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Por inteiro

setembro 29, 2015

Hoje foi um daqueles dias em que bate uma nostalgia repentina e antes que pudesse perceber eu estava ouvindo um repertório quase completo das músicas que ouvia no ensino médio. Foi engraçado como ainda me lembrava de cada letra e como conseguia cantar junto no ritmo certo. Refleti sobre as letras enquanto cantava e cheguei a conclusões bem diferente das que tinha na época. Muitas eu achei um absurdo enquanto antes eu compreendia  exatamente o que o cantor dizia. Me recordo de que a sensação de se identificar com a letra e sentir o que ela dizia era muito gostosa, fazia aquela cócega no coração e dava uma sensação de calor por dentro, parecia que cantá-la era como desabafar todo o sentimento reprimido pelos problemas de se amar alguém.

E é claro que isso me levou a relembrar todos os meus “romances” da época. Todos desastrosos por um simples motivo: Não receber a pessoa por completo. Muitas vezes porque ele não queria ou porque não se importava com o que tínhamos na mesma intensidade do que eu. Éramos todos imaturos para o assunto e eles todos sem vontade de construir algo real. Era como se eu tivesse acesso a apenas pequenas partes do que eram, me ofereciam algo incompleto e eu me contentava e ainda acreditava nas coisas funcionando.

E hoje, com um relacionamento estável e descomplicado, vejo essas letras como um sofrimento desnecessário. Bater na mesma tecla, dar murro em ponta de faca. Descobri, seis anos depois, que não há nada de bom em estar com alguém que complica tanto meus sentimentos, me deixando insegura, mal e triste.

Quando alguém chegou pra ficar eu não senti que deveria me esforçar para as coisas darem certo, só foi acontecendo naturalmente, e ao invés de me perguntar se ele realmente queria estar comigo, eu tinha certeza. E também não precisou de nenhum exagero romântico e provas de amor, a simples sinceridade e atenção fizeram com que tudo se tornasse maravilhoso. E no fim, eu não precisei fazer nada além de aproveitar e deixar tudo fluir naturalmente para ter algo incrível como sempre quis ter; tive alguém por inteiro.

M.

Feliz Aniversário!

dezembro 10, 2014

Há muitas coisas que aprendemos ao decorrer da vida a partir das experiências que adquirimos, e uma delas é o quanto uma amizade duradoura é rara. Se pararmos pra pensar quantas pessoas continuam a se importar conosco mesmo depois de tantos anos, mesmo depois de conhecer seus defeitos, seu erros, poderíamos contar nos dedos de uma mão só. E essas poucas pessoas continuam porque a soma de todas as lembranças boas pesa muito mais do que qualquer coisa contrária a isso. Ver que possuímos algo assim é maravilhoso, e reviver todas as boas recordações ao lado delas é reconfortante, motivador.

Fico muito feliz de dizer que, se meus cálculos não estiverem errados, esse é o décimo primeiro dez de dezembro que me é recordado como o aniversário de uma grande amiga. Duas décadas de sua vida e uma década de nossa amizade. É tempo pra caralho! Por isso, quero dizer a você que muito obrigada. Muito obrigada por todas as recordações, por ser quem você é. Parabéns pelo seu dia, que hoje você olhe pro caminho que fez para chegar onde está e veja quanta coisa maravilhosa você já conquistou e o quanto ainda vai conquistar daqui pra frente. E mesmo com as ausências e as correrias de rotina, eu continuo aqui pra ti, para o que precisar e para o que não precisar também.

E com, literalmente, as suas palavras digo a ti que:

2014-12-10 23.39.39 (2)

Ps: Não sei se dá pra ler seu ps na foto, mas é engraçado

M.

Transparecer

agosto 31, 2014

Precisamos conversar. Primeiramente, sua indiferença me confunde. Confunde a ponto de me frustrar não saber o que se passa contigo. Sim eu sei, sei que combinamos que vamos apenas ver no que isso vai dar e que não há compromisso mas, eu quero aproveitar o que está acontecendo não importa quanto tempo seja. Não idealizo sobre o que vai ser de nós, penso que estamos aqui agora e se estamos, por que não se entregar ao momento? Não é a melhor época para termos um tempo nosso, eu sei, e não é só você que está tendo um período agitado de afazeres, não se esqueça disso! Sabe, nesse meio tempo de correria, quando estou no meu dia agitado, transbordando cansaço, me esforçando para cumprir o que preciso e percebo que necessito de uma pausa para descansar, para me renovar, eu penso em você. Penso em como você está, se acordou bem, se poderia passar esse breve intervalo comigo, se você poderia ser o meu refúgio um momento. Há tanta coisa sobre você que ainda não sei, você é tão recluso e eu tenho tanta vontade de quebrar essa barreira pois me parece ter algo incrível guardado aí dentro. Você poderia demonstrar pelo menos um pouco do que pensa? Apenas o suficiente para entender se quer ou não a minha companhia, se ainda quer ver como isso vai ser ou se já chegou a uma conclusão. Porque mesmo que isso não seja sério, ainda é algo sendo feito e decidido por nós dois.

M.

Como Desaparecer Completamente

julho 29, 2014

Um dia em que a alma não saiu da cama. A produtividade não existe, não há vontade de ser mais. Sem questionamentos, sem angústias, sem esperanças. Pra que sentir a falta do passado? Sentir saudades do que e de quem? Por um momento idear que não há quem sinta falta de você. Por que ansiar um futuro que não vai chegar ou que nunca chegará como deveria? Por que eu preciso estar sempre em movimento, trocando de lugar e buscando coisas, se eu posso apenas me estagnar aqui, fechar meus olhos e sentir minha existência se esvaindo. Sem pensar, sem se preocupar com nada e ninguém, nem mesmo o meu próprio ser. E então, por apenas um momento, sentirei que tudo isso é simples e indolor.

M.

Reencontro

julho 14, 2014

E aquela sensação voltou depois tanto tempo longe. Por um lado, fico feliz e muito. Ah como eu senti falta disso! Como isso é estranhamente bom! Sinto-me aliviada por saber que não destruí a parte que eu sei que era a melhor de mim, mesmo com todos os problemas e toda aquela ingenuidade, era a parte que eu mais gostava. Fazia com que eu me sentisse mais viva, me fazia acreditar que amar, que doar-se para outra pessoa valia à pena. É aquele sentimento que não tem como explicar, mas você percebe a diferença quando o sente. Ele flui naturalmente, é intuitivo, irracional e influenciável. Já estava me sentindo vazia sem isso. Por outro lado, há a consumição do medo. Medo de tentar, de estar errada, de não acontecer. Dessa vez precisa ser diferente. Espero ter conciliado o conflito entre meus extremos, pois não tem hora melhor do que essa para uma mudança de hábitos.

M.

O tempo não precisava trazer de volta

março 24, 2014

Pobre criança, você não teve culpa. Sua inocência e sua dependência são as responsáveis por sua falta de ação, por ter permitido que essas lembranças existam agora. Você queria fazer algo, sabia que o que estava acontecendo não era normal e nem mesmo bom, mas o que você poderia fazer? A sorte foi isso tudo não ter ido adiante ao ponto de te deixar grandes sequelas. Você foi forte por se deixar esquecer de tudo isso por tanto tempo, e por não ter guardado rancor. Mas, por que isso te incomoda agora? Depois de tanto tempo, por que isso te assusta, te deixa com vontade de chorar? Por que você não contou a ninguém na época em que isso aconteceu e que te deixou tantas dúvidas? Não precisava ter medo de ninguém acreditar em ti, essas coisas infelizmente acontecem. Não deixe que isso te atrapalhe, não deixe que isso te feche do mundo e te impeça de deixar alguém novo te conhecer. São só lembranças agora, você já tem idade para se defender, de permitir e de negar de acordo com o que VOCÊ queira. Você não é tão frágil agora.

Fantasma

dezembro 19, 2013

Sinto-me fraca toda vez que tenho a necessidade de saber como é que você está. Sou a pessoa mais estúpida do mudo por ter arrastado esse assunto em minha mente por tanto tempo. E mesmo que eu diga que não penso mais em você, vestígios de suas lembranças ainda assombram meu presente. Invento situações em que te encontro e imagino conversas aleatórias, só pelo simples fato de que sinto a falta da sua presença.  E não importa o jeito que você me queira, eu só queria que você se importasse em manter esse vínculo. Pois você não sabe o quanto me importo com você. Sei que a hora de eu contar tudo isso está lá naquele passado remoto em que tivemos a chance de ter alguma coisa, e que por tanta paranoia de minha cabeça pus-me a acreditar deque a culpa de não termos ido em frente era minha, mas tanta coisa ficou guardada que eu vou ter que expor isso de alguma forma indireta.

Não digo que foi culpa sua, mas eu me tornei insuportável depois que a gente não funcionou. Você foi a pessoa da qual eu mais me apeguei e senti que poderia ser recíproco. Você me deixava tão à vontade para ser quem eu sou, com toda a minha pieguice, todo o meu jeito bobo de ser. Jeito do qual eu sinto falta. Depois disso tudo eu transfigurei tanto a minha personalidade, que eu chego a sentir repulso de mim mesma às vezes. Já me acostumei a sufocar aquela parte de mim que não possui medo de admitir que deseja algo sólido com alguém que ame. Acostumada, porém decepcionada por agir de forma estúpida para não passar de novo a mesma situação que passei contigo.  

Eu sei que o que eu quero é sentir o que sentia quando eu te conheci e ter o que eu poderia ter tido com você, só que ao mesmo tempo eu possuo um receio enorme de estragar tudo como eu acho que aconteceu. Eu já não consigo mais ignorar o medo de arriscar para tentar construir algo com alguém como eu tentei contigo. É mais confortável usar essa máscara de insensibilidade. E por muito tempo eu deixei passar oportunidades porque eu estava procurando você em outras pessoas, e agora que eu encontro alguém diferente, que possa me fazer voltar a ser como antes, eu não consigo tentar! Não consigo deixar todo esse medo ir embora, assim como não consigo me desapegar totalmente a sua lembrança.

M.

Nunca fiquem com uma paixão platônica.

janeiro 29, 2013

Tem pessoas que você conhece e já percebe que vai se identificar com ela, você a olha de primeira e surge aquele sentimento estranho e uma curiosidade imensa de saber mais sobre. Algo rotulado como “Amor à primeira vista”, o que é um grande erro. Acredito que o que acontece é que enxergamos, de relance, semelhanças nessas pessoas. Não quaisquer semelhanças, são aquelas que fazem você se sentir confortável e que lhe causam uma simpatia repentina pela pessoa ainda não conhecida. Geralmente é assim que surge a maioria dos casos de paixões platônicas.

Tive uma há muito tempo. Era um garoto estranho, não era daqueles que as garotas olhavam e suspiravam.  Não parecia ser do tipo que vivia cheio de mulheres, não parecia ser do tipo de garoto cheio de si. Tinha um estilo diferente, parecia ser meio bobo e possuía uma fisionomia de gente meio boba. Identifiquei-me. Na época eu costumava ser tímida para abordar garotos quais eu poderia sentir um interesse maior, mas naquele dia não, tentei me aproximar como pude. Apesar de termos conversado, me dei conta que no final do dia eu só sabia ao certo o seu primeiro nome. Fiquei pensando nele há semanas até eu decidir que o encontraria em redes sociais e manteria contado. Senti necessidade de conversar com ele, eu sentia que nos daríamos bem. Demoraram uns dois meses até encontrá-lo, só que mesmo que eu tentasse conversar virtualmente com ele, eu sempre achava que tava falando besteira e que ele estava me achando uma idiota.

Não falei mais com ele por um bom tempo. Sabe aquela coisa pré-adolescente e idiota de abrir a janelinha do MSN da pessoa e ficar admirando a foto dela e não falar uma só palavra? Então, era apenas o que eu fazia. Por um bom tempo, ficava feliz em apenas vê-lo na rua de vez em quando, mesmo que isso fosse por apenas fração de segundos de quem vê uma pessoa passando na rua quando se está dentro de um carro em movimento. Às vezes eu pegava o mesmo ônibus que ele. Ele não me reconhecia, mas eu gostava quando isso acontecia. Às vezes ele comentava postagens bobas minhas na internet e eu ficava feliz. Durante dois anos vivi nessa boba e estranhamente boa sensação de ter uma paixão não correspondida. Eu pesquisava sobre ele e encontrava coisas na internet nas quais ele expunha um pouco mais de si, e provavelmente não era pra qualquer pessoa ver. Hoje acho isso meio (muito) possessivo. Tinha medo de ele descobrir isso e ter medo de mim. O pior era que cada vez que eu achava um pouco mais sobre ele, eu me identificava mais.

Não deixei de conhecer e gostar de outros por causa dele, mas toda vez que não dava certo, eu pensava: “Mas se fosse com ele, seria diferente. Ele é como eu.” Pensei assim até sair do ensino médio, depois acabei me esquecendo desse assunto um pouco. O problema é que paixões platônicas são boas até deixarem de ser, se você acaba tendo a ‘felicidade’ de ser correspondida você pode se decepcionar por dois motivos: – Descobrir que não era tudo aquilo que imaginava e se desaminar; – Descobrir que era aquilo você imaginava e até melhor, mas a pessoa não achar o mesmo quando está com você e não querer mais nada.

A segunda opção foi o que aconteceu comigo. Por coincidência fomos parar na mesma faculdade e foi aí que começamos a nos conhecer melhor. Cada vez que falava com ele tinha mais certeza de que ele realmente era aquilo que eu imaginava. Senti que ele também gostava da minha companhia, mas às vezes tinha medo de imaginar qual era sua opinião sobre mim. Todo dia torcia para encontrá-lo depois da aula, e eu me sentia ridícula como se tivesse voltado naquele tempo. Aproximamos-nos cada vez mais e comecei a desconfiar que talvez eu pudesse estar sendo correspondida.  Ele me confundia às vezes, mas eu estava certa. Depois de muitas tentativas mal sucedidas de tentar se ver, ficamos uma vez. Foi a primeira vez que eu acreditei que daria certo com alguém. Ele era incrível, nunca havia me dado tão bem assim com alguém. Parecia até mentira que aquilo realmente estava acontecendo. Garota boba, não? Tentei fazer de tudo para não estragar mesmo tendo sido tímida demais quando ficamos juntos.

Acontece é que não demorou muito pra ele ficar estranho, dava desculpas para desmarcar quando combinávamos algo, não me procurava com a mesma frequência de sempre. Tentei não ser paranoica, mas suspeitei que ele houvesse conhecido outra e se interessava por esta. Maldito costume de acertar palpites. Eu estava certa, mas ele não veio me dizer que não queria continuar mais nada. Apenas me mandou mensagens estranhas dizendo que “queria ir com calma, mas ainda queria algo”. Como assim? Fiquei achando que tinha feito algo errado, mas já tinha percebido o que estava acontecendo e desde então já sabia que não ia dar em nada. Queria estar errada e sabia que não estava. A única coisa que eu esperava pelo menos era que ele me contasse. Coisa que ele não fez. Eu comecei a pressioná-lo e até mesmo ser meio chata (sem querer) pra ver se ele dizia alguma coisa. Ele sempre dizia que não era nada e que eu era paranoica, até um dia em que ele foi grosso e percebi então que não deveria mais falar com ele.

Isso era terrível, sentia uma falta enorme de nossas conversas. Ele não dava mais a mínima. O vi uma vez numa festa com a tal garota. Já sabia deles, mas aquilo me abalou mesmo que não devesse. Não consegui fingir que aquilo não era nada pra mim e como uma idiota, acabei chorando. Até então o que eu achava que havia acontecido era que ele se apaixonara por outra e que esta o fazia mais feliz. Pelo menos ele gostava realmente desta e poderia construir com ela um relacionamento verdadeiro do qual eu acreditava que era o que ele procurava.

Sentia falta de falar com ele. Apesar de todos falarem que é burrice da minha parte, hoje somos amigos, mais pra colegas talvez. Essa era a parte que vocês provavelmente esperassem que eu dissesse que desde então tá tudo bem, mas não está. Não sei que diachos de ligação ainda tenho com ele que não deveria.  Esses tempos descobri que ele não é mais aquele que eu havia conhecido, parece não dar mais importância a relacionamentos sérios, parece mais frio e até mesmo um pouco egoísta. Quando descobri isso fiquei decepcionada, mas ele ainda é a mesma pessoa legal e divertida para conversar, me sinto bem falando com ele.

O que perturba é querer saber se ele mudou ou apenas revelou ser o que sempre foi. Seria muito triste descobrir que aquele garoto de anos atrás deixou de existir ou que nunca existiu. Queria dizer que não, mas ainda procuro encontrar outro que fosse como ele era e isso é frustrante. Não tive mais vontade de construir algo sério com alguém, isso é culpa minha na verdade. Não deveria ter me mudado por isso. Ele nunca soube que eu já gostei tanto dele assim, às vezes acho que deveria contar a ele, mas não mudaria nada, não faria sentido dizer isso agora. Alguns momentos tenho vontade de perguntá-lo o porquê de ele ter perdido o interesse, mas tenho medo de remexer algo que está quieto e nem deveria estar me afetando. Só digo que é terrível o desgosto de descobrir que você se enganou em relação a uma pessoa, principalmente quando não quer aceitar, e é muito triste perder aquela ingenuidade de achar que um dia você vai encontrar aquela pessoa incrível que vai querer estar só com você verdadeiramente.

A única coisa que digo a vocês é: Nunca fiquem com uma paixão platônica.

Conflitos de personalidades.

novembro 24, 2012

Queria ter coragem de ser o que sou. De expor todas as minhas opiniões reprimidas e adquirir aquele estilo doido, maluco, às vezes rejeitado pela sociedade. Tenho dúvidas se ainda não me descobri ou se sou covarde ao ponto de não conseguir me aceitar. Meus medos banais repreendem metade de mim, e com o tanto que as questões externas me reprimem, sobra muito pouco do verdadeiro eu para viver. Admito que me falta atitude e confesso que ainda falta muita coisa para admitir. A questão não é bem se eu deixei de viver, mas sim se estou vivendo com a minha verdadeira identidade.

Sobre sentimentos e como multiplicar o tempo por zero.

setembro 13, 2012

É tão fácil fingir que está tudo bem. Talvez por que realmente esteja na maior parte, mas você sabe como somos extremistas quando se trata de sentimentos, principalmente por outro alguém. É comum que histórias acabem, sejam depois de muito tempo ou antes de realmente começar, como a minha. Se é que posso chamar de minha história, se realmente teve história para ambas as partes. Que isso mexeu comigo, porém, não posso negar.

Sou uma pessoa um tanto quanto difícil de explicar, muitos dizem que sou demasiadamente sentimental, outros afirmam que sou muito fria. Mas sei dizer, com toda a certeza, que não me apaixono com frequência e quando acontece o desapego parece algo impossível por muito tempo. Com o tempo fui aprendendo a demonstrar cada vez menos a minha fraqueza e aprendi a não usar mais a imagem de garotinha vítima e desiludida.

Infelizmente, no fundo a gente nunca deixa de ser o que é. E cá estou eu, pensando involuntariamente na mesma pessoa todos os dias, sentindo falta daquelas poucas lembranças remotas que já se perderam no passado.  Odeio ter que falar nesse vocabulário tão piegas, mas não encontro um jeito menos meloso de falar sobre isso. Fico lembrando o jeito como tudo parecia dar certo e o quanto apostei no que estava acontecendo. Deve ter sido meu erro, além de toda a minha insegurança.

Não tive muitos casos em que fiquei com vontade de continuar com alguém, por isso me rotulam como exigente demais, mas não me considero assim. A única coisa que espero é sentir aquela proximidade com a pessoa que acaba me ligando a ela de um jeito até mesmo insano. Sabe aquela coisa inexplicável? Que não se entende com a quantidade de tempo que se passou e nem com o conjunto de qualidades que a pessoa possui, você só sente e pronto.

Só me senti assim duas vezes. E você fica com aquela vontade de conversar com esse alguém o tempo todo, de saber como está, de querer ajudá-lo, de querer ser ouvida por ele, de querer ser ajudada por ele. Vontade de conhecer seus costumes bobos e de querer ter lembranças únicas ao lado dela, blablabla. Vou parar por aqui por que você já deve ter me entendido.

E aquele mísero “filminho” fica passando e repassando em minha mente, ora nas partes em que estava sendo tudo maravilhoso, ora nas partes em que tudo parecia ser um capítulo mal escrito de um revoltante livro de romance. Lembro-me das vezes que chorei e me envergonho, chamo a mim mesma de idiota por isso, mas faz parte. Sei que isso é normal e todo mundo já passou e vai passar por isso mais algumas vezes, só que me indigno por viver tudo isso com uma intensidade maior e por casos aparentemente tão pequenos, nos quais presumem ser insignificantes. Talvez seja esse o meu problema; não viver na mesma intensidade do que a pessoa da qual quero ser correspondida.

E ele está em outra, quase certeza de que não sente a mesma falta, e mal sei qual foi a opinião que ele deixou formada sobre mim. Não deveria ser importante, às vezes penso na grande perda de tempo que é tudo isso, mas você deve fazer ideia do quanto é difícil de abandonar os velhos hábitos. Resumindo, ainda gosto dele.

Por M.