Morte enigmática de maior romancista brasileiro discutida em livro na França.

João Guimarães Rosa é uma publicação da editora L’Harmattan, de Paris. Esse estudo discute o mistério da morte prevista e anunciada por Guimarães Rosa, médico, diplomata e romancista poliglota de renome internacional.
Seguindo a afirmação de que Grande Sertão: Veredas seria sua “autobiografia irracional”, Guimarães Rosa teria criado uma ficção romanesca e nela registrado um roteiro biográfico acompanhado à risca pelo romancista.
Elaboração de um romance sob inspiração paranormal, transposição do “grande sertão” literário, descoberta de “altas veredas” poéticas, recebimento do prêmio e da glória literárias e, por fim, a própria entrega da alma: tudo está previamente assentado nessa obra prima da literatura brasileira. Riobaldo é o duplo ficcional do próprio romancista: Rosa, io, bardo.
Como um novo Fausto, Riobaldo é o bardo que pactua com a linguagem para a criação de uma nova Literatura. Mas todo pacto tem seu preço, e o poeta perderá Diadorim, um anagrama de “mediador”: a própria alma.
De tais elementos da “autobiografia irracional” podem-se inferir explicações para a desmedida importância atribuída por Guimarães Rosa à sua eleição para a Academia Brasileira de Letras. Candidato derrotado em 1957, Rosa apresenta-se novamente à eleição em 1963. Eleito à unanimidade, adia a cerimônia da posse durante quatro anos.
Em novembro de 1967, menos de 72 horas após a oficialização institucional da consagração literária, o romancista é encontrado em agonia, em meio a seus livros, em seu escritório, como se Mefisto viesse cobrar a execução das cláusulas de um misterioso contrato. Coincidências?

Para saber mais sobre o mistério da morte de Guimarães Rosa no Brasil.


No Brasil, o livro Grnd srt~: vertigens de um enigma pode ser encontrado nos sites das livrarias Saraiva, Siciliano, Submarino e Som Livre. ISBN: 8586399116. Preço: R$ 19,90.