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Reitoria articula ampliação de convênio com os Correios

O projeto assinado em dezembro tem vigência de 18 meses e está sendo desenvolvido por uma equipe composta por pesquisadores da Unicamp e empregados da estatal

Pouco mais de três meses depois da assinatura de um acordo de cooperação, a Unicamp e os Correios iniciaram nesta sexta-feira (23) diálogos para a formalização de uma nova parceria. O reitor, Antonio José de Almeida Meirelles, e o presidente da estatal, Fabiano Silva dos Santos, discutiram, em Campinas, a ampliação do convênio assinado em dezembro do ano passado. A ideia é desenhar uma nova parceria com prazo mínimo de cinco anos e que contemple novas áreas de pesquisa.

O projeto assinado em dezembro tem vigência de 18 meses e está sendo desenvolvido por uma equipe composta por pesquisadores da Unicamp e empregados dos Correios. A proposta prevê a realização de pesquisa e o desenvolvimento para aplicação de inteligência artificial e ciência de dados em assuntos de interesse estratégico para a estatal, como otimização logística e dimensionamento de recursos. (Veja detalhes abaixo)

“O primeiro convênio está em pleno desenvolvimento, e a avaliação é positiva, segundo o que foi manifestado pela direção dos Correios. Mas percebemos que alguns desafios podem ter soluções num período de seis meses; outros, em um ano, e muitos vão além disso”, afirmou o professor Cristiano Torezzan, assessor docente do Gabinete do reitor e executor do projeto.

“Além disso, há alguns assuntos e temas de pesquisas que não estão contemplados neste primeiro convênio. Queremos, então, desenhar um novo convênio, com um prazo maior, de cinco a 10 anos, que abarque desafios que estão atualmente em desenvolvimento, mas que demandam um prazo maior, e que inclua novos desafios — como por exemplo, a entrega de correspondência em comunidades e a construção de uma unidade modelo para que novas tecnologias sejam testadas. Além disso, deverá haver a previsão de formação de recursos humanos nos Correios, com mestrado, doutorado”, acrescentou o professor.

Segundo ele, o grupo vislumbra submeter o novo projeto à Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) para que a agência de fomento possa complementar o financiamento dos Correios. “A Fapesp possui uma linha de Centro de Pesquisa em Engenharia que poderia ser uma das possibilidades de contrapartida para um projeto dessa dimensão”, explica.

O diretor de Operações dos Correios, Frank Schneider Carvalho de Moura, diz que a ideia inicial é criar um laboratório de logística, com uma estrutura física dentro do campus da Unicamp, para que se possa fomentar estudos de automação, movimento e formas diferentes de prestação de serviço.

“A princípio, haveria uma agência e um centro de entrega domiciliar. A ideia é fazer um atendimento normal à comunidade, mas seria um ambiente de experimentação, um laboratório de testes, de avaliação tanto de procedimentos quanto de prestação de serviços e de novos produtos. Além disso, haveria possibilidade de testes de máquinas, mudanças de processos e materiais”, explica.

Da esquerda para a direita, o executor do convênio Cristiano Torezzan, o reitor Antonio Meirelles, o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos e o diretor de Negócios dos Correios, Sandro Alexandre Almeida: nova parceria
Da esquerda para a direita, o executor do convênio Cristiano Torezzan, o reitor Antonio Meirelles, o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos e o diretor de Negócios dos Correios, Sandro Alexandre Almeida: nova parceria

Recursos mais modernos

O reitor da Unicamp disse que vê a possibilidade de ampliação do convênio com os Correios com otimismo. “Trata-se de uma empresa muito grande, com enorme capilaridade no Brasil e que presta serviços extremamente importantes. E essa empresa está disposta a ampliar a gama de serviços prestados; quer se atualizar, usar os recursos mais modernos hoje disponíveis, como inteligência artificial e aprendizado de máquinas, para otimizar suas atividades. E a Unicamp pode ajudar muito nisso tudo”, diz Meirelles.

“Além disso, é uma empresa pública que tem não apenas a preocupação de prestar um bom serviço ou ser rentável, mas também fazer um trabalho que leve serviço de qualidade para as comunidades mais carentes. Ela (a empresa) junta várias perspectivas que para nós, da Unicamp, são perspectivas importantes. Acredito que podemos ajudar bastante nisso”, concluiu o reitor.

O presidente Fabiano dos Santos diz ser importante para os Correios essa aproximação com a Universidade. “Uma parceria com uma universidade respeitada como a Unicamp nos ajudará bastante no processo de inovação, no desenvolvimento de tecnologias para que consigamos entregar qualidade no serviço público para a população brasileira”, disse ele.

Santos avalia que os Correios precisam incorporar as novas tecnologias ao cotidiano da empresa. “Estamos numa fase de construção dos ‘Correios do Futuro’, mas não podemos nos esquecer de que vivemos no presente”, diz ele. “O cliente que compra uma mercadoria quer a entrega para amanhã”, lembrou. “Mas, de preferência, que a entrega seja feita hoje”, advertiu. “E precisamos estar preparados para esse cenário”, diz.

Também participaram da reunião o diretor de Negócios dos Correios, Sandro Alexandre Almeida; o assessor da presidência, Vinícius Moreno, e o superintendente estadual do Interior de São Paulo, Sebastião Sérgio de Souza. A audiência contou ainda com as presenças dos professores Henrique Cândido de Oliveira e Janaina Antonino, ambos do Laboratório de Aprendizagem em Logística e Transporte (LALT), da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Unicamp.

A ideia inicial é criar um laboratório de logística, com uma estrutura física dentro do campus da Unicamp
A ideia inicial é criar um laboratório de logística, com uma estrutura física dentro do campus da Unicamp

Veja o que o atual convênio entre Unicamp e Correios prevê

1 – Combinar técnicas de aprendizado de máquina e ciência de dados para a predição de demanda, dimensionamento de efetivo da distribuição dos Centros Operacionais e cálculo de eficiência das unidades.

2 – Obsolescência programada, reposição e substituição de peças e veículos.

3 – Otimização de estoque nas operações logísticas, como o processo completo de suprimento de uniformes e EPIs.

4 – Plano de triagem/expedição nacional (encomendas e mensagens)

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