1º Mês: Roberta
nem fazia ideia da existência de um serzinho dentro de si.
2º Mês: A
descoberta, preocupação, confusões, hemorragia, internação... E esperança.
3º e 4º Mês:
Enjoos, fome exagerada e hormônios à flor da pele... Pobre Diego.
5º Mês: A
primeira ultrassonografia, o quartinho, as roupas.
6º e 7º Mês:
Um problema.
8º e 9º Mês:
Correria.
***
Madrugada
bonita e tranquila. Noite em que ela simplesmente não estava esperando nada além
do sono enquanto lia na cama. Foi breve, mas aquele sinalzinho a alertou. Sentiu
um movimento, um “oi” de leve vindo de dentro e seu coração saltou à boca.
-Diego!
Acorda! Diego!
O namorado
dormia tranquilo ao seu lado quando sonhou que um terremoto estava acontecendo.
-Que foi? –Ele
se ergueu e viu que era só Roberta que o estava sacudindo.
-Mexeu! Ele
mexeu!
Diego deixou
de esfregar os olhos inchados. -Verdade? –E já foi colocando o ouvido e as mãos
na barriga dela.
Demorou
alguns minutos, mas eles esperaram que se repetisse.
-Nossa!
Diego agia
como se ainda não acreditasse e Roberta não era diferente. Talvez fosse mesmo
difícil de acreditar e por isso a cada pequeno contato que tinham a ideia ia
surgindo de uma forma mais concreta.
Roberta
estava a cada dia mais linda, a pele lisa como uma seda, os olhos brilhantes e
o cabelo se movendo em luzes douradas a cada movimento dela. Diego nunca a vira
tão bonita como nesse quinto mês de gestação, a cada dia mais enchia os olhos
de quem a via. Eram os pais, já babando, os amigos e qualquer que fosse. Ninguém
conseguia tirar os olhos daquela garota que tinha um sorriso largo e uns olhos
tão vivos. Mas a médica estava preocupada, pois mesmo que ela se alimentasse
bem, seu peso não estava dentro dos padrões.
-Precisa
ganhar peso. –A médica retificava o exame. –Vou te passar mais vitaminas. Vamos
fazer um ultrassom também. –E sorriu.
–Aposto que querem saber o sexo não é?
-Claro!
Distraídos
por alguns segundos eles se empolgaram, o gel foi espalhado e o aparelho
posicionado. À primeira batida, Roberta arregalou os olhos e sentiu os pelos do
braço se exaltarem. Ao seu lado, Diego nem sequer piscava ao ver a imagem do
bebê pela primeira vez.
“Eu senti se mexendo”, “Eu ouvi o coração”, “O rostinho se parece com o seu”, “Eu vi os pezinhos”, “Estava dormindo com o dedo na boca”, “Não vejo a hora de pegar no colo”...
Seus sentidos falharam, eram somente dois seres humanos
fascinados pela vida. Mas não importava o quanto quisessem, as perninhas
ficaram bem fechadinhas e ninguém ficou sabendo o que seria
Talvez no mês
seguinte.
***
Foi em uma
tarde fria em que os amigos se amontoaram na porta da casa. Diego era quem
guiava a manada e eles tinham caixas e mais caixas nas mãos.
-O que é
isso? Que tá acontecendo? –Roberta abre a porta e eles começam a entrar.
Alice trás
sacolas e mais sacolas; Pedro vem com uma caixa de ferramentas e algumas caixas
pequenas de papelão; Tomás e Diego vem em seguida puxando uma outra, mas enorme
caixa. O susto vem em seguida.
-Carla? –Roberta
se espanta ao vê-la vir em sua direção e a abraça.
-Consegui
uma autorização para passar uns dias em casa. Você acha que eu iria perder esse
momento?
-Mas, o que?
-Nós vamos
montar o quartinho! –Diego chega e lhe dá um beijo corrido.
Alice
reclamando, Pedro martelando os dedos, Carla tentando por ordem nas coisas e Diego
tentando achar o manual de instruções de montagem do berço (Tomás estava
dormindo em cima dele).
-Isso não
vai dar certo! –Roberta à porta do quarto com as mãos na cintura.
Desce em
seguida para preparar suco e alguns sanduíches enquanto a barulheira seguia
pela tarde.
-Robeeeerta!
Você tem que ver! –Alice saltitava à sua frente. –Tá a coisinha mais fofinha do
mundo!
-Sério que
vocês conseguiram?
-Deixa de ser
palhaça e vem logo!
Roberta riu
e a seguiu pelas escadas até o quarto que havia em frente ao seu. Uma portinha
cor creme e de maçaneta dourada a esperava. Ao abrir ela admirou o pequeno
lugar.
-Eu adorei!
-Eu trouxe
alguns enfeites, o tapete...
-E eu
comprei algumas roupinhas! –Alice bate palmas.
-Ai meu
Deus... –Roberta se assusta.
-Deixa de
ser chata que eu não comprei nada com rendinhas e lacinhos, tá?
-Ufa...
-Só uma duas
ou três coisinhas... –Alice coça a nuca.
-Mas tá tudo
lindo! –Diego interfere. –A gente só podia ter usado o quarto do fim do
corredor que é maior.
-Não, Diego.
–Roberta balança a cabeça. –Esse é mais perto do nosso.
A garota
entrou e Diego ficou pensativo. Ela já estava pensando em coisas do tipo que
uma mãe pensa. Bonito –Ele sorri para si mesmo – Era bonito o jeito dela, assim
como também é o seu, se pudesse ver.
Ela abriu as
gavetas e mexeu nas meias e sapatos de lã, tomou alguns casaquinhos nas mãos e
cheirou. Um perfume levíssimo entrou em seus pulmões inundando seus olhos e
causando um estremecimento em seu coração.
***
No dia em
que Roberta estava fazendo sete meses, eles voltaram para uma nova consulta. A
médica estava séria, apesar de tentar passar tranquilidade a eles.
-Eu estou
com os exames que fizemos para saber da saúde do bebezinho de vocês...
-Algum
problema? –Diego se adianta.
-Como eu
disse antes, o peso está fora do normal. É muito pequeno. Talvez seja preciso
antecipar o parto. Como disseram desde o início a vocês ele pode nascer com
alguma insuficiência renal, respiratória ou cardíaca...
Roberta segura
as lágrimas e ouve atenta.
-Mas você
não deve se alterar, meu bem, fique tranquila.
-Jura? –Ela
não consegue imaginar como.
-Ainda há
tempo, não se preocupe.
Mesmo com
muitas palavras de conforto da médica, ela não fica tranquila. Estava difícil
conter o medo àquela altura, e por isso passou os dias seguintes cantando...
Não, não
estava ficando maluca, mas se conversar com o bebê havia se tornando uma
rotina, cantar se tornaria um tipo de válvula de escape. Ela acreditava que se
cantasse ele não perceberia o quanto ela estava preocupada e seguiria bem.
***
É
sexta-feira e estamos no 8º mês. Diego chega em casa com um aviso desagradável a
lhe dar.
-Ah, não...
Sério?
-Não vão me
segurar muito tempo no clube. –Ele explica. –Os salva-vidas vão revezar e eu
vou ficar das 10 às 2 da manhã. Vai ser uma festa familiar, então não deve
passar desse horário. Eu prometo que ligo.
-O pessoal
vem visitar a gente hoje.
-Pessoal?
-Alice e
Pedro... Carla e Tomás... Márcia e Théo...
-Eles podiam
ficar com você até eu voltar. –Diego pensa. –É isso mesmo, vou ligar pra eles.
Quando a
noite chegou os amigos vieram com ela trazendo um tanto de bobagens e risos que
logo cansaram literalmente Roberta e ela estava caindo de sono. Eles ficaram na
sala vendo tevê e ela tomou um banho e foi se deitar. Não passou muito tempo e
estava sonhando com uma inundação, a água subindo até sua cintura e uma agonia
tomando conta, como se tivesse um animal lhe abocanhando as costas completamente,
uma dor cortante e desesperadora.
Abriu os
olhos e sentiu a cama molhada.
-Diego! –Gritou
instintivamente. –Ai meu Deus! O que tá acontecendo?
Se levantou
e um tanto sem rumo começou a descer as escadas enquanto ligava para Diego. São
exatamente duas horas e 47 minutos.
-Roberta o
que houve? –Alice é a primeira a vê-la. Os demais se levantam junto.
-Cadê você? –Ele
não atende e a dor aumenta, uma dor extremamente forte que a faz se curvar
sobre o sofá e gritar. –Ah, eu vou morrer!
-Não vai
não! –Carla tenta acalmá-la. –Quer um copo d’água?
-Eu quero um
anestesista!!
Suas mãos
apertam a almofada do sofá a ponto de rasga-la. Ela nem ouve o barulho da porta abrindo.
-Roberta? –Diego
nem fecha a porta e vai até ela que o agarra pela gola da camisa.
-Me leva pro
hospital agora!
-Ok, ok, ok!
Ele sobe as
escadas correndo e volta.
-Mas ainda
não tá na hora!
-Se você
quiser pode tentar convencer o bebê a não sair.
-Hã?
-Vai logo
Diego! –Ela grita.
-Ok, ok, ok!
O rapaz
volta a subir as escadas enquanto Roberta se contorce. Os amigos ficam de um
lado e outro feito baratas tontas e quando Diego volta com uma bolsa os dois
seguem para a garagem, entram no carro (que ele finalmente comprou) e pisam
fundo. Os demais seguem atrás.
Suor, cólica
multiplicada por 100, um caminho que parece durar uma eternidade. Eles chegam
ao hospital desesperados. Quando uma cadeira de rodas chega para leva-la, Diego
segura sua mão e tenta tranquiliza-la enquanto os amigos os seguem a passos
rápidos.
-Vai ficar
tudo bem!
Ela o agarra
pela gola da camisa outra vez enquanto a enfermeira a leva. –É claro! Não é
você que tá com uma bola de basquete quicando dentro de você!
-Ai, será o
que vai acontecer?
-Um show,
sabia não Alice? –Roberta está em puros nervos.
-Show?
-É, tem um
bebê tá dançando moonwalk sobre meus rins! –Ela fala entredentes.
-Ela está
agitada. –A enfermeira avisa. –Acho melhor esperarem na recepção.
-E eu? –Diego
pergunta.
-É o pai?
-A mãe que
não é, né? –Roberta se irrita.
-Bom, é...
É... Pode, pode entrar.
-Você nunca
mais vai tocar em mim, Diego Maldonado! Só pra garantir que isso... –Ela tranca
os olhos de dor. –Que isso nunca mais vai acontecer!
Tomás
arregala os olhos e coça o peito, se virando para os amigos.
-Uuuuii....
kkkkkkkkkkkkkkkkkk que dózinha do diego u.u
ResponderExcluirCara to me acabando de rir....
ResponderExcluirDarly
Kkkkkkkk ri muito com esse capítulo!!
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk rindo pacaaas com ela hahahaha tá perfeito tchuca :DDD
ResponderExcluirKkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk adeus mundo !! Posta mais
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkkkkkkkk amei demais, a Roberta mesmo nestas horas continua com o seu humor fenomenal. amando a web demais, posta mais pf Aline
ResponderExcluirCara tô bolando de rir aqui.. Esse foi perfeitoo!
ResponderExcluirCoitadoo do Diegoo ,kkk´
kkkkkkkkkkkkkkkkkk ri muito neste capítulo,tadinho do Diego,mais depois passa esse estresse todo é do momento kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirMuito bommmm mesmo! Tá muito engraçado e fofo!
ResponderExcluircara tó rindo horrores kkkkkkkkkkk. Esse capitulo tá mais q perfeito Aline . Parabééns !
ResponderExcluirAlice
Demais, Line!!! :D
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkk rindo horrores aqui . Ta perfeito Aline , como sempre né !
ResponderExcluirPerfeito Line,posta mais por favor!!!!!
ResponderExcluir(Bjuss Julia)
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK, pai amado estou morrendo de rir! A Roberta grávida é muito mais doidona. Coitado do Diego. Parabéns Aline
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