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Vaginoplastia:
Cirurgia de Redesignação Sexual (SRS) de Homem para Mulher (MtF)
 
Notas de arquivo, descrições, fotos, consultas, e links

Por Lynn Conway

 

ãLynn Conway 2000-2005, 

Todos Os Direitos Reservados

 
Traduzido por Sonia John
(em inglês)

À direita:  uma foto das feições genitais de uma mulher transexual (com as pernas e com os lábios  parcialmente abertos) depois de se submeter à vaginoplastia (SRS) e á labioplastia executada  pelo Dr. Eugene Schrang, M.D. de Neenah, Wisconsin, EUA.

 

 

  

Esta página é um esboço do desenvolvimento histórico e as detalhes médicos da cirurgia de vaginoplastia (a chamada cirurgia de redesignação sexual, ou SRS). 

Antes de ler esta página, por favor lê as matérias sobre identidade de gênero, transgênero, e transexualismo que se encontram neste site, para que você possa entender por que transexuais se submetem a esta cirurgia.  A informação nesta página deixa claro que as mulheres transexuais pós-operadas de fato têm genitália feminina, e também tem a meta que o leitor se dê conta de algumas das provações que agüentam estas mulheres para chegar à sua nova condição física de gênero.

 


 

NOTA IMPORTANTE: Esta página tem conteúdo gráfico e explícito e informação médica capazes de perturbar ou chocar a alguns leitores.
 
PARE DE LER se você é suscetível quanto a cirurgias, ou se tem qualquer ansiedade sobre seus próprios órgãos genitais.
 
SE PROIBE que as PESSOAS MENORES DE 18 ANOS tenham acesso a esta informação médica. Por entrar nesta página, você declara ter 18 ou mais anos.
 

 


 
 
ÍNDICE
 

 O Fundo Histórico

 O Desenvolvimento da Cirurgia Moderna de Redesignação Sexual (SRS)

 Cirurgias SRS Realizadas Cedo nos EUA

 Diagramas da Técnica Cirúrgica de SRS Utilizada Cedo na Clínica Johns Hopkins

 A Cirurgia SRS Torna-se Um Tratamento Aceito para Transexualismo nos EUA

O Protocolo Vigente do Acompanhamento Médico das Transexuais Antes da Cirurgia SRS

Algumas Fotos de Resultados da Cirurgia Moderna SRS 

Cuidados Pós-Operatórias Depois da Cirurgia SRS

Excitação Sexual, Relações Sexuais e Orgasmo das Mulheres Transexuais Pós-Operadas 

 Os Cirurgiões de SRS Mais Renomados e Ativos de Hoje

 Sites que Contêm Fotos de Muitos Resultados de SRS de Muitos Cirurgiões

 Opções Para Reduzir Custos e Promover a Feminização e a Transição Mais Cedo na Vida

 Cirurgia Plástica Para a Completação da Feminização do Corpo Transexual

 As Alegrias e Maravilhas de uma Completa Correção de Gênero
 
 
 
 
O Fundo Histórico
 
O transexualismo não é um fenômeno descoberto nos tempos modernos, mas é uma variação do gênero humano que ocorre naturalmente e que foi observada e documentada desde a antiguidade. Em muitas culturas, como as das tribos indígenas norte-americanas, mulheres transexuais podiam eleger desde faz muitos séculos se vestir e viver como mulheres, inclusive se casar com homens. Do mesmo jeito, a alteração cirúrgica da genitália, com o fim de aliviar uma disfória intensa de gênero não foi inventado no século XX. Em algumas culturas, inclusive as antigas, muitas transexuais tem elegido a se submeter a cirurgias de tal maneira de “mudar de sexo.”

Os antigos desenvolveram os métodos de castração e podiam ver os efeitos dela por todas partes. Pelo uso da castração na domesticação de animais, aprenderam rapidamente que a remoção dos testículos de um menino, contanto que fosse novo, previnia a sua masculinização. Tal pessoa vivia para sempre como um menino, ou seja, chegaria a ser um homem adulto mais parecido a uma menina. A cirurgia de castração foi praticada freqüentemente nos adultos escravos cativos, contra à sua vontade, para “domesticá-los,” é dizer, torná-los eunucos. O efeito de castração em tais pessoas normais, depois da puberdade, não muda sua identidade--nem seus sentimentos--de gênero, mas sim diminui a libido e faz bem difícil adquirir uma musculatura típicamente masculina.

O conhecimento gradualmente acumulado sobre os efeitos de castração foi estendido  para ajudar às transexuais MtF. Durante miles de anos, uns milhões incontáveis de transexuais, por vontade própria, procuraram e se submeteram a cirurgias muito mais perigosas e dramáticas do que a simples castração. Nestas cirugias, as transexuais foram completamente emasculadas pela remoção total do pênis, testículos e escroto. Em adição, a região púbica externa foi escultada para aproximar à vulva feminina. Ninguém sabe exatamente como começou a prática, mas se conhecia este tipo de cirurgia transexual na época dos gregos antigos, e especialmente durante o sexualmente permissivo Império Romano, e foi praticada segundo tradições e rituais “religiosos” que forneceram às “mulheres” resultantes um papel social.

Depois de se submeter a estas cirurgias, as transexuais novas—aquelas que sobreviveram—tanto evitaram se torner homens quanto adquiriram genitais com uma semelhança às femininas. Embora que lhes faltavam vaginas e os efeitos fortemente feminizantes dos hormônios femininos, transexuais novas no passado ainda podiam ter uma vida melhor depois dessa cirurgia.

Inclusive hoje, um número grande de garotas transexuais desesperadas na Índia e Bangladesh fogem das suas famílias para se juntar à casta “hijra.” Para se tornar uma hijra, estas adolescentes se submetem a cirurgias de emasculação total, sob condições primitivas (sendo o ópio a única anestesia que se usa) como teriam feito nos tempos antigos. A maioria das hijra se submetem a esta cirurgia pouco depois do começo da puberdade, e podemos olhar os resultados típicos na foto abaixo. Por ser castradas cedo, muitas delas conseguem evitar as feições secundárias de um corpo masculino, salvo o aprofundamento da voz, e podem ficar permanentemente com o corpo macio de uma moça.

Ao contrário do mito, uma emasculação externa completa depois da puberdade não extinga necessariamente o desejo sexual. A castração pós-pubertal deixa a nova hijra com a descoberta de uma nova excitação sexual e uma nova capacidade orgásmica. O resultado psicológico de tal cirurgia geralmente devastaria a libido de um homem normal, mas o efeito numa jovem transexual em geral é o contrário: a cirurgia pode a livrar e permitir uma expressão mais ampla de sua sensualidade e libido feminina. Tanto quanto às mulheres transexuais pós-operadas do mundo contemporáneo occidental, muitas hijra experimentam fortes sentimentos de excitação sexual pelos restos internos dos seus genitais (embora lhes faltam os tecidos externos nervosos que a SRS moderna preserva, ainda retêm as porções internas do corpo cavernoso erétil do pênis e naturalmente o próstata, que tem capacidade orgásmica). Muitas hijra, mesmo sem uma vagina, ainda podem desfrutar muito, até orgasmo, de sexo anal penetrativo com homens. Como resultado de sua emasculação completa, a região genital das hijra se parece muito feminino, e muitos homens indianos gostam de ter relações sexuais com elas. As hijra, por lado seu, aceitam a sua sina e a oportunidade limitada—mas real—de encontrar pelo menos um pouco de amor como mulheres nesta vida.

 
 
Uma hijra jovem da Índia, mostrando a genitália
Uma foto do livro
“Hijra—O Terceiro Gênero da Índia”
por
Takeshi Ishikawa

A maioria das hijra passam o resto da vida como mulheres, e moram com outras hijra em “grupos familiares,” e ganham a vida funcionando em cerimônias tradicionais nas ocasiões de nascimentos e bodas. Muitas delas, que pertencem a uma casta tradicional mas também muito baixa, trabalham também como mendigos e na prostituição. As mais afortunadas delas hoje em dia têm acesso a hormônios femininos e assim podem feminilizar os corpos, crescendo seios e adquirindo as figuras naturais de mulheres. A combinação de emasculação completa ao ser adolescentes e o uso de estrogênio já permite que algumas das hijra se tornem muito lindas, embora infelizmente não têm genitais femininas (vaginas) nem aceitação social como mulheres.

 

A casta das hijra tem raizes históricas na Índia antiga. A existência da casta, com os costumes dela, permite que as adolescentes transexuais evitem a sina e a angústia da masculinização, e lhes dá um lugar seguro, embora muito humilde, na sociedade indiana. As medidas extremas e angustiantes que tomam estas adolescentes transexuais, para chegar a ter uma aproximação do gênero feminino—mesmo sabendo que é muito provável que nunca verão outra vez às suas famílias e que terão de confrontar a degradação social durante o resto da vida, testamunha à realidade e à seriedade do conflito de gênero que sofrem.

 

Hoje na Índia e na Bangladesh há uns milhões das hijra. Para mais informação, vê o site Kinnar (Hijra) a http://www.kinnar.com/ e o artigo da BBC sobre as hijra de Bangladesh. Se pode ver muitas fotos maravilhosas das hijra no livro “Hijra—O Terceiro Gênero da Índia” por Takeshi Ishikawa.  Embora a origem da casta das hijra e os motivos delas fiquem misteriosos, é certo que se basea no transexualismo.  Diz a Dhanam, uma chefe (uma “guru”) de uma família das hijra:

 

“Nascemos com uma crise de identidade de gênero; não é uma crise que imitamos ou aprendemos,

mais propriamente é um instinto natural que nos conduz a ser mulheres.” - Dhanam    

Não é incomum nas sociedades modernas do occidente que uma adolescente transexual desesperada “se cometa hijra.” Ao se emascular, e depois recorrer ao sistema médico para “consertos,” assim pode realizar a SRS a um custo barato cedo na vida. Tem feito isto um número de adolescentes transexuais nos EUA, e com o uso de estrogênio logo após, se tornaram garotas lindas e passáveis. Infelizmente, a pérdida da pele do pênis e do escroto faz mais complicada a eventual construção cirúrgica de uma vagina. Nos EUA, o número de adolescentes transexuais que recorreram a se castrar para evitar a masculinização era especialmente grande nos anos 50 e 60 quando a comunidade médica americana impunha muitas restrições nos “homens integros” que procuravam a SRS (lê abaixo).

A longa história da cirurgia tradicional estilo-hijra, com origem nos tempos imemoriais, continua hoje nos países como a Índia e Bangladesh. O conhecimento detalhado dos resultados de tal cirurgia forneceu uma importante base empírica para o desenvolvimento da moderna técnica de cirurgia transgenital.
 
 
 
O Desenvolvimento da Cirurgia Moderna de Redesignação Sexual (SRS)
   
Com os avanços rápidos do conhecimento sobre os hormônios sexuais e a cirurgia plástica depois da Segunda Guerra, finalmente foi possível contemplar uma completa resolução—médica e cirúrgica—do dilema de transexualismo. Durante a década dos 50, mulheres transexuais começaram a aproveitar dos benefícios dos hormônios femininos sexuais, que chegavam a ser disponíveis, e que lhes permitiram o crescimento dos seios, o amolecimento da pele e depois de algum tempo, a acquisição de uma figura feminina. Também nos anos 50, uns poucos cirurgiões executaram umas cirurgias experimentais para construir vaginas nas transexuais MtF, utilizando a pele das coxas ou nádegas, uma técnica prestada das cirurgias inovadoras que praticavam na época nas moças intersexuais.

Christine Jorgensen, uma cidadã americana, era uma das transexuais do primeiro grupo que se submeteu a uma “mudança de sexo” cirúrgica. A imprensa americana revelou a história dela um pouco depois da sua cirurgia inicial e ela virou objeto de atenção sensacionalista da mídia e do público. Por meio da história dela, muitas transexuais se informaram pela primeira vez da existência dos novos tratamentos hormonais e cirúrgicos. Mesmo assim, o acesso a tais tratamentos ficou limitado a um número pequeníssimo de pacientes na Europa.

Na época da cirurgia a qual se submeteu Christine, os cirurgiões removeram os órgãos masculinos em um ou mais procedimentos, e esperaram bastante tempo para o corpo se sarar. Depois, os cirurgiões tiraram pele das coxas ou nádegas da paciente para construir uma vagina, de maneira similar à técnica que utilizavam para tratar às pacientes intersexuais. Fez-se a vaginoplastia de Christine em 1954.
 
 

Pioneira transexual Christine Jorgensen,

que se submeteu a uma versão desrefinada de SRS

durante os anos 1952-1954

 

Embora as pacientes transexuais ficaram muito felizes com os resultados da cirurgia, especialmente comparado com as suas situações prévias, havia grandes problemas com as técnicas originais. Os enxertos de pele eram desconfiáveis e às vezes não se sararam. Além disso, o uso de muitos enxertos deixou grandes cicatrizes nos sites de doação. Pior ainda, a pérdida permanente de sensíveis tecidos genitais no primeiro passo da cirurgia afetou as sensações de excitação sexual e a capacidade de orgasmo de muitas das pacientes.

Durante o final da década dos 50 e ao início dos 60, o Dr. Harry Benjamin, um médico e endocrinólogo compassivo que tinha escritórios em Nova York e São Francisco, Califórnia, começou a tratar umas centenas de transexuais. O Dr. Benjamin era o primeiro médico que percebeu a verdadeira diferença entre a homossexualidade e o gênero “trocado.” Em vez de considerar às transexuais como doentes mentais, como faziam quase todos os psiquiatras da época, começou a perceber que sofriam de um verdadeiro erro de gênero, de uma origem desconhecida. Para aliviar o sofrimento delas, começou a receitar a pacientes escolhidas o estrogênio, respondendo aos seus pedidos urgentes de se feminilizar. Ele também observava e estudava os resultados das cirurgias transexuais dessa época e começou a encaminhar suas pacientes transexuais mais aflitas àqueles cirurgiões que obtinham os melhores resultados.

Ao final dos anos 50, um cirurgião plástico francés, o Dr. Georges Burou, M.D., inventou a técnica moderna da inversão do pênis para a redesignação sexual da transexual MtF, e tem sido utilizado variações dessa técnica até agora. A inovação fundamental que fez o Dr. Burou consistia em que utilizou a pele dos órgãos masculinos para criar os tecidos sensíveis dos novos genitais femininos, inclusive uma vagina nova.

 

 

 

 

O Dr. Burou praticou estas cirurgias na sua clínica em Casabranca, Marrocos. Entre 1958 e 1960, o Dr. Burou operou em umas renomadas e muito lindas jovens transformistas da casa noturna Le Carrousel de Paris, França, entre elas a Coccinelle (mais informação), Bambi  e April Ashley, e assim elas se tornaram fisicamente mulheres. Muitas das jovens moças que trabalhavam em Le Carrousel tinham recebido hormônios femininos em troca de ser empregadas do clube, e tinham chegado a ser como resultado incrivelmente lindas, femininas e sensuais. Algumas voltaram a trabalhar no clube depois da cirurgia. A notícia das suas “mudanças de sexo” sucedidas espalhou, e muitos, muitos homens eminentes e ricos as procuraram como amantes. Às vezes um dos ricos “patrocinaria” a cirugia SRS de uma das moças de Le Carrousel, e ela se tornaria a namorada dele durante um tempinho depois.

 

 

 

 

Ao espalhar as notícias do seu trabalho, o Dr. Burou se tornou muito famoso, do jeito que pacientes transexuais do mundo inteiro o sitiaram na sua clínica à 13 Rue de la Pebie em Casabranca, Marrocos, e ele começou a praticar cada ano centenas dessas cirurgias. Em 1973 o Dr. Burou deu a primeira palestra formal sobre sua cirurgia inovadora num grande congresso multidisciplinário da Escola de Medicina da Universidade de Stanford, em Califórnia. Antes que discursou ante o congresso, tinha praticado mais de três mil cirurgias SRS MtF. Em torno desse tempo, muitos cirurgiões ao redor do mundo tinham estudado e adotado a técnica do Dr. Burou e a utilizava para fazer cirurgias de SRS similares.

 

 Pioneiras transexuales Coccinelle (à esquerda), Bambi e April Ashley (ao direito):

se contaram entre as primeiras pacientes de SRS do Dr. Burou entre 1958 e 1960.

 

 

 
 
Entre as fatores mais importantes no sucesso dessas cirurgias era i) o uso da pele do pênis e do escroto para construir as lábios e uma vagina sexualmente funcional—assim evitando as grandes cicatrizes resultantes nos sites da doação dos enxertos de pele, e ii) a disecção e a recolocação muito cuidadosas do tecido das corpora cavernosa do pênis, com a retenção e recolocação de uma porção dos nervos sensíveis e o tecido eréctil. Feito isto da maneira correta, o paciente pós-operada fica capaz de experimentar sensações poderosas de excitação sexual (devido à ereção dos restos internos das corpora cavernosa), e também facilmente experimentar o orgasmo (devido a que fica o próstata que pode espasmar--mesmo como antes da SRS--e os tecidos nervosos do clitóris e da vulva novos podem espasmar também, igual como em qualquer mulher).

Ao aprender que podiam receber tratamento compassivo dele, o clientela transexual do Dr. Benjamin cresceu rapidamente. Ele encaminhou um número crescente de clientes transexuais a cirurgiões, especialmente ao Dr. Burou em Casabranca. No meio dos anos 50, outros cirurgiões respetáveis no exterior tinham começado a praticar a cirurgia SRS utilizando as técnicas do Dr. Burou, e o Dr. Benjamin também encaminhou pacientes àqueles. O cirurgião mais notável desses era o Dr. José Jesus Barbosa, M.D., um renomado cirurgião plástico do México (o Dr. Barbosa executou a SRS de Lynn, e não mais tarde de 1973 tinha executado mais de 300 dessas cirurgias).

Porém, nos EUA tal cirurgia ficou quase desconhecida através dos anos 60. Depois da publicidade do caso de Christine Jorgensen de 1952, uma pressão intensa de organizações religiosas fez com que a maioria dos hospitais nos EUA explicitamente proibiram tais cirurgias, e usaram crenças religiosas como justificação para negar o tratamento hormonal e cirúrgico às transexuais. Além disso, a comunidade médica desses anos pensava dos transexuais como pessoas psicóticas em vez de ter nascido no gênero errado. Em vez de a comunidade médica as ajudar, forçava muitas transexuais a entrar instituições psiquiátricas, onde os médicos tentavam “curar a doença” delas por meio de terapias de aversão e eletrochoque.
 
Ao final dos anos 50 e ao início dos 60, um número de moças americanas intensamente transexuais elegia a se castrar para se fazer mais femininas e para evitar a proibição hospitalária contra a remoção durante a SRS dos testículos de um “homem integro.”  Depois de não mais ser integra, tal moça podia esperar arrumar a SRS em alguns hospitais americanos, contanto que tivesse dinheiro suficiente.  Lê, por exemplo, a história da pioneira transexual Aleshia Brevard.  A uma idade nova, e feminilizada pelo estrogênio, Aleshia se tornou uma estrela na casa noturna Finocchio’s, o clube mundialmente conhecido de transformistas em São Francisco, Califórnia.  Depois de uma auto-castração para se feminilizar mais, Aleshia, com a ajuda do Dr. Benjamin, conseguiu se submeter à SRS em 1962.  Como fizeram muitas mulheres transexuais pós-operadas (inclusive Lynn), Aleshia deixou para atrás o seu passado e começou a viver de modo discreto.  Seguiu uma carreira no negócio dos shows, era uma “Playboy Bunny” (hóspeda em um dos clubes Playboy), e eventualmente chegou a ser uma atriz conhecida no filme, teatro e televisão, e se casou três vezes!  Faz pouco tempo desde que ela revelou o seu passado, o que ela descreve em um livro maravilhoso sobre sua vida surpreendente.
 
 

Aleshia (pré-operada) como a estrela “Lee Shaw”

no clube Finocchio’s em 1961

 Aleshia Brevard,
um pouco depois da SRS em 1962

Aleshia como uma atriz ao início dos anos 80 quando escondia o seu passado 

 
 
Cirurgias SRS Realizadas Cedo Nos EUA
 
Finalmente em 1966 os cirurgiões do Centro Médico da Universidade Johns Hopkins começaram a executar um número limitado de cirurgias MtF SRS, para ajudar algumas pacientes transexuais que já recebiam acompanhamento psicológico na Clínica de Identidade de Gênero da mesma instituição. Os profissionais de Johns Hopkins criam que as transexuais sofriam de uma doença mental, mas também creiam que não existia nenhum método psicológico que podia corrigir uma indentidade de gênero erradamente estabelecida. Em um programa experimental, consideravam a possibilidade de ajudar ás  pacientes transexuais pela cirurgia SRS, a opção que recomendava o Dr. Benjamin. Pouco depois, os cirurgiões de Johns Hopkins começaram a praticar a SRS, utilizando uma variação da técnica do Dr. Burou.

No outono de 1966 os jornais de todas as partes dos EUA difundiram o artigo seguinte, original de um colunista do New York Daily News:

“Há uma beleza de uma moça que circula hoje em dia pelos boates de Manhattan, e ela admite que menos de um ano atrás era um rapaz e que se submeteu a uma cirurgia para mudar de sexo que foi executada em—de todos os lugares improváveis!—o Hospital Johns Hopkins em Baltimore. Surpreendentemente, o hospital comprova isso, e diz que a cirurgia seguiu um acompanhamento psicológico. Tais cirurgias, embora infreqüentes neste país, não são ilegais nem imorais, segundo o porta-voz de Johns Hopkins. Autoridades de uns hospitais importantes concordaram nisto, mas nenhuns deles podiam lembrar se jamais tinha sido executada uma cirurgia similar em Nova York.”
 

Então, no 21 de setembro de 1966, na primeira página do jornal The New York Times, apareceu um artigo longo sobre o transexualismo.  O artigo forneceu informações extensas sobre os tratamentos hormonais e cirúrgicos praticados no exterior, e descreveu o programa experimental da Clínica Médica da Universidade Johns Hopkins onde acabaram de executar umas cirurgias SRS.  O artigo também nomeou o Dr. Harry Benjamin como a autoridade principal do mundo sobre o transexualismo e mencionou o seu livro novo sobre o tema, The Transexual Phenomenon (O Fenômeno Transexual); use este link para ter acesso ao texto original desta obra.


 
Harry Benjamin, M.D.
O grande e compassivo pioneiro médico
[Foto tirada por Lynn Conway em 1973]
 
 
O Dr. Benjamin era o pioneiro num campo de conhecimento médico completamente novo—o transexualismo. O seu texto, que mudou o paradigma de tratamento, descreveu as suas experiências com muitas pacientes transexuais ao longo de várias décadas. Era o primeiro pesquisador que reconheceu que a identidade de gênero e a orientação sexual são dimensões distintas da natureza de cada pessoa. O Dr. Benjamin recomendou como se pode, ou melhor como se deve, tratar medicamente às transexuais intensas para que pudessem viver no gênero apropriado. O seu texto documentou os resultados dos novos tratamentos hormonais e cirúrgicos, e os inseriu num contexto racional, o que conduziu à sua adotação como o padrão de tratamento para o transexualismo. O texto também forneceu esperanças novas a muitas transexuais e fez possível muitos dos avanços médicos que agora tomamos por dado. Por outro lado, o fato que executava a cirurgia SRS na clínica prestigiosa de Johns Hopkins fez mais visíveis as teorias do Dr. Benjamin e chamou a atenção da comunidade médica aos resultados de suas pesquisas.
 
 
Diagramas da Técnica Cirúrgica de SRS Utilizada Cedo na Clínica Johns Hopkins

Os desenhos seguintes ilustram os passos principais da técnica cirúrgica utilizada inicialmente na Clínica Johns Hopkins em torno dos anos 60—uma variação da técnica inventada pelo Dr. Georges Burou.  As ilustrações são do capítulo 22, por Howard W. Jones, Jr., M.D., do livro Transsexualism and Sex Reassignment (Transexualismo e Redesignação Sexual), Richard Green, M.D. e John Money, PhD., editores, Johns Hopkins Press, 1969.  Nesse ano tinha chegado a ser comum que se referia a este tipo de cirurgia como “cirurgia de redesignação sexual (SRS).”  Este livro reproduziu os desenhos originais de um artigo por Howard W. Jones, Jr., Horst K. A. Schirmer e John E. Hoopes, “A Sex Conversion Operation for Males With Transsexualism” (“Uma Cirurgia de Conversão de Sexo para Homens com Transexualismo”) que apareceu no American Journal of Obstetrics and Gynecology (Revista Americana de Obstétrica e Ginecologia) 100 (1968): 101-109.  (Nota: Vê os comentários debaixo dos desenhos com respeito à anatomia confundida ou incorreta do desenho final, o número 10).

 
Figura 1: Um esboço do perîneo que mostra a linha da incisão primária.
 
 
 
 
Figura 2: Se segurou e se atou a corda espermática direita.
 
 
 
 
Figura 3: Se estendeu a incisão primária até o lado ventral do tronco do pênis.
 
 
 
 
Figura 4: Se desenvolveu a orelha anterior da pele do pênis.
 
 
 
 
Figura 5: Se dissecou a uretra do tronco do pênis.
 
 
 
 
Figura 6: Se separaram as corpora cavernosa para realizar o mínimo de coto.
 
 
 
 
 
Figura 7: A dissecção do perîneo.
 
 
 
 
Figura 8: Já se acabou a dissecção do perîneo e se perfurou a orelha anterior para colocar o meato da uretra.
 
 
 
 
Figura 9: Se sutura e se coloca a orelha na cavidade vaginal.
 
 
 
 
Figura 10: Se assegura a preservação da cavidade vaginal pelo uso de um molde vaginal apropriado.
 
 
 

Nota 1:  A figura no. 1 é bastante errônea e não reflete a anatomia que deve resultar destes procedimentos cirúrgicos.  Nessa figura, comparado ao lugar correto, o orifício da vagina se mostra bem demais anterior do ânus, e a entrada da vagina se mostra começando horizontalmente, mas virando para acima depois de passar uma massa de pele diante do ânus.  (Compara esta figura com as fotos de cirurgias SRS contemporâneas, especialmente a que mostra a inserção de um molde na vagina de uma mulher pós-operada).  É provável que esta figura mal concebida fosse a causa de algumas cirurgias fracassadas nos primeiros tempos da SRS, porque os cirurgiões seguindo a técnica de Johns Hopkins podem ter concluído que fosse necessário essa massa de pele para impedir rasgaduras no ânus.  Tais massas muitas vezes impediram dilatações fáceis e coito confortável para as mulheres pós-operadas, o que mais tarde conduziu a estenose vaginal (a pérdida de profundidade e largura).

Nota 2:  Durante os anos, vêm-se evoluindo e melhorando as técnicas cirúrgicas da SRS.  Hoje em dia é bastante comum que se pratica uma cirurgia subseqüente--a labioplastia--para a construção de detalhes mais refinados do exterior da vagina.  Para mais informções sobre as cirurgias contemporâneas de SRS, vê os links e os Detalhes Fotorgráficos dos Resultados da Cirurgia Contemporânea SRSabaixo referenciados.

 
 
A Cirurgia SRS Torna-se Um Tratamento Aceito para o Transexualismo nos EUA
 
Os anúncios e as publicações iniciais da Clínica Johns Hopkins coincidiram com a publicação do livro The Transsexual Phenomenon (O Fenômeno Transexual) pelo Dr. Harry Benjamin ao fim do ano de 1966.  O Dr. Benjamin resumiu no livro os resultados dos seus anos de pesquisa e prática clínica, que veio a ser o texto mais importante sobre o transexualismo.  O livro finalmente indentifcou o transexualismo como uma séria aflição médica com característicos únicos e distintos, cujos sofredores têm identidades de gênero ao contrário do sexo genital dos seus corpos.  Estas teorias e resultados atrairam bastante atenção, a maioria dela incredulosa, na comunidade médica dos EUA durante os anos seguintes.

Então, depois de interação com o Dr. Benjamin e algumas das suas pacientes, uns médicos do Centro Médico da Universidade de Stanford estableceram em 1969 uma clínica experimental de gênero, sob a direção do Dr. Norman Fisk, M.D. e o Dr. Donald Laub, M.D.  Se praticaram aí a cirurgia SRS em algumas pacientes selecionadas e os resultados clínicos e cirúrgicos validaram mais a recomendação deste tratamento para aquelas com transexualismo intenso.  Em conseqüência, a aceitação da cirurgia SRS como um tratamento válido para o transexualismo começou a se espalhar entre os guias intelectuais da comunidade médica americana.  Hospitais ao redor do país pouco a pouco começaram a deixar de proibir a cirurgia SRS, e cirurgiões em vários lugares começaram a praticá-la em um número pequeno de pacientes americanas.

No ano de 1969, o Dr. Stanley Biber, M.D., de Trinidad, Colorado, EUA, começou a praticar a cirurgia SRS MtF, utilizando informação que conseguiu do equipe cirúrgico de Johns Hopkins.  Se tornou bem conhecido pelo sucesso de suas cirurgias, e pacientes transexuais o começaram a solicitar.  Durante décadas o Dr. Biber fez cada ano mais de 150 cirurgias SRS MtF, e não mais tarde do ano de 2000 tinha executado mais de 4500 delas.  O artigo seguinte do jornal USA Today conta a história dele:

 

 

QUARTA-FEIRA, O 24 DE MAIO DE 2000—USA TODAY

 

O Apelido “O Capital da Mudança de Sexo”

Embaraça Uma Cidade de Colorado,

Mas Ninguém Dá Importância

 

Transformação Cirúrgica Vem Sendo Comum Na Cidade

 

Por Pauline Arrillaga

A Imprensa Associada

 

TRINIDAD, Colorado:  A garçonete nova olhava seus fregueses ao encher suas xícaras de café, e perguntou desconfiadamente se alguém quisesse mais chá.

 

Entre os fregueses havia Elise, uma morena jovial numa camiseta curta e calças apertadas de cintura baixa; Kate, formada em literatura na Universidade de Harvard, que se vestia de calças bronzeadas, um suéter feito à mão e brincos de perlas; Thea, uma artista de publicidade, que se calçava de botas de camurça à moda; e Jackie, uma figura muito alta vestida de calças e jaquetão.

 

Nessa hora de almoço, entre a multidão de homens de negócio, donas de casa e fazendeiros, as quatro se destacaram como modelos numa fazenda de porcos.

 

A garçonete se recuou à cuzinha, e falou de lado ao seu chefe.  Gargejou, “Aquelas mulheres que estou servindo—são homens!”

 

Quase ninguém olhou duas vezes às quatro, aqui não, no “Capital Mundial de Mudança de Sexo.”

 

Ao mencionar essa frase à grande maioria dos 9500 habitantes desta cidade, o estrangeiro tipicamente receberia um discurso sobre o que eles acharem mais importante da cidadezinha—o cenário idílico da região, o clima confortável e a população amistosa.

 

Quase ninguém dá importância ao fato que se fizeram aqui mais cirurgias de “mudança de sexo”—mais de 4500 delas até agora—que em qualquer outro lugar.  Só é que odeiam o apelido.

 

“Não importa,” diz Mônica Violante, a dona da Paderia Main Street, “é um aspecto menor de Trinidad.”

 

Cidade em Transição

 

Embora não existam estatísticas exatas do número de cirurgias de redesignação sexual, os observadores do campo concordam com que o Dr. Stanley Biber de Trinidad, dado sua idade e o ano quando começou a operar, tem feito mais dessas cirurgias do que qualquer outro cirurgião.

 

A Fundação Internacional Para Educação de Gênero mantem uma lista de catorze cirurgiões americanos e canadenses que praticam esta cirurgia, e a porta-voz da fundação observa, “O Dr. Biber tem feito esta cirurgia durante mais tempo que a maioria dos outros.”

 

Porém, o que faz a cidade muito única não é que se fazem aqui tantas dessas cirurgias, mas sim que a cidade ex-mineira veio a aceitar o seu destino, e ainda mais depende dele e o abraça.

 

No ano de 1969, Trinidad era uma cidade em transição.  O carvão tinha sido o rei nestas partes desde o início do século passado, mas depois da Segunda Guerra, as minas começavam a se fechar; ao fim dos anos 60 ficavam poucas.

 

Famílias saíram e a rua principal de comércio, que anteriormente contava com um grupo ativo de lojas de departamentos, agências de carros e restaurantes, se tornou uma casca inanimada de negócios falidos.

 

Porém, o Dr. Biber, com seu escritório no quarto andar do prédio do Primeiro Banco Nacional, prosperava.

 

O único cirurgião da cidade, o Dr. Biber fez de tudo.  Partejava crianças, removia apêndices e corregia lábios leprinos.

 

O Dr. Biber veio a Trinidad em 1954 depois de servir no exército americano como cirurgião nos campos de batalha durante a guerra na Korea, e depois de cumprir o prazo militar no Campo Carson uns 200 km. ao norte de Trinidad.

 

Nos primeiros quinze anos, baseou uma vida confortável na prática médica e na cidade que adorou.  Em 1969 se encontrou com a paciente que mudaria para sempre a vida dele e da cidade.

 

O Dr. Biber conheceu uma assistente social e ela pediu que ele fizesse a sua cirurgia.  O médico perguntou, “O que é que quer que eu faça?”

 

“Sou uma transexual,” disse, e o médico respondeu, “O que é isso?”

 

Depois de consultar com um cirurgião de Nova York que tinha feito cirurgias de redesignação sexual, e ao conseguir alguns esboços, feitos à mão, da Universidade Johns Hopkins, o Dr. Biber concordou em executar a cirurgia.  “Ela ficou muito feliz,” lembra o Dr. Biber, “e daí as notícias se difundiram.”

 

Dado que havia muito poucos cirurgiões nessa época que praticavam essa cirurgia, Trinidad veio a ser o lugar preferido no qual se submeter à cirurgia de redesignação sexual, e o Dr. Biber veio a ser o cirurgião perferido para fazê-lo.

 

O único hospital da cidade, O Monte São Rafael, funcionava sob a direção de monjas católicas, assim que ao início o Dr. Biber ocultava delas os arquivos dos pacientes transexuais.  Porém, sabia que eventualmente ia precisar a aprovação da direção do hospital e dos seus vizinhos, assim que explicou o seu trabalho às monjas e a vários clérigos da cidade.

 

“Expliquei tudo que conhecia da psicologia da disfória de gênero.  Elas decidiram que, contanto que provéssemos um serviço válido e de boa qualidade, não havia razão de nos parar,” disse.

 

Um pouco depois, ele dava palestras para os empregados do hospital e também para o público.

 

Linda Martinez, uma paciente do Dr. Biber durante toda sua vida, disse, “Pensamos que isso era a maneira que ele ganhava a vida, e tudo bem.”

 

Cirurgias Lucrativas

 

Nisso nem todos concordaram.  Verlyn Hanson, um ministro da Igreja Batista local desde faz três anos, diz que a cidade elegeu não prestar atenção ao trabalho de Biber porque levou benefícios económicos à região.  “O amor de dinheiro é a raiz de todo o mal, e muitas pessoas não farão caso de muito mal para desfrutar de uma economia mais forte.”

 

Segundo os cálculos de Biber, a sua prática médica atraiu ao hospital num ano só um influxo de mais de um milhão de dólares.  A cirurgia básica custa ao redor de $11.000, e o hospital fica com um pouco mais da metade disso.

 

Na época mais ativa da sua prática, o Dr. Biber executou cada ano mais de 150 das cirurgias de redesignação sexual.  As pacientes dele chegaram acompanhadas pelas suas famílias e amigos que se hospedaram na cidade durante a estadia de oito dias da paciente no hospital.

 

Gosta ou não do que ele fazia, o povo de Trinidad sim gosta dele, o calvo e redondo médico que no trabalho se vestia de jeans e camisas de flanela de xadrez e que sempre falava “olá.”

 

Agora com 77 anos, o Dr. Biber reduziu o número de cirurgias transexuais que faz a uns 100 por ano.  A maior parte da sua prática ainda consiste do tratamento das doenças ordinárias dos cidadãos de Trinidad.  Sabe que chega mais a aposentadoria, e está procurando outro cirurgião para continuar o seu trabalho.  “Este trabalho começou aqui,” diz, “e quero que o hospital o continúe.

 

 

[Fim do artigo da Imprensa Associada sobre o Dr. Biber]

 
 
 
O Protocolo Vigente do Acompanhamento Médico das Transexuais Antes da Cirurgia SRS

A vaginoplastia (SRS) é o final passo dramático e irreversível no processo de transição de gênero de homem para mulher.  Se faz este passo só depois de uma introspecção profundíssima e só com acompanhamento psicológico e em consideração de todas as opções possíveis.  Para aquelas que precisam de uma correção completa de gênero, a cirurgia é um milagre capaz de salvar e melhorar uma vida, assim para permitir mais tarde uma vida plena e feliz.  Porém, uma decisão errada de se cometer a uma transformação completa de gênero, baseada em desejos caprichosos, pode conduzir a permanentes e horríveis conseqüências psicológicas e emocionais.  Se discute o processo de transição de gênero na introdução aos conceitos de identidade de gênero, transgênero e transexualismo em outra página deste site.

As Normas de Cuidado da Associação Internacional Harry Benjamin de Disfória de Gênero (HBIGDA—The Harry Benjamin International Gender Dysphoria Associaton) definem os protocolos atualmente aceitos para o tratamento médico das mulheres transexuais.  Estas normas englobam todos os aspectos de tratamento médico, inclusive o requisito da “Experiência da Vida Real” (“O Teste da Vida Real”), e outros requisitos com que uma mulher transexual tem de cumprir antes que pode ser recomendada para a cirurgia SRS.  A maioria dos cirurgiões que praticam a SRS só operam nas mulheres que seguiram este acompanhamento e que podem apresentar a documentação dos seus conselheiros para comprová-lo.

Para mais informações sobre os procedimentos completos de tratamento médico e transição ge gênero, vê o site de Andrea James, O Guia Completo à Transicão Transexual (TS Roadmap), onde quem contemple uma transição de gênero encontrará conselhos e recursos excelentes de planejamento. Para mais informação sobre a vaginoplastia, veja a Página de Andrea sobre Vaginoplastia e sigue os muitos links ai.     

 
 
Algumas Fotos dos Resultados da Cirurgia Moderna SRS

Durante os anos 80 e especialmente nos 90, havia muitos avanços nas técnicas da cirurgia SRS.  Quando executados pelos cirurgiões mais experimentados, os resultados são muito mais predizíveis do que nos anos anteriores, tanto em aparência quanto em função, e há muito menos instâncias de complicações médicas.  (Nota:  muitas vezes usamos o termo alternativo vaginoplastia em vez de SRS.  Este termo comunica melhor que o objetivo cirúrgico é a construção de genitália funcional, é dizer, uma vagina).  Se segue muitas vezes a cirurgia de vaginoplastia alguns meses mais tarde por uma cirurgia de labioplastia para melhorar a aparência da genitália externa (os lábios).

As fotos seguintes mostram os detalhes da genitália feminina criada pela vaginoplastia e labioplastia contemporâneas.  Estas fotos esclarecem como tão avançada é a cirurgia moderna SRS.  A cirurgia nestas fotos foi executada nos anos 1999 e 2000 pelo cirurgião Dr. Eugene Schrang, M.D., de Neenah, Wisconsin, EUA. As pacientes estão na mesma posição que na Figura 1 acima (isto é, com as pernas e os lábios separadas).  A foto de em médio mostra os lábios (externos e internos) separados, e tem rótulos para indicar o clitóris (c) e os orifícios da vagina (v) e da uretra (u).  As letras “Z” indicam as locações de umas linhas indistintas de cicatrizes onde estavam as incisões necessárias para a construção do capuz do clitóris durante a labioplastia.  Nota a proximidade anatomicamente normal entre os orifícios da vagina e do ânus.  (Veja os links ao fim desta página para mais fotos de resultados da vaginoplastia e da labioplastia).
 
 
Resultados de cirurgias SRS modernas executadas pelo Dr. Eugene Schrang, M.D. de Neenah, Wisconsin, EUA
  

Aqui está uma foto da aparência da genitália externa de uma paciente transexual, tirada um anos depois da SRS (a vaginoplastia só) que foi executada em Montreal, Canadá, na Clínica dos Drs.Yvon Menard, M.D. e Pierre Brassard, M.DEsta foto mostra a paciente com as pernas menos abertas e se olha para acima desde a posição dos joelhos.  Desta maneira, os lábios externos se comprimem e não é possível ver os detalhes internos da genitália.  Esta foto é típica da aparência normal da genitália de mulheres transexuais depois da cirurgia SRS básica.  Note que se pode utilizar o eletrólise na região genital para remover cabelos perto dos lábios, caso se precise para obter uma aparência mais natural.

 
 

 

 

Cuidados Pós-Operatórios Depois da Cirurgia SRS

 
Durante o tempo imediatamente depois da cirurgia, a mulher se encontrará sob o bom cuidado do cirurgião e seu equipe hospitalário. Nesse tempo, ela virá a saber se a cirurgia fosse completamente sucedida, ou se ocorressem algumas complicações que terão que ser manejadas. Logo, depois de sair do hospital, ela vai ter que tomar muita responsabilidade pelo cuidado de manutenção contínua; o resultado ao longo prazo da cirurgia depende da consistência com que executa este cuidado.

Uma porcentagem muito alta das cirurgias SRS executadas pelos melhores cirurgiões resultam completamente sucedidas, em termos de função e estética, sem grandes complicações. Porém, com um cirurgião com menos experiência, podem ocorrer várias complicações, e inclusive os melhores cirurgiões às vezes podem encontrar dificuldades. Entre as complicações possíveis são infecções menores, a pérdida de sangue e a pérdida de uma porção de um enxerto de pele doada. Se pode manejar a maioria destas complicações e controlá-las antes que a mulher sair do hospital.

Porém, também existe o risco de umas complicações mais graves. Todas que contemplem a cirurgia SRS devem entender estes riscos, e devem ser operadas só pelos melhores cirurgiões com histórias de uma baixa ocorrência de complicações graves. As complicações mais graves incluem infecções graves, grande pérdida de sangue, e dano à bexiga, à próstata o aos nervos principais durante a dissecção para formar a vagina. Pode ser difícil controlar e corrigir tais complicações que podem resultar em dano permanente e incorrigível, e pode ser preciso uma longa extensão da estadia no hospital.


Uma das complicações mais temidas de todas é a ocorrência de uma fístula vaginal-retal. Isto pode ocorrer durante a dissecção da cavidade vaginal por uma perfuração accidental do muro do reto, ou pode ser o resultado da morte de tecidos vaginais-retais devido à pressão do estofamento no período imediatamente depois da cirurgia. Uma fístula permite que matéria fecal saia do reto e entre na vagina. A presença da matéria fecal impede que a fístula se feche e se sare, e apresenta um risco contínuo de infecção. A única maneira de corrigir esta situação é executar uma colostomia e usar um saco para coletar a matéria fecal durante meses quando se sarar a fístula. A dilatação apropriada da neovagina pode ser impossível durante este período, o que muitas vezes resulta no fechamento dela. Pode mesmo ser preciso que tal paciente se submeta novamente a outra cirurgia SRS, essa vez sem poder evitar o uso de enxertos extensos de pele doada.

[Nota: Muitas vezes não se ouve desta complicação horrível porque a paciente depende do cirurgião para corrigir o dano e não vai arriscar lhe dar ofensa por revelar publicamente o que aconteceu. A mulher provavelmente também sentirá tanta devastação emocional que não vai poder falar do horror pelo qual está passando. Para minimizar a possibilidade de uma complicação tão terrível, verifica que utilice um dos melhores cirurgiões.]
 
Depois de voltar do hospital, o objetivo principal da paciente é assegurar que a neovagina sare corretamente, e que mantenha seu tamanho e funcionalidade.  Para fazer isto a paciente tem que se dilatar freqüentemente usando um molde vaginal durante um período longo depois da cirurgia.  Há um número de fontes destes moldes e é provável que o cirurgião recomendará uma dessas.  Uma fonte atual pela internet é Duratek Plastics of Canada.

O tamanho dos moldes vaginais varia entre diâmetros de 28 a 38 mm. e têm que ser inseridos na neovagina à profundidade máxima de 10 até 15 cm. ou mais, por 30 até 40 minutes várias vezes cada dia durante muitos meses.  Pouco a pouco se aumenta o tamanho do molde que se usa para manter e aumentar a abertura, o diâmetro e a profundidade vaginal durante o período pós-operativo.  Mais tarde, em especial durante qualquer período prolongado de inatividade sexual, se deve dilatar pelo menos uma ou duas vezes cada semana para manter a largura e profundidade da vagina.  Mesmo depois de muitos anos, caso a mulher perceba qualquer constrição vaginal de uma semana a outra, terá que aumentar a freqüência de dilatação até que se cesse tal sensação.

Para informações mais detalhadas sobre técnicas de dilatação e cuidados no período imediatamente pós-operatório, estuda o artigo Zen and the Art of Postop Maintenance. É impossível ser enfático demais sobre a necessidade de seguir com exatidão o regime de dilatação que receita o cirurgião.  Em muitos casos de resultados da cirurgia SRS que parecem ruins, se pode atribuir o problema à falta de dilatação correta e rigorosa, especialmente nos meses críticos depois da cirurgia.

A foto seguinte mostra uma mulher transexual, recém-operada, ainda com os cabelos púbicos cortados, durante uma das primeiras dilatações vaginais (depois da cirurgia SRS na Clínica de Dr. Suporn na Tailândia).  Nota que a profundidade que fornece a SRS depende da técnica cirúrgica, da quantidade de pele disponível do escroto e do pênis para os inxertos, e da anatomia pélvica da paciente.  As profundidades típicas na maioria das pacientes dos melhores cirurgiões variam entre 10 e 15 cm.  Aqui se ve um resultado acima da média: uma profundidade entre 15 e 16.25 cm.  O molde na foto é de um diâmetro de 30 mm.  Como se pode ver, o molde entra ao corpo no base da vulva, alinhado a um ángulo normal com o torso.  O resultado é que a geometria genital da mulher pós-operada iguala à de qualquer mulher e pode acomodar todas as posições típicas do coito.

 
 

Lynn recomenda altamente que cada mulher que se submete à SRS procure antecipadamente um médico ou ginecólogo competente, afável e confiável.  Informa a ele/ela sobre o que pretende fazer, assim que pode te ajudar com qualquer complicação menor que esteja presente ou surja depois que voltar da cirurgia.  Infelizmente, há poucos médicos que têm o menor conhecimento sobre a cirurgia SRS.  Assim, caso surja em casa uma complicação pós-operativa, pode ser difícil encontrar cuidado médico.  Sem conhecimento da cirurgia, muitos médicos terão medo de te tratar, temendo um processo de malprática.  Minha sugestão é que os melhores cirurgiões forneçam uma guia aos cuidados pós-operativos, e que ali incluam uma seção para médicos e ginecólogos.  Isto poderia diminuir alguns dos medos dos médicos locais sobre como ajudar às mulheres recém-operadas.

[Nota: A falta de cuidado médico local era um problema enorme nos anos passados para as mulheres pós-operadas.  Muitas mulheres que voltaram do exterior com sérias complicações nos anos 60 e 70 não podiam encontrar ajuda médica em nenhuma parte dos EUA.  A pessoal das salas de urgência de muitos hospitais recusaram a ajudar algumas que chegaram com complicações potencialmente fatais.  Outras morreram por falta de cuidado médico elementar no período pós-operado.  Afortunadamente esta situação melhorou na maioria dos lugares dos EUA, mas, para ser totalmente segura, não esquece arrumar acesso a cuidado médico local ANTES de se submeter à SRS.

Todas as pacientes cirúrgicas devem tomar cuidado de que medos, preocupações e embaraços não interfiram com o cuidado pós-operado.  Se você tem qualquer problema médico ou qualquer dúvida sobre a sua condição, vai diretamente a um médico!  E não deixa que menores infecções, dores ou sangrias impeçam a continuação das dilatações programadas.  Se houver um problema, tão menor que pareça, procure ajuda médica local e faz contato também com o cirurgião.  Não pode deixar que NADA interfira com as dilatações senão se arrisque à pérdida da neovagina.

Depois de passar um par de meses, você vai se sarar completamente e pode começar a relaxar um pouco.  A freqüência das dilatações vai diminuir um pouco e vai começar a sentir sua nova forma de excitação sexual.  É neste ponto que pode embarcar na sua nova vida sexual como uma mulher.

 

 

Uns Assuntos Práticos

Para se dilatar, se precisa lubrificação, e para isto muitas mulheres pós-operadas utilizam marcas como K-Y que são solúveis n’água.  Porém, caso precise se lubrificar numa situação improvisada, por exemplo num banho público, o K-Y e similares são bastante inconvenientes porque para se limpar tem que lavar com água.  Uma boa alternativa é óleo mineral porque se pode limpá-lo sem agua.  Realmente não é muito gorduroso e se pode remover quase completamente com papel-toalhas.  O único problema com óleo mineral é que ao viajar tem que guardar num saco de plástico para que um vazamento não suje o conteúdo de uma mala.

Geralmente se precisa também lubrificação durante o coito com a neovagina, e há outra alternativa ao K-Y ubíquo:  a marca Astroglide é muito melhor.  Só se precisa uma quantidade pequena e tem um tato mucoso bem similar às secreções naturais do corpo; dura muito e é solúvel n’n’água.  O único problema com esta marca é que o frasco tem um bocal retratável que é bastante pontudo, pois, tem cuidado com a aplicação do lubrificante na hora de paixão! 

Para manter a neovagina limpa e livre de cheiros, a mulher pós-operada pode às vezes utilizar—especialmente depois do coito—um número de produtos, de várias perfumes e concentrações, que se pode comprar sem receita médica.  Lynn prefere as fórmulas fortificadas que contêm vinagre e água, mas todas no mercado parecem boas e vão te deixar com uma sensação limpa e fresca.  A melhor maneira de usar estes produtos é estar em pé na banheira ou no box, relaxar, e inserir o frasco com cuidado, alinhado com a vagina.  Uma vez inserido completamente (os bocais são aproximadamente 10 cm. de largura), espreme todo o conteúdo e deixa que o líquido escorre nas pernas.  Limpa com uma toalha molhada de lavar o rosto, e acabou.
 
Muitos destes produtos, como a marca Massengill, tem bocais bastante pontudos que podem ser um pouco doloroso inserir, especialmente no período imediatamente pós-operativo  que os bocais são mais grandes o mais que se insere, às vezes se pode sentir as arestas aguçadas (fendas das quais se espreme o líquido do frasco) ao longo do bocal, e será preciso usar uma boa quantidade de lubrificante e ainda pode dar uma sensação desagradável. 

Por outro lado, há um produto, marca Summers Eve, que tem um frasco com um bocal hemisférico, do tamanho de um dedinho, e o haste dele é de um diâmetro menor do que a ponta.  Se pode inserir estes frascos muito mais fácilmente e sem nenhuma dor, com só um pouco de lubrificante na ponta.

Ao início, ao ser novamente pós-operada, a mulher pode experimentar problemas em controlar o corrente de urina ao se sentar para mijar.  Porém, ao sarar a uretra, vai poder aprender a dirigir o corrente de maneira mais predizível.  A mulher pode precisar de algum tempo para aprender isto (coisa que qualquer mulher tem de aprender como menina), ajustando exatamente como se senta e coloca a uretra.

Muitas mulheres recém-operadas se tornam excessivamente preocupadas sobre a aparência da sua vagina e sobre a questão de que a profundidade vaginal seja suficiente para o coito.  Como resultado, a mulher pode ter dificuldades em relaxar, se divertir, aprender sobre o seu novo corpo e logo sair na sociedade para encontrar um namorado.  Ainda pior, estas preocupações podem se tornar num pánico ao surgir a possibilidade de coito com um parceiro sexual.  A mulher deve se recordar que, com tal que tenha pelo menos 10 cm. de profundidade vaginal, vai poder desfrutar de sexo com a maioria de homens de tamanho médio.  É certo que é melhor ter mais de 10 cm., mais isso é suficiente.  Muitas mulheres pós-operadas têm essa profundidade e têm relações sexuais de sucesso com homens.  Não esquece também que muitos homens têm um pouco de medo dos genitais femininos e realmente não nos escrutinam.  Se você é uma boa e alegre parceira sexual e tem genitália funcional, não deve se preocupar de aparecer “perfeita.”

A propósito, muitas mulheres nascidas tem preocupações e confusões sobre a aparência dos seus genitais, e uma controvérsia recente na Austrália ilumina a situação.  A maioria das mulheres nascidas não tem olhado os detalhes genitais de outras mulheres, mas hoje em dia é comum que muitas vêem fotos de outras mulheres nas revistas pornográficas dos maridos ou namorados.  Na Austrália várias revistas como Playboy alteram e “embelezam” digitalmente a aparência dos genitais femininos para evitar regulamentos governamentais que de outro modo impediriam a livre venta das revistas. Como resultado, muitas mulheres australianas chegaram a ter uma noção pouco realista da aparência “normal” da genitália feminina, e muitas tem procurado a cirurgia cosmética para “corrigir” o que foi perfeitamente normal.  Esta história deve ajudar a muitas mulheres pós-operadas relaxar e se preocupar menos com as aparências.  Existe naturalmente uma gama ampla de aparências vaginais, e a maioria das mulheres pós-operadas se encontram na parte “normal” desta gama.

Resulta também que a maioria dos homens acham que as mulheres pós-operadas lhes dão muito prazer durante o coito, porque muitas vezes elas são mais apertadas do que outras mulheres com que fizeram o amor.  As mulheres pós-operadas também podem agarrar o pênis do amante e aplicar pressão com os músculos abdominais, mesmo como as mulheres nascidas e assim se fazer ainda mais apertadas.  Porém, você tem que estar segura de se dilatar pelo menos até um diâmetro de 35 mm. para acomodar o homem de tamanho médio, e 38 mm. é ainda melhor.  É preciso lembrar que uma neovagina não é tão elástica do que a vagina de uma mulher nascida; só vai poder acomodar um pênis do tamanho máximo a que você dilatou e nada mais.  Caso fique com dúvidas do tamanho de um homem, tenta sentir discretamente o tamanho dele antes de indicar que deseje o coito, para saber se seja grande demais.  Se é sem dúvida grande demais, pode dizer que está cansada demais essa noite e procurar outro namorado. 

 
Excitação Sexual, Relações Sexuais e Orgasmo das Mulheres Transexuais Pós-Operadas
 

Existem muitos mitos sobre o efeito de SRS na libido, na sexualidade e no orgasmo da mulher transexual.  Muitas mulheres pré-operadas se preocupam justamente sobre as possibilidades futuras de participar em e desfrutar do coito depois da SRS.  Em especial se preocupam sobre a questão de poder experimentar plenamente a excitação sexual e o orgasmo.  A capacidade de se excitar facilmente, o desejo para contato íntimo e sensual e a liberação que se consegue pelo orgasmo são bens estimáveis numa relação amorosa, especialmente combinado com o desejo de dar prazer completo a um namorado.  Uma pérdida destas capacidades poderia arruinar a oportunidade da mulher de experimentar a sua humanidade plena depois da transição, em especial de encontrar e desfrutar de uma relação amorosa de intimidade e paixão.  Porém, como veremos, caso seja o caminho correto, a SRS pode fornecer a oportunidade de experimentar plenamente a felicidade do amor e sexo, e assim finalmente desfrutar de uma vida plena.

Mito v. Realidade, e a Decisão de se Submeter à SRS   

Muita gente simplesmente assume que a pérdida da genitália externa masculina resultará numa pérdida total da sexualidade.  Isto é um mito ignorante que inecessariamente amedronta muitas mulheres pré-operadas, e que também provoca preconceitos contra mulheres pós-operadas porque o público pensa delas como pessoas que têm anulado sua sexualidade.

É certo que um homem típico sofreria um impacto catastrófico da sua imagem corporal e da sua libido como resultado da pérdida da genitália externa.  Porém, se sabe desde faz muito tempo que homens que perderam a genitália, por exemplo como conseqüência do câncer, com prática e acompanhamento psicológico podem recuperar a capacidade de excitação sexual e orgasmo

Ainda mais importante, o fato é que mulheres transexuais não são “homens típicos.”  Não experimentam um impacto negativo na imagem corporal como resultado da SRS—ao contrário, esta imagem melhora muito.  As histórias de hijras incontáveis da Índia mostram que inclusive as formas primitivas da SRS não devastam a sexualidade das moças, mas de fato ajuda muitas delas.  A SRS tem o efeito oposto nas mulheres intensamente transexuais do que teria a emasculação de um homem típico.  A SRS geralmente libera as libidos das mulheres transexuais e permite muitas vezes que desfrutem por primeira vez da sua sexualidade física e do orgasmo durante o coito.

Os mitos e mal-entendidos sobre os efeitos da SRS resultam que muitas mulheres transexuais ficam indecisivas sobre a questão de se submeter à cirurgia.  Mesmo com sentir a forte necessidade de fazer com que o corpo e a identidade de gênero concordem, muitas mulheres pré-operadas experimentam muita angústia, imaginando um futuro sem a capacidade de excitação sexual e orgasmo. 

Esta angústia faz-se pior ao ouvir várias histórias de transições transexuais que fracassaram, incluindo os casos de alguns crossdressers e transformistas intensos que se submeteram à SRS por motivos sexuais, e que logo ficaram com a libido e capacidade de orgasmo extinguidas.  Vê a seção ADVERTÊNCIA (Pt) nas páginas de Lynn sobre transexualidade para aprender sobre o que pode acontecer quando certas crossdressers e transformistas, que são inerentemente do gênero masculino, erradamente se submetam à SRS.  Devido ao número de casos deste tipo, tem surgido muitos mitos populares, e já existe bastante confusão sobre o que se pode esperar depois da SRS.

 ADVERTÊNCIA SOBRE CRS (Pt)

Por outro lado, muitas outras garotas transexuais aprendem a visualizar das suas experiências pré-operadas, como fez a Lynn, que é provável que vão-se poder excitar e ser orgásmicas depois da cirurgia.  Muitas mulheres pré-operadas escondem a sua genitália por inserir os testículos dentro do abdome, e por dobrar o pênis para atrás utilizando fita adesiva ou calcinha muito esticada.  Colocado assim, o pênis—especialmente a parte externa--em geral não pode obter sangue suficiente para se erigir completamente.  Mesmo assim a moça pode experimentar o ardor tipicamente feminino e um calor em toda parte da região genital interna ao se excitar, por exemplo, pelas atenções amorosas de um homem.  Em adição, as hastes internas do pênis (os “corpora cavernosa”) podem se erigir devido à excitação sexual, e isto é uma sensação maravilhosa, mesmo que a parte externa do pênis fique flácida.  Para a moça já excitada sexualmente, carícias à região genital e aos seios podem conduzir ao orgasmo.

Baseado em experiências deste tipo, a mulher pré-operada pode visualizar que os restos dos corpora cavernosa (as partes internas da haste do pênis) que ficam depois da cirurgia reterão a capacidade de se erigir e assim ela pode experimentar sensações similares de excitação sexual como mulher pós-operada.  A mulher pós-operada também vai poder sentir sensações maravilhosas por cariciar o clitóris, que ela, em contraste com o pênis, pode tocar sem sentir nenhuma angústia sobre sua imagem corporal.

Há muitos aspectos da sexualidade pós-operada da mulher transexual, e os efeitos reais da SRS na excitação sexual e o orgasmo variam muito de caso em caso.  A pessoa inerentemente com um gênero masculino, com o seu masculino interesse sexual focalizado principalmente na genitália externa, com o tempo provávelmente experimentará uma grande pérdida.  A pessoa com um gênero ambíguo ou intermediário pode experimentar uma mistura de pérdidas e ganhos.  A pessoa que tem um gênero inerentemente feminino, e que tem desejos femininos muito fortes, provavelmente vai beneficiar muito, ao se abrir a uma nova vida de sensualidade, sexo e amor.  É lógico que tudo depende de que a pessoa tenha um nível normal de libido, que não tenha vergonhas sexuais e também de um bom resultado cirúrgico.

Assim é que é preciso tomar a decisão de se submeter à SRS com uma cautela extrema, com um nível de introspecção muito profundo, e com uma honestidade brutal sobre sua identidade de gênero, sua imagem corporal, e o que se pode esperar psicologicamente com um corpo diferente depois da SRS.  Isto é ainda mais importante quanto mais a pessoa estime a excitação sexual e o orgasmo.  Porém, nos casos em que a SRS seja o caminho correto, a cirurgia pode livrar a pessoa da armadilha de gênero em que se encontra, e pode permitir que experimente a sua humanidade plena em relações sexuais e de amor.

Característicos sexuais iniciais depois da SRS: Entrar numa segunda puberdade

Há uma gama ampla de libido entre as mulheres pós-operadas, mesmo no caso das mulheres nascidas.  Algumas têm muito interesse no sexo, algumas têm pouco ou são assexuais, e a maioria se encontram entre estes extremos.  Esta seção é relevante para as mulheres pós-operadas que têm libidos saudáveis, que experimentam a excitação sexual e que desejam realização sexual e o orgasmo.

Dentro de um ou dois meses depois da SRS a maioria das mulheres pós-operadas começam a experimentar as primeiras excitações sexuais.  Depois de um período de pouca sensação ou inclusive um torpor, se experimenta um acendimento devido à inchação dos tecidos internos eréteis (os corpora cavernosa e spongiosa) remanescentes depois da SRS.  Isto dá a impressão de uma ereção mas é distinto do que experimenta o homem porque ocorre dentro do corpo.

Algumas mulheres pós-operadas se atrasam em experimentar as primeiras excitações sexuais, especialmente se elas estavam sexualmente inativas ou assexuais antes da SRS devido a sua angústia de gênero.  Porém, estas mulheres também eventualmente vão experimentar excitação genital e o começo de desejo sexual se terem uma libido saudável.

Leva en conta também os conselhos do site Zen and the Art of Post-Operative Maintenance “Outro fator da função sexual é o sistema endocrinológico...depois da cirurgia, resulta que as glândulas adrenais--a outra fonte de testosterona--de algumas mulheres não produzem a suficiente para sustentar uma libido adequada  nem o orgasmo.  Assim pode precisar um pouquinho de testosterona suplemental para recuperar a função sexual.  A quantidade precisa é tipicamente muito menos da que provocaria efeitos indesejados como crescimento de pêlo.  Nem todas precisam disto, mas leva em conta que algumas sim precisam."

Muitas mulheres nascidas que experimentam dificuldades com excitação sexual e orgasmo (em especial aquelas que já passaram a menopausa) usam comprimidos Estratest, que contêm estrogênio e uma pequena quantitidade de testosterona.  Embora seja um tratamento um pouco controversial, muitas mulheres nascidas começaram a usá-lo depois que recebeu publicidade no programa muito popular da televisão americana Oprah Winfrey.  Como resultado disto, e de conselhos como os da página Zen (vê acima), algumas mulheres pós-operadas que experimentavam problemas sexuais começaram também a usar o Estratest, e algumas relatam que lhes ajudou.  Os comprimidos contêm ou 1.25 ou 0.625 mg de estrogênios (como os comprimidos de Premarin) junto com um poquinho de testosterona (para detalhes, vê este link).  Parece que algumas mulheres, sejam nascidas ou pós-operadas, precisam deste traço de tesosterona, enquanto outras, inclusive as pós-menopausais, desfrutam de orgasmos fortes mesmo na ausência completa de testosterona.

De qualquer maneira, uma vez que a mulher pós-operada comece a experimentar excitação sexual, os nervos do clitóris e do superfície da vulva se tornam muito sensíveis, e sentidos muito sensuais permean o corpo.  Logo após, mesmo como no desperto sexual da puberdade, ela quase automaticamente vai desejar brincar com o corpo e se masturbar.  As excitações irão-se intensificando ao sarar completamente a região genital.  É provável que a masturbação e atividade sexual durante este período ajudem com a regeneração neural e a recuperação de sensibilidade.

Há muitas maneiras de se masturbar, e uma das favoritas das moças é se esfregar na almofada.  A moça faz isto por deitar, com a cara abaixo na cama, com uma almofada firme entre as pernas.  Deste jeito pode esfregar a sua vulva e clitóris contra a almofada enquanto a aperta, aplicando uma pressão no clitóris ao mesmo tempo que pode se agitar e empurrar;  também pode brincar manualmente com o corpo e os seios.  Uma alternativa é esfregar o clitóris com os dedos enquanto se agita, aperta as pernas e estimula o corpo.  Além disso há muitas outras maneiras de se excitar e produzir orgasmos, inclusive pelo uso de vibradoras e outros brinquedos sexuais para mulheres.   As moças descobrem suas maneiras preferidas, mesmo como os rapazes, embora que as moças em geral em nossa sociedade guardem isto no sigilo.

Ao se masturbar, a moça pubertal vai experimentar de repente os primeiros orgasmos e assim se encaminhar a desenvolver a sua plena sexualidade como mulher.  Do mesmo jeito, a mulher pós-operada tem de investigar a nova anatomia genital, se masturbar, aprender novas reações sexuais, e experimentar os primeiros orgasmos como mulher—aprender tudo que aprendem as moças como adolescentes pubertais.

Este contínuo aspecto pubertal da vida imediatamente pós-operativa pode ser muito excitante e emocionante, mas também bastante confuso e assustador, igual ao começo da madureza sexual para qualquer adolescente. 

Para um melhor entendimiento deste processo de maduração, recomendo que leia o site franco de Mônica Stewart entitulado "M -> F Transexual Post-Op Orgasms - A Personal Perspective" (Orgasmos Pós-Operativos das Transexuais MtF—Uma Perspectiva Pessoal”).  Este site enfatiza que se precisa ganhar experiência com as reações sexuais antes de transar.  É importante também superar qualquer vergonha sobre o que se pensa que seja “permitido” ou “sujo.”  Outra coisa é que muitas mulheres desfrutam de estimulação anal que seja brincalhão, inclusive com o uso de brinquedos de sexo para superar inibições e aumentar a excitação.  Muitas mulheres também utilizam fantasias para iniciar e melhorar a excitação e o orgasmo.  Se pode usar estas fantasias ao se masturbar e logo após para melhorar a experiência do namoro.

No final, se pode ver que a transição transexual e a SRS são só o começo, permitindo que a mulher entre na sua segunda puberdade.  O que vai fazer de si como mulher, se espera saber.

Alguns Conselhos às Mulheres Pós-Operadas Sobre Encontrar O Namorado Apropriado e Perder a Virgindade 

Esta seção se dirige às mulheres pós-operadas que ganharam alguma experiência com os novos corpos e novas reações sexuais, e para aquelas que já têm a meta de perder a virgindade.  Pode ser muito bom realizar isto e pôr no passado, para ser mais confortável sabendo que realmente pode participar no namoro, e será mais fácil a próxima vez quando for mais importante.  Também, pode superar os medos sobre passar ou aparecer “boa na cama,” ou sobre se o corpo ou qualquer cicatriz puder provocar alguma observação ou dificuldade.  A verdade é que a maioria dos homens não vão perceber nada, inclusive nos casos mais problemáticos, com tal que você fique sexualmente funcional.  Além disso, não esquece que há uma gama muito ampla da aparência vulvar entre as mulheres nascidas, de modo que que quase todas as pós-operadas aparecem boas.  Assim você vai poder relaxar e desfrutar do namoro sem se sentir embaraçada. 

Porém, é importante que você não transe com qualquer cara, especialmente com alguém que tenha uma abordagem antipática ou que não tente te agradar.  O que deve procurar é alguém que tenha coisas em comum contigo, e com quem pode tentar verificar ao início que exista uma “química” entre vocês antes de ir à cama.  E naturalmente você deve tentar perceber se ele for uma pessoa boa que não vai se tornar violento caso descobra, de qualquer jeito, seu passado.

Um erro que cometem muitas moças é esperar demais, e demais rapidamente, e imaginar que vai desfrutar de transar com qualquer cara; assim, a mulher pode ficar muito desiludida com o namoro.  Algumas mulheres podem pensar erradamente que os homens saben lhes excitar e que elas mesmas não têm nenhuma responsabilidade por se excitar.  Podem descobrir, por exemplo, que têm poca sensação genital ao não ser excitadas, mesmo quando o homem estiver penetrando e ejaculando dentro delas.  Como resultado de tal situação, a mulher pode concluir erradamente que “falte sensibilidade” e pode sofrer preocupações e medos adicionais.

Porém, a experiência de “não sentir muito” ao transar com um homem ao não estar excitada é basicamente igual para todas as mulheres, sejam ou não transexuais.  É o que acontece com freqüência hoje em dia quando uma adolescente capitular à pressão de “transar com alguém,” e isto realmente é bastante similar para o rapaz indiferente que senta uma pressão de transar com uma garota.  O toque, a carícia e tentativas ao coito simplesmente não sentem boas e não dão resultados a menos que esteja excitada.  Assim é que o amor por alguém tem um verdadeiro significado.

Só quando a libido se ativar e você perceber uma excitação calorosa e de “ereção,” e só quando os tecidos externos sensíveis começarem a dar umas boas sensações, será possível desfrutar do sexo e esperar um orgasmo.  Também, mesmo para qualquer mulher nascida, a mulher pós-operada não deve esperar muita sensação de dentro da vagina.  A maioria da sensação virá da região externa, é dizer do clitóris e da vulva externa; a mulher pós-operada experimentará também fortes sensações dos corpora erigidos e da próstata dentro dela.

Então, a tarefa agora é encontrar um rapaz cuja presença e toque caloroso façam com que você “derreta,” e que te excite e sinta muito confortável e sensual.  É certo que vai saber quando acontecer isto.  Então vai à cama e deixa ao lado todas as inibições! 

Muitas destas mesmas questões surgem para as mulheres pós-operadas que procurem namoradas.  Podem se preocupar ainda mais sobre a aparênça dos seus corpos e genitais, e sobre sua aceitação como mulheres.  Por outro lado, é possível que sintam menos medo físico das namoradas do que a mulher que intenta transar com um homen.  Em outros sentidos, as situações são similares: para o namoro sucedido, as duas pessoas tem de ser excitadas e confortáveis, e tem de encontrar maneiras doces e compatíveis de compartilhar e desfrutar do amor.

Depois que você encontrar um bom namorado que te excita, ainda pode ser que você precise de alguma prática para chegar facilmente ao orgasmo.  Isso depende em parte das posições sexuais que vocês prefiram e também da maneira que você estivesse masturbando.  Pode ser preciso que modifique os hábitos de masturbação e mude às posições e tipos de estimulação mais parecidos aos que experimente al transar com o namorado.  Também, não esquece FALAR com o namorado sobre o que você gosta.  Se ele ou ela gosta de estar contigo, e quer que você esteja feliz, vai querer te dar prazer, mais não pode fazer sem saber o que é que você gosta.   

Considerando as Posições Coitais 

Algumas posições durante o namoro, mais do que outras, facilitam que a mulher chegue ao orgasmo.  A maioria dos homens permitirão que você os guie ao que você gostar (é dizer, qual posição ou seqüência de posições você prefere).  Mas, sem dizer a ele o que você quiser, você pode ficar deitada de costas na “posição missionária” sem poder desfrutar da excitação que tanto sentia ao início.

Lembra—você agora não é diferente das mulheres nascidas, no sentido que vai receber a maioria da sensação sexual da região clitoral e das partes externas da vulva, e a menos que você fique altamente excitada não vai sentir muito de dentro da vagina.  Portanto, como a maioria das outras mulheres, a simples penetração do pênis não vai te dar muito prazer (ao contrário do que pensam muitos homens sobre o que dá prazer sexual às mulheres).  Então, não vai deixar que o namorado sempre faça da sua maneira habitual e preferida—é muito bom ter uma idéia das posições sexuais e outras técnicas que darão prazer a você também.  

Para muitas mulheres, pode ser mais fácil controlar as sensações sexuais durante o coito penetrativo por “se ajoelhar acima.”  A posição “mulher acima” (vê a foto abaixo de Jenny Hildouaki) se considera a melhor maneira de chegar ao orgasmo coital, sem estimulação manual adicional ao clitóris. 

Ao se ajoelhar acima do namorado, a mulher pode controlar a velocidade, ritmo e ángulo de penetração para maximizar a estimulação.  Ela pode mover a pélvis contra a do namorado para que o clitóris esfregue contra o osso púbico dele (e pode aplicar pressão aos restos dos corpora, dentro dela e um pouco detrás do clitóris), o que muitas vezes é uma maneira eficaz de disparar um orgasmo.  Ao mesmo tempo, ou a mulher ou o homem pode acariciar os seios dela para acrescentar às sensações eróticas que sente.  Caso não seja ótimo se ajoelhar muito fundo, ela pode levantar um pouco o torso para que ela ou ele poda acariciar manualmente o clitóris mesmo que ele fique dentro dela.  Para entender melhor destas possibilidades, olha como “Leticia” (Halle Berry) alcança o orgasmo nas cenas finais de namoro do filme premiado “Monster’s Ball.”

Em vez de tentar chegar ao orgasmo simultaneamente, como se fosse uma meta ideal, geralmente é melhor que a mulher chegue primeiro ao orgasmo.  Assim pode assegurar que alcance um orgasmo embora se demore algum tempo.  Mudando entre penetração e estimulação manual ou oral ao clitóris e à vulva pode esquentá-la incrivelmente e resultar num orgasmo.  Vale tudo o que dá resultado.  E depois que a mulher alcançar o orgasmo, ela pode se deitar debaixo dele, envolver as pernas ao redor das costas dele, e deixar que ele desfrute de montá-la e empurrar energicamente ao chegar seu próprio orgasmo e ejaculação.

Nota: se o homem tem dificuldade em manter uma ereção por um tempo suficiente para que a mulher tenha um orgasmo, há uma solução simples—Viagra!  Usando esta medicina, quase qualquer homem pode desfrutar de uma ereção forte e mantê-la durante uma hora ou mais.  As mulheres não devem hesitar em sugerir Viagra aos namorados; pode melhorar muito o namoro, permitindo que os homens fiquem excitados e sentam menos pressão de ser inadequados, e ajudar que as mulhers alcancem o orgasmo.

Caso você tenha uma namorada em vez de um namorado, também se precisa investigar posições e técnicas para melhorar o namoro, inclusive sinalizar sobre quando se deve mudar de posição ou sobre quem deve alcançar o orgasmo primeiro, etc.  As experiências compartilhadas de desenvolver habilidades peritas no namoro são un aspecto de se amar profundamente e estabelecer um vínculo emocional com o seu amante.

Uma vez que você e seu amante sentirem confortáveis fazendo o amor e alcançando o orgasmo usando as posições coitais básicas, pode continuar a explorar técnicas mais avançadas para que o namoro fique excitante e gostoso.  Há uma boa variedade de livros e videos disponíveis para te ajudar nisto.  Por exemplo, pode começar com ler tais como How to Be a Great Lover: Girlfriend-to-Girlfriend Time-Tested Techniques That Will Blow His Mind (Como Ser Uma Namorada Incrível—Amigas Contam a Amigas as Técnicas Provadas Que O Maravilhará), e The Good Girl's Guide to Bad Girl Sex (A Guia da Moça Boa ao Namoro da Moça Mal-Criada).  Também dá uma olhada a videos como O Guia às Posições Sexuais Avançadas.  Tais livros e videos podem ajudar que a mulher supere várias ansiedades e aversões sexuais e assim se fazer mais confortável ao pensar em e desfrutar do namoro.
 

Comparando as Sensações Genitais, Excitações e Orgasmos que se Experimenta Anteriormente Como Um Homem e Depois Como Mulher 

Um resultado óbvio da SRS que experimenta a mulher pós-operada imediatamente é que agora tem de se sentar para mijar.  Mijar não é tão fácil como antes, e cada vez que o faz se lembra—como lembram todas as mulheres--que você agora é uma garota.  Por outro lado, você tem agora uma vantagem tremenda—a excitações dos órgãos genitais já não são visíveis aos demais.  Igual a qualquer mulher, você não terá que suprimir constantemente as excitações como tem de fazer os homens.  Pode deixar que te excite a qualquer hora, por qualquer tempo, sem ter que te preocupar que alguém te veja, e acho que isto explica porque se ouve falar que as mulheres sorriem mais do que os homens!

É muito bom poder fantasiar e se excitar em qualquer momento.  Essa liberdade pode ajudar que a mulher desenvolva e estabeleça uma libido saudável—ela pode ligar o cérebro com os genitais sem muita autocensura.  Embora que sua libido não seja tão estimulada pela quantidade grande de testosterona que produz o corpo do homem típico, ela não tem que amansar e controlar os desejos libidinosos tanto quanto o homem, e uma mulher pode se sentir sensual durante muito mais tempo.

Lynn acha que uma das razões que explica a dificuldade que têm alguns homens en manter suas ereções é que tem que praticar tanto suprimi-las.  É dizer, eles praticam mais evitar as ereções do que mantê-las!  As mulheres não precisam se censurar dessa maneira.  Com tal que não tenham vergonhas religiosas ou outras aversões sobre o sexo e o namoro, podem praticar facilmente e à vontade se excitar, e a mulher pós-operada pode estabelecer e se acostumar à nova sexualidade bastante rapidamente e pode aprender muito nos primeiros anos depois da SRS.

Uma vez que começa a experimentar excitações e relações sexuais, uma coisa fica imediatamente muito óbvia—o orgasmo sente muito diferente.  Pode ser que não seja tão facilmente e rapidamente realizado, mas é muito provável que a sensação dele seja muito mais poderosa do que ela experimentou como un rapaz.

Depois da SRS, a sensação superficial da ejaculação masculina durante o orgasmo desvanece para sempre.  No seu lugar, você pode aumentar a excitação sexual a um nível muito mais alto sem que a ejaculação acabe com tudo.  Pode precisar de mais tempo, mas agora pode experimentar um orgasmo bem mais forte, com a sensação da ejaculação masculina do passado agora substituida por um espasmo e descarregamento neural por toda a região genital durante o orgasmo.  Se sente um pouco como se você fosse estimulada suavemente por um corrente elétrico por toda a região genital.  A experiência pode variar muito de orgasmo a orgasmo, na maneira que desenvolvem, expandem e se sente “a glória neural y as cores espasmódicas”.  Quase pareça a verdade que a maioria dos homens chegam à ejaculação tão fácil y rapidamente que não conseguem alcançar se excitar suficientemente para experimentar este outro tipo de orgasmo tão poderoso.

Existem também diferenças reais entre a experiência feminina e a masculina em termos das sensações corporais durante o namoro (e muitas destas sensações serão do tipo feminino tanto para as mulheres pré-operadas como as pós-operadas).  A maioria dos homens serão estimulados visualmente pela aparência dos corpos das suas namoradas.  Uma vez excitado, um homem em geral sentirá uma rijeza crescendo dentro dele, e um desejo de “pegar, segurar, empurrar e penetrar.”  Este desejo surge muito rapidamente e vem sendo muito rapidamente irresistível, com a maioria da sensação sexual de dentro do pênis mesmo.  Porém, o descarregamento orgásmico para ele em geral é bastante mais perfunctório, acompanhado por uns esguichos de sêmen, uns grunhidos e pouco mais.  A ejaculação se segue geralmente por uma diminuição repentina de interesse sexual.

A experiência sexual da mulher pós-operada é muito mais “interno,” dentro e a través do corpo inteiro, do que a do homem.  Pode que comece a sua excitação na genitália, mas pode expandir através do corpo inferior, em especial dentro dos músculos, e toda a pele se torna muito mais sensível às carícias e ao toque.  Em vez de se sentir a excitação sexual só nos genitais, como a experimenta o homem, parece que o estrogênio facilita que um calor poderoso encha o corpo inteiro da mulher ao se excitar, especialmente depois de ser penetrada.  A experiência de ser apoderada por este calor sexual sem a presença do seu namorado e sem satisfação coital pode fazer com que se sente uma frustração horrível.

Pela razão de o corpo inteiro se torna muito mais sensível ao toque ao se excitar, ela fica menos estimulada pela aparência do seu namorado do que pela maneira que ele (ou ela) toca e manipula o seu corpo, e também pelo som da sua voz.  Ela não sente o impulso tão fortemente focado de chegar rapidamente ao orgasmo que sentem os homens, mas deseja se livrar das inhibicões, ser manipulada e pouco a pouco aumentar o nível de excitação erótica.  Para ela é menos importante o que vê do que se sente e ouve e como o namorado a manipula cuando ela se dá aos milagres do namoro e calor sexual.  E geralmente ela vai querer passar algum tempo neste processo em vez de empurrar de pressa para a ejaculação como fazem tantos homens. 

Eventualmente ela vai chegar a um “patamar” de excitação sexual e se dar conta que um orgasmo é inevitável.  Isso é uma sensação maravilhosa.  Em determinado momento, o orgasmo começa e se expande pela região genital, com os nervos nessa área altamente sensibilizados.  A sensação exata do orgasmo variará—é mais variável do que para os homens.  Às vezes pode ser um pouco fraco, mas outras vezes incrivelmente forte;  vai variar em termos de “forma e cor.” 

Mesmo como as mulheres nascidas, as pós-operadas muitas vezes experimentam um impulso de vocalizar um pouco antes e durante o orgasmo, gemendo, gritando, guinchando e fazendo outros sons em voz alta.  Para muitas mulheres, o som e a sensação corporal interna destas vocalizações podem elevar a intensidade da experiência orgásmica.  Mulheres pós-operadas não devem ter medo de soltar gritos ou gemidos durante o orgasmo—é perfeitamente natural e pode ajudar a transformar um orgasmo ordinário num extático.  Por outro lado, poucos homens  vocalizam ao ejacular, fora de soltar alguns grunhidos.  Tal vez isto se baseia no constituição hormonal, com a testosterona agindo para impedir estas vocalizações emocionais, da mesma maneira que impede as emoções como o choro neles. 

Depois do orgasmo a mulher transexual geralmente experimenta un efeito relaxante e calmante mais ou menos parecido ao que experimentam os homens.  Mas ao contrário à situação quando era um homem, muitas vezes se excita novamente pouco depois do coito, e pode estar outra vez com ereções internas brevemente depois do orgasmo.  Embora seja difícil para ela chegar ao orgasmo até que passem algumas horas ou um dia, pode desejar outra vez o coito imediatamente.  Esta reoccorência de excitação sexual é realmente maravilhosa e pode conduzir a bonitos tempos de carícias e aconchegamento con o namorado depois do coito.
 

A Medição e Análise dos Característicos Orgásmicos das Mulheres Pós-operadas

Lynn participou na primeira pesquisa científica e fisiológica do orgasmo das mulheres transexuais pós-operadas, em 1999, para melhor medir e analisar as capacidades sexuais destas mulheres.  Rom Birnbaum conduziu esta pesquisa como uma parte dos estudos doutorais no Instituto Para O Estudo Avançado da Sexualidade Humana de San Francisco, Califórnia, EUA.  O clube Eros, um clube gay de San Francisco, forneceu o lugar para o estudo e o equipamento de Rom.  Embora que pareça um lugar estranho para estudar mulheres, era de verdade um sítio ideal para acomodar, quando estava fechado durante o dia, uma ampla variedade de sujeitos de pesquisa, porque o clube era localizado no bairro Castro, bem conhecido pela diversidade sexual.

Os sujeitos da pesquisa foram ligados a sensores eletrónicos (se utilizaram técnicas desenvolvidas nos estudos velhos do orgasmo dos pioneiros Masters e Johnson), e se masturbaram em un ambiente confortável e privado, tentando chegar ao orgasmo.  Um número das mulheres pós-operadas, inclusive a Lynn, chegaram ao orgasmo, o que foi verificado pelos instrumentos eletrónicos de Rom.   Foi especialmente importante o resultado de Lynn, porque mostrou que a capacidade orgásmico pode perdurar durante muitas décadas depois da SRS (Lynn tinha se submetido à SRS uns 31 anos antes da pesquisa).  O trabalho de Dr. Birnbaum demonstrou cientificamente pela primeira vez o que muitas mulheres pós-operadas e seus amantes sempre diziam—que muitas delas podem experimentar plenamente de orgasmos fortes.  Se publicou o tese do doutorado de Rom em 2000 (vê o abstrato seguinte). 

 
 

Abstrato:  O Primeiro Estudo Fisiológico do Orgasmo das Transexuais MtF Pós-Operadas

Birnbaum, R.

 

Tese do Doutorado, Instituto Para O Estudo Avançado da Sexualidade Humana, San Francisco (18 de Outubro de 2000)

Contato: poststudy@aol.com

 

Objetivo:  Determinar se os dados gerados por uma pesquisa da fisiologia sexual sustentarem o hipótese que a mulher transexual pós-operada (MtF) pode reter ou adquirir a capacidade orgásmica depois da cirurgia SRS.  Esquema: Análise dos efeitos físicos de masturbação ao orgasmo num ambiente controlado de laboratório.  Ambiente:  Um arranjo de laboratório móvil principalmente em dois lugares centrais de San Francisco.  Participantes: Uma amostra voluntária de onze transexuais MtF pós-operadas, junto com um grupo de controle de vinte e nove participantes, dividido em cinco grupos: onze homens não transexuais, nove mulheres não transexuais, cinco transexuais MtF pré-operadas, dois transexuais FtM, e dois pessoas intersexuais.  Estes números incluem um participante que aderiu ao estudo como uma transexual MtF pré-operada e depois voltou como uma transexual MtF pós-operada.  Intervenção: Um só protocolo que incluiu medidas de respostas pré-orgásmicas, orgásmicas e pós-orgásmicas; tempo de resposta determinado pelo participante.  Variáveis dependentes: Modelos de oscilações de pressão produzidas pela contração involuntária da musculatura anal, pelo ritmo cardíaco e pela pressão sanguínea.  Resultados: Das onze participantes transexuais MtF pós-operadas, oito auto-relataram o orgasmo, e tres destas oito produziram episódios de contrações similar aos produzidos pelos participantes do grupo de controle da pesquisa, e aos produzidos por outros sujeitos de pesquisas anteriores da fisiologia de orgasmo.  Além disso, não se encontraram diferêncas estatisticamente significativas entre os modelos de contração produzidos pelo grupo de estudo e o grupo de controle, em termos da duração da contração orgásmica, mudanças da amplitude interorgásmica, número de contrações orgásmicas por série, intervalo médio entre as primeiras quatro contrações, intervalo médio entre todas as contrações, ou ritmo cardíaco durante o orgasmo.  Conclusões:  Os dados desta pesquisa sustentam fortemente a hipótese que a mulher transexual MtF pós-operada pode reter/adquirir a capacidade orgásmica depois da cirurgia SRS.  Porém, dado o tamanho limitado da amostra, não se pode calcular uma porcentagem de capacidade orgásmica para a população global das transexuais MtF pós-operadas
 
 

 Foto de Lynn Conway e Rom Birnbaum em frente do clube Eros em San Francisco, onde Rom fez as primeiras medidas científicas da fisiologia de orgasmo das mulheres transexuais (MtF) pós-operadas, em 1999.

 
 
 
Os Cirurgiões de SRS Mais Renomados e Ativos de Hoje

Os cirurgiões mais renomados dos EUA hoje em dia são o Toby Meltzer, M. D. de Scottsdale, Arizona e o Eugene Schrang, M.D. de Neenah, Wisconsin.  Estes cirurgiões estão na flor das suas carreiras, estão executando centenas de cirurgias SRS cada ano, e estão realizando resultados excelentes em termos de aparência, função e sensibilidade.  A Dra. Marci Bowers, M.D., uma cirurgiã que trabalhava ao lado do Dr. Stanley Biber, recentemente assumiu o ofício dele em Trinidad, Colorado, e se relata que ai realiza cirurgias SRS de ótima qualidade (o Dr. Biber já se aposentou).  Existem também outros cirurgiões expertas de SRS em vários outros países ao redor do mundo, notavelmente o Yvon Ménard, M.D. e o Pierre Brassard, M.D. de Montreal, Quebec, Canadá, e o Suporn Watanyusakul, M.D. (“Dr. Suporn”) de Chonburi, Tailândia.

 

 

Marci Bowers, M.D.

Toby Meltzer, M.D.

Eugene Schrang, M.D.

 

Para mais informação sobre os muitos cirurgiões que executam cirurgias excelentes de vaginoplastia nos EUA e no exterior, vê a Página de Vaginoplastia de Andrea James e os muitos links que contem.  Vê também A Secção sobre SRS do Site de Apoio às Mulheres Transexuais e As Páginas Índigas de Mudança de Sexo para informações similares.  As páginas novas Informação Europea Transexual fornecem informação sobre muitos cirurgiões excelentes da Europa.  Também existe na Tailândia um número de cirurgiões que executam a SRS de boa qualidade, a um custo reduzido comparado a muitas outras partes do mundo.

Nota importante:  Nos últimos anos, poucos cirurgiões executariam a SRS nas transexuais VIH+.  Isso dobrou a tragédia de ser transexual para a minoria das mulheres forçadas a viver na rua e que aí pegaram essa doença horrível.  Porém, as técnicas cirúrgicas têm desenvolvido para que agora se pode executar a SRS sem arriscar os equipes médicos, embora às vezes a um custo mais alto para os procedimentos adicionais que se requer.  Para mais informações sobre os cirurgiões que aceitam pacientes VIH+, escreve à Christine Beatty (christine@glamazon.net).  Christine mesma sobreviveu uma vida na rua e prosseguiu a ser uma mulher pós-operada bem sucedida.  Ela relata que os cirurgiões seguintes agora executam a cirurgia SRS nas pacientes VIH+ com tal que não tenham outros problemas sérios de saúde: o Toby Meltzer, M.D. (mesmo preço que VIH-); o Dr. Sanguan Kunaporn, M.D. (aumento de preço de 30% para pacientes VIH+); o Preecha Tiewtranon, M.D. (sobrecarga de $1000 para pacientes VIH+); e o Eugene Schrang, M.D. (sobrecarga já não especificada). 

 
Sites Que Contêm Fotos de Muitos Resultados da SRS de Muitos Cirurgiões
 
(OLHA COM CUIDADO! As seqüências de fotos aqui referenciadas podem transtornar a algumas pessoas!)
 
 O Site de Apoio às Mulheres Transexuais contem links a fotos dos resultados de SRS de muitos cirurgiões.  Outro link contem uma série de 25 fotos de uma SRS executada pelo Dr. Toby Meltzer, M. D. de Scottsdale, Arizona, EUA.  Este link tem uma série detalhada de fotos de uma SRS, também pelo Dr. Meltzer.

O site da atriz espanhola Carla Antonelli contem uma seqüência de fotos da SRS (tiradas de um video). Outro site contem fotos de uma SRS executada na Inglaterra.

E aqui está um link a uma foto de uma SRS que fez cedo o Dr. Stanley Biber, in Trinidad, Colorado, em 1976.  O Dr. Biber se tornou merecidamente renomado entre as mulheres transexuais americanas, e durante muitos anos se fizeram clinetes dele.  A técnica cirúrgica elementária e o resultado são similares aos da SRS de Lynn, que o famoso cirurgião mexicano Dr. J. J. Barbosa, M.D. executou em 1968.

Lynn se submeteu a uma cirurgia adicional de labioplastia, e também para aprofundar a vagina, executada pelo Dr. Eugene Schrang em novembro de 2000, assim para conformar aos padrões contemporâneos.  O Dr. Schrang também tem muita experiência no reparo de complicações cirúrgicas da SRS executado em outras partes.  Gwendolyn Ann Smith tem criado um site O Guia da Transexual a Neenah, onde se encontra muita informação prática sobre se submeter à SRS pelo Dr. Schrang no Centro Médico Regional Theda Clark em Neenah, Wisconsin, EUA.

 
 
Opções Para Reduzir Custos e Promover a Feminização e a Transição Mais Cedo na Vida
 

Para a transexual nova e intensa que não duvide a necessidade de se submeter a uma correção completa de gênero, uma das dificuldades principais é o custo alto do processo e o tempo prolongado (uns anos) para tirar as permissões precisas.  Os custos somados do acompanhamento psicológico, hormônios, eletrólise e cirurgia nos Estados Unidos tipicamente giram en torno de $30 a $40 mil.  Por causa da sua disfória de gênero, muitas transexuais novas não podem arrumar empregos que pagam suficiente para economizar o dinheiro necessário para transicionar quando quiserem.  Entretanto, ficam muitas vezes condenadas a olhar seus corpos se masculinizar mais, mesmo com o uso de estrogênio, o que faz parecer mais inalcançável uma transição sucedida.

Uns progressos recentes incluem acesso mais fácil e mais cedo aos hormônios femininos e aos antiandróginos, obtidos por farmácias virtuais do exterior.  Existem também algumas clíncas novas da SRS na Tailândia, onde o custo da cirurgia varia entre $6.000 e $8.000 (vê o artigo do New York Times do 6 de maio de 2001). O acesso melhorado aos hormônios e à cirurgia fizeram com que é muito mais fácil que garotas novas transexuais podam se feminizar cedo na vida e completar uma transição de gênero ao ter vinte e tantos anos.  Os cirugiões tailandeses não requisitam o protocolo completo HBIGDA (e em lugar disso fazem seu próprio julgamento sobre a prontidão da paciente para a SRS), o que reduz em grande medida o custo e a complexidade do requisito americano de vários anos de acompanhamento psicológico. 

Para mais informação sobre os cirugiões tailandeses, vê a Página SRS do site Recursos das Mulheres Transexuais.  Vê também o site do Dr. Suporn Watanyusakul e fotos de uma SRS recente executada na clínica dele.  Para mais um exemplo do trabalho recente (maio de 2002) do Dr. Suporn, vê a página de uma garota finlandés que descreve (em inglês) as experiências da SRS dela e mostra fotos dos resultados da cirurgia.

 

 

Fotos dos resultados recentes de uma cirurgia SRS executada pelo Dr. Suporn numa garota finlandés (fotos tirados cinco meses depois da cirurgia)

 
Vê também os sites do Preecha Aesthetic Institute de Bancoc, Tailândia (O Dr. Preecha Tiewtranon), do Centro de Cirurgia Estética de Bancoc (O Dr. Pichet Rodchareon), e do Plastic Surgery Center in Phuket (O Dr. Sanguan Kunaporn).  O último site inclui uma série de fotos de uma SRS executado pelo Dr. Kunaporn.

Porém, quem decida ir a Tailândia para a SRS deve se assegurar de selecionar um do grupo pequeno de cirurgiões honrados que executa cirurgias de boa qualidade, utilizando técnicas avançadas nos melhores hospitais.  Existe na Tailândia desde faz muito tempo uma tradição de fazer cirurgias SRS superficiais “estilo Hijra” que não resultam numa vagina completa.  Estas são cirurgias baratas, no campo de $1.000 a $1.500.  Muitas garotas Kathoey (prostitutas) se submetem a estas cirurgias, porque não têm a grana para uma cirurgia mais completa (caso alguem não precise uma cirurgia de SRS completa, pode valer considerar esta opção).  Qualquer pessoa rumo a Tailândia deve pesquisar com muito cuidado a informação mais recente sobre os cirurgiões tailandeses, para evitar errar em selecionar a opção mais barata para uma cirurgia tão importante e transformativa. 

Uma alternativa ainda mais barata agora nos EUA é que se pode aproveitar do acesso bastante fácil à orquiectomia.  Depois de uma orquiectomia (castração), a testosterona ñao pode mais estragar o corpo de uma mulher transgênero, e os efeitos de estrogênio serão mais rápidos e óbvios, especialmente com as moças mais novas.  Esta opção pode fazer com que a garota nova se faça rápidamente mais feminizada e passável, e que não experimente tanta angústia enquanto economiza a grana para a SRS.  Para mais informação sobre este tipo de cirurgia, vê a Página de Orquiectomia.

Nos anos passados muitas mulheres transgênero se submeteram à orquiectomia executado pelo Dr. Robert Barham de Portland, Oregon, EUA, que cobrava aproximadamente $1.000.  Embora o Dr. Barham já não faz estas cirurgias, vale descrever o seu protocolo como exemplo do que se pode esperar noutras partes.  O Dr. Barham requisitou da paciente um acompanhamento psicológico durante pelo menos un ano, o uso de hormônios durante o mesmo período, e um exame recente para verificar a condição de ser VIH-negativa.  Além disso, requisitou uma reunião com a paciente pelo menos um dia antes da cirurgia para discutir a cirurgia e os riscos e efeitos dela.  Geralmente fez o procedimento o dia seguinte, no seu consultório.  Para anestesia utilizou bloqueadores bilaterais das cordas espermáticas; a cirurgia durou aproximadamente uma hora.  Depois da cirurgia, Dr. Barham recomendou que a paciente ficasse na cama com bolsas de gelo durante 12 ou até 24 horas.  Também avisou que a paciente não saísse da cidade por dois dias, para que ele podia lidar com qualquer problema pudesse surgir e para dar um pouco de tempo para o começo da cura.

Para informações mais detalhadas sobre a orquiectomia, vê o site de Sherry.  Sherry é um garota transgênero que se submeteu à orquiectomia em 1999 para se preparar para a sua transição de gênero.  Ela descreve suas experiências e fornece muita informação ataulizada sobre a orquiectomia, inclusive uma lista de cirurgiões.  Vê em especial as páginas intituladas Perguntas Freqüentes Que Me Fazem Sobre Minha Castração e A Orquitectomia Para As Transexuais.  Vê também a página nova de Andrea James Sobre a Orquiectomia. 

 

 

Cirurgia Plástica Para a Completação da Feminização do Corpo Transexual

 
Muitas mulheres transexuais, para feminizar mais os corpos, também se submetem a cirurgias cosméticas como as de feminização facial e de aumento dos seios.  O site de Anne Lawrence tem fotos dos resultados de cirurgias recentes de aumento dos seios de mulheres transexuais, e se pode ler informações sobre a cirurgia de feminização facial na Página FFS de Lynn.  As fotos seguintes, de cirurgias de aumento dos seios executadas por Dr. Suporn tailandés, fornecem uma idéia dos resultados maravilhosos que se pode realizar.
  
 

 

Porém, é preciso levar em conta que muitas mulheres transexuais desenvolvem seios muito satisfatórios sem cirurgia de aumento, especialmente se começarem suas transições como adolescentes.  Para uma discussão extensiva sobre o desenvolvimento natural (sem cirurgia de aumento) dos seios das mulheres transexuais, junto com muitas fotos de tal desenvolvimento, vê a página Desenvolvimento dos Seios.

A decisão de se submeter à cirurgia de aumento dos seios é muito similar para qualquer mulher, seja ela transexual ou não--é muito complexo e tem que comparar, por exemplo, a melhora de aparência contra a possibilidade da pérdida de sensibilidade ou outras complicações.  Quando a mulher não desenvolver seios muito grandes, o aumento pode levar muita satisfação, mas de outra maneira pode ser desnecessário e levar riscos indesejáveis.  Para uma discussão ampla desta cirurgia com muitas fotos, vê a Página O Aumento dos Seios.

O site de Carla Antonelli contem uma página de fotos de bonitas garotas transexuais onde pode ver ainda mais resultados da cirurgia de aumento dos seios.  Tal vez mais importante, esta página comunica os resultados maravilhosos que se pode realizar pela feminização cedo na vida.  A conclusão é isto: quando a garota transgênero souber que inevitavelmente vai ter que se tornar mulher, deve procurar imediatamente ajuda médica para acabar com mais masculinização e para começar a feminização tão cedo possível—preferivelmente como adolescente.  A coragem e resolução na procura de uma correção de gênero quando ainda nova melhorará dramaticamente as chances para uma vida plena e completa.

 
As Alegrias e Maravilhas de uma Completa Correção de Gênero
 
Os modernos avanços médicos nos levamos muito longe das técnicas primitivas da cirurgia que se usaram no tratamento tradicional “Hijra.”  O tratamento moderno de homônios, a vaginoplastia (SRS), a cirurgia de feminização facial e outras cirurgias cosméticas podem modificar bastante o corpo transexual MtF para que concorde bem ao seu gênero inato, especialmente com o começo de tratamento cedo na vida.  Já é possível que muitas mulheres pós-operadas se sintam completamente congruente de gênero nos seus corpos transformados, e que entrem confortavelmente e apaixonadamente em relações íntimas (ou heterossexual ou lésbica, seja como for), como mulheres sensuais e sexualmente sensíveis.

O grau de feminização e modificação do corpo que já é possível por uma intervenção médica cedo na vida, e como resultado de muito esforço, se pode ver nas fotos de mulheres transexuais tais como Amanda Lear (França), Roberta Close (Brasil), Carolyn Cossey (EUA) e Julia Sommers (Austrália).

Estas lindas fotos abaixo de Jenny Hiloudaki (Grécia), que começou a usar hormônios femininos quando tinha 13 anos e que se submeteu à SRS quando tinha 20, sugerem as alegrias e maravilhas de resolver a condição transexual e proceder a viver, no corpo feminino que resulta, uma vida plena como uma mulher amorosa

 
 

 
 
 
 
 

Zerado no 9-13-04
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