12 respostas para Diálogo 37 – Linhas e Pontos

  1. bellavalle disse:

    É bom ver todas as coisas que discutimos organizadinhas e resumidas em um texto tão bom. Obrigada, Queiroga! Cheiro!

  2. Lívia Aquino disse:

    É, do Intercom pra cá cresceu como ideia. Bom de ver isso.
    Adorei a lógica rizomática 😉
    Bj pros dois ‘autores’!

  3. pio disse:

    Oi Queiroga,

    é bem instigante essa investigação.
    Por aqui, temos pensado bastante no “virtual como dispositivo fotográfico”, nessa busca de entender por onde caminham os processos criativos.
    Esse conceito de dispositivo de que fala Agamben, entre outros autores, e que coloca as mediações, os agenciamentos, as ações do coletivo, ou até mesmo o acaso, como um dispositivo cultural.

    Assim como foi dito nesse texto, essas etapas em um processo fotográfico se portam realmente decisivas. E o virtual é uma espécie de superfície sensível(ou de máquina fotográfica!) que tem a capacidade de desterritorializar qualquer sentido apreendido como atual, impondo uma sucessão de imagens que não se fixam e se recolocam, sempre em um depois, descoladas de qualquer intenção planejada.

    Você leu de Claudinha(Icônica) : “[…] o virtual se define como o que surge e desaparece “num tempo menor do que o mínimo de tempo contínuo pensável” e opera por um princípio de indeterminação ou de incerteza — já que a brevidade ou efemeridade do virtual, num tempo não pensável, introduz o aleatório e o caos no cerne do movimento virtual. Na zona de indeterminação, entre o que não está lá nem cá, o virtual se atualiza, sempre outro[…]”? Tem um “sopro”no texto dela que também amplia a noção em torno da criação de imagens.

    O fotógrafo é a menor parte de uma fotografia. Essa linguagem que tem, entre as suas rebeldias, a capacidade de desconfigurar as intenções que lhe fizeram existir.
    Obrigadíssimo pela citação de“Retiro”. Gostamos tanto dessa série que é legal vê-la por aí…

    • Eduardo Queiroga disse:

      Pois é, Pio. Ótimo articular a ideia de virtual nessa discussão. Como não poderia deixar de ser, estamos tateando nessa investigação e, se pensamos e acreditamos na lógica do rizoma, as construções se fazem nas ligações, nessa linha que pode habitar (ou ser habitação de) um tempo efêmero, cujo rompimento já se configura como uma nova possibilidade. Ou seja, se não estiver muito enganado, existe toda uma riqueza de virtuais também na construção de nossa discussão. Algo que me instiga muito.

  4. bellavalle disse:

    Obrigada, queridos Pio e Lívia. É uma honra tê-los visitando nosso blog, viu? Cheiro e saudades de vocês!

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  6. Chico Peixoto disse:

    é provável que o próximo passo seja esse mesmo: o fotógrafo como alguém que articula linguagens; que não domina tudo, mas tem percepção apurada e está atento ao acaso e ao “erro” como possíveis elementos de composição; que recorre à tecnologia e ao conhecimento de outros especialistas de acordo com o propósito do trabalho. acho, inclusive, que essas questões ajudam a diferenciar de forma mais clara o fotógrafo das demais pessoas que fotografam. não que apenas o fotógrafo pense, longe disso. porém me parece válido concluir que o fotógrafo tende a se aproximar cada vez mais da figura de mentor imagético.

    ***

    chamou minha atenção o termo “lógica rizomática”? o que é isso? poderiam me indicar referências? valeu!

    • Eduardo Queiroga disse:

      Oi, Chico,
      Rizoma é um conceito trazido por Gilles Deleuze e Félix Guattari, em sua obra “Mil platôs” (Editora 34). O rizoma tem alguns princípios. O primeiro deles é o de conexão – qualquer ponto pode ser conectado a qualquer outro. É diferente, por exemplo, da ideia de árvore ou raiz, muito comum quando se fala em ligações e esquemas, quando há um centro, uma ordem, algo está ligado a outro, porém numa ordem definida. Aqui, no rizoma, também considera a ligação com pontos de outra natureza, ou seja, ligações externas. Embora o rizoma se faça pela ligação – e não por algo anterior – essas linhas podem ser rompidas, mas isso também faz parte do rizoma, ele também é composto pelas rupturas e novas ligações (linhas de fuga) que acontecem a partir daí. Enfim, é um conceito muito interessante para observarmos vários fenômenos atuais e merece um aprofundamento devido, pois não se resume a essas características que trago aqui. O próprio livro foi escrito de uma maneira rizomática, segundo os autores e pode ser lido em qualquer ordem, não necessariamente na que está editado.

      • bellavalle disse:

        Deleuze = <3. Tão lindo a gente trazendo esses conceitos pra cá pra tão pertinho do nosso dia-a-dia… Obrigada, gente, pelo diálogo lindo e cheio de trocas!

      • chico peixoto disse:

        o pouco que você explicou já foi bem válido! legal imaginar, a partir dessa perspectiva, que não existem apenas “reações em cadeia”, mas ecos que se espalham em inúmeras direções. e há sempre um sentido, não importa pra onde olhemos. é assustador e ao mesmo tempo instigante pensar que, por exemplo, as nossas fotografias influenciam no desenrolar de fenômenos mais até do que podemos perceber. muito bom mesmo. obrigado, Queiroga!

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