quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

PCNs, Gêneros e Ensino de Língua: Faces discursivas da Textualidade – Beth Brait

Este texto tem como objetivo expor uma reflexão sobre a conceituação Bakthiniana de gêneros textuais e suas relações com a abordagem de gênero presente nos Parâmetros Curriculares Nacionais. De modo a abordar alguns conceitos sobre língua e linguagem presentes nos Parâmetros Curriculares Nacionais e, principalmente, citar como a questão do gênero discursivo é vista nos PCNs, enquanto tipologia textual, diferenciando-se da visão de Bakthin, quando este diz que gênero é o "repertório das formas de discurso na comunicação socioideológica". Dessa forma, busca-se explicitar de que maneira a concepção de Bakthin pode ajudar na prática de ensino de linguagem e como esta concepção aproximasse da questão da tipologia textual, uma vez que esta tipologia pode vir apenas a ser uma parte da noção de gênero, considerando que um mesmo tipo textual pode servir a vários gêneros em contextos diferentes, para receptores diferentes e com funções também diferentes.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

O ensino de produção textual com base em atividades sociais e gêneros textuais

MOTTA-ROTH, D. O ensino de produção textual com base em atividades sociais e gêneros textuais. http://www3.unisul.br/paginas/ensino/pos/linguagem/0603/07



RESUMO: A reflexão sobre como o gênero discursivo é abordado nos Parâmetros Curriculares Nacionais é o principal objetivo deste texto. Mais do que isso, segundo as palavras da própria autora, o intuito de seu trabalho é "encorajar o debate sobre as possibilidades pedagógicas da concepção de gênero textual para o ensino de produção textual". O texto é estruturado pelos seguintes passos: na introdução uma abordagem sobre a definição de gênero, bem como, sobre os objetivos desta abordagem; o tópico Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio - Linguagens, Códigos e suas Tecnologias versa sobre as diferentes ópticas em que o gênero textual, enquanto Tipo de texto, Estratégia Retórica e/ou Ato Comunicativo Institucionalizado, é abordado nos PCNs; em Linguagem como gênero: um evento comunicativo institucionalizado em um grupo social, onde é explicitada a melhor forma de se considerar o gênero, visto que ressalvas são sempre feitas sobre como certo gênero se comporta em um grupo social; e, por fim, em O ensino de produção textual com base em atividades sociais e gêneros textuais, a autora apresenta propostas de como estimular a produção textual com base no ensino através de gêneros textuais palpáveis aos alunos. Dessa forma, a autora defende o ensino de produção textual através do aprendizado de gêneros textuais que estruturam grupos sociais. Através desta abordagem, o aluno será capaz de reconhecer, identificar funções e produzir novos textos ligados ao seu cotidiano de modo a participar ativamente do meio social em que vive.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Produção e autonomia relativa na aprendizagem de línguas

ZOZZOLI, R. M. D. Produção e autonomia relativa na aprendizagem de línguas. In: LEFFA, V. J. (Org.) Pesquisa em Lingüística Aplicada: temas e métodos. Pelotas: Educat, 2006.



RESUMO: Neste texto busca-se fazer uma abordagem sobre a questão da autonomia do sujeito e, de que forma, a prática de ensino de linguagem se comporta em contribuição positiva ou negativa a esta autonomia. Em outras palavras, a partir de uma situação histórica, a autora busca refletir sobre como foi considerado, durante o tempo, o ensino de linguagem, com vistas, em um primeiro momento, às produções orais e escritas da língua. Com base nas citações históricas, nos é mostrado como as modalidades oral e escrita foram percebidas por comunidades teóricas como distinções de status. Nos primórdios, a escrita estaria vinculada a uma questão de privilégio social, restrita a um certo número de pessoas pertencentes a um grupo dominante. Logo após, elaboraram-se gramáticas com a intenção de se manter este status lingüístico. As normas lingüísticas e os modelos de abordagem lingüística desta época, em grande parte, permanecem hoje no trabalho de ensino de línguas. Em contra-partida, a oralidade sempre obteve uma característica dinâmica pois, diferentemente da escrita, não era restrita, nem padronizada. Com relação ao ensino de linguagem, a crítica que é feita está no sentido de que, mesmo com o advento da Lingüística Moderna, com as contribuições do Gerativismo-transformacional e da Psicolinguística, o ensino de línguas continua a priorizar uma abordagem eminentemente escrita da língua, visando uma exploração instrumental da prática lingüística. Nesta perspectiva, o ensino mecânico da linguagem consiste em ensinar a copiar modelos já estabelecidos de linguagem, sem estimular no indivíduo a capacidade de compreensão e, por conseqüência, a sua afirmação enquanto sujeito. Há que se levar em conta que este modelo tradicional tem grande relevância na perspectiva estruturalista, que considera o indivíduo apenas como produto do meio. Desde então, surgem diferentes perspectivas quanto a questão da autonomia e também do ensino de linguagem. Passa-se de uma lingüística voltada para a palavra, para uma abordagem voltada para a comunicação, para o texto e, enfim, para o contexto, demonstrando que, durante o tempo, o indivíduo foi, ao menos teoricamente, conquistando a sua subjetividade.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

O Fantástico Mundo da Linguagem - Aldo Bizzocchi

BIZZOCCHI. A. O fantástico mundo da linguagem - Revista Ciência Hoje. Vol. 28, nª 164. Disponível em <http://cienciahoje.uol.com.br/controlPanel/materia/resource/download/41961>.
RESUMO: Desde os tempos mais remotos existe a preocupação quanto ao que vem a ser linguagem. A partir deste interesse, desenvolveu-se a disciplina da lingüística, primeira disciplina de humanidades a ser considerada ciência. Este artigo tem como objetivo fazer uma abordagem sobre a história da lingüística no decorrer do tempo, bem como, sobre as diferentes concepções de linguagem em diferentes épocas. Passando por tópicos como "A origem dos estudos lingüísticos", onde nos é explicitado sobre o início das reflexões sobre linguagem, através, principalmente, dos filósofos gregos; "Língua e signo na Idade Média e na Renascença", onde é citada a primeira possível idéia sobre "signo", através do exemplo de São Tomás de Aquino, abordando ainda a relevância em relação às línguas vulgares que, no Renascimento, ganharam caráter de línguas de cultura, estimulando, já na Idade Moderna, a elaboração das primeiras gramáticas das línguas vulgares. Em "O estudo histórico-comparativo das línguas" chega-se ao final do século XVIII, onde começa-se a fazer um estudo-comparativo das línguas, acreditando-se que idiomas como o sânscrito, o grego, o latim e as línguas germânicas pertenceriam a um mesmo ancestral lingüístico. É neste momento em que passa-se a considerar a lingüística como ciência. Através de estudos de análise e comparação explicou-se a evolução das línguas. Já no tópico "O nascimento da Lingüistica Moderna" inicia-se a abordagem sobre os estudos que deram origem ao que hoje conhecemos por Lingüística Moderna. Através das proposições de Ferdinand de Saussure, passou-se a investigar de que maneira a linguagem funciona. Em uma perspectiva sincrônica, ou seja, o funcionamento da língua em um determinado momento, Saussure elaborou um modelo de estrutura lingüistica denominado Estruturalismo. A partir do Estruturalismo surgem novas disciplinas como a sociolingüística, a psicolingüística e a semiologia, já relevando-se a questão comunicacional da língua, conforme exposto no item "Evolução e conquistas do Estruturalismo". Ao longo dos anos 60, novas maneiras de se pensar a linguagem são consideradas e, em reação ao Estruturalismo, surge "A gramática gerativo-transformacional" estimulada pelo lingüista Noam Chomsky, que propõe uma visão pancrônica da linguagem, em considerar tanto a evolução da língua, como também, de que forma a língua funciona. Por fim, em "As aplicações da lingüistica e da semiótica" é posto em evidência a característica aplicativa das ciências da lingüistica e da semiótica, uma vez que estas possuem relevância e/ou são fundamentais em outras áreas como estudos literários, jornalismo, paleografia, publicidade, entre outros. Percorrendo-se, assim, as diferentes proposições sobre linguagem e relevando-se a questão da lingüística como ciência.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Linguagem, Ensino de Linguagem e Livro Didático

Linguagem

Desde sempre o homem busca comunicar-se. Tem-se aqui comunicação não como algo físico e prático através da fala e escrita, mas sim comunicação como troca, como interação; troca de idéias, concepções, apresentações de mundos distintos a diferentes sujeitos. Esta troca se torna real através da linguagem.
Pode-se chamar de linguagem as formas que o indivíduo cria e estabelece para se comunicar com outros indivíduos. E, conforme já dito, a comunicação traz em si uma função social de interação entre seres, vindo a contribuir de maneira bastante significativa na formação do sujeito.
Dessa forma, a linguagem apresenta-se como princípio de interação social, é através dela que a comunicação, verbal ou não-verbal, acontece. É pelo intermédio dela que desenvolvemos relações com um mundo exterior que podem vir a transformar nosso mundo interior.
Ensino de Linguagem
Tendo-se linguagem como as formas que o indivíduo estabelece para se comunicar, o ensino de linguagem vem a demarcar os conhecimentos de linguagens já conhecidos, assim como também, instigar nos educandos a possível elaboração de novas formas de comunicação.
Livro Didático
Instrumento que pode servir como auxílio ao professor na prática de ensino de linguagem. Relevando-se a idéia de que o livro didático deva ser um complemento na prática de ensino em qualquer disciplina, uma vez que a linguagem e, por que não dizer, o ensino de linguagem não se restringe às aulas de línguas, mas está presente em todos os atos de comunicação.