segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Pensando…

Pensar em alguém
Poderia ser raiva, ódio ou mágoa.
Pensar em alguém
Poderia ser medo ou mágica.
Feitiço misto de vício,
Doença, encosto, cisto.
Pensar em alguém
Poderia ser cruel, amargo, féu.

Pensar em você é o céu.
Luz, estrela, azul,
Pensar em você me traz Paz,
Lembrar seu rosto completo me faz.
Misto de vício e feitiço,
Saudade, carinho, abrigo.
Pensar em você é o céu.
É doce, como seus olhos de mel.

domingo, 19 de julho de 2009

Dó maior

Sua boca, seu sorriso
E esse seu jeito distraído
Me ensinam
A saber amar a vida

Quero sentir seu carinho,
Seu amor, essa energia
Que alucina
Meus momentos de delírio

O azul do mar
Som de violão
E as nuvens do céu
Lhe ofereço pra me perdoar

Tantas diferenças
Dissonâncias, discrepâncias
Desafiam nosso ritmo
Desafinam nosso tom

Mas a sua melodia
Tem as notas mais bonitas
Quero ouvi-la
E criar a harmonia

O azul do céu
Som de violão
E as ondas do mar
Lhe ofereço pra me perdoar

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Cálice

Sua boca em meus lábios
Lagos, rios, mares de amor
Cálice de desejo
Cale-se, quero um beijo.
Palavras são vãs
Vaidades da língua
A sua na minha
Agora eu sinto
E brinco
E grito
E sorrio

Perco-me no silêncio....................

E sorrio
E grito
E brinco
Agora eu sinto
Sua boca na minha
Sua pele macia
Palavras são vãs.
É como cinema mudo
- arte de sentir o mais profundo,
O mais sublime sentimento
Sem sequer ouvir o som do vento

Não vou arriscar definir
O que ninguém jamais definiu
Palavras são vãs
Não existe nada mais vil.
Vil, viril, vazio, mil vezes eu
Vi, vivi, venci, mas não conheci
Essa arte sem som, esse dom
Que agora sinto
E brinco
E grito
E sorrio

Din, dón.....................................

E sorrio
E grito
E brinco
Agora eu sinto
Vejo, venero, vivo
Escuto o sino, desatino
Mil vezes sou eu.
Meus lábios nos seus
Transcendo à arte mais bela
Nossos braços em cruz
Bebemos um cálice de luz

domingo, 17 de maio de 2009

Só existem 200 pessoas no mundo!

Teoria comprovada no último final de semana. Resolvi registrar o método utilizado devido à sua grande importância para a humanidade.
Dá-se através de três histórias.

História número 1:

O sujeito "A" chega em Amsterdam para um final de semana com uma mochila nas costas. Após uma mal-sucedida busca por vaga em algum albergue, pois todos estavam lotados, resolve comer um lanche no McDonald´s da estação de trem. Lá, escuta na mesa ao lado a conversa de outros dois brasileiros. Puxa assunto com a dupla e comenta que não conseguiu vaga - acaba de encontrar companhia para dormir no chão do aeroporto.
Saindo os três da estação em direção ao centro da cidade, para uma volta, já topam na calçada com um grupo de brasileiros que se conheceram ao acaso (sim, brasileiro é mesmo uma praga) e se enturmam. No meio do papo, "A" conhece o sujeito "L", o qual conta que conseguiu incluir um colchão no meio do quarto dos outros brazucas numa espécie de barco-hotel. Pois descobrem que os outros ocupantes do quarto iriam embora pela madrugada e assim "A" poderia ocupar uma das camas. Foi o que aconteceu - em vez do aeroporto, o barco.
"A" e "L" coincidentemente são ambos de São Paulo. Após o final de semana em Amsterdam, mantêm contato e se encontram algumas vezes em solo paulistano.

História número 2:

O sujeito "G" é amigo do mesmo sujeito "A" já faz alguns anos. Morando em São Paulo, teve que deixar a residência onde estava, por motivo de força maior, e foi morar com "A" provisoriamente. "G" comprou um apartamento e num determinado dia comentou com "A" que finalmente saiu o financiamento e foi à Caixa assinar o contrato. Ironicamente, por coincidência, estava também lá o seu futuro vizinho de porta e dessa forma já haviam se conhecido.

História número 3:

O sujeito "A" combina com alguns amigos aleatórios de sair para beber num bar de São Paulo. Na mesa, está "G". Logo mais, chega outro amigo, o sujeito "L" (o de Amsterdam), pelo qual "A" já aguardava.
Estranhamente, "L" entra no bar, avista a mesa e de cara já vai cumprimentar o sujeito "G", exclamando, com um sorriso:
- Meu vizinho!!!

Confirma-se a teoria (creditada ao sujeio "Z"): só existem 200 pessoas no mundo; O resto é figurante.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Pêndulo

Vai e vem...
Será que é possível voltar?
E se posso, consigo mudar?
Ou é isso e já está,
O que foi permanecerá?

Vai e vem...
Ou vai e não vem,
Ou vem e não vai,
Ou foi e se foi,
Ou vai e não virá?

Cada movimento do pêndulo
É uma possibilidade.
É uma nova oportunidade
Para um outro movimento.

Cada ida ou vinda é uma história
Passada ou futura, não importa.
É uma nova história
Para se guardar na memória.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Vou-me embora pra Pasárgada

(poema de Manuel Bandeira)

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d’água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
- Lá sou amigo do rei -
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Pausa

Uma pausa sempre é bom.
Afinal, o que seria do ritmo sem a pausa?
O que seria do texto sem os espaços, pontos e vírgulas?
O que seria da fala sem a respiração?
O que seria das longas escadas sem um descanso?
- pausa -
Já imaginou a vida sem pausa?