Um carro de corrida de verdade. Esse é o sentimento de quem guia
um monoposto. O G1 passou pelo treinamento
teórico oferecido na escola de pilotagem - que formou o piloto
de Fórmula Indy, Tony Kanaan - e depois foi ao Autódromo de
Interlagos para testar as técnicas na pista. Assista ao
vídeo.
O modelo tipo fórmula avaliado é uma estrutura
tubular, com carenagem de fibra de carbono e 3,5 metros de
comprimento, semelhante ao carro utilizado na antiga Fórmula
Ford. No pico são presos os spoilers e na traseira estão o
aerofólio e o motor, posicionado estrategicamente para melhorar
a distribuição de peso e, consequentemente, contribuir com a
aerodinâmica do veículo.
No pico do carro estão os spoilers que dão mais aderência ao carro na pista (Imagem: Alexandre Nascimento/G1)
Para entrar no cockpit é preciso primeiro colocar o pé direito, depois o esquerdo. Com os dois pés sobre o banco, o piloto apoia os braços na lateral da carenagem e escorrega as duas pernas para dentro, de uma única vez.
Posição acertada, chega a hora de virar a chave. Antes de acionar o motor, é necessário pisar na embreagem e manter o pé no freio, já que não existe o freio de mão.
O cockpit é apertado e o motorista precisa entrar com uma perna de cada vez (Imagem: Alexandre Nascimento/G1)
Como a concentração do piloto no traçado e nas manobras é a lição
número um, no painel de instrumentos há o mínimo de informações
possíveis. No centro está o conta-giros, do lado esquerdo o
indicador de pressão do óleo e a chave geral e, do lado direito,
o marcador de temperatura e a luz que indica que o motor
está ligado.
Equipado com o mesmo propulsor do Escort 1.6, a
álcool, de 90 cv, o carro tipo fórmula testado não é o mais
potente, nem o mais veloz dos veículos de competição, mas é o
que dá mais impressão de velocidade. O perfil baixo e o cockpit
aberto fazem com que o condutor fique mais próximo ao solo,
sinta a força do vento na cabeça e escute o barulho estrondoso
do motor que está bem atrás dos ouvidos. Na reta dos boxes foi
possível chegar a 186 km/h e na reta oposta a 140 km/h.
Rodas são aro 15 e pneus são semelhantes aos de carros de passeio (Imagem: Alexandre Nascimento/G1)
O câmbio de quatro velocidades mais a ré, herdado do Del Rey, tem as marchas muito próximas e requer prática para pegar a mão, ao contrário da transmissão dos carros de turismo, que é bem próxima a dos veículos de passeio.
Depois de acertar o engate, treinamos na pista o punta-taco, técnica que evita que o motor esteja sem força na saída de curva, já que na competição milésimos de segundos fazem toda a diferença.
Motor é o mesmo do Escort 1.6, a álcool, de 90 cv (Imagem: Alexandre Nascimento/G1)
A manobra tem início na entrada de curva. Com o pé direito no
freio, o piloto pisa com o esquerdo na embreagem, em seguida
vira o pé direito e com o calcanhar pressiona também o
acelerador e só então reduz a marcha. Depois solta o freio de
forma gradativa e retoma a aceleração. Parece complicado, mas
após muito treino vira um procedimento automático.
Apesar de baixo, a aderência do fórmula é menor do
que a do kart, por isso é mais fácil de rodar. A leveza do
conjunto, são apenas 450 kg, também pesa contra a estabilidade.
Durante o teste, o carro escapou de traseira em uma das curvas
do traçado. A saída para não terminar a corrida por lá foi
evitar o uso do freio e virar o volante para o lado que a
traseira derrapou, corrigindo a trajetória e completando a
volta.
O curso de fórmula sai por R$ 3.400 e tem cinco
aulas teóricas e quatro aulas práticas no Autódromo de
Interlagos. Para os que têm interesse apenas em guiar o carro no
circuito é oferecida uma aula única por R$ 900.