quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Trabalho

Quem já não pensou, muito cogitou em chutar o pau da barraca, abandonar trabalho e tudo o mais...? Quem já não foi trabalhar se arrastando, por pura obrigação? Quem já não viu perder todo o sentido de sua vida, por causa de um trabalho que nada acrescenta, e só corrói muitas vezes, as entranhas? Quem já não xingou o chefe, transformando-o no “causador” de seus males? Quem...

O trabalho hoje continua sendo vital - é o meio de subsistir, e de ascender
principalmente, em todos os níveis de vida.

É preciso atentar, todavia, para a forma como estamos atuando. Em que estamos nos transformando, em que o trabalho nos lapida - para o melhor ou para o pior. Quais são os elementos emocionais e de caráter, persona (conceito Junguiniano*) que estão a formatar um EU-indivíduo, pessoal e intransferível de humano-Ser - na trajetória do ganha-pão, e de auto-afirmação perante a sociedade à qual pertence.

HOMO FABER - o homem se faz a si mesmo
A expressão do filósofo renascentista Pico della Mirandola (séc.XV),
enfatiza o fazer-se através do trabalho. Remete a busca de propósitos na vida pessoal de cada um. Não encontrado esse sentido, perde-se o estímulo, e
muitas vezes, mudam-se as carreiras profissionais. Quando não leva a enormes
crises existenciais.


História do Trabalho (um breve resumo)

A busca pela felicidade e realização no trabalho é fenômeno recente. Por milênios, o trabalho foi considerado uma maldição, destinado apenas aos homens tidos como "inferiores"

Na Antiguidade o trabalho manual era um fardo... Pobres dos escravos e camadas
pobres. A minoria livre (?) guerreava, filosofava, administrava ou eram
artistas

Na Idade Média os servos eram responsáveis pela produção de alimentos,
utensílios, e... armas. O clero, a teologia. E a nobreza(?) guerreava para manter seu poder.

No Renascimento teve início a valorização do homem. Trabalhar, com a contribuição da Religião (ao trabalhador o reino dos céus estava garantido!), já não era tão mal visto: o protestantismo, e os valores da burguesia nascente, legitima o comércio como uma forma de entrada ao paraíso ..!

Com a Revolução Industrial, criam-se máquinas. Grande número de trabalhadores se fazia necessário para produzir produtos industrializados. Havia mão de obra barata, que sofria com condições precárias de trabalho e suas longas jornadas.

No Pós-guerra, consolida-se o modelo de grandes organizações de trabalho. Leis trabalhistas protegem o trabalhador. Mas, o ambiente de trabalho e a satisfação pessoal. Ainda não são levadas em conta. Por causa da guerra abre-se espaço para mulheres no mercado de trabalho.

Na Era Digital atual, as máquinas estão assumindo os lugares de trabalhadores. Ao mesmo tempo,exige-se criatividade e emoção nas tarefas – e máquinas não agem assim... A realização pessoal é uma possibilidade, e fruto de busca. Exige-se melhores
performances ao trabalhador. A tecnologia permeia a vida contemporânea. E para a maioria das pessoas é essencial no dia-a-dia.

* * * * * * *
*Conceito definido por Jung para descrever uma falsa imagem global e esquemática que a pessoa forma a seu próprio respeito.

Fonte: Fonte> COHEN, David; CID, Thiago. Dá para ser feliz no trabalho? Época, nº582,13 de julho 2009. p.64-71

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito obrigada por essa explicação. Me auxiliou muito mesmo.

[Andressa]