O que é ser leigo ?

Leigo, que vem do grego laikós, significa aquele ou aquela que pertence ao povo.
É um adjetivo derivado de laos, povo. É portanto, aquele que pertence ao povo de Deus, herdeiro da aliança e beneficiário da promessa de salvação.

Com o passar do tempo, em todo cristianismo antigo, o termo leigo (laikós) passou a designar todos os batizados que não exerciam função alguma na hierarquia eclesiástica.

A partir do séc. IV houve uma diminuição da tensão entre os cristãos desde que o Imperador Constantino decretou liberdade de culto. Como conseqüência, isto levou o clero para uma condição de privilégios em nível social, no qual bispos e padres adquiriram posições de destaque dentro do Estado.

Membros da hierarquia assumiram o monopólio na educação e formação, tanto da arte quanto do saber. Logo o termo “leigo” passou a ter significado excludente, era visto como: o não especialista, o não formado, o não iniciado, que não entende a língua culta (latim). Criou-se no interior da estrutura eclesial a presunção de uma sociedade perfeita (societas perfecta), chegando com o Decretum Gratiani (1139-1142) a distinguir a primeira classe, os sacerdotes e os monges, da segunda classe, os leigos e leigas.

Após o Concílio Vaticano II (1962-1965) este pensamento se inverteu e o pensamento progressista da Igreja assumiu uma nova forma, senão vejamos: é reconhecida a vocação do leigo e leiga, que é administrar e ordenar as coisas temporais, em busca do Reino de Deus. Estão inseridos no mundo, onde pela vida familiar e pelo trabalho são chamados a viver segundo o espírito do Evangelho e de ser fermento de santificação. Procuram manifestar Cristo em sua própria vida através do testemunho da fé, da esperança e do amor.