Arte no Centro Oeste

•agosto 26, 2011 • Deixe um comentário

 

http://www.mercadaonline.com.br/2011/08/17/historia-da-arte-moderna-e-contemporanea-de-goias/

A historia da arte moderna e contemporânea de Goiás tem mais ou menos 60 anos se contar-mos como sendo o ano de 1950 achegada de frei Nazareno Confaloni à cidade de Goiás, vindo da Itália e trazendo para nossa região o legado e a maestria da terra do renascimento; em 1954 pode-se dizer que a nossa “semana de arte moderna” chega com a realização em Goiânia do primeiro congresso internacional de intelectuais ( 14 a 21 de fevereiro), que reuniu em nossa capital grandes nomes da cultura nacional e internacional:Jorge Amado, Mario Schemberg, Maria della costa, Djanira e tantos outros grandes nomes do Brasil, África, Argentina, o grande Pablo Neruda, do Chile, enfim, veio pessoas do Haiti, Itália, Paraguai, Portugal e Uruguai…, neste mesmo ano de 1954, em dezembro já estava em funcionamento a escola  goiana de belas artes aprovada pelo conselho nacional de educação tendo como professores e artistas tais como Luiz Curado (diretor), Henning Gustav Ritter, Jose Veiga, Antonio Peclát e o próprio Nazareno Confalone; em 1956 chega de São Paulo  mestre D.J. Oliveira, artista nascido em Bragança e em seguida aporta entre nós o grande Cleber Gouveia que também se integram ao corpo docente da escola de belas artes. Mas, entretanto, no amalgama cultural de Goiás a presença de uma grande mulher arrebata o mundo da arte em nosso estado, trata-se de Célia Câmara; Marchand formada na escola do coração e do amor à arte marcou para sempre sua passagem com altruísmo cultural no nosso meio artístico; de principio fundou a lendária galeria casa grande ainda na década de 70 onde fez convergir grandes momentos da arte em Goiás. Esta mulher dotada de uma imensa sensibilidade e carisma cultural único na historia das artes visuais destas plagas do centro-oeste brasileiro fez de seu tempo algo incomum para a arte local…, e eu falo desta abnegada marchand e mecenas com muita naturalidade, pois tive o prazer de conhecê-la, e que muito me incentivou em minha carreira artística, assim como muitos de meus colegas artistas que hoje sobrevive do metier. Lembro-me com muito carinho de quandoCélia Câmara não gostava de algum trabalho de um aspirante à artista, ela com muito cuidado para não melindrar uma alma sensível dizia: “o quem tem neste trabalho que não consegui compreender?”; era uma dama de fino trato, amava a arte incondicionalmente. No final da década de 90 retornando de uma viagem à pérsia Célia passou por Atenas ( onde eu residia) para me fazer uma visita, na época eu não pude encontra-la, pois me encontrava em Bolonha na Itália realizando uma exposição e não pude ter o prazer de ciceronea-la na terra de Ulisses; quando eu soube de sua morte ao telefonar para Dalva da Paixão na fundaçãoJaime Câmara de Goiânia, eu estava em Veneza(Itália) e no centro da Piazza Sam Marco entre pombos esvoaçantes e turistas eu fiz uma oração em honra de sua alma de artista, agradecido por muitas coisas que ela fez por mim, inclusive a de ter deixado agendado uma exposição de meus trabalhos pintados na Grécia para a Fundação Jaime Câmara na época, ela saia de cena, mas até o fim nunca deixou de se preocupar com os seus afilhados artisticamente…, assim esta grande dama ainda vive na memória de todos os artistas que faz a historia da arte local; sua vida e amor à arte amealhou aquele que é um dos maiores acervos de arte contemporânea do centro-oeste deste pais; no inicio da década de 80 na extinta casa grande galeria de arte situada na rua 08 no centro de Goiânia ela reunia nas manhãs de sábado em saboroso bate papo com os artistas  Siron FrancoAntonio Poteiro,D.J.OliveiraRoosevelt OliveiraAmaury MenezesOmar Souto e tantos outros…, e eu no limiar de minha primeira juventude me infiltrava entre estes grandes vultos da rate em nosso estado para aprender sobre o oficio da arte. Nas paredes da Galeria Casa GrandeCélia expôs dentre tantos proeminentes artistas brasileiros, nomes como Cláudio Tozzi,Glauco Pinto de MoraisAmélia TolêdoZaragozaNilton RezendeAldemir Martins,Luiz Áquila, etc. e de todos eles adquiriu obras para que Goiás pudesse abrigar obras de nomes históricos das artes plásticas do Brasil; Este estado hoje está maduro artisticamente falando, no entanto grande parcela da nova geração desconhece e até desrespeitam a nossa própria historia cultural, mas, como a historia do tempo se analisa em uma auto-reflexão ao completar um circulo de 100 anos, (autofagia) sou otimista de que num breve futuro ao se recensear a nossa historia, os nomes de quem trabalha com paixão, respeito, verdade e profissionalismo encontrará seu lugar de respeito no sedimento social; o rico acervo de obras de arte que Célia Câmara legou ao estado de Goiás, em meu entender, deveria estar sendo exposto em um lugar público, sob a chancela e os cuidados da família Câmara; A cultura do estado ganharia muito com isto, o estado poderia criar uma infra-estrutura sólida para abrigar um acervo de alto valor cultural que foi curado ao longo de muitos anos pela valorosa marchand, ainda é tempo de reunir estas obras que talvez estejam pulverizadas, espalhadas, separadas de seu conjunto de origem,  e presentear o publico goiano com este acervo único. Uma coleção que não pode deixar de ser percebida e assimilada pela geração Contemporânea.

Nonatto Coelho

 

 

 

 

 

 

 

 

coelhononato@yahoo.com.br

 

http//nonattocoelho.wordpress.com/

•julho 4, 2011 • Deixe um comentário

 

 

O Costume faz o habito

 

Vestir a camisa de seu time, acreditar na simpatia de um curador, peregrinar por caminhos sagrados, crer no “outro lado” das coisas tangíveis etc., tudo isto faz parte do sentido e da beleza da vida. O habito pode vestir a nossa crença de que a aparência do mundo concreto não termina apenas no imediato momento que a retina de nossos olhos divisa; o onírico é indispensável à saúde e ao repouso de nossos espíritos cansados de um pragmatismo do mundo palpável…, e assim das profundezas abissais de nossas almas nasce o desejo de transcender, de investigar outros compartimentos e tentar compreender o mistério da vida; neste amalgama a arte é instrumento de investigação, ou um testemunho de que (talvez) as “coisas” não se constituem apenas de sua mera aparência física. O espírito, assim como a matéria necessita de alimento. Já sentíamos esta fome desde quando morávamos nas cavernas e decorávamos as paredes primitivas com desenhos rupestres…, e pode ser destes tempos paleontológicos que a arte comunga com as bases primordiais da religião e podemos sentir desde já sua comunhão com a espiritualidade. A arte é indissociável à vida e o demiurgo faz da literatura, da musica, da dança, do teatro, do vídeo, da fotografia, da pintura, da escultura etc. o tempero que dá essência e faz a vida ter um sentido mais amplo; e com a ciência, a religião e a política, a arte  forma o quarto elemento da filosofia de nossa existência.  O bom senso reza que devemos cultivar bons hábitos e costumes, que deixemos nossas vidas serem arrebatadas pelos prazeres que a  arte possa nos proporcionar; a vida só vale a pena ser vivida se cultivarmos as boas praticas sem perdermos a conexão onírica com o universo, devemos acreditar que podemos melhorar a cada dia, renascermos a cada limiar do sol e agradecermos ao criador maior a beleza e o mistério da vida a cada crepúsculo do fim da tarde. O costume da arte pode ampliar nosso cosmo visão, unir os quatro elementos da terra à quintessência da vida.

 

Nonatto Coelho

(artista plástico)

Coelhononato@yahoo.com.br

 

•maio 1, 2011 • Deixe um comentário

O  MAG

Museu de Arte de Goiânia é das instituições culturais do estado de Goiás que se sedimenta cada vez mais em credibilidade dentro da classe artística de nossa região. Ele é depositário de uma bela coleção dos artistas que faz a historia da arte moderna e contemporânea brasileira, e sua coleção está dentre as mais reputadas do Brasil – central; situado em dos locais mais nobres e belos da grande Goiânia, no Bosque dos Buritis, e que tendo, especialmente, nas ultimas duas décadas aumentado sua densidade museológica desenvolvendo bons programas culturais entrelaçando a sociedade com informação, entretenimento, ludismo e acima de tudo arte de qualidade, aprofundando sua função didática, que é um dos principais objetivos de um Museu; e uma destas manifestações didáticas que objetiva abranger especialmente estudantes ou amantes da arte em geral é uma espécie de “museu paralelo” denominado de MAG – ITINERANTE, uma idéia dinâmica e regeneradora que põe em questão o conceito estático de museu, uma iniciativa tonificante especialmente para um país que carece do costume de visitar museus e pinacotecas, assim MAG – ITINERANTE propõe o deslocamento da arte: é a instituição indo ao encontro de pessoas, provocando questionamentos e possivelmente contribuindo para o engrandecimento deste imenso país continental; a proposta pode ser lida também como uma espécie de “missão artística”, um trabalho de formiguinhas na imensa tarefa de sociabilização cultural destas veredas brasileiras de aridez cultural… A iniciativa da itinerancia partiu de Antonio da Mata quando então ainda era o diretor do museu, que enviando missivas a dezenas de pintores que já possuíam trabalhos no acervo do MAG, estipulou uma dimensão X, um tamanho  de telas que transportassem com mais facilidade e deixou com que aflorassem a criatividade e o subjetivismo de cada demiurgo; assim emergiu uma coleção de telas instigantes, comprometidas com o esmero e o profissionalismo  de cada autor pictórico, enriquecendo ainda mais o amalgama da arte em Goiás. Esta coleção já tendo viajado a vários endereços por cidades do estado, em breve será vista no Espaço Cultural Nonatto Coelho na pacata e hospitaleira cidade de Inhumas; cidade que dista a35 km da capital Goiânia tem uma atmosfera provençal no melhor do termo, uma população ecumênica e acolhedora das peripécias construtivas do espírito humano, que breve terá o privilegio de apreciar esta distinta coleção composta de alguns dos nomes mais proeminentes na arte do centro oeste brasileiro. Arte tem a força de despertar nossos sentidos mais nobres e tem possibilidades de alimentar nossos espíritos desnutridos.

Egmar Pontes

(Egmar é theosófico e pesquisador)

•abril 15, 2011 • Deixe um comentário

GRAFITE É ARTE

A palavra Graffite vem do termo Arte Gráfica (xilogravura, Lithografia, Silk Screem, etc.) em um certo senso o Grafite tem conexão com aquilo que denominamos Outsider Art, e aqui falamos daqueles personagens que observam a vida do lado de fora do establishment, podendo usar suas “pixações” para clamar por seus direitos, protestar, questionar valores sociais, regras, etc. Muitas vezes o graffite nasce e prolifera guiado por dúvidas e incertezas daqueles que vivem excluído do sistema social, e no caso, estes “destribalizados” manifestam seus desejos, anceios, protestos, emfim por transformações das sociedades opressoras. Antes de ser cooptado pela idéia arte ele é um instrumento que o indivíduo oprimido lança mão para buscar liberdade, sonhar com a igualdade entre os seres humanos, quebrar pré-conceitos, propor imparcialidades e romper fronteiras. Ele mistura idéias e emoções no mesmo espaço, e é aí que o graffite penetra o mundo da arte, podendo tocar e ser compreendidos por postulados platônicos e aristotélicos. Despertam controvérsias costumeiras do mundo do pensamento e influencia o conceito visceral da arte viva. Indômito e ambíguo este legítimo movimento tribal move conceitos de indiferenças e violentas paixões antagônicas. O Graffite vem de tempos espilhiográficos, pois nos acompanham ainda do tempo que habitávamos as cavernas a mais de trinta mil anos e como é uma manifestação sociológica vai estar conosco enquanto houver vida humana materializada. Os críticos se dividem quanto à “ser ou não ser arte”, quanto ao Graffite ser ou não ser arte, eu não tenho dúvida que é arte do nosso tempo ou de qualquer tempo, é manifestação da vida contemporânea associado à vida urbana em sincronia com suas aspirações, desejos, medos, etc. Norman Mailer definiu o graffite como “uma rebelião tribal contra a opressora civilização industrial”, e aqui vale relembrar uma conhecida observação do teórico do Surrealismo André Breton que disse em 1924: “uma das funções da arte é: desarrumar o cotidiano, propor o insólito contra a rotina, retificar a lei e a ordem”, voi-lá o tributo do Graffite que busca humanizar, transformar a visão e conceito em torno de nossas vidas com ética (concepção aristotélica) e também a concepção estética (platônica). A arte sempre cultuou a autofagia para reintroduzir oxigênio novo em suas artérias, para renovar e continuar emocionando ela volta e sempre comunga com a expressão dos “outsiters” para redirecionar suas antenas e falar da vida com mais profundidade; a escultura primitiva africana germinou o cubismo com Picasso e mudou nossa maneira de sentir o mundo…, o Graffite hoje mais do que nunca traz de modo iconográfico algo visivelmente emocionante e enriquecedor às artes visuais enfatizando e até legitimando peripécias da combalida arte de nosso tempo. Tim Rollins classificou o Graffite como “Arte Radical e Ilegal”, porém essa classificação não diminui o valor intrínseco de nenhuma obra de arte, ela transcende ao conceito ilegal – este é um conceito social e político sujeito a interpretações e mudanças – hoje uma parcela do Graffite já pertence ao circuito comercial das galerias de arte, a primeira grande exposição de Graffite foi realizada em 1975 no “Artist Space” de Nova York com a apresentação de Peter Schjeldahl, mas sua consagração veio com a amostra New York/ New Wave organizado por Diego Cortez em 1981 no PS 1, um dos principais espaços de vanguarda de Nova York. Pouco depois Keith Haring e Jean Michel Basquiat dois dos grafiteiros do metrô nova-iorquino estavam presentes na maior exposição de Arte Contemporânea do mundo a Documenta de Kassel (Alemanha). O Graffite foi introduzido no Brasil por Alex Vallauri (que o conheci pessoalmente na abertura da exposição de Siron Franco em junho de 1986 na galeria de Arte “São Paulo” o qual me incentivou a fazer Graffite em Goiás) Vallauri começou grafitando figura lúdicas pelas ruas da capital paulista e cuminou com sua participação na bienal de São Paulo em 1985 com uma grafitagem bem-humorada intitulada “A Rainha do Frango Assado”. Em São Paulo tem protagonistas do Graffite com Waldemar Zaidler, Matuck e o grupo Tupinãodá entre outros. Em Goiás o Graffite começou a manifestar de maneira um pouco tímida pelas ruas de Inhumas através dos artistas componentes do “Grupo Goiás” Dijotio, Dipaiva, Luís Mauro e Nonatto Coelho em 1985 através de spray e stêncil com figuras monocromáticas. Porém foi a partir de 1988 que eu e Edney Antunes fundamos o grupo “Pincel Atômico” e disseminamos o Graffite pelas ruas de Goiânia, Inhumas, Uberaba e São Paulo. Somos também responsáveis pela introdução do Graffite no circuito de galerias de arte pelo estado de Goiás, isto porque antes de começarmos com o Graffite já éramos artistas plásticos. O grupo “Pincel Atômico” criado a partir do acidente Radiológico em Goiânia em 1988 foi disperso em 1991 quando Edney Antunes e Eu ganhamos o prêmio de viajem a Paris na Bienal de Artes de Goiás daquele ano e seguimos direções diferentes, porém continuei a grafitar nas ruas de Atenas, onde participei da introdução do Graffite na Capital grega através de um programa de televisão bem popular na Grécia chamado “Proinós Café”, também grafitei na Ilha de Rhodes e no Deserto de Negev em Israel. Hoje grande parte do Graffite tem suas ramificações no mercado de “comodites” aí ele se influencia pelo mundo fáustico do bem-estar e perde sua virulência essencial. O Graffite pode ser dividido em arte e pichações, porém conceitos e definições jamais vão inibir este legítimo movimento de expressão de massa, primitivo e humano.

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Nonatto Coelho

Inhumas, 02 de maio de 2007

A natureza como pano de fundo

•março 21, 2011 • Deixe um comentário

•março 20, 2011 • Deixe um comentário

Inauguração Centro Cultural Nonatto Coelho

•março 19, 2011 • 1 Comentário

Inauguração do CENTRO CULTURAL NONATTO COELHO

•março 19, 2011 • Deixe um comentário

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•fevereiro 9, 2011 • Deixe um comentário


 

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