Mudança de endereço.

setembro 2, 2009

Olá! Para facilitar a acessibilidade do blog decidi mudar de domínio. O nosso espaço para discussão e divulgação do conhecimento sobre música no PAS e Vestibular UnB agora se encontra em musicanovestibular.wordpress.com. Visite e conheça mais sobre o repertório, dicas e questões de música, sociedade e cultura no vestibular!

Grande Abraço

Elvis e o Rock

agosto 25, 2009

“Antes de Elvis não havia nada.” John Lennon era um sujeito bom para dizer frases de efeito e não poderia estar mais correto quando disse essa aí. Se os Beatles levaram o pop à perfeição, foi Elvis Aron Presley que deu o pontapé inicial. Elvis foi o grande Big Bang do rock. Mudou a cara da cultura pop no século XX e sua herança permanece firme até hoje.

Só mesmo o poder transformador do rock n’ roll para é capaz de explicar como um garoto caipira e pobre do interior do Estado do Tennessee se tornou um mito, uma lenda. O rock ensaiava seus primeiros passos como estilo por volta do início dos anos 50, década que começa muito bem para os Estados Unidos. O país havia vencido a Segunda Guerra Mundial, em 1945,  e crescia de forma acelerada, gerando empregos em todos os setores de atividade. O futuro sorria brilhante na superfície e os americanos pareciam ter esquecido a Depressão de 1929, quando parte da população fora jogada na miséria. Quem viveu aquele conturbado período já tinha outra visão do mundo. Com o fim da guerra, surgiam o otimismo, o baby boom e o consumismo. Os Estados Unidos se estabeleciam como a grande potência do capitalismo, ante a “ameaça vermelha” representada pela então União Soviética.

Se a superfície americana era feliz e reluzente, por baixo havia um país em conflito. A segregação racial entre negros e brancos era forte e se espalhava por todos os lugares. Era um problema histórico  que perdurava havia várias gerações, especialmente na região sul do país, tradicionalmente agrícola e de população branca altamente conservadora. É nessa região que fica a cidade de Memphis, no Tennessee. Em 1878, o lugar estava jogado às moscas por causa de uma epidemia de febre amarela que matara mais de 5000 pessoas e provocara o êxodo de outras 20.000. Em 1880, Memphis começa a ser reconstruída pela população negra graças às plantações de algodão. Os negros transformavam tudo ao seu redor e, apesar das dificuldades, conseguiram dinamizar a cidade em todas as áreas. No entanto, a mais forte de suas influências podia ser sentida na cultura. A principal rua da cidade, a Beale Street, além de ser o centro comercial, logo ficou conhecida por seus bares onde se tocavam blues e jazz. Com a prosperidade da região, os brancos voltaram a viver em Memphis, em busca de oportunidades. Foi essa cidade, dividida mais tarde pela segregação racial, mas palco de gigantesca efervescência cultural, que revelou Elvis Presley para o mundo.

Desde fins dos anos 40, o rock dava seus primeiros sinais de vida, principalmente por meio do Rhythm & Blues (R&B) dos negros. No início dos anos 50, o estilo já demonstrava seu poder de rebelião e conquistava os jovens. Numa simplificação, o rock como conhecemos surgiu da mistura do R&B com o Country & Western (C&W) dos brancos. Em 1951, o cantor negro Jackie Brenston gravou “Rocket 88” na Memphis Recording Service, fundada no final de 1950, em Memphis. A canção é considerada, por muitos estudiosos, como o primeiro rock propriamente dito da história, embora lampejos do estilo já tivessem aparecido aqui e ali. Nesse mesmo ano, a banda de Country & Western Bill Haley and the Saddlemen fez um cover dessa canção, considerado a primeira gravação de um rock por um artista branco. “Rocket 88” não se transformou num hit na voz de Bill Haley, talvez porque fosse “branca” e country demais para o público negro e exageradamente negra para o público branco. De qualquer maneira, a canção se tornou um marco, por misturar o C&W e o R&B, e colocou no mapa o grupo que, no ano seguinte, passaria a se chamar Bill Haley and His Comets, um dos muitos pais do rock’n’roll.

Depois de muito tentar, o trio resolveu dar uma parada para descansar um pouco. Segundo o relato e todos que estiveram no estúdio naquela noite, Elvis se levantou, pegou o violão e começou a dançar freneticamente tocando “That’s All Right (Mama)” com seu violão. Na sequência, Scotty e Bill pegaram seus instrumentos e foram tocar também, enquanto Sam correu para a mesa e som a fim de gravar tudo. Com “That’s All Right (Mama)” estava lançada a pedra fudamental do rock.

 

Texto retirado do livro: Elvis Presley, Coleção Para Saber Mais. Odair Braz Junior. Super Interessante, Ed. Abril

 

Os parâmetros do som

agosto 18, 2009

Este é um complemento das aulas realizadas nesta semana para o pré-vestibular, segundo e primeiro ano.

Por meio de nossa percepção do som podemos reconhecer nas músicas que ouvimos alguns fatores importantes como a altura, duração,intensidade e timbre. Esses são alguns parâmetros físicos do som, ocorrentes na natureza, e compõe o material acústico da música. “A música contém dois elementos: o material acústico e a ideia intelectual. Para poder se tornar m veículo de ideias, o material acústico sofre uma preparação pré-musical, mediante um processo de seleção e ordnação. A ideia intelectual escolhe sons entre os múltiplos sons naturais e converte o material acústico em arte dos sons, adquirindo assim a música uma história.” (Michels, 2003) 

O som é uma perturbação gerada por um corpo que vibra e transmite suas vibrações ao meio que o rodeia sob a forma de uma propagação ondulatória. O ouvido humano é capaz de detectá-la e o cérebro a interpreta, dando-lhe sentidos e significados. A representação como onda confere-lhe a qualidade da periodicidade, ou seja, ele ocorre repetidas vezes dentro de uma freqüência. O som é produto de uma seqüência composta por impulsos e repousos, um sinal que se apresenta e a ausência deste, que o pontua desde sempre, sendo recebidas pelo tímpano como uma série de compressões e descompressões. Sem essa oscilação o som não pode durar, nem começar. “Não há som sem pausa. O som está permeado de silêncio, é presença e ausência” (Wisnik, 1989, p.18).

As freqüências sonoras se apresentam basicamente em duas dimensões: duração (ritmo) e altura (melódico). Uma batida em um tambor é um pulso rítmico que, tocada repetidamente, pode ser organizada como um ritmo de pulsação constante, porém sem altura definida. Se tocadas a uma velocidade muito maior, a ponto de alcançarem quinze ciclos por segundos, as batidas deixarão de soar apenas como ritmo e entrarão no estágio da granulação, onde alcançará uma altura definida, uma altura melódica. Na granulação ainda se escuta os impulsos e repousos rítmicos, contudo já se consegue definir a altura, é um estágio indefinido entre a duração e a altura. Quando atinge cerca de cem ciclos por segundo, a freqüência se estabiliza e já é percebida como som de altura definida, como nota musical. O ritmo vira melodia. Deste ponto em diante, com o aumento da freqüência as notas vão do grave para o agudo até a faixa de quinze mil hertz, onde começam a perder a intensidade e desaparecer para os ouvidos humanos, podendo porém, ser escutados por um cão.

A onda sonora é complexa e se compõe de freqüências que se superpõe e se interferem. É um feixe de ondas de comprimento desigual que atribui uma complexidade a onda sonora responsável pela sua singularidade colorística, denominada timbre. “Uma mesma nota, ou seja, uma mesma altura, produzida por uma viola, um clarinete ou um xilofone soa completamente diferente, graças à combinação de comprimentos de ondas que são ressoadas pelo corpo de cada instrumento” (Wisnik, 1989, p.24). Essa é uma propriedade do som de vibrar dentro de si. Existe a freqüência fundamental, que é a mais lenta e grave, que define a altura do som. Embutido no som, um feixe de freqüências, mais rápidas e agudas, que não são ouvidas como alturas isoladas, mas como um corpo sonoro, complexo e denso, que dá cor ao som. “Esse espectro de ondas que o compõe (o som), pode ser, como através de um prisma, subdividido nos sons da chamada série harmônica. A série harmônica é a única escala natural, inerente à própria ordem do fenômeno acústico” (Ibid.).

Ainda há outra variável que qualifica o som, a intensidade. Esta é dada pela maior ou menor amplitude da onda sonora, é a informação sobre o grau de energia utilizado para produzir o som, o que caracteriza momentos como piano (fraco) ou forte, imbui fragilidade ou vitalidade, sugere crescendos ou diminuindos. A intensidade juntamente com o timbre, a duração e a altura, compõem um conjunto de características do som.              

 

Referências Bibliográficas:

MED, Bohumil. Teoria da Música. Brasília, DF. Ed. Musimed, 1996.

MICHELS, Ulrich. Atlas de Música. Lisboa, Pt. Ed. Gradiva, 2003. 

WISNIK, José Miguel. O som e o sentido. Uma outra história das músicas. São Paulo, Companhia das Letras, 1999.

Música no PAS e Vestibular da UnB

agosto 3, 2009

Olá! Meu nome é Felipe Pessoa, sou músico e professor de música. Estarei propondo ao longo do semestre assuntos pertinentes à disciplina música no Ensino Médio. Curiosidades, reflexões, dicas, slides e análises sobre o repertório e conteúdo cobrado pelo CESPE/UnB. Comentarei questões, provas e, principalmente, falaremos muito sobre música! Espero que alunos do EM, Pré-PAS, vestibulandos, curiosos e amantes de música em geral possam apreciar, tirar proveito e promover boas discussões a respeito de música.

 

Abraços