POPULAÇÃO
Número de Eleitores Recenseados: 321
Número de residentes: 304
Apenas cerca de 8% da população desta freguesia são crianças, sendo os restantes 54% adultos em idade produtiva e 38% idosos.
TRADIÇÕES
São muitas as tradições desta Freguesia, algumas
foram caindo em decuso, mas felizmente, muitas são as que vão sendo
transmitidas de pais para filhos, e resistindo a passagem dos tempos, a
saber:
- Matança do porco, fogueiras de
Natal (Cepo) e de S.João, Janeiras, 5ª feiras dos amigos, 5ª feira das
amigas, 5ª feira das comadres, e 5ª feira dos compadres (nas quatro
5ªfeiras anteriores Entrudo) e os "casamentos" no Entrudo.
- Noites veladas na Nossa Senhora dos Milagres.
- Desobriga (confissões quaresmais).
- Encomenda das almas (6ª feira de Ramos e 6ª feira da Semana Santa).
- Visita Pascal (o padre vai tirar o afolar e as pessoas dão o folar).
- Toque de finados.
- Toque das Trindades.
- Trincheiras nos casamentos.
- Cânticos de Natal, Páscoa e ao Padroeiro.
- Arremates de produtos diversos para as festas religiosas.
- Dar ou negar a salvação (dizer por quem passa Bom Dia, etc.).
- Bolo e caldo do augado ou ougado (quando uma criança anda adoentada sem apetite e não se descobre a doença).
Festas e Romarias:Realizam-se festas em honra da Nossa Senhora dos Milagres, a 8 de
Setembro; Mártir São Sebastião, a 20 de Janeiro; Nossa Senhora da Boa
Viagem, em Agosto.
Todas estas festas têm uma duração média de um dia.
Trajes típicos:Da forma característica de trajar nesta Freguesia destacava-se, nas
mulheres, xaile, lenço na cabeça, avental e tamancas; e nos pastores o
carapuço, palhoça, polainas de junco e tamancos.
Jogos Tradicionais:Eram muitos os jogos tradicionais que ocupavam os tempos livres de
crianças e jovens. Tais como: as cartas (sueca, truque ou chincalhão),
moeda, malha, péla, chôna (pau com dois bicos), arco, pião, plano,
neca, corda, elástico, panelas, pedrinhas, cantinhos, feijão, rórró
(escondidas), castelos (com castanhas), lencinho e anel.
Alguns destes jogos parecem resistir à passagem dos anos.
GASTRONOMIA
Pratos Típicos: São iguarias da
região a carne guisada de mlato (cordeiro crescidinho), batatas
refogadas; feijocas guizadas; favas; torresmos; feijoada; o abodoro
tenrinho guisado; arroz de míscaros; e sopa de bacalhau, no Natal.
Tradição Vinícola:O principal néctar da região é o vinho maduro. Produzem-se também
alguns derivados de vinho, tais como jeropiga, aguardente e licores.
Doçaria Tradicional:Os principais doces e sobremesas de Maceira são os biscoitos de leite;
o arroz-doce; as fritas (rabanadas), no carnaval; as papas de milho; as
filhós, no Natal; e o Folar, na Páscoa.
Actualmente são
confeccionadas sobremessas típicas de outras zonas do país, todavia
aquelas são consideradas típicas desta Freguesia pelo simpes facto de
não poderem faltar em qualquer festa, ou convívio.
ARTESANATO
O artesanato de Maceira está intimamente ligado à
gastronomia, sendo de destacar o queijo da serra, o requijão, os
derivados de vinho, e os enchidos, tais como morcelas, farinheiras, e
chouriças de carne e de bofes.
Ainda
na segunda metade do século XX há que referir o fabrico de palhoças,
polainas e carapuços de junco, de panelas de barro, tecelagem de linho,
de mantas e passadeiras de trapos.
DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO
O sector primário, nomeadamente a agricultura
continua a desempenhar um papel importante, embora à semelhança do que
se passa noutras freguesias, se assista ao trabalho decrescente na
agricultura e na pastorícia como modos de vida e, à transferência dos
recursos humanos para actividades mais rentáveis como a contrução
civil, padaria (duas) e serviços.
A par do abandono das actividades tradicionais, também os usos e custumes desta freguesia se vão alterando.
Destaca-se todavia, a produção de batata, milho, centeio, feijão,
chicharro, grão de vico, favas, castanha, verceja, figo, pêra, maçã,
abrunhos, pêssegos, vinho e azeite. A maioria destas produções
destina-se ao autoconsumo. A produção do delicioso Queijo da Serra
destina-se, também, à sua comercialização na feira quinzenal de Fornos
de Algodres.
Quanto ao sector secundário, destacam-se as indústrias ligadas a construção civilm e um lagar de azeite.
Em finais do século XIX existiam em Maceira pequenas industrias
rudimentares que funcionaram durante alguns anos, tal como a industria
de Olaria para a fabricação de panelas de barro, que foi introduzida
por Fulgêncio Rodrigues e Alexandre Morais, oriundos do concelho de
Resende, existindo ainda familiares. José Rodrigues foi o último a
trabalhar a arte moldar o barro. Nos últimos anos da sua voda (início
da década de setenta), ofereceu a todos os estudantes de então,
miniaturas do seu artesanato.
Noutros tempos, chegaram mesmo a existir nesta freguesia, cinco Olarias
nos sítios do barroquinho, Moita do Barreiro, Corga do Rufino e Rua dos
Clérigos.
Sendo o barro uma matéria-prima abundante na zona, proliferaran aqui
alguns fornos de telha, nos sítios ainda hoje conhecidos por Amarais e
Forno de Telha.
Existiu também uma pequena fábrica de moagem, assegurado por dois
moinhos de ventolocalizados no lugar da Cumieira, a 745 metros de
altitude, onde existe actualmente um que foi restaurado.
A moagem de cereais e a serração de madeiras, no local de barroquinho,
foram, no início do século XX, actividades importantes que tiveram como
principal dinamizador o Padre Eugénio Pina Cabral, natural desta
freguesia.
Os
primeiros anos do século XX foram difíceis para toda a comunidade. A
exploração de minéiro iniciada nesta freguesia em finais do século XIX,
deu emp
rego a famílias inteiras durante vários anos.
Abandonada a exploração, foi retomada em meados do século XX pelacompanhia das minas da Urgeiriça.
Inicialmente, a exploração era dirigida por Ingleses que fixaram
residência nesta freguesia. Mais tarde a viúva, Madame Wisie, vinha
passar férias a Maceira e ajudou as crianças mais carenciadas da
comunidade fornecendo-lhes a "sopa dos Pobres", batas e material
escolar.
A exploração de Urânio, volfrámio e outros minéiros, era feita nos sítios de Valmingacho, Espinheiro,
Alto do pendão, Corga e Tapada do Queirão. Ainda existe um sítio
designado por Mineral, onde se podem ver as ruínas da construção do
principal núcleo de exploração da freguesia.
A necessidade de procurar um complemento para os frascos recursos
obtidos, com a exploração da terra, emporrou algumas pessoas desta
localidade para trabalhos sazonais na Beiar Baixa e principalmente para
Lisboa, forçando mesmo, por algumas vezes, a sua partida prolongada
para outros países como o Brasil, ex-colónias portuguesas de África,
América do Norte e ultimamente para quase todos os países da Europa.
O impulso que então fez sair alguns habitantes de Maceira mantinha, no
entanto. a Freguesia como horizonte das suas expectativas, onde eram
investidas as suas poupanças, na contrução de uma casa ou na melhoria
das condições de vida da própia família.
Posteriormente, as migrações internas e externas dos mais jovens
produziram-se de forma diferente, provocando uma dispersão sem retorno.
Nos últimos anos, Maceira registou fortes quebras na sua densidade
populacional, verificando-se os maiores decréscimos durante a década de
60.
O sector terciário é caracterizado pela existência de comércio que
satisfaz as necessidades básicas da população, a saber, cafés,
mercearias e duas padarias. Dispõe também de alguns serviços como
correios, telefone, água canalizada e saneamento básico.
DESENVOLVIMENTO E TURISMO
Alojamento e Restauração: Quem desejar visitar esta
Freguesia e aqui quiser pernoitar p+oderá escolher entre o parque de
campismo e o Turismo Rural na Quinta das Cortes e na Quinta da Fonte do
Sapo.
Quanto a restauração, destacam-se três cafés, o "Comboio", o "recreio" e o "Pastor".
Guia Turístico: Quem passa por esta Freguesia não pode deixar de visitar:
-A
Igreja Matriz, cujo tecto de capela-mor, em caixotões com painéis que
foram objecto de restauro no ano 2000 merece referência;
-A Capela da Senhora dos Milagres;
-A Capela do Senhor da Agonia, contruída em 1748;
-A Capela de Santo António, que se situa no centro da povoação, e foi contruída no século XVII;
-A Capela da Senhora dos Remédios, anexa ao Solar da família Sampaio e Melo, construída no século XVI;
-A
capela de nossa Senhora da Conceição, actualmente em ruínas,encontra-se localizada na Quinta dos Telhais, onde estão sepultados os
fidalgos Cerveiras da Cunha;
-O Penedo dos Corvos;
-O Moinho do Vento;
-A calçada Romana;
-O cruzeiro;
-Forno comunitário.