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Atriz de 'Cordel' diz que não conseguia se encantar pela TV

2 set 2011 - 15h46
(atualizado às 15h59)
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Geraldo Bessa

Com 20 anos de carreira, praticamente dedicada a peças alternativas e filmes independentes, Mariana Lima acredita que só agora encontrou seu lugar na televisão. O novo momento é marcado pela alegria da atriz ao viver a rainha Helena, da novela global Cordel Encantado. "Não soube fazer meu nome na TV. É uma volta de alto nível. Eu era muito imatura quando fiz minha primeira novela. Quero consertar isso", admite. Ela estreou na televisão em 1996 como Liliana, de O Rei do Gado.

Em Cordel Encantado, de Thelma Guedes e Duca Rachid, Mariana interpreta é mãe de Felipe (Jayme Matarazzo) e Inácio (Mauricio Destri). A personagem deixa o reino em Seráfia e chega a Brogodó. Na companhia da Corte, ela está no Brasil em busca de Aurora (Bianca Bin). "Ela se sente feliz em Brogodó. E ainda se interessa pelo delegado Batoré. É uma relação que nasce da maturidade", conta.

Atualmente, Mariana divide-se entre as gravações da novela e o espetáculo Pterodátilos, de Felipe Hisch, que depois de passar pelo Rio de Janeiro e por São Paulo, começa uma turnê pelo Brasil. Confira a entrevista completa com a atriz:

Em 20 anos de carreira, Cordel Encantado é a sua quarta novela. Você tem algum preconceito contra a televisão?

Não acho que a palavra certa seja preconceito. Mas eu realmente não conseguia me encantar pela TV. Tive ótimas experiências. Cada uma teve seu momento, suas dores e suas delícias. Em O Rei do Gado eu tinha 24 anos e foi bem difícil de fazer. Estava no teatro, tinha feito dois filmes e sofri bastante com a adaptação. Além disso, foi complicado sair de São Paulo e ir para o Rio de Janeiro. Tive de lidar com a exposição que uma novela do horário nobre acarreta. Não estava preparada para isso. Levei um susto.

Sua última novela foi Desejos de Mulher, de 2002. O que te levou a encarar um folhetim inteiro quase dez anos depois?

Tudo é uma questão de maturidade. Com o passar dos anos, a vontade de voltar a fazer uma novela inteira, com um personagem interessante, foi surgindo de forma tranquila. Por sorte, recebi o convite da Amora Mautner e do Ricardo Waddington para fazer Cordel Encantado. Na primeira reunião, eu falei da minha felicidade em trabalhar com eles, mas ao mesmo tempo, expliquei meus compromissos com a peça Pterodátilos. Os dois falaram que tudo bem, que dava para conciliar, fazer novela das seis é uma coisa leve.

E deu para conciliar?

Lógico que não. Cordel Encantado é uma novela das seis nada tranquila. Pela qualidade técnica e de texto, virou uma trama extremamente trabalhosa. A gente grava de segunda a sábado e a peça é de sexta a domingo. Já tive de ir para São Paulo na sexta, apresentei a peça, voltei para gravar no Rio sábado de manhã, e depois retornei para São Paulo. As cenas têm uma luz linda, os figurinos são fabulosos. Eu demoro uma hora e meia para ficar pronta, pois tenho de colocar cabelo, vestir roupas complexas, cheias de adereços. Tudo é mais lento. Não é algo que você entra no estúdio e faz.

O esforço valeu a pena?

Minha volta aos folhetins não poderia ter sido melhor. O saldo é muito positivo, estou me sentindo realizada. Tenho um tesão muito grande por essa trama, gosto de ver, me dá muito orgulho. É tudo muito bem feito e bem escrito. Acho impressionante. Os capítulos chegam e eu leio como se fosse um romance.

A experiência em Cordel Encantado mudou a forma de você lidar com a televisão?

Me deu vontade de construir uma história mais próxima com o veículo. Hoje em dia eu lido bem com o processo industrial. Acho que é um bom exercício. A televisão dá elasticidade ao ator, uma capacidade de estar sempre pronto, de entrar em cena e ter acesso à emoção de forma rápida. Você vai para o estúdio com as emoções à flor da pele e joga com o que você tem. Estou de olho nessas lições.

Mariana Lima fala sobre a carreira e a personagem em 'Cordel Encantado'
Mariana Lima fala sobre a carreira e a personagem em 'Cordel Encantado'
Foto: Pedro Paulo Figueiredo/Carta Z Notícias / Divulgação
Fonte: TV Press
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