por Eric Martins Bomfati

No último dia 19 de agosto deveríamos ter comemorado o dia nacional do ciclista. Deveríamos, mas não há o que comemorar. Embora o projeto de lei que cria o dia do ciclista ainda não tenha sido transformado em lei, a data já é conhecida por muitos ciclistas. Foi neste dia em 2006 que Pedro Davison, um pai de família com apenas 25 anos e adepto do uso diário da bicicleta foi morto por um motorista embriagado e com a carteira vencida nas ruas de Brasília, quatro dias antes de sua formatura. O motorista fugiu sem prestar socorro.

Em janeiro deste ano, Márcia Regina Prado também virou notícia por mais um triste episódio. Ela andava de bicicleta pela Av. Paulista quando um ônibus a derrubou e passou com a roda traseira sobre seu corpo matando-a instantaneamente. Seu corpo ficou exposto no asfalto por quatro horas até a chegada do IML.

O que Pedro e Márcia têm em comum é que eram cicloativistas e tiveram mortes trágicas. Eram pessoas ligadas ao movimento da “Bicicletada” que estimula o uso de transportes sustentáveis em detrimento ao uso do carro, por um trânsito mais humano. Lamentavelmente entraram para as estatísticas. Como eles, milhares de ciclistas e pedestres são vítimas de acidentes todos os anos no Brasil, entram para as frias estatísticas mas não chegam a ser notícia. São pessoas desconhecidas que morrem ao caminho do trabalho ou ao retornar para casa.

 Um estudo feito pela Organização Mundial de Saúde sobre os principais desastres para a saúde aponta o Brasil como o quinto país com maior número de mortes em acidentes de trânsito no mundo. São mais de 35 mil mortes, perdendo apenas para Índia, China, EUA e Rússia. Esse número contabiliza apenas as mortes ocorridas no local do acidente. Estimativas apontam que o número de vítimas pode chegar a 50 mil.

 Infelizmente do total de vítimas apontado pelo estudo, quase metade (46%) não estavam no carro. São pedestres e ciclistas que sequer deveriam estar envolvidos nesses acidentes. E os países emergentes onde a frota de carros está em franca expansão, são os promissores a ocuparem novas posições nesse ranking. Acidentes de trânsito também são a maior causa de morte entre crianças e adolescentes de 0 a 14 anos (40% do total de mortes).

 Pedalar pelas ruas de qualquer cidade é um risco. Motoristas simplesmente ignoram que pedestres e ciclistas tem preferência e que há uma distância mínima de 1,5 metros a se manter das bicicletas ao ultrapassá-las de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro.

 Ciclovias e ciclofaixas (faixas exclusivas para tráfego de bicicletas) são uma ótima solução para o problema. O Brasil possui 2.517 quilômetros de ciclovias, em 2003 eram apenas 600 quilômetros. Houve uma progressão considerável, mas ainda insuficiente para atender as mais de 50 milhões de bicicletas que circulam pelo país.

 Triste é saber que as prefeituras ainda não se deram conta de que a maior parte de suas malhas viárias não comportam mais expansões e ainda assim não procuram alternativas viáveis e sustentáveis para amenizar o problema. O velho dilema: a frota de carros cresce, mas as ruas por onde circulam não. É necessário investir em transporte público de qualidade, incentivar práticas saudáveis e não poluentes como o uso da bicicleta ou até mesmo caminhar quando a distância permite.

 Às vezes, medidas como o rodízio de veículos ou os pedágios urbanos parecem ser as melhores saídas de imediato, pois desestimulam o uso do carro e, em contrapartida, podem funcionar como forma de arrecadar verbas para financiar melhorias no transporte coletivo.

 É por isso que o uso da bicicleta deve ser estimulado e o poder público e a sociedade civil têm o dever de respeitar e proteger aqueles que, seja por opção, seja por falta de condições, usam a bicicleta como meio de transporte.

Para aqueles que acompanharam a Bicicletada e para os que ainda não participaram mas tem interesse em fazê-lo, informamos que em breve estaremos divulgando a data de retorno que será fixa, sendo realizada mensalmente sempre nesse mesmo dia para que todos possam participar.

A idéia é que seja um evento mensal em prol do não uso de automóveis e outros veículos motorizados, estimulando o transporte sustentável, ecologicamente correto e em prol de um trânsito mais pacífico e seguro.

Se quiser, entre em contato conosco que o manteremos informado!

bicicletadapg@gmail.com

Devido às chuvas que tivemos durante todo o sábado, dia 04/10, a “Bicicletada do Voto Consciente” não aconteceu. Mas estaremos empenhados na divulgação da próxima BICICLETADA PG. Em breve aqui maiores detalhes…

            É preciso acreditar! Talvez com essa simples frase eu possa resumir tudo que aconteceu no último dia 22 de Setembro: o tão esperado Dia Mundial Sem Carro. Foi uma segunda-feira diferente, sem dúvida. Costumo ter aversões a esse dia da semana, mas essa segunda não foi assim, pelo menos aqui em Ponta Grossa – PR.

            Estávamos confiantes apesar da pouca divulgação que tivemos nas últimas semanas. Conseguimos chamar a atenção da imprensa que se mostrou bastante interessada em saber mais sobre essa tal “Bicicletada”, palavra estranha e nova por estas paragens. Muitos devem ter pensado logo que sairíamos por aí dando com a bicicleta na cabeça dos motoristas. Confesso que às vezes vontade não falta, mas não é por aí. Bicicletada é coisa pacífica, feita com o devido respeito que todos merecem, seja no trânsito ou em qualquer outro lugar.

As pessoas foram chegando, timidamente, perguntando: “é aqui que vai ter o passeio?” É, é aqui sim! Mas Bicicletada é muito mais que um passeio. É uma manifestação pela liberdade, pelo direito de ir e vir, do modo e do jeito que cada um bem entende, da melhor maneira possível: de bicicleta! Mas Bicicletada não são só bicicletas. Como disse, cada um participa como bem entende. Deixamos claro que qualquer meio de transporte não motorizado e não poluente poderia participar. E tivemos uma participação muito especial de amigos atletas da APEDEF. O que esses caras fizeram deixaria qualquer ciclista boquiaberto. Foram na frente das bicicletas com todo o pique, sem perder a disposição.

A saída estava prevista para as 17:30 horas mas houve um pequeno atraso nos preparativos. No fim das contas foi até melhor, pois começamos a pedalar no horário de maior movimento dos carros: a hora em que todos estão indo para casa.

O trajeto ficou a critério do grupo e ao passar por duas das mais movimentadas avenidas da cidade, disputando espaço com os carros, motos, ônibus e caminhões, é que percebe-se como não é fácil ser pedestre ou ciclista em meio ao caos do trânsito.

            Mas correu tudo bem. Tivemos alguns ciclistas muito empolgados e prestativos, ajudando a manter os pedalantes a salvo de motoristas mais impacientes. Tivemos também alguns ciclistas não muito habituados a pedalar com um trânsito intenso, mas aí está o grande barato da Bicicletada: ela te dá segurança pois você pedala em grupo, ganha confiança e experiência para poder pedalar sozinho mais tarde.

            Estava tudo tão legal que o grupo resolveu estender a pedalada por mais algumas ruas. O trajeto não foi muito longo. Ao fim, nos reunimos próximo ao Parque Ambiental, em frente ao shopping. Foi uma grande comemoração, com aplausos e alguns tomando a palavra em prol das bikes: mais ciclovias, mais Bicicletadas.

            A julgar pelos sorrisos nos rostos dos participantes, todos se sentiram orgulhosos por terem feito sua parte: mostrar aos motoristas que a bicicleta também está nas ruas e que estas não foram feitas só para os carros. Cada um saiu dali comprometido a participar da próxima Bicicletada e convidar mais e mais adeptos para as próximas.

            Esperamos contar com todos vocês de novo. Valeu moçada!

 

Veja fotos em:

http://picasaweb.google.com.br/bicicletadapg/BicicletadaPG2209DiaMundialSemCarro

 

Próxima Bicicletada: sábado, dia 04/10/08 (véspera de eleição). Concentração às 9:30 horas na Concha Acústica da Praça Barão do Rio Branco. Saída às 10:00 horas. Vamos mostrar que nós estamos nas ruas e que queremos exercer nossos direitos com liberdade e respeito. Um carro a menos significa um trânsito mais humano.

Depois de uma semana com muito sol e calor, a sexta-feira foi digamos “mau-humorada” pois São Pedro achou que era hora de testar os ânimos e a garra da moçada. Não posso deixar de manifestar aqui minha preocupação com o mau tempo. A sexta foi só ansiedade e expectativa e aquela chuvinha que não parava demonstrava que o sábado não seria diferente.

Enfim chega o dia! Sábado, acordei às 7:00 horas e vi que já tinha uma ligação perdida no celular, era do Rafael de Curitiba querendo saber como estava o tempo em Ponta Grossa pois eles já estavam se preparando para sair. Olhei pela janela e vi que o tempo estava bom, um pouco nublado mas o sol já estava começando a despontar. Depois de uma rápida troca de informações meteorológicas, a confirmação de que a moçada ia mesmo encarar os 120 Km de pedal entre Curitiba e Ponta Grossa. Aí meu ânimo voltou com tudo e pensei: “legal – vamos ter Bicicletada!”

No meio da manhã o tempo começou a fechar e minhas preocupações voltaram, especialmente com a moçada que estava na estrada. Mas bola pra frente! Estava decidido que mesmo com chuva iríamos para o ponto de encontro. Conforme combinado peguei a magrela e fui para a rodoviária encontrar os amigos Luís Patrício e Lia que vinham de ônibus e traziam as bikes no bagageiro. Como ainda não nos conhecíamos pessoalmente, a bicicletas foram, sem dúvida, os cartões de visita. Conversamos um pouco e já saímos pedalando em busca de um lugar para almoçar.

Como a garoa havia dado trégua, depois do almoço nos dirigimos para a Concha Acústica esperar a moçada, e aquela dúvida continuava martelando minha cabeça: “será que alguém vêm?” O tempo passou rápido, pois falar de bicicletada é sempre agradável e quando vimos, já começavam a aparecer alguns ciclistas muito interessados perguntando se teria mesmo a pedalada e afinal de contas, o que era a tal “bicicletada”. Tivemos participações muito especiais: novos amigos e suas bikes de todos os tipos.

Todos acolheram muito bem a idéia e foram ficando por ali, batendo papo, se conhecendo. Algo bem descontraído. Logo chegaram os amigos Peters, Ângela e André que vieram de carro de Curitiba trazendo suas bikes e dando notícias do pelotão que vinha no gás para chegar logo. A massa ia crescendo e ganhando força!

Lá pelas 15:00 horas recebemos ligação do Luciano dizendo que a galera já havia chegado à entrada da cidade e depois de algumas dicas de que rumo deveriam seguir, decidimos sair para encontrá-los no caminho já que a saída estava prevista para aquele horário.

Seguimos pedalando todos juntos até a Av. Balduíno Taques, uma das principais avenidas da cidade e seguimos por ela até o estádio Germano Krüger, pois a galera já estava no hotel onde alguns do grupo ficariam. O encontro foi muito bacana. Via-se que todos estavam exaustos mas bem dispostos e alegres por terem vencido essa pedalada interplanetária.

Todos estávamos muito curiosos por saber como foi a viagem e depois de uma rápida parada, pedalamos de volta ao centro pela Av. Visconde de Mauá. Seguimos até o terminal central e de lá levamos outro grupo para o hotel para descansar um pouco. Pelo trajeto, nasceram algumas bicicletinhas nas ruas com a ajuda do grande amigo Peters.

Todo o trajeto foi muito tranquilo, o ritmo foi agradável e o tempo estava ótimo. São Pedro realmente deve ser fã de Bicicletada! Do hotel resolvemos que era hora de procurar um lugar para fazer uma boquinha, todos estavam com muita fome mas não faltou ânimo para no caminho cantar e manifestar nosso desejo de um trânsito mais humano. Por onde passávamos as pessoas olhavam com curiosidade. Talvez vontade de pedalar com a gente! Foi uma grande festa sem dúvida. Percorremos aproximadamente 10 Km com cerca de 20 pessoas. Um número expressivo para a 1ª Bicicletada, considerando o tempo que a toda hora ameaçava voltar a chover.

Nos reunimos numa pastelaria onde passamos um final de tarde extremamente agradável. Muitos risos, troca de idéias e experiências. Já éramos todos grandes amigos. Todos unidos em torno de um mesmo ideal: a Bicicletada!

A despedida foi rápida, pois a chuva voltou e o pessoal de Curitiba ainda tinha um longo trecho pela frente. Levamos os amigos Patrício e Lia para a rodoviária e no domingo fiz questão de acompanhar os amigos Paulo R2 e Luciano que voltaram de bike bem cedo para Curitiba. Nos despedimos em frente ao Parque de Vila Velha e combinamos de logo nos encontrarmos para mais pedaladas.

Valeu pessoal pela força. Todos vocês estão de parabéns pela garra, coragem e força de vontade. Aos amigos da Bicicletada de Curitiba que não mediram esforços para estar aqui com a gente, estaremos aí em breve retribuindo a visita. Obrigado por tudo! Aos novos amigos “Trilheros”, ao companheiro Henrique, ao Rafael Cervi e a todos aqueles que pedalaram e somaram força a nossa primeira Bicicletada!

Nos encontraremos dia 22/09 para mais uma. Um forte abraço!

Leia mais sobre a primeira Bicicletada de Ponta Grossa

Confira outras fotos:

http://picasaweb.google.com.br/LaPeters2007/20080913

Aconteceu no dia 13 de Setembro com aproximadamente 20 pessoas, entre elas a participação especial da galera da Bicicletada Curitiba que veio de todas os meios possíveis, inclusive pedalando pelos 120 Km de estrada, para dar uma tremenda força! A concentração aconteceu na Concha Acústica da Praça Barão do Rio Branco, que será sempre o ponto de encontro da moçada para a Bicicletada.

O trajeto foi decidido na hora pelos pedalantes, num total de aproximadamente 10Km com uma hora de duração, percorrendo as principais ruas de Ponta Grossa.

Para quem perdeu a Bicicletada, só lamento! Mas não deixem de particicipar da próxima que já está marcada: Dia 22 de Setembro, a partir das 17 horas no mesmo local (Concha Acústica). Essa Bicicletada é super importante, pois este será mais um DIA MUNDIAL SEM CARRO!!!

Deixe seu carro em casa e venha pedalar com a gente…

 

Ponta Grossa está seguindo o exemplo de inúmeras cidades do Brasil e do mundo, numa campanha internacional pelo uso de meios de transporte que não comprometam as futuras gerações, em respeito à vida e ao meio-ambiente. Isso é mobilidade sustentável!

 

No dia 22 de setembro, deixe seu carro em casa. Aproveite para ir ao trabalho, à escola, aonde for, de bicicleta, a pé, ou então opte por utilizar um transporte coletivo. Nesse dia, um carro a menos significa um ar mais puro para respirarmos.

 

Adote esse estilo de vida saudável. Além dos benefícios à saúde e ao bolso você vai descobrir um grande prazer, se sentir livre e ver a cidade com outros olhos.

 

Reinvindique o seu espaço, você tem prioridade sobre os automóveis!

Participe da Bicicletada PG…