Nova “Rota da Seda” entre a Ásia e a Europa

agosto 24, 2008

Acaba de ser inaugurado um novo “Caminho da Seda” entre a Ásia e a Europa. Na Alemanha foi recebido o primeiro expresso de carga que chegou da China via Rússia. O novo corredor ferroviário promete ser uma das rotas mais populares para companhias logísticas – prediz o  observador Konstantin Garibov. A viagem de um contentor de carga desde Beijing até Hamburgo pode levar um mês, se transportado por via marítima, mas também pode levar duas semanas, se transportado pela Ferrovia Trans-Siberiana. A primeira supermaratona ferroviária realizada esta semana através da China, Mongólia, Rússia, Belarus, Polônia e Alemanha foi um sucesso. Na opinião de Vladimir Iakunin, presidente da companhia Vias-Férreas Russas”, o projeto prova o alto grau da coordenação política e cooperação econômica desses seis países. Estivemos trabalhando quase um ano neste projeto iniciado no começo de 2008. É um acontecimento simbólico para nós. O mais importante é termos podido combinar em todas as etapas da circulação dos trens com os serviços aduaneiros e fronteiriços dos seis países que cada composição cobrirá esse trajeto em 15 dias com pleno respeito pela soberania de cada parte e um cumprimento rigoroso de todas as formalidades respetivas. A primeira composição compunha-se de 50 plataformas com contentores. Foi um percurso experimental, se bem que com mercadorias autênticas. Os pontos de destino finais são uns portos marítimos da Suécia e finlândia. Faltaram apenas 8 quilômetros para o trem cobrir a distância exata dos 10 mil quilômetros, tendo os trilhos desembocado nesse porto alemão na costa do Báltico. Mesmo assim, este é um percurso ferroviário recorde. Vale notar que quase 7 mil quilômetros do trajeto e 6 dias de viagem recaíram na Rússia, especialmente na Ferrovia Trans-Siberiana, a qual liga uns portos russos no Extremo Oriente a centros de transporte de carga ferroviário bem na fronteira ocidental da Rússia. O novo corredor de transporte passando da China à Europa Ocidental através da Rússia, o qual exclui quaisquer riscos políticos e minimiza as despesas comerciais, cria novos estímulos ao desenvolvimento do comércio internacional. Os especialistas calcularam que esse novo “Caminho da Seda” seria um verdadeiro filão de ouro se por ele fosse processada ao menos uma centésima parte da atual circulação comercial de carga entre a Ásia e a Europa. De assinalar ainda que já existem todas as premissas para acoplamento desse roteiro eurasiático à rede de ferrovias agora em instalação no Sudeste Asiático. Uma outra perspetiva não menos viável seria a integração das redes ferroviárias da península da Coréia com a Ferrovia Trans-Siberiana, uma parte componentes importante da nova ponte ferroviária Ásia/Europa. Presentemente, o projeto prevendo tal integração é uma prioridade da cooperação mantida pela Rússia com os dois Estados coreanos. Há uns dias foi anunciada a criação de uma empresa russo-norte-coreana que vai se juntar à realização desse empreendimento. E na semana que vem deverão uns representantes da Coréia do Sul e Coréia do Norte se reunir para uma nova rodada de negociações sobre assuntos referentes à instalação de uma circulação ferroviária regular entre os dois países.


The Corporation

agosto 1, 2008

Se você se interessa em compreender o poder das grandes corporações sobre o rumo da humanidade, assista este documentário. Ele está dividido em 16 partes no Youtube e está legendado. Você certamente se surpreenderá com o que a ganância pode fazer ao ser humano.


Rota para o Pacífico

julho 30, 2008
Brasil investe US$ 1,8 bilhão na integração física da América do Sul.
Com investimentos feitos ou contratados calculados em US$ 1,860 bilhão na infra-estrutura dos países do norte e oeste da América do Sul, o Brasil está abrindo o até então intocável santuário da Amazônia para os vizinhos hispânicos, no maior projeto de integração econômica e fronteiriça da região desde que nela aportaram portugueses e espanhóis. É uma quantia US$ 380 milhões maior do que o R$ 1,5 bilhão investido no Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam), a maior licitação realizada no final dos anos 90.

Ao mesmo tempo, a construção de pontes, estradas e hidrovias dá ao País condições concretas de avançar rumo aos portos do Pacífico a partir do Peru, do Chile e do Equador, com a possibilidade de diminuir em aproximadamente 6 mil quilômetros a distância comercial com os mercados da Ásia.

O cálculo do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior é de que a redução na distância barateará em até US$ 30 o custo da tonelada do produto brasileiro exportado. Também estão sendo feitos investimentos na infra-estrutura da Venezuela, Guiana e Suriname para que os produtos possam chegar aos portos dos países do Caribe.

O Programa de Financiamento às Exportações (Proex) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) têm sido os principais instrumentos para tornar viáveis os projetos de integração da América do Sul a partir do Brasil. Além da infra-estrutura em transportes, eles contemplam ainda comunicações e saneamento básico.

Para a execução dos serviços podem ser contratadas somente empresas brasileiras, uma exigência da lei. Desse modo, o governo do Brasil financia as exportações de bens e serviços brasileiros, como obras de engenharia, pagas em reais às empresas.

Como esses projetos envolvem fornecedores, que vão de máquinas e geradores de energia até uniformes de operários e alimentos para o acampamento, cada empresa brasileira que ganha uma licitação internacional leva junto centenas de outras, muitas delas pequenas e médias. Em conseqüência, a contratação de uma grande empreiteira lá fora acaba por abrir postos de trabalho no Brasil.

MENOS PRESSÃO

A integração da América do Sul pela Amazônia tem ainda um outro objetivo estratégico dentro do xadrez geopolítico mundial. O governo brasileiro acredita que a ligação de todos os países amazônicos ajudará a aliviar a pressão feita hoje sobre a Amazônia brasileira.

Interligada, a região será vista não mais como um enclave verde dentro do Brasil, mas como de responsabilidade igual também por parte da Bolívia, do Peru, do Equador, da Colômbia, da Venezuela, da Guiana, do Suriname e até da França, por causa da Guiana Francesa. O conjunto de países teria não só muito mais cacife para as negociações a respeito do clima e emissão de poluentes, mas também um considerável poder de fogo em caso de invasão.

Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou com o presidente da Bolívia, Evo Morales, um convênio que prevê empréstimos de US$ 270 milhões ao vizinho, destinados à construção e asfaltamento de 508 quilômetros da Ruta 08, que ligará a capital, La Paz, a Porto Velho, em Rondônia.

Essa estrada foi prometida há 105 anos pelas autoridades bolivianas e há 40 anos aguarda pelo asfalto. Caberá agora ao Brasil construir a ponte de cerca de 1,8 quilômetro sobre o Rio Mamoré, na divisa entre os dois países.

Outros trechos de rodovias que estão sendo feitos no leste e centro da Bolívia possibilitarão ao Brasil acesso ao vizinho, a partir de Mato Grosso e São Paulo, para Cochabamba, Santa Cruz de La Sierra e La Paz, e passagem para os portos de Antofagasta e Arica, no Chile, no chamado Corredor Bioceânico.

Daqui a menos de dois anos deverão ficar prontos os 2,5 mil quilômetros da rodovia que ligará Rio Branco, no Acre, aos portos de Ilo, Matarani e San Juan, no Peru. O Brasil investiu US$ 420 milhões nessa rodovia, além de outros US$ 19 milhões na ponte entre Assis Brasil (Acre) e Inãpari. A estrada avança pela Amazônia peruana, passa por Puerto Maldonado, capital do Estado de Madre de Dios, e Cuzco, nos Andes, e segue para o Pacífico. De acordo com informação do governo peruano, as obras estão dentro do prazo previsto e a nova rota deverá ser inaugurada em 2010.

Coube a dois consórcios brasileiros a construção de 1.009 quilômetros dessas estradas. Eles foram formados pelas construtoras Norberto Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e Camargo Correa. Do lado brasileiro, a estrada já está pronta. São 220 quilômetros pavimentados entre Assis Brasil e Rio Branco.

Essa estrada deverá servir de alternativa para o escoamento da produção de soja, carnes e produtos industrializados das Regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil para países da Ásia. Hoje, sem a rota do Pacífico, os produtos são embarcados principalmente pelos Portos de Santos e de Paranaguá, depois de percorrer pelo menos 3 mil quilômetros dentro do território brasileiro.

A idéia, de acordo com informações do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, é aumentar o comércio entre Brasil e Peru num primeiro momento. Num segundo momento, será ativado o projeto de exportações de produtos brasileiros para a Ásia, com a utilização de acordos de preferências tarifárias feitos pelo Peru com Estados Unidos, Canadá, Cingapura, China, Tailândia, Coréia do Sul, Índia, Japão e União Européia.

PRIORIDADE

“Na diplomacia brasileira, a prioridade é a integração sul-americana, num processo que envolva o Brasil e os demais países da região”, diz André Bevilacqua, da Coordenação-Geral Econômica da América do Sul do Ministério das Relações Exteriores. “Nesse contexto, a infra-estrutura tem papel fundamental; é impossível fazer a integração fronteiriça, social e econômica sem ela”, acrescenta ele.

Além dos projetos para Região Amazônica, o Brasil ofereceu financiamentos também para outras regiões em todos os outros países da América do Sul, América Central e do Caribe. Juntos, os projetos de todas as áreas somam US$ 7,3 bilhões. Entre eles está o projeto da segunda ponte sobre o Rio Orinoco, na fronteira com a Venezuela; a Hidrelétrica de San Francisco, no Equador; a segunda ponte sobre o Rio Paraná, na fronteira com o Paraguai; a segunda ponte do Rio Jaguarão, na fronteira com o Uruguai; a duplicação da Auto-Estrada do Mercosul; a ponte sobre o Rio Tucutu, no Suriname; e o Eixo Multimodal de Manaus a Manta, no Equador.

Fazem parte ainda das obras de integração da América do Sul com financiamentos brasileiros novas linhas do metrô de Caracas; a Ferrovia de Carare, na Colômbia; a Ferrovia Santa Cruz e as Rodovias Concepción-San Matias e Tarija-Bernejo, na Bolívia; a ampliação do metrô de Santiago; a ampliação de rede de gasodutos Albanesi e CAM Mesa e o Aqueduto Santa Fé, na Argentina, além de uma adutora e distribuidora de água em Montevidéu, no Uruguai.

O Estadão – Domingo, 27 de Julho de 2008
As peças no tabueiro de xadrez da Amazônia estão sendo posicionadas.

Blocos Econômicos

julho 28, 2008

A melhor forma para começármos a nossa viagem pelo jogo do poder internacional, é entendendo o conceito de Blocos Econômicos.

Blocos Econômicos
São associações de países que estabelecem relações econômicas privilegiadas entre si. O primeiro bloco surge na Europa em 1957, com a criação da Comunidade Econômica Européia (CEE), atual União Européia (UE). Mas a tendência de regionalização da economia só se fortalece nos anos 90, com o fim da Guerra Fria. Na América se destacam o Nafta, o Mercosul e, em menor grau, o Pacto Andino e o Caricom; na Europa, a UE e a Comunidade dos Estados Independentes (CEI); na África há o SADC; na Ásia, o Asean. Também está em fase de implantação o bloco transcontinental Apec, que reúne países da América e da Ásia, e continuam as negociações para a formação de um bloco abrangendo toda a América, o Alca.
Tipos de blocos

Os blocos econômicos classificam-se em zona de livre comércio, união aduaneira, mercado comum e união econômica e monetária. Na zona de livre comércio, há redução ou a eliminação das taxas alfandegárias que incidem sobre a troca de mercadorias dentro do bloco. A união aduaneira, além de abrir mercados inteiros, regulamenta o comércio dos países-membros com nações externas ao bloco. Já o mercado comum garante a livre circulação de pessoas, serviços e capitais.

ALCA – A Área de Livre Comércio das Américas (Alca) surge em 1994 com o objetivo de eliminar as barreiras alfandegárias entre os 34 países americanos, exceto Cuba. O prazo mínimo para sua formação é de sete anos, quando poderá transformar-se em um dos maiores blocos comerciais do mundo. Com um produto interno bruto (PIB) total de 9,7 trilhões de dólares (1,2 trilhão a mais que a UE), os países da Alca somam uma população de 783,6 milhões de habitantes, o dobro da registrada na UE. Os Estados Unidos (EUA) propõem a implementação imediata de acordos parciais, com abertura total do mercado em 2005. Já o Brasil e o Mercosul prevêem grande dificuldade na adaptação de suas economias a essa integração e preferem dar início ao processo em 2005.

APEC – A Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec) é um bloco econômico formado para promover a abertura de mercado entre 20 países e Hong Kong (China), que respondem por cerca de metade do PIB e 40% do comércio mundial. Oficializada em 1993, pretende estabelecer a livre troca de mercadorias entre todos os países do grupo até 2020. Membros – Austrália, Brunei, Canadá, Indonésia, Japão, Malásia, Nova Zelândia, Filipinas Cingapura, Coréia do Sul, Tailândia, EUA (1989); China, Hong Kong (China), Taiwan (Formosa) (1991); México, Papua Nova Guiné (1993); Chile (1994); Peru, Federação Russa, Vietnã (1998).

ASEAN – A Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) surge em 1967, na Tailândia, com o objetivo de assegurar a estabilidade política e de acelerar o processo de desenvolvimento da região. Hoje, o bloco representa um mercado de 510 milhões de pessoas e um PIB de 725,3 bilhões de dólares. A eliminação das barreiras econômicas e alfandegárias entrará em vigor no ano 2002. Em 1999, a Asean admite como membro o Camboja.
Membros – Indonésia, Malásia, Filipinas, Cingapura, Tailândia(1967); Brunei (1984); Vietnã (1995); Miramar, Laos (1997); Camboja (1999).

CARICOM – O Mercado Comum e Comunidade do Caribe (Caricom), criado em 1973, é um bloco de cooperação econômica e política formado por 14 países e quatro territórios. Em 1998, Cuba foi admitida como observadora. O bloco marca para 1999 o início do livre comércio entre seus integrantes.
Membros – Barbados, Guiana, Jamaica, Trinidad e Tobago (1973); Antígua e barbuda, Belize, Dominica, Granada, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, São Cristóvão e Névis (1974); Suriname (1995); Bahamas torna-se membro em 1983, mas não participa do mercado comum. O Haiti é admitido em julho de 1997, porém suas condições de acesso ainda não foram concluídas. Territórios: Montserrat (1974); ilhas Virgens Britânicas, Ilhas Turks e Caicos (1991); Anguilla (1999).

CEI – A Comunidade dos estados Independentes (CEI) é uma organização criada em 1991 que reúne 12 das 15 repúblicas que formavam a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Ficam de fora apenas três países bálticos: Estônia, Letônia e Lituânia. Organiza-se em uma confederação de Estados, que preserva a soberania de cada um. A comunidade prevê a centralização das Forças Armadas e o uso de uma moeda comum: o rublo.
Membros – Armênia, Belarus, Cazaquistão, Federação Russa, Moldávia, Quirguistão, Tadjiquistão, Turcomenistão, Ucrânia, Uzbequistão (1991); Georgia, Azerbaijão (1993).

MERCOSUL – Criado em 1991, o mercado Comum do Sul (Mercosul) é composto de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, nações sul-americanas que adotam políticas de integração econômica e aduaneira. A origem do Mercosul está nos acordos comerciais entre Brasil e Argentina elaborados em meados dos anos 80. No início da década de 90, o ingresso do Paraguai e do Uruguai torna a proposta de integração mais abrangente. Em 1995, instala-se uma zona de livre comércio. Cerca de 90% das mercadorias fabricadas nos países -membros podem ser comercializadas internamente sem tarifas de importação. Alguns setores, porém, mantêm barreiras tarifárias temporárias, que deverão ser reduzidas gradualmente. Além da extinção de tarifas internas, o bloco estipula a união aduaneira, com a padronização das tarifas externas para diversos itens. Com uma área total de quase 12 milhões de km2 ,O Mercosul cuja estrutura física e administrativa esta sediada em Montevidéu, tem um mercado potencial de 220 milhões de consumidores e um PIB de 1,1 trilhão de dólares. Se considerarmos que, no decorrer do século 21, a água será um elemento estratégico essencial, é importante destacar que dentro do Mercosul estão as duas maiores bacias hidrográficas do planeta: a do Prata e a da Amazônia.
Em 3 de julho de 2006. A Venezuela fará parte do Mercosul oficialmente a partir de amanhã, quando haverá uma reunião em Caracas para formalizar a adesão, com a presença dos presidentes dos quatro países membros: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. O bloco passará a ter 250 milhões de habitantes, área de 12,7 milhões de quilômetros quadrados e um produto interno bruto (PIB) de US$ 1 trilhão, 76% do total da América do Sul.

NAFTA – O Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) é um instrumento de integração das economias dos EUA, do Canadá e do México, Iniciado em 1988 por norte-americanos e canadenses, o bloco recebe a adesão dos mexicanos em 1993. Com ele, consolida-se o intenso comércio regional da América do Norte. O Nafta entra em vigor em janeiro de 1994, com um prazo de 15 anos para a total eliminação das barreiras alfandegárias entre os três países. Membros: Canadá, EUA e México.

CAFTA-DR – Central American Free Trade Agreement- Dominican Republic – O Congresso norte-americano aprovou o Cafta-DR (Acordo de Livre Comércio da América Central e República Dominicana) por 217 a 215 votos, na madrugada desta quinta-feira (28/07/2005).
O projeto vem sendo tratado como alternativa dos países desenvolvidos à Alca (Área de Livre Comércio das Américas), cujas negociações estão emperradas.
Apesar de o Brasil não participar diretamente do acordo, a aprovação do tratado pode beneficiar o país, pois o açúcar brasileiro ganharia competitividade com a eventual eliminação de cotas de importação ao produto nos EUA.
O Cafta envolve, além dos EUA, Costa Rica, El Salvador, Nicarágua, Honduras, Guatemala e República Dominicana. (Folha de São Paulo – 28/07/2005)

PACTO ANDINO – Bloco econômico instituído em 1969 pelo Acordo de Cartagena – seu nome oficial – com o objetivo de aumentar a integração comercial, política e econômica entre seus países-membros. Também é conhecido como Grupo ou Comunidade Andina.
Membros: Bolívia, Colômbia, Equador e Peru (1969); Venezuela (1973). O Chile sai em 1976.O Panamá participa como observador.

SADC – A Comunidade da África Meridional para o Desenvolvimento (SADC) é estabelecida em 1992 para incentivar as relações comerciais entre seus 14 países-membros, com o objetivo de criar um mercado comum e também promover esforços para estabelecer a paz e a segurança na conturbada região.Há planos de adotar uma moeda comum em 2000.
Membros: Angola, África do Sul, Botsuana, Lesoto, Malauí, Maurício, Moçambique, Namíbia, República Democrática do Congo, Seicheles, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue.

UNIÃO EUROPÉIA – Originada da CEE, a União Européia é o segundo maior bloco econômico do mundo em termos de PIB: 8 trilhões de dólares. Formado por 15 países da Europa Ocidental, conta com uma população de 374 milhões.
Em 1992 é consolidado o Mercado Comum Europeu, com a eliminação das barreiras alfandegárias entre os países-membros. Aprovado em 1991, em Maastricht (Holanda) o Tratado da União Européia entra em vigor em 1993. É composto de dois outros – o da União Política e o da União Monetária e Econômica, que estabelece a criação de uma moeda única. No âmbito social são definidos quatro direitos básicos dos cidadãos da União Européia: livre circulação, assistência previdenciária, igualdade entre homens e mulheres e melhores condições de trabalho.

Desde 2002, circulam as notas de Euro em todos os países da União Européia, com poder legal para efetuar quaisquer pagamentos, e as moedas nacionais foram extintas.

Com o euro, uma moeda européia forte lastreada em economias poderosas passa a competir com o dólar norte-americano no mercado internacional. Porém, o elevado desemprego na Europa, a desaceleração econômica da Alemanha, a guerra em Kosovo, e o aquecimento da economia norte-americana fazem o euro despencar, de janeiro a junho, quase 12% em relação ao dólar. Em meados de junho, a moeda se recupera.

Três países – Reino Unido, Suécia e Dinamarca não aderem a essa primeira fase do euro, apesar de terem cumprido as exigências, por temer as conseqüências da perda de soberania que representa o fim da emissão de sua moeda própria. A Grécia não preenche as condições exigidas até março de 1998 e tem sua participação adiada. A União Européia negocia com outros 11 países protocolos de adesão ao bloco. Polônia, Hungria, Eslovênia, Estônia e Chipre podem ser admitidos a partir de janeiro de 2003, pois a situação de suas economias é considerada satisfatória. A República Tcheca, que anteriormente fazia parte dessa lista, deve antes melhorar a convivência com os ciganos: em 1999, uma cidade tcheca construiu um muro para mantê-los a distância, fato considerado inadmissível pela União Européia. Em 1997, a Turquia teve seu pedido de entrada recusado por desrespeito aos direitos humanos e à democracia. Em 2000 iniciam-se as negociações com Letônia, Lituânia, Eslováquia, Bulgária, Romênia e Malta.

O dia 1º de maio de 2004, é um marco histórico na consolidação da União Européia, neste dia a UE recebe a adesão de dez novos membros, passando a ter na sua composição 25 países, sendo que a maioria destes países são socialistas, que foram fortemente influenciados pela antiga e extinta União Soviética.

Membros: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Holanda (Países Baixos), Portugal, Reino Unido e Suécia e a partir de maio de 2004, passa contar com oito países do leste europeu, Lituânia, Letônia, Polônia, República Tcheca, Eslovaquia, Hungria e Eslovênia e duas ilhas mediterrâneas , Chipre e Malta.
Com essa nova configuração a União Européia passa a contar com uma população de 450 milhões de pessoas, 20 línguas oficiais, o PIB (Produto Interno Bruto) em 2004 de aproximadamente 12,6 trilhões de dólares, superior ao PIB americano (11,5 trilhões de dólares)

Em junho de 2004 a União Européia realiza a maior eleição de sua história, onde são escolhidos 732 deputados, representantes no Parlamento Europeu, que é uma instituição da União Européia.
Fonte: Discuntindo a Geografia ano 1 nº1 ed Escala – pág 44.
O Estado de São Paulo 8 de junho de 2004 – pág A15