quinta-feira, 28 de outubro de 2010

CNI: carga tributária ainda é o principal problema

Da Agência Estado
O principal problema enfrentado pela indústria brasileira continua sendo a elevada carga tributária, de acordo com sondagem divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). No terceiro trimestre de 2010, 65,3% dos empresários entrevistados listaram a tributação como um dos elementos que dificultam o crescimento. No trimestre anterior, o problema foi citado por 65,6% dos entrevistados.
Em segundo lugar, a competição acirrada no mercado foi lembrada por 40,5% dos empresários no terceiro trimestre, ante 39,5% no trimestre anterior. A sondagem também mostra uma elevação da preocupação em relação à mão de obra qualificada. O item foi apontado por 26,5% dos entrevistados como um dos maiores problemas enfrentados ante 24,9% registrados no trimestre anterior. Segundo a CNI, este quesito vem ganhando importância há seis trimestres consecutivos.
Em seguida, com aumento nas citações nos últimos dois trimestres, as taxas de juros elevadas foram lembradas por 25,5% dos empresários (ante 23,7% no trimestre anterior). O alto custo de matérias-primas foi citado por 24,5% dos entrevistados, o mesmo porcentual registrado no trimestre anterior.
Já a falta de demanda, que chegou a ser o segundo problema mais levantado pelas empresas no início de 2009, manteve trajetória de queda, passando de 22% no segundo trimestre para 16,9% no terceiro, caindo para a sexta posição entre os principais problemas.
Situação financeira
A indústria apresentou considerável melhora em sua situação financeira no terceiro trimestre do ano, de acordo com a sondagem da CNI. Em uma escala em que valores acima de 50 pontos refletem variação positiva, o indicador que mede a avaliação dos empresários sobre a condição financeira de seus negócios chegou a 54,8 pontos no terceiro trimestre do ano ante 52,1 pontos do trimestre anterior. O patamar é recorde e bem acima da média histórica da variável, de 50,3 pontos.
Segundo o documento, o dado revela que o empresariado industrial está mais do que satisfeito com sua situação financeira. A avaliação também pode ser verificada em outro indicador, que mede a avaliação sobre a margem de lucro operacional das empresas que, pela primeira vez na série histórica - iniciada em 2007 -, ultrapassou a barreira dos 50 pontos e registrou 50,4 pontos no trimestre. A média histórica do indicador de satisfação quanto à margem de lucro é de 43,8 pontos.
Além disso, a opinião dos empresários em relação ao acesso ao crédito também melhorou no terceiro trimestre do ano e chegou a 47,7 pontos ante 45,5 pontos no segundo trimestre. Apesar de significar que o crédito continua difícil para a indústria, o indicador retornou ao patamar anterior à crise financeira do fim de 2008. Segundo a CNI, o acesso ao crédito finalmente voltou ao normal para as grandes companhias, após nove trimestres de dificuldades.
Demanda e emprego
Apesar de apresentar leve deterioração em relação a setembro, as expectativas dos empresários da indústria para os próximos meses continuam elevadas em outubro, de acordo com a sondagem. O indicador de demanda ficou em 59,8 pontos no mês de outubro, com recuo de 1,7 ponto na comparação com o mês anterior.
Com isso, as perspectivas com relação ao emprego seguem positivas. Neste caso, o indicador apurado pela CNI registrou 53,9 pontos no terceiro trimestre, ante 55,9 pontos do trimestre anterior, mas ainda acima da média histórica de 50,6 pontos. A sondagem mostra que os empresários pretendem aumentar as compras de matérias-primas nos próximos seis meses, com a variável em 57,4 pontos em outubro, ante 59,1 pontos registrada em setembro. O indicador também está acima de sua média histórica, de 55,7 pontos.
No entanto, a indústria está pessimista em relação às exportações. Na comparação com setembro, o indicador que mede a perspectiva de vendas para o exterior recuou de 51,4 pontos para 48,1 pontos em outubro, caindo a um patamar na escala que denota avaliação negativa. A média histórica da variável é de 52 pontos. "Essa diferença sugere que o otimismo com relação á demanda decorre das perspectivas com o mercado interno", afirma o documento.
Revista Amanhã

SC possui a maior taxa de sobrevivência de empresas no País

Um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado nesta quarta-feira aponta que as empresas criadas em Santa Catarina são as que têm mais chance de permanecer no mercado, com 82% de taxa de sobrevivência. Os dados são referentes aos anos de 2007 e 2008. Atrás de Santa Catarina, aparecem os Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, com 80,5% e 79,5%, respectivamente.
Entre as regiões brasileiras, o Sul apresenta a maior taxa de sobrevivência (79,8%), seguido pelo Sudeste (79,1%). A média nacional ficou em 78,1% no período analisado. A pesquisa foi feita com base no Cadastro Geral de Empresas do IBGE.
Empresas de alto crescimento
Outro dado relevante do estudo refere-se ao número de empresas de alto crescimento no País. Em 2008, elas representavam 8,3% dos empreendimentos com 10 ou mais funcionários e, nesse segmento, totalizavam 30.954 empresas. O Sul do país contava com 22% das unidades locais dessas empresas.
Entre 2005 e 2008, as enoresas de alto cresciento foram responsáveis pela geração de 2,9 milhões empregos formais, o que representa 57,4% dos 4,9 milhões de vagas criadas no período. Na média, o número de postos de trabalho oferecidos neste segmento cresceu 173%, contra 22% da média geral de todos os empreendimentos nacionais.
A indústria de transformação teve maior participação entre as empresas que mais cresceram, com 27%. Comércio (26,4%) e construção (12,2%) vêm em seguida. Na geração de empregos, o setor de construção de edifícios foi o que mais gerou postos de trabalho (196 mil). Limpeza em prédios e domicílios (117 mil) e locação de mão-de-obra temporária (114 mil) aparecem em seguida.
Maior porte
Segundo o IBGE, as empresas com maior número de empregados possuem uma maior chance de permanecer no mercado. Entre as empresas com 10 ou mais trabalhadores, a taxa de permanência no mercado é de 96%. Para as que não possuem funcionários, essa taxa cai para 66%.
Portal Economia SC

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Fundição cresce e quer aumento da alíquota de importação

 Até o fim desta semana, a Associação Brasileira de Fundição (Abifa) vai se encontrar com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para solicitar a elevação da alíquota de importação  de 14% para 35% para peças automotivas. Segundo o presidente da Abifa, Devanir Brichesi, a medida trará competitividade para o setor, que tem sofrido com a importação de peças, principalmente vindas da China e trazidas pela indústria automobilística.
O presidente da Abifa crê que, para o setor acompanhar as taxas de crescimento do país, será preciso fazer uma intervenção no câmbio, assim como elevar a tarifa de importação, no patamar de 14% atualmente. "Temos capacidade instalada para produção de 4,4 milhões de toneladas/ano, mão de obra capacitada, energia e os melhores minérios. Somos potenciais exportadores. Nossa meta é voltar ao patamar de meados de 2008, onde as exportações brasileiras de fundidos estava em 22%" conta Devanir.
Segundo a Abifa, na evolução da produção total do setor, o crescimento foi de 15% em comparação ao ano passado, porém abaixo do PIB no período que atingiu 26,5%, e da variação do setor automotivo que cresceu 51%. "Estamos preocupados com o crescimento da produção abaixo do PIB e inferior ao automotivo", conta Devanir.
De acordo com Devanir, a alta do setor automotivo se dá graças ao grande volume de importações de peças. "A proposta é elevar de 14% para 35% a alíquota de importação especialmente para peças automotivas" explica o presidente.
A indústria de fundição brasileira produziu no mês de passado, 288,3 mil toneladas de fundidos, crescimento de 35,2% em comparação a setembro do ano de 2009. Em comparação ao mês de agosto a variação ficou negativa em 2,2%.
No acumulado, de janeiro a setembro a produção de metal somou cerca de 2,5 milhões de toneladas. A estimativa da Abifa é de fechar 2010 com produção de 3,250 milhões de toneladas de fundidos, com aumento de 35% sobre o ano passado e variação negativa de 3% em comparação a 2008, onde a indústria alcançou picos na produção. As exportações representaram 13,1% da produção de janeiro a setembro, com 214,3 mil toneladas negociadas no mercado externo, e variação de 48% sobre igual intervalo de 2009. Segundo Devanir, outra preocupação do setor de fundição para os próximos meses, será o reajuste salarial. "O repasse terá que ser imediato para os preços dos produtos, para não comprometer a competitividade do Brasil", diz ele.
Fonte - Portal Cimm

Indústria questiona incentivo no STF

Luiza de Carvalho | De São Paulo
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) ajuizou uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra uma lei de Santa Catarina que concede incentivos fiscais que reduzem o ICMS de importadores. A CNI reclama que a lei prejudica empresas que importam por outros Estados ou que compram produtos e insumos nacionais. A Adin, de relatoria do ministro Celso de Mello, é a primeira de diversas ações que devem ser ajuizadas pela entidade contra leis estaduais semelhantes.
No Supremo, há outras ações que questionam benefícios supostamente concedidos à margem do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) e que incentivam a guerra fiscal entre os Estados. Tramita na Corte uma arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) ajuizada pelo Distrito Federal que questiona a forma de aprovação de benefícios no Confaz, que exige a unanimidade dos Estados.
No caso da Lei nº 13.992, de 2007, de Santa Catarina, a CNI questiona não só a aprovação de benefícios sem a deliberação de todos os Estados, mas também favorecimentos tributários concedidos na importação de produtos por empresas, que teria como intenção a valorização dos portos catarinenses. A norma permite que o importador pague o ICMS apenas na etapa seguinte a do desembaraço aduaneiro. Outros dispositivos permitem também uma redução do imposto na etapa seguinte. A alíquota final é de 3%, inferior aos 12% que normalmente são recolhidos nas operações interestaduais.
Segundo a petição da CNI, a lei faz com que a empresa que importa por Santa Catarina tenha uma carga tributária substancialmente menor em relação aos que importam por outras unidades da federação, o que implica em substancial e "injusta vantagem concorrencial para com indústrias brasileiras que geram emprego e renda". Para a CNI, a norma tem gerado redução do emprego e da arrecadação tributária dos demais Estados. O advogado Gustavo Amaral, que representa a CNI no caso, diz que além do desconto de 9% no ICMS, ainda há outro ganho financeiro com a operação. "O desconto no ICMS também reduz a base de cálculo do PIS e da Cofins", diz.
Fonte Valor Econômico

Confiança do industrial de SC na economia cresce em outubro

A confiança dos industriais catarinenses na economia apresentou leve alta em outubro. O índice alcançou 60,8 pontos, crescimento de um ponto sobre o resultado de setembro. O indicador de outubro está acima do nível pré-crise, de 58,5 pontos, e da média histórica, que é de 58,7 pontos. A pesquisa, realizada pela Federação das Indústrias (FIESC) em conjunto com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), reúne 125 indústrias do estado dos segmentos de transformação e da construção civil.
O primeiro vice-presidente da FIESC, Glauco José Côrte, afirma que a confiança do industrial no início do ano foi elevada, chegando a 66 pontos, devido à expectativa de recuperação econômica mais robusta. "A partir do segundo semestre, entretanto, ocorreram oscilações, com o indicador registrando uma média de 60,5 pontos. Apesar disso, a confiança permanece alta", avalia Côrte.
O índice varia num intervalo de 0 a 100. Acima de 50 indica confiança e abaixo falta de confiança na economia. O indicador que mede as condições atuais da economia fechou em 55,9 pontos, com alta de 1,7 ponto em relação a setembro. O índice que mede a expectativa dos empresários para os próximos seis meses passou de 62,6 pontos em setembro para 63,3 pontos em outubro.
Os empresários da construção civil estão mais confiantes que os da indústria de transformação. O índice de confiança da construção somou 65,7 pontos enquanto o da transformação ficou em 60,2 pontos em outubro.
Côrte chama a atenção para o fato de a produção industrial catarinense ter crescido 9,4% de janeiro a agosto deste ano, enquanto as vendas aumentaram somente 1,3%. "A indústria apresentou crescimento acentuado de produção no inicio do ano, acumulou estoque e, agora, tem as vendas afetadas pelas importações, que cresceram cerca de 70% em 2010. Ou seja, há um nítido descompasso entre produção e vendas", explica.
A queda do dólar é a questão crucial do momento, disse ele. Embora a apreciação do câmbio seja positiva para que o Brasil possa comprar bens de capital e tecnologias, além de reduzir a dívida das empresas brasileiras no exterior, é um obstáculo à competitividade dos produtos catarinenses no mercado internacional. Côrte ressalta que a moeda brasileira foi a que mais valorizou em comparação com outros países emergentes. De dezembro de 2003 a setembro de 2010, a valorização chegou em 89%, enquanto na Índia foi de 28%, no Chile 16% e na Rússia 47%.
O primeiro vice-presidente da FIESC disse que as medidas do governo para frear a valorização do real são isoladas e não devem ter impactos relevantes. Ele defende a desoneração das exportações (que nos últimos meses só cresceram devido ao ajuste de preços e não ao crescimento no volume dos embarques), a redução da taxa de juros e as reformas estruturais.
Fonte: Fiesc

Indústria tem lucros recordes no terceiro trimestre, indica CNI

Azelma Rodrigues | 27/10/2010
BRASÍLIA – Produção em alta, estoques no planejado, aumento na contratação e, principalmente, lucros recordes. Esse é o retrato da indústria brasileira no terceiro trimestre de 2010, do ponto de vista dos próprios empresários.
A Sondagem Industrial divulgada há pouco pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), aponta que o índice de satisfação com a margem de lucro operacional atingiu 50,4 pontos na média de julho a setembro.
“É a primeira vez que o indicador alcança a linha divisória dos 50 pontos, desde que a pergunta sobre satisfação com o lucro passou a ser feita em 2007”, diz relatório da CNI. Valores abaixo de 50 indicam avaliação negativa. “O que denota que os empresários, de um modo geral, estão satisfeitos com as margens de lucro de suas empresas”, continua a entidade.
Por consequência, o índice de satisfação com a situação financeira também é recorde: 54,8 pontos no terceiro trimestre, o maior valor da série histórica. No segundo trimestre de 2010, o indicador apontava 52,1 pontos.
“O indicador mostra que de maneira geral, os empresários consideram que a situação financeira de suas empresas está mais do que satisfatória”, avalia a CNI.
Outro dado inusitado na pesquisa é em relação ao acesso ao crédito. As grandes empresas apontaram satisfação com 51,2 pontos, ante 46,7 pontos entre abril de junho. As médias também aumentaram o otimismo, de 45,5 para 47,2 pontos, enquanto as pequenas ainda se queixam com 43,5 pontos.
“No caso das grandes empresas, as condições de acesso ao crédito se normalizaram, após nove trimestres de dificuldades” após a crise mundial de 2008, nota a CNI.
O peso dos impostos (65,3 pontos) mantém a liderança dos problemas vistos pelos empresários, seguido pela competição (40,5 pontos) e falta de mão de obra qualificada (26,5%).
A Sondagem foi realizada entre os dias 4 e 19 de outubro, com 1.529 indústrias de transformação.
Valor Econômico

Questão ambiental atrai cada vez mais atenção das indústrias

As questões ambientais estão ganhando ainda mais força entre as indústrias brasileiras, que estão buscando práticas e soluções que promovam o crescimento sustentável. A tendência é confirmada pelo crescimento de 30% na procura pela consultoria de conformidade legal do SENAI/SC. Para disseminar as melhores práticas na área, a instituição promove nesta quinta e sexta-feira (28 e 29), em Blumenau, o IV Workshop de Conformidade Ambiental, envolvendo profissionais de empresas catarinenses.
O coordenador do Núcleo Ambiental do SENAI em Blumenau, Rodrigo de Bortoli, atribui esse aumento da demanda ao interesse das empresas de atender às novas legislações (como o código ambiental catarinense) e a reaceleração da economia, que incentiva as empresas a retomaram seus projetos de certificação na área ambiental. "Outra área emergente é a questão da eficiência energética, tanto elétrica quanto térmica, pois a redução do consumo significa diminuir custos", explica.

A intenção do workshop de conformidade ambiental para a indústria catarinense é de trazer informações atualizadas para o meio industrial e contribuir para a sustentabilidade ambiental. Temas como legislação, redução da emissão atmosférica e passivos ambientais serão tratados no encontro. O evento terá ainda minicursos sobre eficiência energética, tratamento de efluentes industriais (lodo ativado) e análise laboratorial de águas e efluentes, com especialistas do SENAI ou convidados nacionais.

"O evento vai sensibilizar a classe industrial e a sociedade em geral sobre esse movimento que cresce na questão ambiental, com fins esclarecedores e educativos", ressalta Jacir Lenzi, diretor da unidade do SENAI em Blumenau.
Para ampliar a atuação na área, o SENAI/SC fechou parceria com a Universidade de Stuttgart e a partir deste ano oferece consultoria ambiental em conjunto com a instituição alemã. Dez empresas nas áreas de têxtil, metalmecânica e de aterro industrial do Vale do Itajaí participam da primeira etapa dos trabalhos com a instituição alemã. Estão sendo implantadas melhorias nas áreas de matriz energética, redução de resíduos sólidos, reciclagem de água, remoção de cor e redução de custos com tratamento de efluentes, entre outros.
Fonte: Fiesc

Entre grandes empresas, 70% fizeram inovações no 2º tri, mostra pesquisa

Sergio Leo | De Brasília
No segundo trimestre deste ano, sete em cada dez grandes empresas brasileiras, aproximadamente, fizeram inovações em seus produtos ou processos de produção. A mesma proporção manifestou intenção de continuar inovando no trimestre seguinte, segundo nova Sondagem de Inovação da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).
A pesquisa, respondida por cerca de 200 empresas - das quase 1,6 mil indústrias com mais de 500 empregados -, mostrou que, no segundo trimestre do ano, 71,5% fizeram algum tipo de inovação tecnológica, índice pouco inferior aos 74% que, na sondagem anterior, informaram a intenção de adotar inovações em suas fábricas, no período entre abril e junho.
Entre o primeiro e o segundo trimestres, cresceu o número de empresas que adotou inovações nos produtos (de 52,4% para 57%), mas caiu (de 55,2% para 50,8%) a quantidade das que introduziram novos processos produtivos.
Um dos principais responsáveis pelo aumento na inovação de produtos foi a ampliação da oferta de produtos das empresas; 35,8% delas informaram ter passado a fabricar até três produtos que, apesar de existentes no mercado, não constavam de sua linha de mercadorias. Chega a quase 8% o número das que introduziram mais de sete produtos novos. O percentual dos que não introduziram nenhum produto novo baixou de 51,4% no primeiro trimestre para 46% no segundo. Ficou constante, em torno de 18%, o percentual das firmas que acrescentaram à sua oferta produtos novos não existentes no mercado nacional.
A redução do número de processos novos introduzidos no mercado fez cair à metade (de 10,5% a 5,2%) a quantidade de grandes empresas que realizou, no segundo trimestre, inovações simultâneas, em processos e em produtos, para o mercado nacional. A maior parte das empresas que adere a inovações parece fazê-lo, porém, apenas para atualizar-se em relação ao mercado. O número de empresas que declarou a intenção de introduzir inovações ainda não existentes no mercado brasileiro até caiu no segundo trimestre, para menos de 23% - bem abaixo dos 29,5% que deram a mesma resposta na primeira sondagem.
Para os responsáveis pela sondagem, as variações registradas em relação aos três primeiros meses do ano foram "pouco significativas", na maior parte dos indicadores, o que já era esperado pelos técnicos. Alguns números, porém, apontam para uma melhoria no cenário de inovação. Enquanto no primeiro trimestre, por exemplo, 34% dos pesquisados haviam informado que os investimentos em inovação tinham aumentado em relação ao trimestre anterior, nesta sondagem o percentual subiu para 42%.
Iniciada neste ano, a pesquisa inda não permite avaliar quais mudanças refletem alterações no ânimo dos empresários e quais refletem fatores sazonais (férias, fim de ano etc). A manutenção de indicadores relativamente altos na intenção dos empresários em inovar é interpretada pela ABDI, porém, como bom sinal, de "movimento consistente" de inovação entre as grandes empresas. As pressões de custo e demanda dos clientes estão entre as principais pressões para inovar no trimestre. Outros fatores importantes, apontados por mais de 60% das empresas, são a busca de maior fatia de mercado e o crescimento da demanda interna.
Valor Econômico

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Justiça flexibiliza aplicação de cotas para deficientes físicos

Adriana Aguiar | De São Paulo
Cumprir a cota reservada para portadores de deficiência, prevista em lei, tem sido uma tarefa difícil para empresas de determinados setores. Entre 2005 e o dia 15 deste mês, 474 companhias na Grande São Paulo e Baixada Santista foram notificadas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) por não atingirem a cota exigida. Mas em razão dessa dificuldade, a Justiça tem sido mais flexível na aplicação da norma. Em decisões recentes, os Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília anularam multas sofridas pelas empresas, por entender que elas, apesar de não alcançarem os índices exigidos, empenharam-se no cumprimento da lei.
Pela Lei nº 8.213, as empresas com mais de cem empregados são obrigadas a destinar de 2% a 5% de suas vagas para deficientes. Uma empresa de transportes do Rio com 984 funcionários, por exemplo, viu-se obrigada a contratar 40 empregados deficientes - 4% do total de trabalhadores - para cumprir a norma. Mesmo abrindo concurso, só conseguiu 26 funcionários. Por não atingir a meta, foi autuada em 2003 em cerca de R$ 200 mil, em valores atualizados. Na Justiça, a companhia conseguiu no início deste mês cancelar a multa. Da decisão, porém, cabe recurso.
O juiz José Mateus Alexandre Romano, da 38ª Vara do Trabalho do Rio, entendeu que a aplicação da lei deve respeitar o princípio da razoabilidade. Segundo o magistrado, a companhia demonstrou que "as vagas existem, o que não existe é profissional qualificado no emprego". Para ele, "obrigar empresas a contratarem qualquer um, um despreparado, sem qualificação profissional, é o mesmo que colocar em risco o empreendimento".
Embora a intenção da legislação tenha sido a de somar esforços do Estado e da iniciativa privada para que deficientes pudessem ter condições dignas de trabalho, o que se verifica na prática é que esse empenho tem ocorrido apenas por parte das empresas, avalia o advogado da companhia de transportes, Paulo Mario Reis Medeiros, do escritório Negreiro, Medeiros & Kiralyhegy Advogados. Para ele, alguns setores, ainda que tentem de todas as maneiras, não conseguem achar profissionais habilitados para a função, principalmente quando se trata de construção civil e vigilância.
Em razão da dificuldade, uma empresa do setor de construções também conseguiu anular um auto de infração no Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (Distrito Federal e Tocantins). Os desembargadores da 3ª Turma foram unânimes. Para eles, não se pode interpretar a lei de forma isolada e literal. Assim, não se trata, segundo os magistrados, "de contratação obrigatória de qualquer portador de necessidades especiais". Até porque, segundo o próprio Ministério do Trabalho, na Instrução Normativa nº 20, de 2001, esses profissionais teriam que ser reabilitados pela Previdência Social ou terem características comprovadas para uma determinada atividade da empresa. Eles também citam como precedentes outras decisões no mesmo TRT. O caso está pendente de recurso no Tribunal Superior do Trabalho (TST).
A expectativa é que a decisão seja mantida no TST, segundo o advogado da empresa, Arthur Cahen, do Leite, Tosto e Barros Advogados, ainda que os primeiros casos no tribunal superior tenham sido desfavoráveis. "O alto índice de autos de infração deixam claro que isso é um problema de muitas empresas que, por mais que queiram cumprir a norma, não conseguem por falta de pessoas habilitadas", afirma o advogado.
A 70ª Vara do Trabalho de São Paulo também cancelou uma multa de R$ 38 mil a uma empresa de telecomunicações por não cumprir a cota de 4% dos portadores de deficiência em seu quadro. Em 2008, o TRT de São Paulo anulou uma multa de R$ 110 mil aplicada a uma companhia pelo não cumprimento das cotas. Segundo o advogado Eduardo Palinkas, do Tostes & Coimbra Advogados, que defende a empresa de telecomunicações, "o INSS só tem autuado, mas não tem capacitado".
No TST, no entanto, os ministros entenderam que as cotas deveriam ser preenchidas integralmente nos dois casos analisados neste ano. Um deles, julgado no início de outubro pela 1ª Turma, os ministros decidiram, por unanimidade, que o Santander, que adquiriu o Banco Real, teria que considerar o total de empregados para calcular o percentual de deficientes a serem contratados. Por meio de nota, o Banco Santander informou que está cumprindo a cota total, aplicando o percentual máximo estabelecido pela Lei nº 8213.
Já em outro caso analisado em março pela 8ª Turma, os ministros condenaram a Protege Proteção e Transporte de Valores a cumprir a cota estabelecida na lei. Para a presidente da turma, ministra Maria Cristina Peduzzi, é possível que o portador de deficiência física participe de cursos de formação de vigilantes e, a depender do tipo de deficiência, possa exercer a função. A assessoria de imprensa da Protege informou que a empresa está buscando formas para se adaptar à lei. Procurada pelo Valor, a assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho em São Paulo informou que não conseguiu localizar os procuradores responsáveis para comentar o assunto.
Fonte: Valor Econômico

TST determina reintegração de empregados demitidos

A mesma lei que impôs uma cota mínima de contratação de deficientes pelas empresas também estabeleceu uma garantia indireta de emprego para esses trabalhadores. A norma condicionou a demissão de um funcionário à contratação de substituto em condição semelhante. Diante dessa previsão, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) já proferiu diversas decisões que determinam a reintegração de empregados.
Em uma delas, ao 8ª Turma da Corte aceitou o recurso de um deficiente físico demitido por uma empresa de telefonia. A empresa tinha firmado um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) em agosto de 2001 perante o Ministério Público do Trabalho e a Procuradoria do Trabalho do Estado de Sergipe. A empresa se comprometeu a preencher as vagas que surgissem com a contratação de deficientes ou beneficiários reabilitados, até atingir o percentual previsto na Lei nº 8.213, de 1991. Ela ainda assumiu o compromisso de somente rescindir contratos de trabalho, sem justa causa, de empregados portadores de deficiência, após a contratação de substitutos em condições idênticas. Contudo, a empresa acabou demitindo o empregado sem motivo e sem a contratação de outro. Por isso, ele foi reintegrado.
Uma deficiente auditiva também foi reconduzida a seu cargo de bancária no Rio de Janeiro pelo TST. Ela recorreu à Justiça, em 2007, informando que após 20 anos de trabalho foi demitida de forma ilegal, um vez que o banco não cumpriu as exigências legais que determinam que, quando um deficiente é mandado embora, outro deve ser contratado em seu lugar. A empregada ganhou desde a primeira instância, o que foi confirmado no TST.
Em outra decisão, a 4ª Turma do TST determinou que uma indústria química de Santo André (SP) reintegrasse ao serviço um mecânico portador de deficiência até que a empresa contratasse outro funcionário nas mesmas condições para ocupar o lugar dele. Segundo o processo, o mecânico apresenta dificuldade em movimentar os braços. Após obter alta do INSS, foi reabilitado para exercer funções mais leves, mas, logo depois foi demitido, sem justa causa. O mecânico recorreu para o TST após sucessivas decisões desfavoráveis das instâncias ordinárias que entenderam não haver direito à reintegração. (AA)
Fonte: Valor Econômico

Exportação industrial cria menos empregos em 2010

(*) João Guilherme Sabino Ometto
(24/10/2010) - A queda das exportações brasileiras de manufaturados deverá impedir a criação de 538 mil postos de trabalho em 2010. A estimativa consta de estudo da Fiesp que estabeleceu uma balança de empregos vinculada ao comércio exterior. Seu déficit, exclusivamente na indústria, foi de um milhão de vagas em 2009 e deverá alcançar 1,56 milhão no final deste ano. Os dados refletem o saldo negativo da balança comercial do setor, que deverá fechar 2010 em cerca de US$ 59 bilhões, contra US$ 36,5, em 2009.
Essa performance negativa também terá forte impacto no cômputo geral do balanço de empregos ligados à totalidade do comércio exterior brasileiro, cujo saldo positivo cairá de um milhão de vagas, em 2009, para 706 mil, este ano. Ou seja, os resultados somente não são dramáticos para a economia nacional porque, ao contrário da manufatura, o comércio exterior de produtos básicos deverá apresentar significativa compensação, resultando em números gerais positivos. Quanto ao valor, em 2010 as exportações gerais do País deverão crescer 27% e as importações, 39% (grande parte deste aumento deve-se aos manufaturados).
Estima-se que, em 2009, o número de empregos ligados às exportações totais do País tenha sido de 5,3 milhões de pessoas ocupadas. Isto significa 35 mil postos de trabalho para cada bilhão de dólares exportado. Em 2010, dada a projeção de alta de 26,9% no valor exportado, calcula-se que o número de empregos ligados às exportações aumente cerca de 14,2%, chegando a 6,1 milhões de pessoas ocupadas. No entanto, estamos contribuindo para criar mais emprego e renda em outros países.
Obviamente, deve-se enfatizar e valorizar o bom desempenho dos produtos básicos e commodities no comércio exterior. No entanto, é lamentável constatar a queda dos industrializados. Em 2000, cerca de 58,4% das vendas externas eram de manufaturados, parcela reduzida para 45% em 2009. No mesmo período, os produtos básicos aumentaram sua participação de 23,5% para 40,6%.
A queda das vendas externas de manufaturados reflete-se no nível de emprego ligado ao comércio exterior. O número de postos de trabalho por bilhão de dólar exportado de bens desse segmento industrial é maior do que o mesmo volume para os produtos básicos. Em 2009, a exportação de US$ 67,5 bilhões em manufaturados demandou cerca de 2,53 milhões de postos de trabalho (média de 37.521 empregos por bilhão de dólares). A exportação de US$ 62,2 bilhões de básicos demandou dois milhões de trabalhadores (32.028 empregos por bilhão de dólares exportado). Portanto, para cada bilhão de dólar em exportações de manufaturas, são criados 5,5 mil postos de trabalhos adicionais (ou mais 17,2%) em relação ao mesmo valor exportado na categoria de produtos básicos. O balanço de empregos permite aferir os danos à economia brasileira provocados pela queda das exportações de manufaturados.
Na proporção em que produtos importados ganham espaço no mercado nacional, criam-se em outras nações os postos de trabalho que poderiam ser gerados internamente. Tal situação não faz justiça ao empenho de nossas indústrias de investir em tecnologia, qualidade e produtividade. Nestes aspectos, são vencedoras. Intramuros, sua produção é tão ou mais competitiva do que a de qualquer outra. Porém, enfrentam os juros reais mais altos do mundo, tributos de 37% do PIB, moeda muito apreciada, inflexível regulamentação trabalhista, carência de logística e infraestrutura, complexidade da legislação e morosidade da Justiça. É preciso encontrar soluções para inverter esse quadro, a começar por urgente revisão do câmbio. Se prolongada, sua sobrevalorização agravará ainda mais a balança comercial da indústria e impedirá a criação de empregos em volume compatível com o potencial do Brasil.
(*) João Guilherme Sabino Ometto é vice-presidente da Fiesp, presidente do Grupo São Martinho e membro do Conselho Universitário da USP
Fonte: Usinagem Brasil

Importações de siderúrgicos crescem 160%

A produção brasileira de aço bruto em setembro de 2010 foi de 2,7 milhões de toneladas, representando queda de 7,0% em relação a agosto e redução de 1,2% quando comparada com o mesmo mês em 2009. Em relação aos laminados, a produção de setembro, de 2,1 milhões de toneladas, representou queda de 1,1% na comparação com o mês anterior e elevação de 6,2% quando comparada com setembro do ano passado. Com esses resultados, a produção acumulada em 2010 totalizou 24,8 milhões de toneladas de aço bruto e 19,7 milhões de toneladas de laminados, o que significou aumento de 34,4% e 40,3%, respectivamente, sobre o mesmo período de 2009.
Quanto às vendas internas, o resultado de setembro de 2010 foi de 1,8 milhões de toneladas de produtos, queda de 2,0% em relação ao mês anterior. Quando comparado com igual período de 2009, registra-se alta de 7,9%. As vendas acumuladas em 2010, de 16,3 milhões de toneladas, mostram crescimento de 42,0% com relação ao mesmo período do ano anterior.
As exportações de produtos siderúrgicos em setembro de 2010 atingiram 564 mil toneladas no valor de 418 milhões de dólares. Com esse resultado, as exportações em 2010 totalizaram 6,0 milhões de toneladas e 3,8 bilhões de dólares, representando queda de 5,0% em volume e aumento de 10,6% em valor quando comparado ao mesmo período do ano anterior.
No que se refere às importações, registrou-se em setembro volume de 552 mil toneladas (US$ 532 milhões) totalizando, desse modo, 4,4 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos importados no ano, 160,2% acima do mesmo período do ano anterior.
O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos em setembro foi de 2,2 milhões de toneladas, totalizando 20,3 milhões de toneladas em 2010. Esses valores representaram elevação de 19,5% e 55,4%, respectivamente, em relação a igual período do ano anterior.
Fonte: Ipesi Digital

Melhora da economia inclui todos os setores, diz Serasa

Resultado ganha relevância porque foi especialmente a partir de setembro do ano passado que o ritmo de atividade deslanchou

Houve uma melhora generalizada no desempenho da economia no terceiro trimestre deste ano. Nenhum segmento da indústria, do comércio, dos serviços e do agronegócio, dos 99 avaliados por um estudo da Serasa Experian, empresa especializadas em informações financeiras, teve piora entre julho e agosto em relação ao mesmo período de 2009.
O resultado ganha relevância porque foi especialmente a partir de setembro do ano passado que o ritmo de atividade deslanchou, após o baque da crise. O estudo, que reúne cerca de 700 indicadores de 99 segmentos e é uma espécie de radiografia do Produto Interno Bruto (PIB) do País, detectou que 76 segmentos melhoraram o seu desempenho no terceiro trimestre na comparação anual e 23 ficaram estáveis. No primeiro e no segundo trimestres deste ano, ainda havia segmentos piores na comparação anual, algo que não ocorreu no último trimestre.
"Esses resultados indicam que o PIB do terceiro trimestre será robusto na comparação anual, porque a maioria dos setores tem desempenho melhor em relação ao ano anterior", afirma Marcos Abreu, gerente de Análise Setorial da Serasa Experian. Ganhos da massa de rendimentos, aumento real do salário mínimo, redução do desemprego e alongamento dos prazos de pagamento impulsionaram o consumo e explicam o excelente resultado do comércio, que foi a estrela da economia no período, diz Abreu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Revista Amanhã

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Recuperação passa longe de siderúrgicas

Alessandra Bellotto
Nem em dia de recuperação global dos mercados, com as commodities entre os destaques, as siderúrgicas brasileiras escaparam da pressão de venda. Usiminas encabeçou as perdas do Ibovespa, mas Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e Gerdau também foram alvo de investidores desconfiados dos resultados que o setor começa a divulgar na próxima semana.
As ações ordinárias (ON, com voto) da Usiminas recuaram 4,29% e as preferenciais (PN, sem voto) classe A, 3,61%. Já CSN ON teve perda de 2,16% e Gerdau PN, queda de 0,29%. O Ibovespa subiu 0,77%, a 70.404 pontos, e Vale PNA, principal aposta do mercado em commodities, ganhou 2,54%.
A visão negativa para setor siderúrgico é explicada pela soma de preços e volumes declinantes com custos mais altos, o que resulta em margens pressionadas para as empresas. No pano de fundo, estoques elevados entre os consumidores do mercado interno e forte concorrência com o produto importado, aponta o analista de mineração e siderurgia da Spinelli, Max Bueno.
O setor passa por uma mudança estrutural que afeta as perspectivas para o médio e longo prazo, avalia a sócia da Oren Investimentos Daniella Marques. Segundo ela, as siderúrgicas sempre venderam entre 60% e 80% da produção no mercado doméstico, a um preço de 20% a 30% acima do internacional. Só que, com a sobreoferta de aço no mundo, as importações atingem recorde este ano e já representam 25% do aço consumido no país.
Corroborou para essa alta de importação a valorização do real, que deixou o aço vindo de fora mais barato, lembra Daniella. Conclusão: nada de reajuste de preços, pelo contrário, descontos para brigar com os importados. Além disso, a sócia da Oren destaca que os estoques elevados no mercado interno levaram as siderúrgicas a exportarem mais, um negócio de margens menores.
Ainda ontem, dados de setembro do Instituto Aço Brasil reforçaram o cenário desfavorável para o setor, diz Bueno, da Spinelli, ao apontar queda de 7% na produção de aço bruto em relação a agosto.
Usiminas lidera perdas em dia de alta do Ibovespa
A Corretora Itaú projeta para a Usiminas corte de 18,6% no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (lajida) e redução de 2 pontos percentuais na margem lajida entre o segundo e terceiro trimestres. Para a Gerdau, estima lajida 21,3% menor e queda de 3,8 pontos na margem lajida. CSN é a que deve apresentar o melhor resultado, segundo a Itaú, com margem lajida estável e leve alta (0,4%) do lajida.
No ano, Usiminas PNA cai 17,74% e Gerdau PN, 27,90%, com as menores cotações em 2010. Na contramão, CSN ON sobe 2,15%.
Alessandra Bellotto é repórter de Investimentos. A titular da coluna, Daniele Camba, está de licença.
E-mail alessandra.bellotto@valor.com.br
Fonte - Valor Econômico

Com a nova lei, sociedade vai dividir ônus do destino do lixo

A Política Nacional de Resíduos Sólidos, lei que traz mudanças sobre a relação de produção e consumo de produtos, chama toda a sociedade para fazer a sua parte no destino correto dos produtos usados que virarão lixo. É o que a legislação chama de "responsabilidade compartilhada", que determina o papel do fabricante, do distribuidor, do comerciante e, principalmente, do consumidor no assunto. "Essa responsabilidade é uma inovação, pois faz todo mundo trabalhar em prol do meio ambiente", disse o especialista da FIESP na área, Ricardo Lopes Garcia, durante seminário sobre o tema, promovido pela FIESC, na sexta-feira (15).
Lopes Garcia destacou que a lei tramitou por 21 anos no Congresso Nacional, devido à complexidade do tema. A partir do momento da regulamentação, previsto para dezembro, haverá grandes mudanças tanto para quem produz, quanto para os consumidores. "A produção terá que ser mais sustentável."
Uma das novidades da nova política está na "logística reversa", que, na prática, é o retorno à cadeia produtiva daquilo que é descartado após o consumo, com o objetivo de reciclar e reaproveitar os materiais. Para ele, é uma nova forma de atuar com os resíduos sólidos e com os produtos que vão para o mercado. Porém, a volta desses produtos ao fabricante terá um grande impacto especialmente para a indústria, que terá que fazer investimentos para se adequar ao que determina a nova legislação.
Inicialmente, a logística reversa vai abranger as cadeias de produtos como pilhas e baterias, pneumáticos, eletro-eletrônicos, lâmpadas fluorescentes, óleos e resíduos de agrotóxicos. Porém, com o tempo, todos os produtos devem fazer parte desse processo.
O analista de políticas e indústria da CNI, Wanderlei Coelho Baptista, afirmou que o Sistema Indústria vê de forma muito positiva a legislação, que disciplina a questão dos resíduos sólidos no Brasil. "O arcabouço geral da lei harmoniza o tratamento que as empresas vão dar para o pós-consumo", disse. Ele destaca que muitos estados têm suas próprias leis, o que é uma dificuldade para as empresas que atuam em todo o mercado nacional. A Política Nacional, embora não se sobreponha às legislações estaduais, cria um marco regulatório para o país.
Apesar dos benefícios dessa lei, Coelho Baptista destaca que foram criadas regras que vão trazer novas obrigações às empresas, mas o governo não deu nada em troca. "Faltaram instrumentos econômicos. Essa é a parte falha", avaliou.
Ele também afirmou que faltou uma política forte de Estado para incentivar a indústria da reciclagem, que, no país, é incipiente e precisa se profissionalizar. "Sem essa indústria, a logística reversa, que é um grande marco dessa lei, corre grande risco de não ter sucesso". O especialista da CNI disse que a hoje a questão mais importante é como implementar a logística reversa de acordo com as metas que estão definidas na lei. "Não é simplesmente recolher o lixo. Tem um circuito que envolve transporte, armazenamento, processamento e reciclagem", afirmou. Para ele, a implementação desse processo precisará de um estudo para cada cadeia.
O presidente da Câmara de Qualidade Ambiental da FIESC, José Lourival Magri, que coordenou a mesa de trabalhos, afirma que a nova lei trouxe mudanças estruturantes e profundas. "Ela é abrangente e vai mexer no dia a dia da indústria".
Ele chama a atenção para o item que faz a diferenciação entre resíduo e rejeito. Resíduo é tudo o que se pode aproveitar, reciclar e reutilizar. O rejeito é o resíduo que você não pode mais usar e poderá ser depositado em aterros sanitários. Em outras palavras, a indústria agregará valor a um subproduto, que é o resíduo.
A nova política de destino do lixo também regulamenta a coleta seletiva, feita pelos catadores. Para Magri, esse é um ponto importante, pois valoriza o trabalho realizado pelo catador, que presta um serviço ambiental.
Fonte - Fiesc

Emprego na indústria de SC cresce pelo 8º mês consecutivo

O emprego na indústria catarinense cresceu pelo oitavo mês consecutivo. De janeiro a setembro, o número de novas vagas teve variação positiva de 5,2%, com a criação de 11,2 mil postos de trabalho no grupo de 344 empresas pesquisado pela Federação das indústrias (FIESC).
O levantamento mostra que o crescimento das vagas foi puxado pelo aumento da produção das fábricas. Em agosto e em setembro houve aquecimento das vendas, com os pedidos para atender as demandas de final de ano. No acumulado do ano, os segmentos com melhores desempenhos em número de contratações foram máquinas e equipamentos (3.645 vagas), metalurgia básica (1.732 vagas), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (1.448 vagas), confecções e artigos do vestuário (1.139 vagas) e produtos cerâmicos (826 vagas).
Os dados mostram que, apesar da ligeira acomodação das atividades industriais no segundo trimestre, o número de postos de trabalho se manteve em alta. Conforme a FIESC, o crescimento do emprego tem como base a demanda do mercado interno.
Em doze meses, o nível de emprego no estado cresceu 4,6%, o que corresponde à criação de 10 mil vagas no grupo de médias e grandes indústrias que participam da pesquisa da FIESC.
Fonte - Fiesc

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Dólar baixo afeta competitividade da indústria de SC

O dólar baixo tem prejudicado as exportações catarinenses. A moeda americana desvalorizada frente ao real torna os produtos do estado mais caros no competitivo mercado internacional. Dados divulgados pela Federação das Indústrias (FIESC) mostram que de janeiro a setembro, as exportações aumentaram 18,7%, para US$ 5,63 bilhões, ritmo de expansão bem inferior aos 69,8% de crescimento (para US$ 8,46 bi) registrado nas importações nesse mesmo período no ano passado. Com isso, o saldo da balança comercial do estado acumula déficit de US$ 2,82 bilhões em 2010. Além do câmbio, influenciam esse desempenho os incentivos à importação pelos portos catarinenses.
O primeiro vice-presidente da FIESC, Glauco José Côrte, afirma que o dólar baixo é um fator de perda de competitividade para as exportadoras, porque a economia mundial vem crescendo a taxas menores e isso faz com que a disputa aumente no mercado internacional. Côrte destaca que a indústria vem fazendo sua parte, com o aumento da produção de bens de valor agregado e com o corte de custos, mas defende medidas governamentais urgentes. "No curtíssimo prazo, o governo deve desonerar as exportações, que recebem uma carga tributária muito alta, e abrir espaço para a redução dos juros, a partir da contenção dos gastos públicos que são muito altos", afirmou.
No acumulado do ano, os dez principais produtos exportados pelo estado registraram crescimento. Entre eles estão blocos de cilindros e cabeçotes para motores (178,3%), motocompressores herméticos (47,2%), grãos de soja (45,4%), motores, transformadores e geradores elétricos (21,8%) e carne de frango (20,1%).
Dentre os principais destinos dos embarques do estado estão Estados Unidos, Holanda, Argentina, Japão, Alemanha e China.
De janeiro a setembro, entre os produtos importados pelo estado que mais registraram crescimento estão os insumos policloreto de vinila (368,6%), laminados de ferro e aço (267,6%), fios de algodão (228,6%), polipropileno (140,4%) e catodos de cobre (126,9%).
A China é o país de quem Santa Catarina mais importa. Na seqüência aparecem Chile, Argentina, Estados Unidos, Alemanha e Índia.
Fonte - Fiesc

Fiesp: taxa sobre investimento "pune" a indústria

Em alguns projetos, o custo tributário chega a absorver 24% do orçamento total

Da Agência Estado
A elevada carga tributária imposta sobre o investimento produtivo - algo que praticamente só ocorre no Brasil - tem asfixiado a indústria nacional. Hoje, em vez de serem beneficiadas pela iniciativa de expandir o parque industrial, as empresas são punidas por um custo tributário que já soma 24,3% do total de um projeto, conforme estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
De acordo com o trabalho, um investimento que poderia custar R$ 75,7 milhões caso não houvesse tributação, sobe para R$ 100 milhões. A diferença de R$ 24,3 milhões refere-se a impostos pagos e juros para pagar os tributos recuperáveis - aqueles que as empresas pagam e recebem de volta dentro de um determinado tempo, como um ano ou 24 meses.
Junta-se a isso a valorização do real frente ao dólar e a taxa de juros (10,75% ao ano) ainda elevada para padrões internacionais. O resultado é o enfraquecimento da indústria brasileira, que perde competitividade em relação aos concorrentes, diz a Fiesp. "Nesse ambiente, pouco amistoso para o investimento, muitos empresários, em vez de investir, acabam comprando o produto pronto do exterior", afirma o diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec), José Ricardo Roriz Coelho, coordenador do estudo.
Segundo ele, o Brasil é um dos raros países a cobrar impostos sobre investimentos produtivos, pelo menos entre seus principais concorrentes. Essa política tributária explica a baixa taxa de investimento em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). Apesar da retomada de uma série de projetos em setores como mineração, infraestrutura e petróleo e gás, o volume de recursos aplicados na economia deve chegar a 19,4% do PIB este ano, abaixo dos 40% da China e 30% da Índia.
Na avaliação de Coelho, para manter uma taxa de crescimento sustentável acima de 5% ano, é preciso eliminar os obstáculos que impedem o avanço dos investimentos no País. Esse é o principal desafio do próximo governo, diz o executivo. Ele observa que o Brasil vive sempre à beira de uma armadilha por causa do nível baixo de investimentos. "Toda vez que o País cresce, o Banco Central tem de elevar os juros para conter uma explosão inflacionária. Se tivesse tido investimento suficiente, não haveria risco de inflação nem necessidade de tanta importação, como está ocorrendo hoje." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte - Revista Amanhã

Indústria segue líder na geração de emprego em SC

Um levantamento divulgado pela Secretaria de Estado do Planejamento mostra a evolução das vagas de empregos em Santa Catarina por município e por setores da atividade econômica entre os anos de 2000 e 2008. O cruzamento de dados desse período realizado pelo Noticenter mostra que, na média, as vagas de emprego no principais setores econômicos catarinenses cresceram 65% entre 2000 e 2008, passando de 1.077.929 vagas para 1.777.604. A construção civil é o setor que mais cresce na geração de empregos formais no estado, passando de 37.519 vagas para 75.901 – uma expansão de 102%.
Florianópolis é a cidade mais empregadora do estado, com 244.253 postos de trabalho registrados em 2008, seguida de Joinville, com 166.844 e Blumenau, com 116.135. A lista das dez cidades com mais pessoas empregadas é completada com São José (73.161), Jaraguá do Sul (64.433), Chapecó (63.024), Itajaí (62.780), Criciúma (52.239 ), Brusque (41.174) e Bal. Camboriú (34.195).
RANKING DAS CIDADES
Uma análise da evolução dos empregos nas cidades catarinenses entre 2000 e 2008 revela que Águas de Chapecó foi a que conseguiu maior crescimento percentual. Ao saltar de apenas 263 para 3.574 postos, a cidade alcançou um crescimento de 1.258,94%. O destaque negativo fica para Agronômica, que tinha 2.884 empregos e passou para apenas 715 – uma queda de -75,21%.
Entre as maiores cidades, o destaque é São José, que apresentava 32.594 vagas em 2000 e passou para 73.161 em 2008, um crescimento de 124,46%. Florianópolis, que passou de 167.647 vagas para 244.253 registrou a menor evolução entre as 10 maiores cidades (45,69%).
O ranking das dez maiores cidades empregadoras de SC entre 2000 e 2008 sofreu algumas alterações. São José passou da 7ª para a 4ª posição, suplantando Jaraguá do Sul, que caiu da 4ª para a 5ª posição.
Chapecó, que era a 8ª, passou para a 6ª posição, desbancando Criciúma, que caiu da 6ª para a 7ª posição. Lages, que estava em 10º lugar em 2000, saiu da lista, dando lugar a Balneário Camboriú em 2008.
As três primeiras posições (Florianópolis, Joinville e Blumenau) não se alteraram, o mesmo acontecendo com a posição 9, ocupada por Brusque tanto em 2000 quanto em 2008.
SETORES
A indústria de transformação continua sendo o setor que mais ocupa mão de obra no estado, com um total de 581.610 vagas em 2008. Foi um crescimento de 57% desde 2000, índice menor que serviços (68%) comércio (90%) e construção civil (102%).
Apesar de ser a maior empregadora, a indústria da transformação segue a tendência mundial de perder espaço para outras atividades. O setor, que respondia por 34,5% dos empregos em 2000, chegou a 2008 respondendo por 32,7%.
Fonte - Noticenter

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Indústria eleva para 7,5% previsão de expansão do PIB

Luciana Otoni | De Brasília
O maior ritmo de expansão das importações em comparação com as exportações impediu a indústria de reestimar para cima a projeção de crescimento setorial para este ano. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) elevou a previsão de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) para 7,5%, 0,3 ponto percentual superior ao cálculo anterior, mas manteve inalterada em 12,3% a indicação de alta para o setor.
A perspectiva é que a indústria confirme crescimento de dois dígitos, um desempenho recorde nos últimos dez anos. Esse percentual embute recuperação em relação ao ano anterior e foi elaborado considerando a retração de quase 5% no PIB industrial em 2009.
O bom desempenho ocorre de forma disseminada, com possibilidade real de resultados positivos nos 19 segmentos industriais, com destaque para os subsetores de máquinas e equipamentos, automóveis e alimentos.
Para 2011, as projeções tendem a ser mais modestas. Em uma análise preliminar, a CNI informa que dificilmente a indústria registrará crescimento de dois dígitos como o que deve ser verificado em 2010. Não haverá resquícios de perdas decorrentes da crise a serem recuperados e a base de comparação será maior.
Um agravante é que a permanência de um câmbio valorizado, além de restringir a competitividade das exportações, tende a manter as importações em alta. Isso, de acordo a CNI, fará com que parte da demanda interna seja atendida por empresas estrangeiras, impedindo a indústria nacional de manter ou ampliar sua participação no mercado doméstico.
Entre janeiro e setembro, as importações avançaram 45%, totalizando uma despesa de US$ 132 bilhões. As exportações foram ampliadas em 29% e geraram US$ 145 bilhões em receitas.
A considerar o comportamento atual da moeda americana, o setor industrial avalia que as perspectivas serão menos otimistas. No informe conjuntural apresentado ontem, a CNI avalia que as importações se expandem "a um ritmo extraordinário", com forte aumento do coeficiente de penetração no mercado doméstico. "O câmbio valorizado faz com que haja vazamento da demanda interna para fornecedores de outros países", advertiu chefe da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco.
Ao explicar como pode o setor se lamentar dos efeitos da valorização do real quando há uma projeção de alta de 12,3% para 2010, Castelo Branco explicou que a expansão industrial, embora esteja disseminada, exibe padrões diferentes com alguns subsetores com desempenho bem superior em comparação a outros.
O economista disse que os segmentos mais dependentes do mercado externo, como vestuário, móveis, madeira e calçados, por exemplo, registrarão performances positivas, porém, com taxas bem menos vistosas.
Ao calcular o crescimento do país, a CNI elevou de 2,3 pontos percentuais para 2,6 pontos percentuais a contribuição negativa do setor externo para o PIB neste ano. Se confirmado, esse resultado levará a um déficit US$ 54 bilhões na conta transações correntes do balanço de pagamentos.
Em outros agregados do PIB, a entidade reduziu de 5,4% para 5% a projeção de inflação e manteve a taxa Selic inalterada em 10,75%.
Valor Econômico

Dólar baixo compromete crescimento de exportações em SC

Importações cresceram 114%, enquanto as exportações apenas 25%.
Nesta semana o governo brasileiro anunciou duas medidas para conter a queda do dólar. A primeira foi na segunda-feira, 4, quando houve aumento de 2% para 4% do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF - incide sobre os dólares que entram no país em busca de rendimentos de curto prazo).
A segunda medida foi anunciada ontem, 6, quando o Conselho Monetário Nacional (CMN) ampliou a atuação do Tesouro Nacional na compra de moeda americana, que poderá chegar a US$ 10,7 bilhões adicionais no mercado para antecipar o pagamento da dívida externa.
Mesmo com todas essas medidas, os impactos na economia catarinense já foram sentidos. Dados divulgados pela Federação das Indústrias (Fiesc) mostram que de janeiro a setembro, as exportações aumentaram 18,7%, ritmo de expansão bem inferior aos 69,8% de crescimento registrado nas importações nesse mesmo período. Com o resultado, a balança comercial do Estado acumula déficit de US$ 2,82 bilhões em 2010.
Exportadoras
O vice-presidente da Teka, produtora de artigos para cama, mesa e banho, Marcello Stewers, declara que a situação não assusta mais, pois não é nova. Segundo ele, as empresas já sentiram queda nas exportações há algum tempo. "O setor têxtil já está tirando o time de campo. O cenário só piorou de algumas semanas para cá. O volume de vendas caiu 70% desde a primeira crise do dólar há dois anos"
Stewers ainda explica que o mercado interno está aquecido, o que se mostra como a única solução para as indústrias não fecharem as portas. "É um pecado a situação que a gente está vivendo. Temos que aproveitar o momento para atualizar o parque fabril trazendo novas tecnologias do exterior, fora isso, nos resta lamentar. Já tiramos o nosso time de campo nas exportações", reitera o vice-presidente da Teka.
Outra exportadora, de motores elétricos, transformadores, geradores e tintas, a WEG, decidiu adotar algumas medidas para evitar problemas com a valorização do real. Segundo declarações do presidente da companhia, Harry Schmelzer, a aposta é incentivar a produção nos países onde a WEG tem filial (China, Argentina e México). Em novembro, a empresa, de Jaraguá do Sul, vai inaugurar uma fábrica na Índia para produzir motores e geradores.
O porto privado de Navegantes, Portonave, registrou, entre janeiro e agosto de 2010, aumento de 114% nas importações quando comparadas a 2009, enquanto as exportações cresceram apenas 25%. O gerente comercial da Portonave, Juliano Perin, afirma que é difícil se manter no mercado com o real forte e com concorrentes como a China. "O setor que menos sofreu é o de carnes congeladas que atualmente representam 50% das exportações feitas no vale do Itajaí. Antes da crise, esse setor representava 25%, o que significa que os outros mercados perderam espaço", conclui Perin.
O primeiro vice-presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, defende medidas governamentais urgentes. "No curtíssimo prazo, o governo deve desonerar as exportações, que recebem uma carga tributária muito alta, e abrir espaço para a redução dos juros, a partir da contenção dos gastos públicos que são muito altos".
Setores que conseguiram sobreviver
Segundo levantamento da Fiesc, no acumulado do ano, os dez principais produtos exportados pelo estado registraram crescimento. Entre eles estão blocos de cilindros e cabeçotes para motores (178,3%), motocompressores herméticos (47,2%), grãos de soja (45,4%), motores, transformadores e geradores elétricos (21,8%) e carne de frango (20,1%).
Dentre os principais destinos dos embarques do estado estão Estados Unidos, Holanda, Argentina, Japão, Alemanha e China.
Importação
De janeiro a setembro, entre os produtos importados pelo estado que mais registraram crescimento estão os insumos policloreto de vinila (368,6%), laminados de ferro e aço (267,6%), fios de algodão (228,6%), polipropileno (140,4%) e catodos de cobre (126,9%).
A China é o país de quem Santa Catarina mais importa. Na seqüência aparecem Chile, Argentina, Estados Unidos, Alemanha e Índia.
 Portal Economia SC

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Indústria amplia para 7,5% previsão de alta do PIB em 2010

MÁRIO SÉRGIO LIMA
DE BRASÍLIA
A CNI (Confederação Nacional da Indústria) revisou para cima a sua projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) ao final do ano. A entidade passou a prever expansão da economia do Brasil de 7,5%. Na projeção anterior, de junho, o crescimento estava estimado em 7,2%.
Para o PIB Industrial, foi mantida a previsão de expansão de 12,3%, igual à realizada em junho. Já o consumo das famílias foi revisado de 7,3% na projeção realizada em junho para 7,6% na projeção divulgada nesta quinta-feira. Foram mantidas ainda as previsões para os investimentos (24,5%) e para a taxa de desemprego (7,0%).
O documento Informe Conjuntural também apresentou revisões para índices de inflação, de câmbio e de juros. A CNI reduziu de 5,4% em junho para 5,0% a previsão para a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ao final do ano, ainda um pouco acima do centro da meta do governo para o indicador, que é de 4,5%.
Para a taxa de câmbio ao final do ano, a CNI reduziu a previsão de R$ 1,79 para R$ 1,70. Já para a taxa básica de juros da economia (Selic) ao final do ano, a CNI apresentou recuo de 11,50% ao ano na estimativa de junho para previsão de 10,75% ao ano no Informe Conjuntural desta quinta-feira.
CONTAS PÚBLICAS
A CNI aumentou a previsão para o deficit público nominal ao final do ano. Em junho, a estimativa estava em 2,95% do PIB. Agora, a previsão passou a 3,10% do PIB. Já a projeção para o superavit público primário caiu de 2,60% do PIB para 2,35% do PIB.
Já a previsão para a dívida pública líquida subiu de 40,9% do PIB em junho para 41% agora. A CNI reforça que as previsões para as contas públicas não incluem o resultado da Petrobras.
Em relação ao setor externo, a CNI elevou de US$ 190 bilhões para US$ 192 bilhões projeção para o volume de exportações do ano. Como a previsão para as importações foi mantida num volume de US$ 180 bilhões, a estimativa para o superavit da balança comercial cresceu de US$ 10 bilhões em junho para US$ 12 bilhões agora. Já a previsão para o deficit em conta corrente ao final do ano foi mantida em US$ 54 bilhões.
Fonte: Folha.com

IBGE aponta crescimento da indústria catarinense em agosto

A produção industrial em Santa Catarina registrou alta de 0,1% em agosto na comparação com o mês anterior. O índice é contrário ao registrado na média nacional, que apresentou retração dos mesmos 0,1% no mês. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e foram divulgados nesta quarta-feira.
Nove das 14 regiões pesquisadas registraram queda na produção indústria na comparação com julho. Além de Santa Catarina, apenas Pará (2,4%), Rio de Janeiro (1,6%), São Paulo (1,3%) e Ceará (0,8%) obtiveram resultados positivos em agosto.
Na comparação com agosto de 2009, porém, o resultado da indústria catarinense não é tão empolgante: expansão de 3,8%, a mais baixa entre todas 14 regiões pesquisadas pelo IBGE. A média nacional de expansão da indústria em relação a agosto de 2009 foi de 8,9%.
Ceará (17,4%) e Espírito Santo (15%) se destacaram com crescimentos muito acima do registrado em âmbito nacional.
Acumulado do ano
No acumulado de janeiro a agosto, a indústria catarinense apresenta um crescimento de 9,4% enquanto a média nacional foi de 14,1%. Nesse quesito, destacam-se os setores industriais capixaba (31,7%) e amazonense (23,8%).
Quando a base de comparação é quadrimestral, o crescimento da indústria catarinense é de 5,8% entre maio e agosto. A média nacional é de 10,8%. No primeiro quadrimestre do ano, os crescimentos de Santa Catarina e Brasil foram de 13,5% e 18%, respectivamente.
Fonte: Portal Economia SC

Produção industrial recua em 9 dos 14 locais pesquisados

A produção industrial caiu em nove dos 14 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre os meses de julho e agosto. A principal queda foi observada no Paraná (7,2%), em função da paralisação técnica ocorrida no setor de refino de petróleo e produção de álcool.
De acordo com os dados da Pesquisa Industrial Mensal Produção Física - Regional, divulgados ontem pelo IBGE, também houve redução mais forte do que o observado na média nacional de menos 0,1%, em Goiás (-4,8%), no Rio Grande do Sul (-4,3%), em Pernambuco (-4,0%), no Amazonas (-3,0%), no Nordeste (-1,9%), Bahia (-1,7%) e Espírito Santo (-1,1%).
O estudo aponta ainda que, em Minas Gerais, a produção seguiu o resultado do total da indústria e teve redução de 0,1% entre os dois meses. Por outro lado, houve expansão na produção da indústria no Pará (2,4%), no Rio de Janeiro (1,6%), em São Paulo (1,3%), no Ceará (0,8%) e em Santa Catarina (0,1%). Esse foi o segundo avanço consecutivo de São Paulo, que havia crescido 0,9% no mês anterior.
Na comparação com agosto do ano passado, os índices apontam crescimento generalizado, com aumento em todos os locais verificados, principalmente no Ceará (17,4%), no Espírito Santo (15,0%), no Pará (11,2%), em Minas Gerais (10,9%), no Rio de Janeiro (9,6%), em São Paulo (9,4%), no Paraná (9,1%) e no Amazonas (9,0%).
A pesquisa revela ainda que, de janeiro a agosto ante o mesmo período de 2009, o setor acumula expansão em todos os locais.
Valor Econômico

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Agosto apresenta indicadores conflitantes para a indústria nacional

A indústria brasileira registrou um faturamento 0,3% menor em agosto na comparação com o mês de julho. Os dados são da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e mostram também que, no acumulado dos oito primeiros meses do ano, o indicador registra um crescimento de 11,5%, o maior da série histórica, que teve início em 2005.
É a primeira vez no período que o faturamento fica acima dos 10%. Segundo a entidade, mesmo com a queda em agosto, a crise financeira já ficou para trás: o faturamento industrial está 4,1% acima do registrado em setembro de 2008. A CNI avalia que o mês de agosto foi caracterizado por "sinais ambíguos" por parte da indústria, já que tanto o emprego quanto o número de horas trabalhadas na produção registraram alta no mês.
Indicadores em direções opostas
O emprego na indústria manteve a tendência de crescimento registrada nos meses anteriores e se expandiu 0,8% em agosto. Esse é o 13º aumento consecutivo no índice, que também mostra a recuperação da indústria nacional frente à crise de 2008. As vagas fechadas com a turbulência internacional já foram restabelecidas e a taxa atual é 1,8% do que a registrada no período pré-crise.
As horas trabalhadas na produção também se expandiram em agosto, com uma taxa 0,5% superior ao mês de julho. "Com esse patamar, o indicador se aproxima do nível pré-crise, ficando 1,7% inferior ao patamar de setembro de 2008", informa a CNI. De janeiro a agosto de 2010, o indicador acumula uma expansão de 8,1% - também novo recorde histórico
O uso da capacidade instalada da indústria ficou em 82,3% em agosto, 0,2 ponto percentual abaixo de julho. É o quarto mês seguido de diminuição neste indicador, que está 0,9 ponto percentual abaixo do período anterior à crise. Agosto foi, de fato, um mês paradoxal para a indústria brasileira.
Portal Economia SC

terça-feira, 5 de outubro de 2010

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Importado responde por metade do consumo de máquinas

Sergio Lamucci | De São Paulo
Nos primeiros sete meses deste ano, cinco em cada dez máquinas novas que chegaram às fábricas brasileiras eram importadas, respondendo por metade do investimento feito pelas empresas na modernização e ampliação de sua capacidade produtiva. Por isso, neste período, os bens produzidos fora do país responderam, em volume, por 50,3% do consumo interno de máquinas e equipamentos, percentual quase idêntico aos 50,8% de 2009 e bem acima dos 37,7% de 2004, ano em que o investimento começou a crescer com mais força. A fatia dos produtos fabricados no exterior só não é maior porque as exportações têm crescido a um ritmo modesto, fazendo com que uma parte maior da produção local de bens de capital seja destinada ao mercado interno.
Nos sete primeiros meses do ano, apenas 28,7% da fabricação doméstica de máquinas e equipamentos foi exportada, número bem menor que os 50% de 2004, por exemplo. Todos os números são estimativas da LCA Consultores, com base em informações da Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex), do IBGE e da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
O volume importado de bens de capital aumenta muito devido à combinação do real valorizado e da queda dos preços em dólar, diz o economista-chefe da LCA, Bráulio Borges. De janeiro a julho, as importações cresceram 31,3% em relação ao mesmo período do ano passado, um pouco mais rápido que os 28,3% da produção local. As exportações, por sua vez, subiram apenas 11,5% no período. Com isso, o consumo interno de máquinas e equipamentos subiu 30,8% no período, um sinal eloquente do ciclo de investimento em curso.
Uma simulação que leva em conta o movimento do câmbio e dos preços em dólar deixa clara a atratividade dos bens de capital estrangeiros. De janeiro a julho de 2009, uma máquina que custasse US$ 100 mil sairia por R$ 216 mil, considerando o câmbio médio de R$ 2,16. No mesmo período deste ano, a cotação em dólar dos bens de capital encolheu 4,5% em relação aos sete primeiros meses de 2009, o que faria o preço da mesma máquina cair para US$ 95,5 mil. Como o câmbio médio de janeiro a julho deste ano ficou em R$ 1,80, seria possível comprar o mesmo produto por R$ 171,9 mil, 20,4% menos do que em 2009.
"É uma diferença muito expressiva, que ajuda a entender a alta dos importados", diz Borges. Segundo ele, como o Brasil cresce num momento em que a demanda global está fraca, os grandes fabricantes de bens de capital concedem descontos para vender seus produtos por aqui, um país em que o investimento avança bastante. Nos últimos meses, o ritmo de importações de bens de capital se acelerou - em julho, por exemplo, o volume de compras externas subiu 61,8% sobre julho de 2009, bem acima da alta de 31,3% acumulada no ano. Já a produção local desses bens perde força. Em julho, a alta sobre o mesmo mês do ano passado foi de 21,1%, menos que os 28,3% acumulado no ano.
"Com Estados Unidos, Europa e Japão crescendo pouco, os asiáticos direcionam as exportações para países de mercados como os da América Latina", diz o economista Fábio Silveira, sócio da RC Consultores. Segundo ele, o setor de bens de capital é um dos segmentos da indústria brasileira que enfrenta problemas de competitividade, não apenas por causa do câmbio valorizado, mas também em razão da carga tributaria elevada e do ainda elevado custo de capital. "Fica difícil competir em alguns segmentos com produtos estrangeiros, principalmente com os de origem asiática", afirma ele.
O professor Paulo Gala, da Escola de Economia de São Paulo (EESP) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), diz que, num cenário de câmbio extremamente valorizado e demanda muito aquecida, as importações de bens de capital explodem. "Juntou-se a fome com a vontade de comer", diz. "Se o dólar estivesse em R$ 2,30, o aumento das importações teria uma trajetória mais saudável." Gala se preocupa com a indústria de máquinas e equipamentos, considerando fundamental que o país tenha a capacidade de fabricar produtos mais avançados do ponto de vista tecnológico. "Abrir mão de produzir bens de capital mais sofisticados é abrir mão do desenvolvimento."
Além da concorrência dos importados, a indústria também enfrenta dificuldades para exportar, dada a demanda global fraca e o dólar barato. Isso explica o encolhimento da fatia da produção nacional destinada às exportações.
Fonte: Valor Econômico

Sinafer e Abimaq alertam para a desindustrialização

03/10/2010) - O risco da desindustrialização está rondando a economia brasileira. Desde 2009, tem crescido o número de entidades e associações alertando para o fato. Sem condições de competir com os preços dos importados, muitos fabricantes de máquinas, equipamentos, peças, ferramentas etc. estão deixando de produzir internamente e tornando-se simplesmente importadores dos mesmos produtos.
Milton Pessoa Rezende, que assumiu em setembro a presidência do Sinafer (Sindicato da Indústria de Artefatos de Ferro, Metais e Ferramentas em Geral), afirma que “hoje, o grande problema enfrentado pelo nosso setor é o que chamamos de ‘desindustrialização do Brasil’, já que as fábricas brasileiras têm importado a maior parte de seus componentes, peças e moldes, colocando em desuso as nossas ferramentas”.
Segundo o presidente do Sinafer, várias empresas do setor deixaram de fabricar algumas ferramentas que, em decorrência do ‘Custo Brasil’, deixaram de ser competitivas. “Algumas indústrias passaram a importar produtos de outros países com sua marca, para assim poderem competir no mercado brasileiro”, observa.
Já a Abimaq, que recentemente solicitou ao governo o aumento do Imposto de Importação de 14 para 35% para máquinas e equipamentos importados, fez um levantamento sobre a importação de 1.400 produtos. 250 deles, considerados “casos críticos”, serão levados ao Ministério da Fazenda esta semana em nova rodada de negociações.
Entre os casos críticos estão bombas de vácuo e válvulas de segurança. A entidade comparou o volume importado desses produtos da Alemanha e da China. Em média, as bombas importadas da Alemanha têm preço de US$ 32,30 o kg; enquanto as chinesas - com a mesma NCM, ou seja, produtos iguais - custam US$ 7,66/kg, “o que mal paga a matéria-prima”, segundo o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto.
Não por outro motivo, o volume de bombas de vácuo importadas da China saltou de 41 mil em 2006 para 109 mil em 2009. Da Alemanha, no mesmo período, a importação caiu de 67 mil para 63 mil. No caso das válvulas, a disparidade de preços é ainda maior: US$ 50,99/kg contra US$ 10,40/kg.
Uma prova de que o Brasil está em processo de desindustrialização, segundo o presidente da Abimaq, é que a entidade enviou cerca de 500 e-mails para associados ligados à produção dos 250 “casos críticos”, convidando-os a se mobilizar contra o que classificou de “invasão”. Resultado: 45 responderam, sendo que apenas 3 se dispunham a fazer algum movimento para enfrentar o problema. Para Aubert, esse baixo retorno dos associados só tem uma explicação: “significa que também os nossos associados passaram a importar”.
Para o dirigente, o que explica o aumento exagerado das importações é o Custo Brasil., que diminui a competitividade dos produtos brasileiros frente aos similares de outros países, principalmente da China. “Detemos a maior taxa de juros do mundo, maior número de impostos e tributos em um só produto. Isso, comparando aos equipamentos chineses, de menor valor agregado, se torna uma competição predatória. O pior é que o próprio governo ajuda nesta competição desigual”, afirma, citando as recentes altas dos juros (taxa Selic) promovidas pelo Banco Central.
“Corremos o risco de ver parte do setor produtivo ser transformada em montador, numa indústria que só tem casca e cujo conteúdo vem de fora”, disse há alguns meses o economista Júlio Sérgio Gomes de Almeida, assessor do IEDI -Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial.
Fonte: Usinagem Brasil

Indústria de máquinas cresce, mas importações preocupam

A indústria de máquinas e equipamentos apresentou o crescimento 14,8% no faturamento nominal nos primeiros oito meses de 2010, somando R$ 70 bilhões no período, segundo estudo do Departamento de Economia e Estatística (DEEE) da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), graças ao aporte do Programa de Sustentação dos Investimentos (PSI), implementado desde junho do ano passado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com sua política desenvolvimentista a taxas de 5,5% ao ano para financiamentos
De acordo com Luiz Aubert Neto, presidente da Abimaq, num momento em que a indústria nacional sofria com a voracidade da crise de um ano atrás, o PSI obedeceu a uma lógica anticíclica para compensar a escassez de crédito privado com recursos do próprio BNDES. Na comparação mês a mês (agosto de 2010 com agosto de 2009), o faturamento da indústria de bens de capital foi apenas 4,6% maior, enquanto na análise com o mês imediatamente anterior (julho de 2010 com julho de 2009) a diferença era de 19,1%.
“Isso se deve, inclusive, a uma base de comparação muito fraca, que foi o ano de 2009. No entanto, se compararmos o aumento do faturamento de julho para agosto deste ano, verificamos um crescimento de míseros 2%. O reflexo disso pode ser explicado, também, pelos números de julho de 2010, quando tivemos uma queda do faturamento em 1,6% na relação com junho deste ano”, aponta.
De acordo com o executivo, a sustentação e os sucessivos superávits no faturamento nominal do setor se deve, e muito, às medidas adotadas pelo BNDES. Porém, Aubert faz questão de ressaltar a dificuldade do produto nacional em competir com os importados.
“Em julho deste ano, chegamos ao maior número de importações dos últimos 70 anos. Se o Governo Federal não fizer algo em prol da competitividade do produto nacional, aumentando, ao menos, em 35% a alíquota de importação das máquinas e equipamentos estrangeiros, a indústria brasileira caminhará para um futuro incerto”, declara.
O presidente explica que, para os próximos meses, a tendência de queda no aumento do faturamento nominal da indústria de bens de capital mecânico deve se acentuar. Isso porque, se tirada a participação do Finame no faturamento do setor, que aumentou de 15% para 52% desde o lançamento do PSI, a base de sustentação do segmento de máquinas e equipamentos, o volume de vendas seria muito mais baixo e acabaria por decretar um estado de emergência em toda a indústria.
O consumo aparente de máquinas e equipamentos, soma da produção e das importações menos as exportações, obteve uma elevação acima do faturamento nominal no período de janeiro a agosto deste ano, chegando a 14,9% em comparação aos oitos meses de um ano atrás. A soma chegou a R$ 63,99 bilhões, com aumento da participação das importações no consumo aparente para 43,4% - 1,0% a mais que os cálculos relativos até julho de 2010.
Os dados da Abimaq apontam para um crescimento de 2,2% de janeiro a agosto de 2010, mesma taxa de crescimento registrada de janeiro a julho deste ano, chegando a 82,44% no nível de utilização da capacidade instalada da indústria de máquinas e equipamentos. Porém, Aubert atenta para os números com maior destreza. “A atividade do nosso setor corresponde a apenas um turno de trabalho e ainda contamos com uma margem de ociosidade que foi deixada pela crise financeira”, analisa.
Balança comercial - Seguindo a tendência que vem perdurando durante todo o ano, o déficit da balança comercial se concentra no cerne das preocupações do setor e já acumulou, de janeiro a agosto deste ano, US$ 9,87 bilhões. “O que se nota é descuido ao analisar os índices de uma maneira geral. Quando falamos em aumento de faturamento, logo se cria uma expectativa otimista. Mas, na verdade, o que deve ser refletido é a base de comparação, uma vez que 2009 foi um dos piores anos da indústria nacional, e sem o PSI o setor estaria navegando em mares obscuros”, analisa Aubert.
Durante os oito meses de 2010, o setor exportou US$ 5,6 bilhões FOB, 13,9% acima dos US$ 4,97 bilhões FOB registrados no mesmo período de 2009. No ranking dos principais destinos das exportações de bens de capital mecânico nacional para o mercado exterior, aparece, no primeiro lugar, os EUA, com 16,58% do volume total das vendas, seguido por Argentina, com uma fatia de 11,63%, México, com 6,41% e países Baixos (Holanda), com 5,92%. O Chile vem na quinta posição na lista dos principais compradores dos produtos brasileiros, com uma fatia equivalente a 4,70% do volume de vendas.
Em compensação, as importações cresceram, de janeiro a agosto deste ano em comparação ao mesmo período do ano anterior, 27,7%, contabilizando US$ 15,5 bilhões FOB contra os US$ 12,1 FOB calculados em 2009.
O presidente da associação argumenta que, até o fim do ano, o setor acumulará um déficit equivalente a US$ 12 bilhões, se não forem tomadas medidas para reverter a entrada de produtos do mercado internacional que concorrem, de maneira desigual, com os do mercado nacional, uma vez que o “Custo Brasil” diminui a competitividade das máquinas e equipamentos brasileiros frente aos similares de outros países, principalmente da China.
“Detemos a maior taxa de juros do mundo, maior número de impostos e tributos em um só produto. Isso, comparado aos equipamentos chineses, de menor valor agregado, se torna uma competição predatória. O pior é que o próprio País (Governo) ajuda nesta competição desigual”, reclama Aubert Neto, apontando para as sucessivas altas dos juros (taxa Selic) promovidas pelo Comitê de Política Monetária (COPOM) Banco Central, além da falta de normas e medidas para reverter o quadro.
Empregos - O número de empregos no setor manteve a tendência de ampliação do quadro de pessoal. Em agosto, a indústria de bens de capital mecânico ampliou o número de carteiras assinadas para 248.843. O quadro atual representa um aumento de 0,5% em relação ao mês imediatamente anterior e de 7,7% na comparação mês a mês de do ano anterior (agosto 2010 com agosto 2009).
Fonte: Ipesi Digital

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Indústrias do Sul são as que mais investem em tecnologias sustentáveis, diz CNI

No país, 71,3% dos empreendimentos adotam medidas que favorecem o meio ambiente.
A Confederação Nacional das Indústrias (CNI) divulgou nesta quarta-feira uma sondagem com as empresas do país sobre medidas sustentáveis. O resultado foi que 71,3% dos empreendimentos adotam procedimentos que favorecem o meio ambiente.
Quase todas as grandes empresas estão preocupadas com o tema: 94,9% delas investem no cuidado com a natureza. Entre as pequenas empresas, o percentual é de 61%.
A região Sul é a que possui a maior proporção de empresas que adotam procedimentos gerenciais associados à gestão ambiental, com 74,5%. Em seguida, vem o Sudeste com 71,6%, Norte com 70%, Nordeste com 69,1% e por último o Centro-Oeste com 67,7%.
Entre as empresas que adotam medidas para amenizar o impacto no ambiente, 87,5% declararam possuir um sistema de gestão ambiental (SGA). Ou seja, 62,4% das indústrias brasileiras possuem procedimentos sistemáticos e contínuos de gestão ambiental.

Considerando-se apenas as empresas que possuem um SGA, a participação da região Sul cai para 66,5%, mas permanece sendo a mais elevada. Em seguida vêm as regiões Norte (63,3%), Sudeste (62,2%), Nordeste (59,3%) e Centro-Oeste (58,5%).
Motivos para adoção de medidas ambientais
A maior parte das empresas implanta essas medidas por se preocupar com sua imagem e reputação. Do total de entrevistados, 78,6% indicaram a alternativa.
Aquelas que cuidam da natureza por causa das exigências do licenciamento ambiental somam 77,7%. Se adequar aos regulamentos ambientais é o principal motivo para 66,6% das empresas. Por fim, 65,8% delas alegam que a iniciativa faz parte de sua política interna.
Segundo a CNI, o fato de a preocupação com a imagem superar a importância das obrigações legais demonstra que há uma clara preocupação das empresas quanto ao que consumidores, acionistas, mídia e concorrentes percebem da empresa com relação às questões ambientais.
Quanto menor o porte, mais importantes são os requisitos legais no estímulo para a adoção de procedimentos de gestão ambiental. No caso das grandes empresas os dois principais fatores são imagem e reputação, com 82,4% de assinalações, e política interna da empresa, com 73,9%. Entre as pequenas empresas, o principal motivo são exigências do licenciamento ambiental (82,1%), seguidas por imagem e reputação (75,8%) e regulamentos ambientais (64,2%).
Programas mais adotados
Entre as empresas que possuem Sistema de Gestão Ambiental (SGA), a maior parte (80,1%) possui medidas para reduzir a geração de resíduos. Os demais programas mais adotados são: uso eficiente de energia (69,5%), redução no uso de água (58,3%), uso de resíduos como matéria-prima ou insumo (45,9%) e recirculação de água (43,6%).
Esses resultados, afirma a CNI, mostram que as empresas estão interessadas em aliar a racionalização no uso de matérias-primas à melhoria de seus processos industriais.
Incentivos fiscais
Para 15,8% das indústrias consultadas, nenhum incentivo seria efetivo para estimular as empresas a adotarem instrumentos de gestão ambiental. Dentre as demais, a melhor política de incentivo é o tratamento fiscal diferenciado. Essa opção foi assinalada por 67,1% das empresas.
A maioria das empresas (61,9%) também destacou o incentivo através do tratamento diferenciado no licenciamento ambiental. A terceira política mais citada é a oferta de financiamento a juros mais baixos (49%).
Empresas investirão mais
Em 2009, 82,1% das empresas dizem que investiram em gestão ambiental. Já para 2010, o percentual é de 84,3%.
Além de mais empresas adotarem medidas socioambientais, elas também aumentaram o valor de seus investimentos.
A quantidade de empresas que investirá de 4% até 10% em gestão ambiental é 4,3% superior do que em 2009.
Na faixa acima de 10% até 20% o aumento foi de 1,9%.
Em 2009, 97,5% das grandes empresas declararam ter investido em gestão ambiental, sendo que há uma maior concentração na faixa que vai até 10% do investimento total realizado. Nessa mesma faixa, 88,9% das médias e 73,2% das pequenas empresas pesquisadas alocaram recursos para sustentabilidade.
Portal Economia SC

Expectativa do industrial de Santa Catarina na economia é positiva

A expectativa dos industriais de Santa Catarina quanto ao comportamento da economia nos próximos seis meses é positiva. O indicador de setembro fechou em 62,6 pontos mantendo-se praticamente estável em relação a agosto, quando o índice alcançou 62,5 pontos. Os dados são da pesquisa Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), medido pela Federação das Indústrias (FIESC) em conjunto com a CNI.
O ICEI varia num intervalo de 0 a 100. Acima de 50 indica confiança na economia e abaixo, falta de confiança.
O presidente do Sistema FIESC, Alcantaro Corrêa, destaca que a confiança dos empresários na economia tem ficado em patamares elevados e sempre acima da média histórica. "Apesar de registrar pequenas oscilações, a pesquisa mostra a disposição dos industriais em manter os investimentos, especialmente nesse período em que muitos segmentos já se preparam para atender as demandas do final de ano", diz Corrêa.
Em setembro, o ICEI fechou em 59,8 pontos, acima da média histórica, calculada desde 1999, que é de 58,7 pontos. Invertendo a avaliação do mês passado, os empresários do setor de transformação estão mais otimistas que os do segmento da construção civil. O índice de confiança da indústria de transformação registrou 59,8 pontos enquanto o da construção civil alcançou 57,2 pontos.
O índice que mede as condições atuais da economia somou 54,2 pontos em setembro. Isso mostra que os empresários seguem confiantes embora o dado de setembro tenha registrado queda de 1,5 ponto em relação a agosto. A pesquisa, realizada entre os dias 31 de agosto e 21 se setembro, teve a participação de 132 empresas de todos os portes e inclui companhias da indústria de transformação e da construção civil.
Fonte: Fiesc