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sábado, 25 de maio de 2013

A propósito de bananas



por Lo-Chi



Já estou a ver o seu sorriso matreiro, ou como diria o brasileiro, o seu sorriso de sacanagem. Vou frustrar-lhe ligeiramente, e já saberá, porquê ligeiramente. Eu vou mesmo falar da banana. A banana, fruta, realço para me afastar dos bem intencionados, é uma fruta cuja origem remota há mais de 8.000 A. C., e de acordo com a Wikipédia, a banana ou  “pacoba ou pacova  é uma pseudo-baga da bananeira, uma planta herbácea vivaz acaule da família Musaceae (géneroMusa - além do género Ensete, que produz as chamadas "falsas bananas"). São cultivadas em 130 países. Originárias do sudeste da Ásia (com excepção da banana-da-terra, que é nativa do Brasil ), são actualmente cultivadas em praticamente todas as regiões tropicais do planeta. Vulgarmente, inclusive para efeitos comerciais, o termo "banana" refere-se às frutas de polpa macia e doce que podem ser consumidas cruas.”
Sem termos que consultar coisíssima nenhuma, sabemos que existe, mesmo em Moçambique, uma variedade enorme de bananas, em termos de tamanho, bem como de sabores, assim como de cores e odores. Desde a que chamamos puramente banana, como banana macaco, assim como a banana maçã, banana roxa, banana para cozinhar etc.. Em termos de produção exportável, na América Latina, em muito dos seus países, chegou a ser o produto básico de exportação, numa espécie de mono-cultura dependente, de tal maneira que quando o preço da banana despencou, desestabilizou a balança de pagamento e a economia. Julgo que foi uma das primeiras grandes lições, na prática, do malefício da mono-cultura.

Para além da variedade da banana, a forma de consumí-la, varia imenso de país para país. Ao que me parece, dos países que conheço, quem mais integral e diversificadamente assim o faz, são os da América Latina com um especial para Cuba e Brasil, onde ela é consumida como fruta, madura, verde, cozida, crua ou meia-crua, fazendo parte do cardápio. Porém a Ásia, também faz dela uma grande provedora de nutrientes. Posto que, como sabemos, a banana é portadora das vitaminas A , C, fibras e potássio. Mas para além da própria polpa, a casca, que também contém vários nutrientes, é consumida em jeito de; farinha; bife empanado de casca de banana; bolo de casca de banana; e diz-se com óptimo paladar. Da casca, um mito percorreu alguns sectores da sociedade americana, onde se dizia, que possuia efeitos aluçogênicos. Verdade porém é que a banana tem uma capacidade radioactiva, mas de uma radioactividade muito baixa. Mas quando em grandes concentrações, como no caso das grandes exportações em porões de navios, já diversas vezes accionou instrumentos de controlo de radioactividade. Mas saiba, que em termos de aproveitamento da bananeira, não se esgotou. Aquele cone roxo, que sai depois do cacho da banana, designado invariavelmente de umbigo da banana ou coração de bananeira, o seu miolo é comestível, integrado em culinárias, como no bacalhau, carne moída ou linguiça, bem como para fins medicinais, utilizado como xarope. Para além de aspectos culinários, o termo banana foi e é basta vezes usado com sentidos vários. Já ouviu decerto falar “puseram-lhe uma casca de banana”, bem como “república das bananas”, e ainda “aquele homem é um banana”, etc., etc..



Um desses dias, estando numa cavaqueira sobre o sabor das frutas e quejandos, acabamos falando da banana, muito a propósito do facto, de havermos mandado a empregada doméstica comprar frutas e ela vir dizer que havia a banana que a senhora gostava. Era aquela banana pequena, muito saborosa, a que eu faço sempre confusão; nunca sei, se chama-se banana-macaco ou se banana-maçã. E na sequência da empregada, a minha irmã, faz afirmação, de ser raro aparecer, no mercado, esse tipo de bananas, e daí a minha informação, que o mercado onde aparece e consome-se todo o tipo de bananas, ser o mercado de Nampula. E a minha irmã na sequência dizer , Olha, a minha cunhada diz que na Beira, só sai e consome-se essas bananas grandes. Vai daí, que dois, de outros três indivíduos presentes, do tipo de mente igual àquele leitor que sorriu no princípio dessa nossa exposição, saem com uma conversa, em que pegam no termo banana, no seu sentido metafórico, muito no jeito, apesar de disfarçado, porém notoriamente visível, de que cada um, no fundo bem no fundo, estava sim, defendendo as suas respectivas anatomias do baixo ventre, como sói dizer-se, numa linguagem de salão, entre os bem e os mal dotados. Dizia um, Estás a ver; as senas e as ndaus sabem bem o que querem, o tamanho determina. E outro foi replicando, Não, as macuas sabem que tamanho não é documento. 

No meio desses papo de macuas sabem e as senas  e ndaus não e que sim, de documentos e competências, sai-me um dos presentes, que até a altura não tinha intervido, Mas nós estamos aqui a falar de tamanhos ou de sabores da banana?!”, aquilo foi uma explosão imediata e automática de riso, com tal intensidade que acabamos com aquela dor muscular no abdómen, e ele, o único imune a este ataque de hilariedade. E chegados a este ponto, o quê que diremos: que este sujeito foi um distraído; de compreensão lenta; ou disse a coisa mais acertada? Se parvo era ele, ou nós que o rimos? Fica ao seu critério caro leitor. Isso, muito a propósito de bananas.



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