Mas que belo mundo
Onde se tacha vagabundo
Quem não paga suas taxas
Sobretudo, quem dorme em caixas
E quem não sabe ler;
Quem procura no lixo,
Só pra ter o que comer.
Tudo pelo Coitado
Que vive no senado
Na verdadeira labuta;
Lutando pra encher os bolsos
Do paletó com os tributos
Que nos custam bem caro.
Ele luta pra exercer
O seu direito democrático:
Nas próximas eleições,
Será de novo candidato.
Sua gestão foi transparente;
vai pra um partido diferente
E escolhe um novo cargo.
A telinha indica que o mundo vai mal…
É necessária a mudança,
Votem no Fulano de Tal!
Democrata ou republicano,
Mas com dinheiro pro comercial.
(Darwinismo social?!)
E se Fulano não cumprir com as promessas?
Você tem o direito de ver a peça
E esperar mais 4 anos de carnaval.
Esse é o dever democrático
Do povo em geral:
Esperar pelo milagre,
E ser feliz vivendo mal.
Quem manifesta por direitos,
Faz greves e aponta defeitos,
É apontado pela mídia
Como mais um marginal.
Recebe escolta da polícia
Até o tribunal;
Ou é abafado por pequenas concessões
Bem menores que o ideal
(Geralmente previstas no plano governamental).
Nossa DEMO perdeu a CRACIA.
Um povo privado da educação,
É um povo sem sabedoria
E sem poder de decisão.
O voto de cabresto,
Cabe hoje, à televisão.
E o pobre João acredita,
Que mudará de vida
Se votar no xará Batista,
Que lhe comprou
Materiais para a construção.
Mundo mais que abandonado.
Onde infringir para infligir
É corriqueiro e até elogiado.
Ditadura da informação:
Repleta de contra-cultura,
E sem acesso à educação.
(Thálion C. G. Mibielli)
“Um povo ignorante é instrumento cego de sua destruição.”
– Simón Bolívar