sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Graffiti - arte das ruas

Os franceses tinham razão: La beauté est dans la rue. Em 1968, as movimentações nas ruas se misturaram à arte, gerando protestos inovadores, principalmente na música. De lá para cá, as cidades se tornaram grandes centros urbanos, verdadeiros caldeirões culturais, que deram origem, entre outras coisas, ao que se conhece como cultura de rua.

Pelo que se sabe, o graffiti foi usado nos Estados Unidos a partir de 1967 para ativismo político e logo em experimentações artísticas. Em 1975, Nova Iorque e Los Angeles já tinham grafiteiros famosos. Depois Londres e Paris, e o mundo.

Mas graffiti é pichação? Embeleza ou suja a cidade? Spray nos muros, nos telefones públicos, nos postes, entre characters e tags - arte urbana? Dependendo da forma, do lugar e do propósito, é prática criminosa por depredar o patrimônio, público ou privado. O deus Wikipédia diz "Diferentemente do Grafite, cuja preocupação é de ordem estética, o piche tem como objetivo a demarcação de territórios entre grupos (as vezes rivais, depende de onde são esses grupos)." No Brasil, como em outros lugares, tem punição para quem é pego pichando.

As idéias são 'pichação é vandalismo' - 'graffiti é arte', tanto que centros culturais chamam grafiteiros para murais, eles expõem em museus etc. Arte urbana é inteligente, moderna, ousada na crítica e na inovação dos traços, da mistura de cores - arte contemporânea. Entre o submundo e o sistema, entre as gangues e a arte; vai do hip hop ao rap, do skate ao grunge e ao metrô, do independente e underground às grandes marcas, do graffiti ao sticker e o stencil.

Graffiti vai do decorativo às assinaturas estilizadas, as tags, e além das exposições de arte, também tem uma literatura, como é o recente NYC BCN - Street Art Revolution. Livro com centenas de fotos de tudo de arte urbana dessas duas cidades, que vi em Brasília. Brasília é BSB. NYC, BCN, BSB... A cidade de concreto e grama tem muita arte urbana por toda parte, mas não aparece como Rio e São Paulo. Não seja por isso. Percorri a W3 Sul de Brasília de bicicleta, na chuvosa manhã de 27 de janeiro, há alguns dias, e estou colocando um pouco do que há nesses 5 km e meio no meu flickr.

Long Island, região de NYC, é lugar do 5 Pointz. A partir de uma exposição do P.S. 1 Contemporary Art Center (afiliado ao famoso MoMA), surgiu a idéia para uma "Mecca do graffiti", como uns chamam. E o lugar é colossal.

O já falecido Jean-Michel Basquiat começou como grafiteiro e daí foi para as artes plásticas, num neo-expressionismo ousado. A revista Juxtapoz faz uma boa cobertura dessa arte, e anteontem publicou "Brazil is home to many of the world’s most talented street artists" (quanta moral), dando destaque para o brasileiro Mateu Velasco. Aqui em Fortaleza, um coletivo de destaque é o Acidum, com trabalhos no muro do CH 1 da UFC, no Dragão do Mar, no entorno do Mercado dos Pinhões, entre outros cantos. É arte que se vê e que se vive - fresh from the streets, orkut?

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