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Perto de Tóquio vivia um grande samurai, já idoso, que agora se dedicava a ensinar o zen aos jovens. Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário.

Certa tarde, um guerreiro conhecido por sua total falta de escrúpulos apareceu por ali. Era famoso por utilizar a técnica da provocação: esperava que seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de uma inteligência privilegiada para reparar os erros cometidos, contra-atacava com velocidade fulminante. O jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta. Conhecendo a reputação do samurai, estava ali para derrotá-lo, e aumentar sua fama. Todos os estudantes se manifestaram contra a idéia, mas o velho aceitou o desafio. Foram todos para a praça da cidade, e o jovem começou a insultar o velho mestre. Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos conhecidos, ofendendo inclusive seus ancestrais. Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível. No final da tarde, sentindo-se já exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se.

Desapontados pelo fato de que o mestre aceitar tantos insultos e provocações, os alunos perguntaram: ‘Como o senhor pode suportar tanta indignidade? Por que não usou sua espada, mesmo sabendo que podia perder a luta, ao invés de mostrar-se covarde diante de todos nós?’

‘Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente?’ – perguntou o Samurai. ‘A quem tentou entregá-lo’ – respondeu um dos discípulos. ‘O mesmo vale para a inveja, a raiva, e os insultos’ – disse o mestre. ‘Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava consigo. A sua paz interior, depende exclusivamente de você. As pessoas não podem lhe tirar a calma, só se você permitir… ‘ [Conto Zen]

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Gostou? Leia mais sobre o tema da derrota do ego e da vitória da consciência no post O Vazio, o Ego e o Samurai, do blog intensidade. Obrigado pelo magnífico texto, Thahy !

7 – Abvum d’bashmaia
6 – Netcádash shimóch
5 – Tetê malcutách Una, Nehuê tcevianách aicana
4 – d’bashimáia af b’arha
3 – Hôvlan lácma d’suncanán Iaomána
2 – Uashbocan háubein uahtehin Aicána dáf quinan shbuocán L’haiabéin
1 – Uêla tahlan l’nesiúna. Êla patssan min bíxa
* – Metúl dilahie malcutá, Uaháila, Uateshbúcta láhlám.
ALMÍN.

Tradução do PAI NOSSO, a partir do Aramaico

” Pai-Mãe, respiração da Vida, Fonte do som, Ação sem palavras, Criador do Cosmos !

Faça sua Luz brilhar dentro de nós, entre nós e fora de nós para que possamos torná-la útil.

Ajude-nos a seguir nosso caminho Respirando apenas o sentimento que emana de Você.

Nosso EU, no mesmo passo, possa estar com o Seu, para que caminhemos como Reis e Rainhas com todas as outras criaturas.

Que o Seu e o nosso desejo sejam um só, em toda a Luz, assim como em todas as formas, em toda existência individual, assim como em todas as comunidades.

Faça-nos sentir a alma da Terra dentro de nós, pois assim, sentiremos a Sabedoria que existe em tudo.

Não permita que a superficialidade e a aparência das coisas do mundo nos iluda, E nos liberte de tudo aquilo que impede nosso crescimento.

Não nos deixe sermos tomados pelo esquecimento de que Você é o Poder e a Glória do mundo, a Canção que se renova de tempos em tempos e que a tudo embeleza.

Possa o Seu amor ser o solo onde crescem nossas ações.

AMÉM.

obs.: postado originalmente no blog Teoria da Conspiração por Marcelo Del Debbio. Obrigado por compartilhar essa informação, Marcelo !

Continuando com a transcrição do capítulo “Crenças Tibetanas” do Livro “A Terceira Visão” de Lobsang Rampa, o autor descreve os serviços religiosos dedicados ao mortos, a crença na reencarnação, nas viagens astrais e outras coisas mais…

Caso você não tenha lido a primeira parte, é recomendável que faça um pequeno retorno para pegar o “fio da meada” antes de continuar sua leitura:

O Tibete de Lobsang – parte I

Continuando com a parte II…

Rezam-se serviços para guiar espíritos a intervalos frequentes. A morte, para os tibetanos, não encerra terror algum, pois acreditam que se tomarem certas precauções a passagem de uma vida para a outra pode ser grandemente facilitada. Mas para isso é necessário seguir caminhos perfeitamente definidos, pensar segundo certos princípios. Esses serviços religiosos são conduzidos num tempo com a presença de cerca de trezentos monges. No centro do templo fica um grupo de cinco lamas telepáticos sentados num círculo, virados para dentro. Enquanto os monges, dirigidos pelo abade, entoam seus cânticos, os lamas tentam manter contato telepático com almas errantes. É impossível fazer uma tradução das orações tibetanas que lhes faça inteira justiça, mas aí fica uma tentativa:

“Escutai as vozes das nossas almas, todos vós que andais perdidos nas regiões marginais. Os vivos e os mortos vivem em mundos separados. Onde poderemos ver as vossas caras e ouvir as vossas vozes? Acendemos agora o primeiro pau de incenso para atrair uma alma errante e guiá-la ao seu caminho.”

“Escutai as vozes das nossas almas, todos vós que andais perdidos. As montanhas erguem-se para o céu, mas nenhum som se ouve. As águas são encrespadas pelas brisas suaves e as flores continuam a florir. As aves não voam quando vos aproximais porque não vos podem ver nem pressentir. Acendemos um segundo pau de incenso para atrair uma alma errante e guiá-la ao seu caminho.”

“Escutai as vozes das nossas almas, todos vós que andais perdidos. Este é um mundo ilusório. A vida não passa de um sonho. Todos os que nascem morrem. Só o caminho de Buda conduz à vida eterna. Acendemos agora o terceiro pau de incenso para atrair uma alma errante e guiá-la no seu caminho.”

“Escutai as vozes das nossas almas, todos vós, guerreiros e invasores que feriram e mataram. Onde estão agora as vossas hostes? A terra geme e as ervas daninhas crescem nos campos de batalha. Acendemos agora o quinto pau de incenso para atrair as almas solitárias de generais e senhores para que sejam guiadas.”

“Escutai as vozes das nossas almas, artistas e escritores, todos os que trabalham a pintar e a escrever. Foi em vão que esforçastes as vossas vistas e gastastes as placas de escrever. Nada é lembrado do vosso esforço e as vossas almas continuam. Acendemos agora o sexto pau de incenso para atrair e guiar as almas de artistas e escritores.”

“Escutai as vozes das nossas almas, virgens belas e damas suntuosas, cuja juventude podia ser comparada à frescura das manhãs de primavera. Depois das carícias dos amantes vem o quebrar dos corações. O outono, depois o inverno, chegam, as árvores e as flores murcham, assim como a beleza, e tornam-se meros esqueletos. Acendemos agora o sétimo pau de incenso para atrair as almas das virgens e das damas e guiá-las, libertando-as das ligações deste mundo.”

“Escutai as vozes das nossas almas, mendigos e ladrões, todos os que cometeram crimes contra os seus semelhantes e não podem agora descansar. As vossas almas vagueiam sem amigos pelo mundo e não encontrais justiça dentro do próprio peito. Acendemos agora o oitavo pau de incenso para atrair todas as almas pecadoras que agora vagueiam sozinhas.”

“Escutai as vozes das nossas almas, prostitutas, mulheres da noite e todos aqueles sobre quem se cometeram pecados e que vagueiam agora sozinhos nos reinos espectrais. Acendemos agora o nono pau de incenso para os atrair e guiar, libertando-os das prisões deste mundo.”

Na penumbra do templo, impregnado de incenso, as luzes bruxuleantes das lamparinas de manteiga faziam as sombras dançar, como vivas, por trás das imagens douradas. A atmosfera tornava-se tensa com a concentração dos monges telepáticos que se esforçavam por manter contato com os que tinham deixado este mundo, mas que no entanto a ele ainda se encontravam ligados.

Monges de mantos vermelhos, sentados em linhas, frente a frente, entoavam a litania dos mortos; tambores ocultos batiam os ritmos do coração humano; de outras partes do templo, como de um corpo vivo, ouvia-se o murmurar de vísceras humanas, o correr dos fluidos do corpo humano, o suspirar do ar nos pulmões. Conforme a cerimônia avançava e se davam direções às almas dos mortos, o ritmo desses sons corporais transformavam-se, tornava-se mais lento, até que por fim se ouvia o som do espírito a abandonar o corpo. Um estertor ofegante e tremente – e silêncio. O silêncio que vem com a morte. Naquele silêncio, mesmo o menos psíquico dos indivíduos podia sentir que havia outros seres à volta esperando, escutando. Gradualmente, à medida que as instruções telepáticas continuavam, a tensão diminuía quando os espíritos errantes seguiam para o estágio seguinte na jornada.

Nós acreditamos firmemente que o espírito renasce vezes consecutivas. Mas a sua volta pode não se processar neste planeta. Há milhões de mundos, e nós sabemos que a maioria deles é habitada. Esses habitantes podem ser de formas muito diferentes das  que nós conhecemos, podem até ser superiores a seres humanos. Nós, no Tibete, nunca aceitamos a doutrina de que o homem constitui a mais elevada e a mais nobre de todas as formas de vida. Acreditamos que em outros mundos se encontram formas vivas muito mais aperfeiçoadas, e que essas não se divertem a lançar bombas atômicas. No Tibete ouvi relatos de objetos estranhos que tinham sido vistos no céu, “os carros dos deuses”, como a maioria das pessoas lhe chamaram. O Lama Mingyar Dondup contou-me que um grupo de lamas tinha estabelecido comunicação telepática com esses “deuses”, que disseram que estavam a observar a Terra, ao que parece exatamente com o mesmo espírito com que os humanos visitam um jardim zoológico para observar animais selvagens e perigosos.

Muito se tem escrito acerca da levitação. A levitação é possível, vi-a praticada muitas vezes, mas requer imensa prática. Não há vantagem alguma em praticar levitação, uma vez que existe um sistema muito mais simples. As viagens astrais são mais práticas e certas. A maioria dos lamas entrega-se à sua prática, e qualquer pessoa com a paciência preparada pode entregar-se a essa arte útil e agradável.

Durante as horas em que estamos acordados a nossa alma encontra-se encerrada no corpo físico, e a menos que se tenha grande treino é impossível separar as duas entidades. Quando dormimos, só o corpo físico necessita de repouso, o espírito liberta-se e geralmente vai para o reino do espírito exatamente como uma criança volta ao seu lar ao fim de um dia na escola. A alma e o corpo mantêm-se em contato por meio do “cordão de prata”, cuja capacidade de extensão é infinita. O corpo mantém-se vivo desde que o cordão de prata se mantenha intacto; por ocasião da morte, o cordão quebra-se quando o espírito renasce para a outra vida, exatamente como a um bebê o cordão umbilical é cortado para o separar do corpo materno; o nascimento, para um bebê, representa o fim da vida abrigada que viveu no útero materno. A morte, para o espírito, é um novo nascimento no mundo mais livre do espírito. Enquanto o cordão de prata está intacto, a alma tem liberdade para vaguear durante o sono, ou, no caso de indivíduos especialmenete treinados, mesmo durante os períodos de consciência. Esse vaguear do espírito dá origem a sonhos, que não são mais que impressões transmitidas ao longo do cordão de prata. Quanto ao cérebro físico, recebe estas impressões, racionaliza-as para as fazer compreensíveis à luz da sua experiência terrena. No mundo do espírito não existe tempo – “tempo” é um conceito puramente físico – e por isso temos os casos freqüentes de sonhos longos e complexos que parecem ocorrer durante uma fração de segundo. Provavelmente todos conhecem a experiência de sonhar com uma pessoa distante, um amigo que vive para além dos mares, que se encontra e com quem se fala. Recebe-se nesse sonho uma mensagem, e ao acordar tem-se geralmente a sensação de qualquer coisa de que é preciso recordar. Com frequência fica-nos na memória esse encontro com um amigo ou parente distante e não nos surpreendemos ao receber notícias dessa pessoa dentro de pouco tempo. Naqueles que não são treinados, essa memória é por vezes deformada e o resultado é um sonho ilógico ou um pesadelo.

– Trecho extraído do livro “A Terceira Visão” de Lobsang Rampa, editora Círculo do Livro, páginas 132 a 136.

Ultimamente tem havido uma polemica muito grande em torno do Tibete com relação ao jugo chinês a esse pequeno país pacífico, então resolvi publicar algumas informações culturais desse povo tão pacato, religioso e ímpar, mas que infelizmente tem sofrido bastante.

Passei a me interessar e a gostar do Tibete desde que li os livros de Lobsang Rampa, pois ele descreve os costumes, tradições, religião e a cultura em geral de seu povo com bastante objetividade e riqueza de detalhes. Resolvi aproveitar um capítulo de seu famoso livro, “A Terceira Visão”, em que ele faz uma breve descrição dos principais costumes de sua terra natal. Irei publicando este capítulo aos poucos pois do contrário ficaria um tanto sobrecarregada a leitura. Espero que apreciem o contato com essa cultura tão diferente da nossa.

Capítulo dez

CRENÇAS TIBETANAS

Talvez seja interessante, nessa altura da minha narrativa, fornecer alguns pormenores acerca do nosso estilo de vida. A nossa religião é uma variante do budismo, mas não existe nas línguas ocidentais qualquer palavra pela qual se possa traduzi-la literalmente. Referimo-nos a ela como “A Religião”, e aos que praticam  a nossa fé chamamos “internos”, enquanto a todos os outros chamamos “externos”. A palavra mais aproximada existente no Ocidente é o “lamaísmo”. Difere do budismo por ser uma religião de esperança e de crença no futuro.. Para nós, o budismo parece uma doutrina negativa, uma religião de desespero. Não faz parte das nossas crenças que um pai onisciente observe e guarde toda a gente por toda a parte.

Muita gente culta tem tecido comentários eruditos sobre a nossa religião. Muitos nos condenam simplesmente por estarem cegos pela própria fé e serem incapazes de ver de outra maneira. Outros vão ao ponto de nos chamarem “satânicos” simplesmente porque os nossos costumes lhes são estranhos. A maioria desses comentadores baseia as suas opiniões em informações ou nos escritos de outros. É possível que alguns, bem poucos, tenham estudado as nossas crenças durante uns dias, e assim se julguem na posse de conhecimentos que os tornem suficientemente habilitados para escrever livros e para interpretar e divulgar o que os nossos sábios mais argutos levam vidas inteiras para descobrir.

Imaginem-se os ensinamentos colhidos por um budista ou um hindu que folheasse durante uma ou duas horas as páginas da Bíblia e depois se atrevesse a explicar as sutilezas da doutrina cristã ! Nenhum desses escritores que se têm ocupado do lamaísmo viveu como monge num lamastério a estudar os nossos livros sagrados. Tais livros são secretos; secretos na medida em que não estão ao alcance daqueles que querem obter a salvação rápida, sem esforço. Aqueles que querem a consolação de um ritual, uma forma de auto-hipnotismo, que a procurem, se isso os faz mais felizes. Mas isso não corresponde à Realidade Última, não passa de uma forma de se enganarem a si próprios como crianças. Para alguns talvez seja reconfortante poder pensar que podem cometer pecado atrás de pecado, e que depois, quando a consciência começa a tornar-se incômoda, basta uma oferenda aos deuses no templo mais próximo para obter perdão imediato, completo e certo, de forma a poderem recomeçar a sua nova série de pecados. Existe um Deus, um Ente Supremo. Que importância tem o nome que se lhe dá? Deus é um fato.

Os tibetanos que estudaram os verdadeiros ensinamentos de Buda nunca oram a pedir mercês ou favores; limitam-se a pedir que lhes  seja dado contar com a justiça dos homens. Um Ente Supremo, por natureza, a própria essência da justiça, não pode mostrar compaixão por um e negá-la a outro, porque tal seria a negação da justiça. Orar a pedir mercês ou favores, com promessas de ouro ou de incenso se o pedido for atendido, é inferir que a salvação está ao alcance do que mais puder pagar, que Deus está precisando de dinheiro e pode ser “comprado”. O homem pode mostrar compaixão pelo homem, mas só raramente o faz; o Ente Supremo só pode mostrar justiça. Nós somos almas imortais. A nossa oração: Om! ma-ni pad-me Hum! – adiante transcrita – tem sido por vezes traduzida literalmente como: “Salve, ó Jóia no Lótus!”. Mas os que conhecem melhor os textos sabem que o verdadeiro significado é: “Salve, ó Ser Íntimo e Superior no Homem!”. Não existe a morte. Assim como ao fim do dia um homem despe suas roupas, assim a alma se desfaz do corpo quando este dorme. Assim como um terno é posto de lado quando está surrado, assim a alma se desembaraça do corpo quando este está gasto e velho. A morte é nascimento. Morrer é simplesmente o ato de nascer num outro plano de existência. O homem, ou melhor, o espírito do homem é eterno. O corpo é um mero invólucro temporário que cobra o espírito, que é escolhido de acordo com a missão a cumprir na Terra. A aparência exterior é, portanto, de pouquíssima importância. O que importa é a alma que está lá dentro. Um grande profeta pode aparecer nas vestes de um mendigo, enquanto um homem que muito pecou na sua vida anterior pode desta vez nascer na riqueza, para a experimentar e ver se continua a pecar quando não tem a desculpa da pobreza para o tentar.

Om! ma-ni pad-me Hum!

Om! ma-ni pad-me Hum!

“A Roda da Vida” – é assim que designamos o ato de nascer, viver, voltar à condição espiritual e, em devido tempo, renascer em condições e circunstâncias diferentes. Um homem pode sofrer muito durante a sua existência, e isso não significa necessariamente que na sua vida anterior foi um pecador: talvez essa seja a melhor maneira de aprender certas coisas. A experiência pessoal é o melhor mestre! Uma pessoa que se suicida pode renascer para viver os anos cortados prematuramente, mas não se segue que todos os que morrem novos ou quando bebês foram suicidas em vidas anteriores. A Roda da Vida aplica-se a todos, mendigos e reis, homens e mulheres, brancos e negros. A Roda, é claro, não passa de um símbolo, que serve para tornar a idéia mais simples para aqueles que não têm tempo suficiente para estudar o assunto mais a fundo. É impossível explicar as crenças tibetanas em um ou dois parágrafos: o Kan-Gyur, as Escrituras tibetanas, consiste em mais de cem volumes sobre o assunto, e mesmo esses não o tratam exaustivamente. Há muitos outros livros guardados em lamastérios remotos e que só aos iniciados é dado ler.

Os povos orientais conhecem há muitos séculos a existência de forças e leis ocultas e sabem que se trata de leis naturais. Em vez de tentar demonstrar a não existência de tais forças, só porque não podem ser pesadas ou medidas, os homens de ciência do Oriente têm-se esforçado por aumentar o seu domínio sobre essas leis da natureza. A mecânica da clarividência, por exemplo, nunca nos preocupou demasiadamente; o que nos interessa são os resultados da clarividência. Alguns duvidam da sua existência: esses são como os cegos de nascença, que dizem que a visão é impossível porque não têm dela qualquer noção, porque não podem compreender que um objeto possa ser visto a distância sem haver com ele contato direto!

As pessoas têm auras, perfis coloridos que circundam o corpo, e pela intensidade dessas cores as pessoas experimentadas nesta arte podem deduzir o estado de saúde, o caráter e o estado geral do desenvolvimento espiritual da pessoa. Essa aura é a radiação da força vital íntima, do eu, ou da alma. À volta da cabeça existe uma espécie de halo, que faz parte da mesma força. No momento da morte essa luz diminui um pouco, quando a alma abandona o corpo na sua viagem para o estágio seguinte da sua existência. Vagueia um pouco, perturbada talvez pelo choque da sua libertação do corpo. É possível, por vezes, que não tenha perfeito conhecimento do que se passa. É por isso que há sempre lamas à cabeceira dos moribundos, para ir informando os espíritos dos estágios sucessivos por que a alma vai passando. Se tal não o fizer, o espírito pode ficar preso à Terra pelos desejos da carne; é dever dos sacerdotes quebrar essas ligações.

– Trecho extraído do livro “A Terceira Visão” de Lobsang Rampa, editora Círculo do Livro, páginas 129 a 132.

Refleti muito se eu deveria ou não relatar o que ocorreu comigo há alguns dias. Pensei, pensei, e optei por compartilhar com as pessoas. Afinal de contas não é todo dia que algo assim ocorre…

Aconteceu semana passada. Estava eu fazendo minha sessão de Yoga lá no Dojo, tudo normal… quando chega o momento da meditação, sento-me o mais ereto possivel e procuro relaxar… ah, se fosse fácil ! Uma dor terrível nas costas surge do nada. Lancinante, parecia que tinham enfiado umas agulhas nas vertebras e estavam puxando pros lados… nao sabia nem distinguir se era dor muscular ou não… sei lá. Só sei que pensei várias vezes em me largar e deitar no chão, estendido, pra esperar a dor passar. Mas não, resolvi aguentar. Tentei esquecer a dor. Continuei ouvindo os conselhos da professora para nós, yogues. “Relaxe… não pense em mais nada. Imagine tudo desaparecendo diante de você. Observe sua respiracao, como o ar vai dos pulmões e sai pelo nariz, para depois tornar a encher os pulmões novamente… desligue os pensamentos, e esqueça de tudo… você simplesmente existe e observa. Tudo passa….”

E continuei ouvindo e aplicando esses pensamentos a mim mesmo… teve um momento que quase desisti da prática, por causa da dor na coluna. Mas, pensei “tenho que continuar… sei que consigo me desligar da dor, e do corpo. Sei que consigo ser maior do que isso… preciso relaxar, e esquecer…” até que, para minha incrível surpresa, a dor DESAPARECEU. Assim, instantaneamente, no momento em que “desliguei”, digamos assim, dela. Aí, senti uma paz enorme. Senti-me feliz, e completo, como se tudo sempre estivera bem, como se tudo estivesse como deveria estar. Minhas preocupacoes desapareceram momentaneamente. Aí compreendi como tudo é passageiro, e como temos controle sobre nós mesmos. Fiquei contente por estar ali, naquele momento, aprendendo um pouco mais sobre mim e sobre a Natureza das coisas.

Agradeci a professora pela inspiracao, e contei a ela o ocorrido. Ela disse: “as pessoas geralmente se concentram muito na dor, se concentram tanto que elas próprias passam a ser a dor. A dor e o sofrimento as domina, e dificulta a visão delas. Você se desprendeu da dor hoje, e fico contente por isso”.

Fiquei muito surpreendido com esse rápido alívio de dor, pois tenho escoliose lombar há muitos anos, e minha coluna sempre dói de tempos em tempos, e é uma dor que demora a passar. Geralmente tenho que fazer exercicios, ou pedir para alguém me ajudar a colocá-la no lugar, pois de outro modo a dor não passa. E isso ocorreu sem nenhuma intervenção física minha, da professora ou de ninguém da sala. Simplesmente aconteceu.

Ela também me explicou o que aconteceu que fez com que passasse a dor… de acordo com a tradição hindu, ao meditar a pessoa abre os canais de energia que temos no corpo, pois relaxamos o corpo e os pensamentos, e um “jorro” de luz cai em nossa cabeça e se espalha pelo corpo, através desses canais, limpando, purificando e energizando as diversas partes do corpo.

Foi a primeira vez que algo desse tipo ocorre comigo, e foi indescritível. Ainda tenho muito o que aprender e evoluir, mas esse primeiro passo só me fez empolgar e me dar força para seguir em frente !

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