"A Última Flor do Lácio"

A língua portuguesa é uma língua românica, flexiva que originou-se no que atualmente é a Galiza e o norte de Portugal, derivada do latim vulgar que foi introduzido no oeste da península Ibérica há cerca de dois mim anos. Tem um substrato Céltico/Lusitano resultante da língua nativa dos povos pré-romanos que habitavam a parte ocidental da península Ibérica (Galaicos, Lusitanos, Célticos e Cónios). O idioma espalhou-se pelo mundo nos século XV e XVI quando Portugal estabeleceu um império colonial e comercial (de 1415 à aproximadamente 1999) que estendeu-se do Brasil, na América, a Goa, na Ásia (Índia, Macau na China e Timor-Leste).



"A Última Flor do Lácio" (Olavo Bilac, célebre poeta brasileiro e um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras.)



Um pedido que, humildemente, faço a todas as pessoas que têm a língua portuguesa como língua pátria é que valorizem tal idioma e procurem usar o máximo possível dele, na escrita e na comunicação. A língua portuguesa é bela e encantadora; é um dever cívico valorizar o idioma pátrio.

domingo, 7 de novembro de 2010

O Número do Adjetivo

O adjetivo simples é flexionado em número, concordando no singular ou no plural com o substantivo a que refere-se: peça antiga - peças antigas, questão fácil - questões fáceis, produto brasileiro - produtos brasileiros.


No adjetivo composto, somente o último elemento é flexionado no plural: uniforme verde-escuro - uniformes verde-escuros, olho castanho-claro - olhos castanho-claros, festa cívico-religiosa - festas cívico-religiosas. Exceção: surdo-mudo, cujo plural é surdos-mudos.


Casos Distintos:


1. Os substantivos empregados com valor de adjetivo ficam invariáveis no plural: camiseta rosa - camisetas rosa, gravata cinza - gravatas cinza.


Observação: as palavras rosa e cinza são originalmente substantivos; os adjetivos equivalentes seriam rosado e cinzento.


2. Os adjetivos compostos referentes a cores são invariáveis se o último elemento for um substantivo: vida cor-de-rosa, vidas cor-de-rosa, carro verde-oliva - carros verde-oliva.


3. Os adjetivos compostos azul-marinho e azul-celeste são sempre invariáveis: paletó azul-marinho - paletós azul-marinho, camiseta azul-celeste - camisetas azul-celeste.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Gênero do Adjetivo

Quanto ao gênero, o adjetivo classifica-se em:
  • Uniforme: aquele que possui uma única forma para o masculino e o feminino.
     homem feliz                    mulher feliz
     interesse comum           causa comum
  • Biforme: aquele que possui duas formas para a indicação de gênero.
     aluno brasileiro              aluna brasileira
     mau lugar                        hora

Em língua portuguesa, a formação do feminino dos adjetivos obedece à seguinte regra: troca-se o por a. Por exemplo: menino esperto - menina esperta. Observe que, nos adjetivos compostos, só o último elemento é flexionado: estudo luso-brasileiro - relação luso-brasileira. Exceção para o seguinte adjetivo composto: homem surdo-mudo - mulher surda-muda.

Entretanto, é importante apresentar certas peculiaridades:
  1. Adjetivos terminados em ês, or e u - acrescenta-se a.
objeto português - roupa portuguesa
livro sedutor - imagem sedutora
legume crua - verdura crua

Exceções: hindu, cortês, inferior, superior, anterior, posterior, bicolor, tricolor, multicolor, exterior, maior, menor, melhor, pior. Esses adjetivos são invariáveis.

     2. Adjetivos terminados em ão - troca-se ão por ã ou por ona.

senhor ancião - senhora anciã
senhor bonachão - senhora bonachona

     3. Adjetivos terminados em eu - forma-se o feminino éia.

cidadão ateu - cidadã atéia
passaporte europeu - comunidade européia

Observe que alguns adjetivos terminados em eu fazem o feminino de forma diferente: judeu - judia, sandeu - sandia.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

O Adjetivo e Sua Classificação

"Nos grandes mestres, o adjetivo é escasso e sóbrio - vai abundando progressivamente à proporção que descemos a escala dos valores." (Monteiro Lobato)


O adjetivo é a palavra que caracteriza os seres ou os objetos nomeados pelo substantivo, indicando-lhes qualidade, caráter, modo de ser ou estado. Observe, no texto a seguir, as palavras em destaque. Elas modificam os substantivos aos quais referem-se, dando-lhes uma característica peculiar.

Nas horas mortas da noite
Como é doce meditar
Quando as estrelas cintilam
Nas ondas quietas do mar;

Quando a lua majestosa
Surgindo linda e formosa,
Como donzela vaidosa
Nas águas se vai mirar!

ABREU, Casimiro de. Obras. Rio de Janeiro, Ministério da Educação e Cultura, 1955 (Coleção de Textos da Língua Portuguesa Moderna.)

Os substantivos também podem ser modificados por uma locução adjetiva, isto é, por uma expressão formada por mais de uma palavra e que tenha o valor de adjetivo. Por exemplo:

                    O sol da manhã é bom para a pele.

A expressão da manhã qualifica o substantivo sol e equivale ao adjetivo matutino.
As locuções adjetivas, em geral, são formadas por:
  • preposição + substantivo: lábios de mel; flecha sem ponta;
  • preposição + advérbio: jornal de hoje; dia de amanhã.
Veja outros exemplos de locução adjetiva:

céu de chumbo (céu plúmbeo)
dentes de marfim (dentes ebúrneos)
comida sem sabor (comida insípida)
problema de olho (problema ocular)
bênção do bispo (bênção episcopal)
exame de osso (exame ósseo)
problemas da cidade (problemas urbanos)
cor de prata (cor argêntea)

A locução adjetiva nem sempre pode ser substituída por um adjetivo correspondente, porém sempre possui um valor de adjetivo, determinando uma característica do substantivo. Por exemplo: em aula de português, a locução não equivale à "aula portuguesa", mas caracteriza e modifica o substantivo aula.

A adjetivo é posto nas seguintes classes:
  • Adjetivo Primitivo:
Aquele que não deriva de outra palavra: bom, mal, grande, pequeno, verde, rosa, azul.
  • Adjetivo Derivado:
Aquele que origina-se de uma palavra primitiva (substantivo, verbo ou mesmo adjetivo): cinzento (derivado do substantivo cinza); agradável (derivado do verbo agradar); bondoso (derivado do adjetivo bom).
  • Adjetivo Pátrio:
Aquele que refere-se ao lugar de origem: cidadão brasileiro; louças portuguesas; viajante canadense; vinho italiano.
  • Adjetivo Simples:
Aquele formado por uma só palavra: criança esperta; saudade imensa.
  • Adjetivo Composto:
Aquele formado por mais de uma palavra: causa econômico-financeira; blusa amarelo-canário; banco luso-brasileiro.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O Narrador

"A língua portuguesa é um verdadeiro desafio para quem escreve. Sobretudo para quem escreve tirando das coisas e das pessoas a primeira capa do superficialismo."
(Clarice Lispector)


O narrador é um dos principais elementos da narrativa. Sem ele a história se perderia, ou melhor, não existiria. Você, o Senhor ou a Senhora já sabem, creio eu, que podemos ter dois tipos de narrador: em 1ª e em 3ª pessoa.

Narrador em 1ª Pessoa

Quando o narrador assume a 1ª pessoa, torna-se participante da ação e relata os fatos a partir de sua ótica. São suas impressões pessoais a respeito do fato narrado que predominam. Há, portanto, um enfoque subjetivo.

O narrador em 1ª pessoa não precisa ser necessariamente a personagem principal, pode ser uma secundária. Observe, no segmento a seguir (construído pela escritora Lya Luftt), o uso dos verbos e de pronomes em 1ª pessoa, característico desse tipo de narrador:

                Encolho-me sobre a colcha, ajeito o travesseiro nas costas, contra o metal frio da cabeceira; apóio os braços nos joelhos, e o queixo em cima dos braços.
                                        
                                            Luftt, Lya. Exílio. Rio de Janeiro, Guanabara, 1987.

Narrador em 3ª  Pessoa

O narrador em 3ª pessoa mantém uma postura privilegiada, pois, como observador dos fatos, tem conhecimento de toda a história: pode ver tudo e todos. Por essa característica, ele é chamado de onisciente (que tudo sabe) e de onipresente (que está em toda parte).

Às vezes, o narrador em 3ª pessoa limita-se apenas a observar objetivamente os acontecimentos; outras vezes emite opiniões, julgamentos a respeito dos fatos e das personagens. Esse tipo de narrador utiliza verbos e pronomes na 3ª pessoa. Veja o exemplo:

              Ana chorou. Seus olhos ficaram secos e ela estava até alegre, porque sabia que a mãe tinha deixado de ser escrava. Podia haver outra vida depois da morte, mas também podia não haver. Se houvesse, estava certa de que dona Henriqueta iria para o céu; se não houvesse, tudo ainda estava bem, porque sua mãe ia descansar para sempre.

                                                   VERÍSSIMO, Érico. O Tempo e o Vento. O Continente I. São Paulo, Globo, 1990.

Dessa forma, podemos ter dois focos narrativos: 1ª pessoa (narrador participante) e em 3ª pessoa (narrador onisciente). O foco narrativo é definido pela posição do narrador diante da história que constrói. Uma posição ao mesmo tempo técnica e ideológica - ou participa da narrativa em 1ª pessoa, conferindo-lhe um tom subjetivo, ou escreve em 3ª pessoa, manifestando uma visão imparcial dos fatos. A escolha do foco narrativo é essencial para a dinâmica da história. Por exemplo, uma traição amorosa poderá ter no mínimo quatro versões, dependendo do tipo de foco do narrador: a do traidor, a do traído, a do amante e a do narrador onisciente. 

Grau do Substantivo

Em língua portuguesa, o grau do substantivo é o aumentativo e o diminutivo em relação ao grau normal desse mesmo. Por exemplo


Casa (grau normal): casinha (grau diminutivo) - casarão (grau aumentativo)

Para formar o grau do substantivo, podem-se usar as formas:

1. Analítica - empregando-se adjetivos que indicam aumento ou diminuição.

Aumentativo analítico: pedra grande, pé imenso.
Diminutivo analítico: pedra pequena, pé minúsculo.

2. Sintética - empregando sufixos que indicam aumento ou diminuição.

Aumentativo sintético: pedrona; pezão.
Diminutivo sintético: pedrinha; pezinho.


Casos Distintos:

1. Substantivos no aumentativo ou diminutivo podem também expressar afetividade ou ironia, desprezo.

"Meu filhinho se casará com uma moça chatinha."

2. Substantivos com formação de aumentativo ou diminutivo podem ter um significado especial.

Mandaram-me um cartão de crédito internacional. (cartão - documento financeiro)
A folhinha deveria indicar o Dia do Professor. (folhinha - calendário)

Esses substantivos perderam o seu significado original com o transcorrer do tempo: cartão (aumentativo de carta) e folhinha (diminutivo de folha). Assim, não pode-se dizer que estão no aumentativo ou diminutivo, respectivamente.

3. Observe o plural dos diminutivos em -zinho, -zito:

anelzinho - anéi(s) + zinhos = aneizinhos
cão - cãe(s) + zitos = cãezitos

Para formar o plural desses diminutivos, é preciso primeiro passar a palavra primitiva (anel, cão) para o plural, eliminar o s e somente depois acrescentar o sufixo.

Número do Substantivo

O substantivo tem como número o singular e o plural. Na língua portuguesa, a característica do plural é o s no final das palavras. Há, entretanto, diferentes flexões para a formação do plural, conforme a terminação da palavra no singular. Substantivos terminados por vogal ou ditongo oral ou nasal (ãe) recebem s no final. Por exemplo: sofá - sofás, você - vocês, pai - pais, paletó - paletós, colégio - colégios, série - séries, mãe - mães, troféu - troféus, heróis - heróis.

Todavia, existem casos excepcionais sobre o número do substantivo que serão analisados a seguir:

1. Os substantivos terminados em ão trocam o ão por:
  • ãos: chão - chãos, cristão - cristãos, grão - grãos, cidadão - cidadãos, órgão - órgãos, sótão - sótãos;
  • ães: cão - cães, pão - pães, tabelião - tabeliães, capitão - capitães, capelão - capelães, escrivão - escrivães;
  • ões: botão - botões, espião - espiões, limão - limões, canção - canções, razão - razões, mamão - mamões.
Observe alguns substantivos terminados em ão que apresentam variação no plural:

anão - anãos ou anões
ancião - anciãos ou anciões
cirurgião - cirurgiãos ou cirurgiões
peão - peãos ou peões
sacristão - sacristãos ou sacristães
vulcão - vulcãos vulcães

2. Substantivos terminados em al, el, ol, ul trocam o l por is: jornal - jornais, lençol - lençóis, papel - papéis, paul - pauis.

Excetuam-se as palavras mal e cônsul (males e cônsules).

3. Substantivos terminados em il trocam l por is (quando oxítonos) ou por eis (quando paroxítonos): barril - barris (oxítono), cantil - cantis (oxítono), fóssil - fósseis (paroxítono), réptil - répteis (paroxítono).

4. Substantivos terminados em r ou z são acrescidos de es: cor - cores, revólver - revólveres, mar - mares, cadáver - cadáveres, raiz - raízes, vez - vezes, luz - luzes, nariz - narizes.

5. Substantivos (monossílabos ou oxítonos) terminados em s são acrescidos de es: deus - deuses, adeus - adeuses, mês - meses, gás - gases, país - países, ás - ases.

6. Substantivos terminados em m trocam o m por ns: álbum - álbuns, atum - atuns, nuvem - nuvens, médium - médiuns, dom - dons, item - itens.

Observe que alguns substantivos terminados em n fazem formas paralelas de plural: hífen - hífens ou hífenes, abdômem - abdômens ou abdômenes.

7. Substantivos terminados em x são invariáveis: o tórax - os tórax, o látex - os látex, o ônix - os ônix, a fênix - as fênix.

8. Substantivos paroxítonos terminados em s são invariáveis no plural: o lápis - os lápis, o atlas - os atlas, o pires - os pires, o ourives - os ourives, o ônibus - os ônibus.

É importantíssimo salientar que há ainda certas variações não apresentadas para o número do substantivo. São elas:

1. Há substantivos que só se empregam no plural: belas-artes, óculos, condolências, núpcias, fezes, olheiras, pêsames, víveres.

2. Existem substantivos com sentido diferente no singular e no plural:

Singular                                     Plural

bem (virtude)                              bens (propriedade)
cobre (metal)                               cobres (dinheiro)
costa (litoral)                                costas (dorso)
féria (salário)                                férias (descanso)
honorário (honrado)                    honorários (remuneração)
letra (do alfabeto)                        letras (literatura)
liberdade (livre escolha)             liberdades (intimidades)
ouro (metal)                                 ouros (naipe do baralho)

3. Observe os substantivos com plural metafônico (/o/ fechado no singular e /o/ aberto no plural):

Singular (ô)                                    Plural (ó)

caroço                                                  caroços
corpo                                                    corpos 
destroço                                              destroços
imposto                                               impostos
miolo                                                    miolos
povo                                                     povos
socorro                                                 socorros


4. As letras também são flexionadas no plural: o agá (h) - os agás, o bê (b) - os bês, o i (i) - os is, o efe (f) - os efes, o gê (g) - os gês, o ele (l) - os eles etc. Na escrita, podemos indicar os plural com a letra dobrada: os dd, os ff, os gg e etc.

5. Os nomes próprios formam plural como os substantivos comuns: Os Neves vieram à festa de casamento dos Oliveiras.

Formação do Plural dos Substantivos Compostos Unidos por Hífen

Como regra geral, flexionam-se os elementos que são substantivos, adjetivos, numerais e pronomes adjetivos.

mestre-escola: mestres-escolas (substantivo - substantivo)
amor-perfeito: amores-perfeitos (substantivo - adjetivo)
alto-relevo: altos-relevos (adjetivo - substantivo)
quinta-feira: quintas-feiras (numeral - substantivo)
padre-nosso: padres-nossos (substantivo - pronome)

Casos distintos:

1. Palavras compostas por adjetivo - substantivo: se o segundo elemento determina o primeiro, flexionam-se somente o primeiro.

caneta-tinteiro: canetas-tinteiro
pombo-correio: pombos-correio
manga-rosa: mangas-rosa
salário-família: salários-família

2. Palavras com um só elemento variável no plural: ficam no singular os verbos e advérbios.

caça-níquel: caça-níqueis (verbo - substantivo)
abaixo-assinado: abaixo-assinados (advérbio-adjetivo)

3. Palavras compostas com preposição: flexionam-se apenas o primeiro elemento.

pé-de-moleque: pés-de-moleque
pão-de-ló: pães-de-ló

4. Palavras só com elementos invariáveis no plural: flexionam-se somente o artigo.

o leva-e-traz: os leva-e-traz
o bota-fora: os bota-fora

5. Palavras onomatopaicas ou repetidas: flexionam-se somente o último elemento.

bem-te-vi: bem-te-vis
tique-taque: tique-taques
corre-corre: corre-corres
pisca-pisca: pisca-piscas

Quando os dois elementos são formados por verbos, admite-se o plural dos dois termos. Por exemplo: quero-quero: queros-queros; pisca-pisca: piscas-piscas.

Formação do Plural dos Substantivos Compostos sem Hífen

Os substantivos compostos sem hífen são flexionados como os substantivos simples:

pontapé: pontapés                                   vaivém: vaivéns
passatempo: passatempos                      girassol: girassóis

Casos distintos:

Observe os substantivos compostos pela palavra guarda.

1. Se a palavra guarda for verbo, flexionam-se apenas o último elemento: guarda-chuva - guarda-chuvas; guarda-roupas - guarda-roupas; guarda-pó - guarda-pós.

2. Se a palavra guarda for substantivo, flexionam-se os dois elementos: guarda-civil - guardas-civis; guarda-noturno - guardas-noturnos; guarda-florestal - guardas-florestais.

sábado, 30 de outubro de 2010

Gênero do Substantivo

Quanto ao gênero, o substantivo pode ser masculino ou feminino dividindo-se em duas subclasses: biforme e uniforme. O substantivo biforme apresenta uma forma para o masculino e outra para o feminino:

professor - professora       homem - mulher      boi -vaca
camponês - camponesa     poeta - poetisa          bode - cabra

O substantivo uniforme apresenta uma única forma para indicar o masculino e o feminino:

o jovem - a jovem             a pessoa                  a vítima
o agente - a agente           a testemunha         a criança


Feminino do Substantivo Biforme

Para formar o feminino do substantivo biforme:
  • troca-se a desinência o por a: aluno - aluna, garoto - garota, moço - moça;
  • troca-se o e por a: elefante - elefanta, mestre - mestra, presidente - presidenta;
  • acrescenta-se a ao masculino: camponês - camponesa, japonês - japonesa;
  • troca-se ão por oa, ã ou ona: leão - leoa, cidadão - cidadã, folião - foliona.
Casos Especiais:

1. Há determinados substantivos cujo feminino é formado pelos sufixos esa, essa, isa:
barão - baronesa, abade - abadessa, sacerdote - sacerdotisa.

2. Os substantivos masculinos terminados em or formam o feminino de duas formas:
ator - atriz, leitor - leitora, redator - redatora.

3. O feminino de embaixador pode ser embaixatriz (esposa do embaixador) e embaixadora (funcionária da embaixada).

É importante ter atenção para os substantivos com formação irregular no feminino:
cônego - canonisa, maestro - maestrina, herói - heroína, réu - ré.


Feminino do Substantivo Uniforme

O substantivo uniforme classifica-se em comum de dois gêneros (ou comum de dois), sobrecomum, epiceno e heterônimo (ou desconexo).

  • Substantivo comum de dois:
É aquele que apresenta a mesma forma para o feminino e para o masculino. O gênero é determinado por meio de artigo ou pronome.

o imigrante - a imigrante                       aquele dentista - aquela dentista
o artista - a artista                                  esse jornalista - essa jornalista
um cliente - uma cliente                         meu colega - minha colega

  • Substantivo sobrecomum:
É aquele que apresenta um só gênero para designar o masculino e o feminino.

a criança     o indivíduo      a pessoa                o carrasco
a vítima      o cônjuge         a testemunha       o monstro

Para explicitar a quem refere-se, é preciso utilizar algum tipo de indicação. Por exemplo: A testemunha do crime, um homem de 73 anos, negou-se a depor.

  • Substantivo epiceno:
É aquele que nomeia certos animais com um só gênero gramatical.

a minhoca          a baleia            o crocodilo
a mosca              a pulga             o jacaré
a cobra               a onça              o besouro
a águia                a andorinha    o tigre 

  • Substantivo heterônimo ou desconexo:
É aquele que apresenta radical diferente na formação do feminino.

frei - sóror                rei - rainha                       carneiro - ovelha
frade - freira            cavalheiro - dama            bode - cabra  
padre - madre         padrinho - madrinha       veado - cerva



Observe os substantivos de gênero variável (que podem ser masculino ou femininos):

o diabetes ou a diabetes                  o usucapião ou a usucapião
o laringe ou a laringe                        o soprano ou a soprano
o personagem ou a personagem     o íris ou a íris

É importante ter atenção para os substantivos que variam de sentido conforme a mudança de gênero:

o cabeça (chefe)                         a cabeça (parte do corpo)
o capital (dinheiro)                    a capital (cidade principal)
o grama (unidade de massa)   a grama (relva) 
o guia (orientador)                    a guia (formulário)
o guarda (vigia)                         a guarda (vigilância)
o moral (ânimo)                         a moral (ação da ética)

Atenção:

1. São masculinos os substantivos: o champanha, o lança-perfume, o milhar, o dó, o guaraná, o telefonema, o eclipse, o plasma, o estragema.

2. São femininos os substantivos: a cal, a omoplata, a elipse, a faringe, a comichão, a dinamite, a libido, a alface, a ferrugem.

Classificação do Substantivo

Denominamos substantivo toda palavra que dá nome a pessoas, lugares, objetos, ações, sentimentos, ideias: Antônio, Brasil, espada, pensamento, tristeza, dor, beleza, esperança, cereja, lírio, flor etc. O substantivo pode ser classificado em simples, composto, primitivo, derivado, próprio, comum, concreto, abstrato e coletivo.

Substantivo Simples e Composto

As crianças vieram correndo quando anunciaram pé-de-moleque para o lanche.

O substantivo simples é formado por um único elemento: crianças, lanche. O substantivo composto é formado por mais de um elemento: pé-de-moleque. É importante salientar que nem sempre os elementos formadores de um substantivo composto vêm separados por hífen. Por exemplo, a palavra girassol é um substantivo composto formado por: gira + sol, porém não apresenta o hífen separando os elementos.

Substantivo Primitivo e Derivado

                       Há pedras e pedrinhas.

O substantivo primitivo não deriva, em língua portuguesa, de nenhuma outra palavra; ao contrário, dá origem a outras (como a palavra pedras da frase acima, que dá origem a pedrinhas). O substantivo derivado, por sua vez, tem sua origem em outra palavra (como, na frase acima, a palavra pedrinhas, que deriva de pedras).

Substantivo Próprio e Comum

                  Ernesto foi para a igreja.

O substantivo Ernesto, da frase acima, nomeia um ser dentre outros da mesma espécie; designa um ser específico e particular: é um substantivo próprio. A palavra igreja nomeia todos os seres de uma espécie, designando-os de forma genérica: é um substantivo comum.

Substantivo Concreto e Abstrato

Ao redor da mesa, um só pensamento: havia um monstro na casa.

O substantivo concreto nomeia objetos, seres (reais ou imaginários): mesa, monstro, casa. O substantivo abstrato designa ação, sentimento, qualidade ou estado: pensamento (resultado da ação de pensar).

Substantivo Coletivo

Ao final da encantadora peça, entregaram um ramalhete para o elenco.

O substantivo coletivo designa, no singular, um conjunto de seres da mesma espécie. Na frase acima, ramalhete (conjunto de flores) e elenco (conjunto de atores) são exemplos de substantivos coletivos. Outros exemplos de substantivos coletivos:

acervo (de obras artísticas)
arsenal (de armas)
antologia (de trechos literários)
atlas (de mapas)
constelação (de estrelas)
clero (de religiosos)
concílio (de bispos)
exército (de soldados)
enxame (de abelhas)
fauna (de animais)
flora (de vegetais)
multidão (de pessoas)
prole (de filhos)
plateia (de espectadores)

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Classes de Palavras

Em língua portuguesa, as palavras são agrupadas em dez categorias, de acordo com sua finalidade. Observe o texto a seguir de Carlos Drummond de Andrade:


João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou-se com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.

Podemos agrupar as palavras desse texto em categorias distintas. Por exemplo: João, Teresa, Raimundo, Maria, Lili, J. Pinto Fernandes e Estados Unidos pertencem à classe de palavras que dão nome a pessoas e lugares - são os substantivos. Já as palavras amava, foi, morreu, ficou, suicidou, casou e tinha indicam ação e estado - pertencem à classe dos verbos.

As palavras enquadram-se nas seguintes classes gramaticais: substantivo - nomeia seres, objetos, lugares, ações, sentimentos, ideias: cão, homem, fada, lápis, Minas Gerais, pensamento, solidão etc.; artigo - antecede o substantivo, indicando-lhe o gênero e o número: o soldado, a freira, os pessegueiros, as cerejeiras, um pensamento, uma senhorita; adjetivo - caracteriza o substantivo, atribuindo-lhe estado, qualidade ou origem: cão bravo, homem rude, lápis rosa, bandeira brasileira; numeral - indica quantidade de seres ou coisas, ou ordem que eles ocupam numa série: sete pecados, duzentos reais, décimo quinto andar, primeiro lugar; pronome - representa ou determina o substantivo: "Teresa amava Raimundo. Teresa o amava. Esse amo era imenso"; verbo - indica ação ou estado dos seres, fenômenos da natureza, passagem de tempo: "Lili casou-se com J. Pinto Fernandes. Ela está muito contente"; advérbio - expressa uma circunstância de tempo, modo, lugar etc.: Hoje você vai  para fora; preposição - elemento de ligação entre dois termos: "Precisamos de ajuda para investir contra a fome"; conjunção - elemento de ligação entre orações ou termos de mesma função: "Joaquim suicidou-se e Lili casou-se"; interjeição - expressa sentimento ou emoção: Viva! Conseguimos a verba para o setor de educação".

Posteriormente, com as próximas postagens, escreverei sobre cada uma dessas formas gramaticais individualmente e detalhadamente.