anos e um novaiorquino de 44. Ela é gordinha, desajeitada, muito curiosa; sua mãe é uma alcoólatra depressiva e seu pai trabalha numa fábrica de pregar cordões nos saquinhos de chá. Ele é um senhor que sofre da Síndrome de Asperger, recluso em sua casa, seus pensamentos lógicos e seu vício em cachorro quente de chocolate (!). Ambos são cheios de pensamentos filosóficos sobre a vida, que só diferenciam-se pela diferença etária. Quem nunca fez as perguntas de Mary quando criança? Quem nunca teve pensamentos de tangência com a teoria de Max, em algum momento da vida?
Inicialmente, é possível pensar que trata-se de uma animação de história engraçadinha e clichê, mas o que se vê é um drama cômico envolto por diversas camadas, que se mostram aos poucos para o público e impressiona pela densidade do roteiro e pelos rumos inesperados que história toma.
A animação tem como principal fonte de humor a complementação imagem-narração. A graça advém da irônica controvérsia entre o que é mostrado e o que é falado.
O filme critica a sociedade-do-pouco-contato em que vivemos, mostrando os vícios e as fobias dos personagens, não só dos protagonistas como também dos coadjuvantes, como a mãe e o vizinho de Mary; a vizinha e os cidadãos que Max observa.
Mary “vê” tudo em tons marrons, enquanto que Max “vê” tudo em preto-e-branco. O que acontece quando as duas visões de mundo se encontram é tristonho, mas profundo e muito bonito. A sensação tida, quem sabe, pode ser a de comer leite condensado na lata, com o seu melhor amigo.
Como disse a escritora Ethel Mumford: “Deus nos dá familiares. Ainda bem que podemos escolher nossos amigos”.
Mary e Max (os personagens e o filme), encantam e emocionam do começo ao fim, assim como a bela trilha sonora instrumental. Uma overdose muito bem vinda de originalidade.
Uma frase, aparentemente simples, dita pelo médico de Max, Dr Hazelhof, resume o filme: “a vida de todo mundo é como uma longa calçada. Algumas são bem pavimentadas, outras (…) têm fendas, cascas de banana e bitucas de cigarro”.
Se for para viver uma história linda e ímpar como a de Mary e Max, eu prefiro que a minha calçada seja bem defeituosa. Só procuraria um pouco de tinta para pintar o meio-fio!
Crítica por: Fred Burle (Fred Burle no Cinema)

Biólogo vê origem do autismo em célula

07/03/2010 - 11h16

RAFAEL GARCIA
enviado especial da Folha de S.Paulo a San Diego

Um experimento com cultura de células está mostrando como alterações genéticas em neurônios podem levar alguém a adquirir autismo.
Um grupo da UCSD (Universidade da Califórnia em San Diego) extraiu tecido da pele de crianças portadoras desse transtorno e conseguiu convertê-lo em neurônios, para simular o desenvolvimento embrionário do cérebro. Ao compará-las com outras feitas a partir de crianças normais, os biólogos viram que algo estava errado.
Como o autismo é uma doença que se nota tarde no desenvolvimento de um bebê, em geral a partir de um ano, poucos cientistas esperariam ver problemas em neurônios de estágios iniciais. Mas o biólogo brasileiro Alysson Muotri acaba de testemunhar isso na UCSD, onde, aos 36 anos, dirige um laboratório de ponta em sua área de pesquisa.
"Começamos a perceber que o tamanho do neurônio perto do núcleo é menor, e também que a ramificação de terminais que existe em neurônios normais não existe no caso dos autistas", disse o cientista à Folha. "É uma coisa morfológica."
Como nem sempre o autismo tem uma relação clara com histórico familiar, os cientistas têm tido dificuldade para achar genes determinando propensão forte à doença. Muitos casos são "esporádicos" e não está claro ainda quais trechos do DNA são realmente importantes na geração da moléstia.
Mesmo não dispondo dessa informação, porém, o grupo de Muotri conseguiu demonstrar o forte lado genético da doença.
Células reprogramadas
Em seu laboratório, Muotri trabalha com as chamadas iPS -as células-tronco de pluripotência induzida-, uma invenção recente na biologia experimental. Diante da dificuldades técnicas e éticas de trabalhar com células de embriões humanos, cientistas criaram uma maneira artificial de reverter células adultas ao estágio embrionário.
É isso que Muotri faz com material extraído da pele de pessoas ou cobaias antes de transformá-lo em neurônios.
O paulistano trabalhou inicialmente com células derivadas de crianças com síndrome de Rett. A doença tem vários sintomas, sendo o autismo um deles. Esse transtorno foi escolhido porque tem uma causa genética já conhecida, uma mutação no gene MECP2. Depois, estendeu a pesquisa a outras síndromes de caráter autista e, por fim, usou células de crianças com autismo "esporádico", sem origem genética clara.
Todas pareciam ter o mesmo problema morfológico. "Isso significa que o autismo começa a se desenvolver já no embrião", diz Muotri, que à vezes encontra dificuldades em convencer outros cientistas de sua descoberta. "Já me perguntaram: "Como você pode afirmar que uma doença é genética se você não conhece o gene?"

Genes saltadores

Uma mutação que afete o sistema nervoso, porém, não necessariamente afeta o aparelho reprodutor de um indivíduo, diz Muotri, por isso a doença pode ter origem no DNA sem ser estritamente hereditária. E o cérebro, nos humanos, está particularmente sujeito à ação dos chamados transpósons --genes que "saltam" de uma célula a outra, criando diversidade genética entre neurônios.
Como a ação dos transpósons é influenciada pelo ambiente, há um indício a mais de que ela pode ter relação com o autismo, também ligado a fatores ambientais e de desenvolvimento.
Como esse campo de pesquisa, além de levantar controvérsia, é ultraconcorrido, Muotri diz que tem procurado replicar seus experimentos o máximo que pode para dar credibilidade aos resultados. Por isso, nenhum estudo sobre as células iPS com DNA de crianças autistas foi publicado ainda em um periódico científico auditado.
Agora, além de produzir células em cultura para observação, o laboratório do cientista está produzindo "circuitos neurais". Emendando células em série, Muotri e seus colegas tentam verificar como neurônios derivados de crianças autistas se comportam quando estão interligados em rede.