Saúde

Campanha de Combate ao Câncer de Próstata inicia hoje

A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) inicia hoje, 17, Dia Nacional de Combate ao Câncer de Próstata, a quinta Campanha Nacional de Combate à doença. Os objetivos serão explicar e orientar a população masculina quanto à importância da prevenção e desmistificar as formas de tratamento.

"A prevenção é a única forma de se diagnosticar o câncer em estágio inicial, quando ele é curável em 90% dos casos. É preciso conscientizar os homens de que a doença não tem sintomas, então esperar sentir alguma coisa para procurar um urologista é um erro grave", enfatiza o presidente da SBU, Dr. José Carlos de Almeida.

De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), há em média cerca de 50 mil novos casos por ano. "Nos últimos anos, o paciente com câncer de próstata vem mudando de perfil. Há 20 anos, era mais comum em homens mais velhos, a partir dos 60 anos, hoje em dia a doença tem acometido cada vez mais homens maduros, na faixa de 40 e 50 anos", alerta o coordenador de Campanhas Públicas da SBU, Aguinaldo Nardi.

Pesquisas apontam que os hábitos alimentares desregrados são uma das prováveis causas do aparecimento da doença em homens mais jovens. Por isso, os médicos recomendam a ingestão de pouca gordura animal, abundante alimentação vegetal (legumes, frutas e verduras), uso de vitaminas A e D, selênio (presente na castanha do Pará) e chá verde (catechinas), além de tomates e vinhos (licopeno).

"Essas indicações alimentares são baseadas em estudos sobre a doença. Mas é preciso informar também que ainda não é possível evitar o câncer", diz Nardi. Homens com casos na família devem iniciar os exames preventivos a partir dos 40 anos. Quem não tem histórico familiar, pode começar aos 45 anos. "É bom alertar que apenas a dosagem do PSA não é eficaz na detecção do câncer. A cada dez casos de câncer de próstata, quatro têm o PSA normal, por isso o toque retal é imprescindível", explica Nardi que acrescenta que o exame leva de 5 a 7 segundos.

Tratamentos disponíveis

Atualmente, há diversos tratamentos para a doença, como a cirurgia, a radioterapia, a braquiterapia (implante de sementes radioativas na glândula) e a observação. A indicação será feita de acordo com o tipo de tumor e a idade do paciente. Entre as intervenções cirúrgicas, há a cirurgia aberta e as minimamente invasivas: como a laparoscópica e a robótica, que chegou recentemente ao Brasil.

"A laparoscópica e a robótica são muito semelhantes. A grande vantagem da robótica é que os movimentos do cirurgião são mais amplos e mais finos, mas o enorme custo do equipamento inviabiliza seu uso na maioria dos países do mundo, inclusive no Brasil. Acredita-se que a grande maioria das cirurgias nos próximos anos nos Estados Unidos será realizada por robótica. É importante salientar, no entanto, que os resultados cirúrgicos da laparoscópica e da robótica não melhoraram em nada os resultados da cirurgia aberta", analisa o chefe do Departamento de Uro-oncologia, Carlos Corradi. 

Corradi explica que a técnica cirúrgica aberta melhorou muito nos últimos anos com o conhecimento melhor da anatomia e da preservação dos feixes neuro-vasculares que mantém a ereção. "A incisão hoje em dia é menor e a taxa de transfusão sanguínea também", diz.

Especialista em cirurgia laparoscópica e robótica, o urologista do Núcleo Avançado de Urologia do Hospital Sírio Libanês, Anuar Mitre afirma que as duas intervenções são apenas mais uma opção de tratamento. "Em ambas são feitas cerca de 5 a 6 furos por onde entram os equipamentos. A principal diferença é que na robótica a imagem é tridimensional e na laparoscópica é bidimensional", diz Mitre para depois complementar: "Os resultados oncológicos e funcionais finais são semelhantes nos três tipos de cirurgia".

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