Encontram se abertas as inscrições ao curso Ad Gentes a ser promovido pelo Centro Cultural Missionário, órgão filial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), de 1º a 14 de setembro deste ano. Trata-se de um curso para missionários e missionárias que serão enviados para diferentes regiões do Brasil e além-fronteiras
A iniciativa mantém o secretariado geral da entidade fiel ao que diz o artigo de número 196 do Regimento da Conferência, em sua seção 2, Capítulo VII que fala sobre suas competências e atribuições: "O secretário-geral promoverá reuniões periódicas com os colaboradores da CNBB e cuidará também da assistência religiosa e promoção espiritual deles e de seus familiares" 
O prazo para envio de propostas ao concurso para a escolha do cartaz da Campanha da Fraternidade (CF) 2025 se encerra no próximo dia 29/05. No próximo ano, será refletido o tema "Fraternidade e Ecologia Integral". A escolha do cartaz vencedor será feita na reunião do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em 18 de junho
“Este encontro será um importante momento de aprendizado, reflexão e, principalmente, unidade pastoral em âmbito nacional. Uma oportunidade única para atualizar-se sobre os desafios da evangelização familiar, fortalecer a sua atuação e dos movimentos familiares“, segundo o presidente da Comissão para a Vida e a Família da CNBB, dom Bruno Elizeu Versari

ARTIGOS DOS BISPOS

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)

O hino do Rio Grande do Sul exalta a importância e o lugar da virtude na vida de um povo. Certamente as virtudes moldam a existência humana. O trabalho de reconstrução do Estado exigirá compreensão da própria identidade, determinação, eficiência, transparência, senso de pertença e corresponsabilidade, comportamento reto e bom de todos, enfim, virtude!

Abundam expressões de dedicação, resiliência, solidariedade, disponibilidade para se colocar ao lado de quem necessita. Merece destaque a disposição de voluntários, defesa civil, forças armadas, profissionais da saúde, servidores públicos, homens e mulheres de fé. Infelizmente também não tem faltado sinais de interesses particulares, buscando autopromoção, sem esquecer roubos, saques, arrombamentos, disputas entre facções. Tudo isto recorda a necessidade de permanente vigilância, pois o ser humano traz no seu íntimo uma dimensão luminosa, mas também outra tenebrosa.

O desafio da reconstrução exigirá: austeridade, sobriedade, sabedoria, magnanimidade, fé e esperança. A fé caracterizou a história de uma multidão de imigrantes e seus descendentes que construíram comunidades, cidades, o Estado. Esta mesma fé unida à esperança haverá de nortear o trabalho que agora se faz necessário. É preciso “esperançar”.

Nada se faz sem a esperança! “Sem a esperança, tudo pararia” (C. Péguy). Promover esperança – “esperançar!” – se tornou um imperativo. Ela não pode ser removida de nossos horizontes, nem pode ser transformada em ideologia, ou demagogia.

Nossa cultura traz as marcas da fé cristã. Segundo esta mesma fé “a esperança não decepciona” (Rm 5,5). Ela não só permite erguer a cabeça e abrir-se para o futuro, como também – e sobretudo! – afirma a possibilidade de nova possibilidade de vida. A esperança cristã culmina onde se reconhece que ninguém pode se sentir abandonado, sozinho. Não estamos sozinhos! É que a esperança inclui sinais de comunhão, do que foi e é a história do gaúcho: história de criatividade e de liberdade!

Se por um lado as consequência de chuvas torrenciais desmascararam vulnerabilidades e pseudo-seguranças, por outro podemos crer que com a efetiva colaboração de todos a reconstrução será possível.
Um povo virtuoso e unido não será vencido!

Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)

O ser humano é um ente natural, capacitado para praticar relações, e habilitado para atrair seus pares ou até expulsá-los do contexto próprio da convivência comunitária. Isto mostra e revela a capacidade inerente à existência de cada pessoa, que a leva a ser mais ou menos fraterna no relacionamento cotidiano social. O dado da fé pode ser componente a mais na sensibilidade dos indivíduos.

Podemos assim dizer que Deus se apresenta na estrutura de comunidade, que é revelado no relacionamento entre as três Pessoas divinas, no estilo de verdadeira família, sendo o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Então, Ele existe na condição de relação permanente na fraternidade, de modelo para a convivência familiar e comunitária. Em nossas realidades deve existir reflexo da vida divina.

A liberdade é condição importante para uma boa relação entre as pessoas. Exige reconhecimento dos valores de cada um, e não são os mesmos em cada indivíduo e nem em cada povo. Tanto Israelitas quanto Hamas, apesar da agressividade de ambos, têm a marca de grandes valores, mas isso não é reconhecido por eles. Desmoronam a riqueza da história construída com sacrifício.

Na dinâmica espiritual encontramos uma relação do fiel com a Trindade, inclusive reconhecendo-se como filho, podendo chamar a Deus de Pai. Ser filho não é ser escravo, submisso aos parâmetros impostos pela Lei, como acontecia no Antigo Testamento. A relação verdadeiramente fraterna, de coração sensível e aberto, tem pés ancorados no amor, na superação de todo tipo de imposição.

Quando celebramos a Festa da Santíssima Trindade, todos os cristãos são envolvidos por causa do batismo, porque ele marca a vida espiritual das pessoas. O batismo provoca comprometimento de relação fraterna, e ultrapassa todo tipo de individualismo intimista e de insensibilidade, porque não há reconhecimento autêntico do outro. Faltando isto, as relações ficam totalmente comprometidas.

É difícil entender a relação exercida no seio da Santíssima Trindade. Também entre os seres humanos não é fácil compreender essa realidade, porque cada uma das pessoas tem sua forma de ser e atuar, podendo até entrar em choque com as formalidades da outra. O valor das relações está presente justamente nessa capacidade e grandeza de acertar as fronteiras que dificultam a convivência.

Dom José Gislon
Bispo de Caxias do Sul (RS)

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Neste domingo celebramos com alegria a solenidade de Pentecostes, quando Jesus envia o Espírito Santo prometido. O Espírito vem em um tempo e lugar preciso, cinqüenta dias após a ressurreição de Cristo, na cidade de Jerusalém, no cenáculo, onde os apóstolos estavam reunidos, tomados pelo medo. O Espírito Santo veio como um vento imprevisto, forte, que entrou num ambiente de portas fechadas e encheu a casa. Veio como línguas de fogo, sobre aqueles que seriam enviados para proclamar a nova lei do amor, que carrega consigo a força de Deus, para construir a fraternidade entre os povos de línguas e culturas diversas.

O Espírito Santo não só tirou o medo do coração dos discípulos, mas também iluminou suas mentes, para que pudessem assumir a missão para a qual o Senhor os tinha preparado, isto é, serem portadores e anunciadores da Boa Nova do Reino. É o Espírito Santo, consolador e mestre interior, quem enche a Igreja nascente, habilitando-a para a missão, e, ao mesmo tempo, tornando-a portadora e testemunha das obras de Deus.

Por isso, não devemos deixar de invocar em todos os tempos o Espírito Santo, com os seus dons, para que revigore a nossa fé, a nossa esperança e a caridade. Que possamos viver o compromisso do nosso batismo, como discípulos e discípulas, missionários e missionárias do Senhor Jesus, anunciando a todos as obras de Deus, pela palavra, pelo testemunho de vida e pelas ações, que expressam compaixão, amor e proximidade com o próximo. Na fé e no amor, em Cristo Jesus, somos todos irmãos e irmãs, independente da cor da pele do nosso corpo, da língua que usamos para nos comunicar ou da nossa cultura.

Jesus é o consolador, o redentor e o salvador. O Espírito Santo continuará a sua missão e permanecerá para sempre em quem o acolhe. Ele nos dá resistência, coragem, consolação e capacidade de irmos em frente, mesmo quando as adversidades da vida batem à porta do nosso coração. Vem, Espírito Santo, ilumina com os teus dons a vida pessoal, familiar e comunitária do povo de Deus, que na nossa realidade está sendo tão provado neste momento da história, pela tragédia das enchentes.

Em uma de suas meditações, o Papa Francisco mencionava que é preciso sermos fiéis ao Espírito, “para anunciarmos Jesus com nossa vida, com o nosso testemunho e com as nossas palavras… Quando fazemos isso, a Igreja se torna uma mãe que gera filhos”. A maternidade da Igreja deve revelar aos seus filhos o rosto da ternura e da misericórdia de Deus, através do amor que se faz doação, para com os que buscam esperança e consolo, nas alegrias, provações e incertezas da vida.

 

 

 

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