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Entenda cada fase do trabalho de parto

Mulher em trabalho de parto
Foto: Thinkstock
Ninguém pode dizer ao certo como será a sua experiência de trabalho de parto ou quanto tempo vai durar, já que cada parto é único, até de uma mesma mulher em gestações diferentes.

Ainda assim, há muito o que você pode fazer para se preparar, especialmente se souber o que vem pela frente com seu organismo.

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O trabalho de parto se divide em três fases:

  • Primeira fase, quando gradualmente acontecem as contrações que levam à dilatação do colo do útero, cujo orifício abre 10 centímetros.
  • Segunda fase, o período expulsivo, quando você faz força e o bebê sai.
  • Terceira fase, que é a saída da placenta, depois que o bebê nasce.
Vale lembrar que antes de a fase ativa do trabalho de parto começar de verdade o corpo "ensaia" o grande acontecimento, com contrações irregulares, o chamado falso trabalho de parto ou fase dos pródromos. Essa fase dos "alarmes falsos" pode levar dias e levar a ansiedade a mil.

Leia mais sobre como saber se o trabalho de parto começou de verdade

Antes do trabalho de parto efetivo: mudanças no colo do útero

Durante a gravidez, o colo do útero fica fechado e "vedado" pelo chamado tampão mucoso, que ajuda a prevenir infecções. O colo do útero é comprido e firme, o que dá bastante suporte ao útero. Ele se posiciona levemente voltado às costas.

Antes de o trabalho de parto propriamente dito começar, o colo do útero tem que passar por algumas mudanças. Ele precisa virar para a frente, amolecer e encurtar. Esse processo de amaciamento do colo do útero é conhecido como "esvaecer" ou "apagar".

As alterações podem levar horas, dias e até semanas. Talvez você nem repare que estão acontecendo. Talvez você sinta contrações de intensidades diferentes, que podem até atrapalhar o seu sono, mesmo que o trabalho de parto em si não tenha começado.

Primeira fase do trabalho de parto: dilatação

Na primeira fase do trabalho de parto, o colo do útero precisa abrir (dilatar) para que o bebê possa nascer. Para que isso aconteça, vêm as contrações: os músculos do útero se apertam e a barriga fica dura por alguns segundos, para depois relaxar. O movimento ritmado vai aos poucos posicionando o colo do útero.

Nos estágios iniciais, o colo do útero pode se dilatar gradualmente e às vezes pode parecer que não tem nada acontecendo. É um período com contrações que não duram muito tempo, não doem muito e vêm com grandes intervalos entre cada uma. É chamado de pródromos e depois de fase latente.

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Para certas mulheres, as contrações podem até parar por um tempo e depois voltar. Essa fase pode durar até dias! É nela que acontecem os alarmes falsos.

Ao entrar na fase ativa, quando o colo do útero costuma ter dilatado cerca de 4 centímetros, as contrações engrenam, ficam ritmadas , geralmente duram mais e vão ficando mais fortes. É quando se considera que o trabalho de parto realmente começou, e quando é feita a internação na maternidade.

A contagem de contrações e o exame de cardiotocografia ajudam a mostrar que o trabalho de parto ativo começou.

A duração da fase ativa do trabalho de parto varia muito e é difícil de prever. Pode ser de muitas horas ou pode ser muito rápida. Fases ativas de 2 horas ou de 12 horas são igualmente normais. A dilatação também não acontece de forma constante: pode estacionar por períodos mais longos e acelerar de repente.

Enquanto o corpo da mulher trabalha, a equipe que acompanha o parto monitora com frequência os sinais vitais do bebê (ouvindo o coração dele a cada 15 minutos, por exemplo) para ter certeza de que está tudo bem.

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Em geral, as contrações vão ficando cada vez mais próximas entre si, mais longas e mais doídas. E, no fim desta primeira fase, o trabalho de parto fica bem intenso. É um período chamado de transição, quando muitas mulheres descrevem uma sensação de tremedeira, de "sair do corpo".

A primeira fase do trabalho de parto se conclui com o colo do útero totalmente dilatado e a sensação de que é hora de fazer força para o bebê sair.

O final da fase ativa e a transição são as etapas mais doloridas do trabalho de parto. Vale a pena procurar se concentrar no fato de que elas indicam que o alívio do momento de o bebê nascer está cada vez mais próximo.

Durante o trabalho de parto ativo, você pode se alimentar, beber líquidos e se movimentar, aproveitando o intervalo entre as contrações para descansar o máximo que puder.

É frequente ter vontade de ir ao banheiro e, conforme o trabalho de parto avança, vomitar.

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Os especialistas recomendam cada vez mais que a mulher procure ouvir seu próprio corpo ao longo da primeira fase do trabalho de parto. Há várias opções não-medicamentosas e também de analgesia e anestesia para aliviar a dor nessa fase.

Leia mais sobre como reconhecer que o trabalho de parto começou

Segunda fase do trabalho de parto: o expulsivo

Esse é o estágio em que o bebê nasce. No início dessa etapa, o bebê começa a descer rumo à vagina pelo canal de parto.

Pode ser que não dê vontade de fazer força logo de cara. Quando o bebê já desceu a ponto de poder ser avistado pela equipe de parto e você sente a necessidade de empurrar, aí sim a parte ativa da segunda fase se inicia.

O expulsivo não tem duração de tempo definida. Pode ser rápido, alguns minutos apenas, ou pode durar algumas horas, dependendo do posicionamento do bebê.

Nessa fase que dá para sentir a pressão da cabeça do bebê na parte inferior da pelve, e, com cada contração, vem o puxo, que é a necessidade de fazer força. Ouça o seu corpo e faça força em resposta a essas ondas de vontade incontrolável de empurrar. Respire fundo entre os movimentos.

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A cada contração/força, o bebê desce um pouco mais pela pelve, porém, ao final de uma contração, ele provavelmente volta para trás um tantinho. Isso é normal e permite aos músculos do assoalho pélvico tempo para se estenderem progressivamente. O importante é que o bebê continue descendo pouco a pouco.

Ficar em posições mais verticais e obedecer a seus instintos na hora de se posicionar pode ajudar o seu organismo e o bebê a avançarem melhor nessa fase expulsiva do parto.

Durante o expulsivo, o coração do bebê é monitorado com mais frequência (a cada 5 minutos, por exemplo, ou por monitoramento contínuo), para verificar se não há sinal de sofrimento fetal.

Quando a cabeça do bebê é visível na entrada da vagina e fica por lá mesmo com o fim de uma contração quer dizer que ele "coroou".

Nesse momento, os profissionais de saúde que acompanham seu parto poderão recomendar que você tente moderar a força durante algumas contrações para ajudar o bebê a nascer de uma forma mais gentil e vagarosa.

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Essa abordagem também tende a proteger o períneo (a área entre a vagina e o ânus). Você provavelmente vai sentir uma sensação quente e de ardência, o "círculo de fogo", à medida que a abertura vaginal começar a se abrir em volta da cabeça do bebê. Há quem use compressas aquecidas na região do períneo para tentar evitar lacerações.

Uma vez que você tenha dado à luz o bebê, a segunda fase do trabalho de parto termina. O ideal é que seu recém-nascido seja rapidamente colocado junto a você para um contato pele a pele inicial.

Leia mais sobre o período expulsivo do trabalho de parto

Terceira fase do trabalho de parto: saída da placenta

O terceiro estágio do trabalho de parto começa uma vez que o bebê nasça e termina com a saída da placenta e da bolsa de líquido amniótico vazia que é ligada à placenta (membranas). Elas são expelidas à medida que o útero se contrai de volta após o parto.

O protocolo no Brasil é aplicar ocitocina logo após a placenta sair, normalmente em forma de injeção, para ajudar o útero a contrair de volta, reduzindo o risco de hemorragia pós-parto.

"Se já estava correndo ocitocina no trabalho de parto, suspendemos até sair a placenta", explica Eleonora Fonseca, integrante do Conselho Médico do BabyCenter.

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As contrações dessa fase são menos intensas. A placenta descola da parede uterina e desce pela vagina. Algumas mulheres sentem necessidade de fazer força para empurrá-la para fora. A duração dessa fase costuma ser de no máximo uma hora .

Ficar em posição mais ereta, ter contato pele a pele com o bebê e começar a amamentar são ações que podem estimular o corpo a expelir a placenta naturalmente.

O profissional que acompanha o seu parto vai examinar com atenção a placenta e a bolsa para ver se não sobrou nada para sair. Também vai apalpar seu abdome para verificar se o útero está se contraindo, a fim de conter o sangramento no local onde a placenta estava.

É recomendado que se esperem alguns minutos antes de cortar o cordão umbilical. Enquanto a placenta não é expelida, o cordão continua a pulsar com sangue rico em nutrientes, que ainda é repassado ao bebê.

Quando mãe e bebê estão bem no pós-parto, o melhor é que realmente fiquem juntinhos para se conhecer e criar vínculos.

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Leia mais sobre a "hora de ouro"

E depois do terceiro estágio, o que acontece no trabalho de parto?

Quando o parto termina, você pode se sentir trêmula por causa da adrenalina e dos ajustes que seu corpo começa a fazer imediatamente com tamanha mudança. Em algumas mulheres pode haver náusea e vômitos.

Ou talvez você se sinta nas nuvens, como se tivesse "tomado umas".

Há mulheres, no entanto, que têm dificuldade de prestar muita atenção ao bebê logo depois do nascimento, principalmente se o trabalho de parto foi cansativo. Se isso acontecer com você, não se preocupe, quando estiver descansada, vai estar bem mais interessada em conhecer seu filho ou filha.

De qualquer forma, como o contato de pele é muito importante, procure segurar o bebê no colo bem pertinho de você, de preferência sem nenhum tecido no meio. Ofereça o peito o quanto antes: a equipe de enfermagem vai ajudá-la a amamentar.

Não se estresse se o bebê não parecer muito interessado. Só de ele estar ali, sentindo seu cheirinho e encostado em você, o aleitamento já estará sendo incentivado.

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Pergunte à equipe também qual foi a nota de Apgar do bebê, que é um número que descreve o estado da criança (afinal, encanação de mãe começa cedo!). A nota é dada depois de 1 minuto e depois de 5 minutos do nascimento, e ajuda a equipe a decidir se o bebê precisa de cuidados especiais ou não.

Pronto! Acabou a marcante maratona do parto e começou a outra jornada, em que seu corpo vai se recuperar e o organismo do bebê vai se adaptar cada vez mais à vida aqui fora, para que vocês construam sua história juntos.

Entenda como é a recuperação do parto normal e saiba o que fazer se a vagina ficar dolorida depois do parto

Assista em um vídeo como é o teste de Apgar
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Jenny Leach é jornalista especializada em conteúdo de saúde baseado em evidências.