Chorume

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Chorume num lixão.

O chorume, também chamado por líquido percolado ou lixiviado, é o líquido poluente, de cor escura e odor nauseante, originado de processos biológicos, químicos e físicos da decomposição de resíduos orgânicos. Esses processos, somados com a ação da água das chuvas, se encarregam de lixiviar compostos orgânicos presentes nos lixões para o meio ambiente.

Chama-se chorume ao resíduo líquido formado a partir da decomposição de matéria orgânica presente no lixo.[1]

O gás metano (CH₄), produzido pela decomposição da matéria orgânica, e muito comum em aterros sanitários e lixões, é o segundo componente antropogênico mais importante para o efeito estufa. Ao ser comparado com o dióxido de carbono (CO₂), ele é mais perigoso, uma vez que a mesma quantidade de CH₄ chega a ter 25 vezes mais impacto sobre o aquecimento global que o CO₂.

Pode infiltrar-se no solo dos lixões e contaminar a água subterrânea. O chorume possui grande concentração de substâncias com alta Demanda biológica de oxigênio (DBO).

Em outros contextos, também se chama chorume ao líquido que escorre da estrumeira e que se acrescenta ao estrume seco para enriquecê-lo como adubo.[1]

Composição do chorume[editar | editar código-fonte]

A composição do chorume pode ser vista na tabela a seguir:


pH 4,5 – 9,0
Sólidos totais 2 000 – 60 000
Matéria orgânica (mg/L)
Carbono total 30 – 29 000
DBO5 20 – 57 000
DQO 140 – 152 000
DBO5/DQO 0,02 – 0,80
Nitrogênio orgânico 14 – 25 000
Elementos traços inorgânicos (mg/L)
Arsênico 0,01 – 1
Cádmio 0,0001 – 0,4
Cromo 0,02 – 1,5
Cobalto 0,005 – 1,5
Cobre 0,005 – 10
Chumbo 0,001 – 5
Mercúrio 0,00005 – 0,10


O chorume pode atingir os lençóis freáticos, de águas subterrâneas, poluindo esse recurso natural. A elevada carga orgânica presente no chorume faz com que ele seja extremamente poluente e danoso às regiões por ele atingidas.

Necrochorume[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Necrochorume

Dá-se o nome de necrochorume ao líquido produzido pela decomposição dos cadáveres nos cemitérios, composto sobretudo pela cadaverina, uma amina (C5H14N2) de odor repulsivo, subproduto da putrefação.

Biochorume[editar | editar código-fonte]

Biochorume é o resultado da decomposição de matéria apenas orgânica. Comumente encontrado em caixas de compostagem residenciais.

O chorume orgânico ou biológico é um biofertilizante líquido, rico em nutrientes e sais minerais. Basta dilui-lo em água, em uma proporção de 1/5 até 1/10, e borrifar nas folhas de sua horta caseira ou nas plantas de sua casa.[2]

Biofertilizantes trazem diversos benefícios:[3]

  • Ativam o solo (o solo é um organismo vivo, que depende de uma complexa rede de relação de micronutrientes e seres);
  • Reestabelecem a fertilidade de solos pobres/degradados;
  • Estimulam o crescimento das plantas (já diz o ditado: adubando, tudo dá!);
  • Mantém as plantas sadias e sem pragas (a natureza é sábia, quando uma planta é atacada significa que ela está doente!).

Também existem épocas em que a aplicação de biofertilizantes é mais importante:

  • Quando você monta pela primeira vez um canteiro;
  • Épocas em que as plantas ficam mais frágeis e suscetíveis a ataques de pragas (após períodos longos de chuva (falta de sol para a fotossíntese); na época de florada; períodos de seca).

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b «Chorume». Michaelis On-Line. Consultado em 25 de novembro de 2016 
  2. «Guia da compostagem: recicle todo resíduo orgânico da sua casa de maneira sustentável». eCycle. Consultado em 27 de janeiro de 2016 
  3. «Biofertilizante de humus ou chorume de minhocas». Vida sustentável. Consultado em 27 de janeiro de 2016 

4. Estudos revelam que a emissão de gás metano no Lixão do Aurá é equivalente a queima de 34 mil hectares de floresta. Consultado em 10 de março de 2024

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