Escrita e Histórias = Necessidade Vital

março 29, 2015

Quantos aprendizados e evoluções sofremos ao longo do processo da vida? Nessa jornada tenho descoberto e redescoberto a necessidade que a escrita têm se criado no meu cotidiano. Desde o início de 2014 tenho estudado a fundo a narrativa e suas técnicas e, através dela, o poder que uma história tem de transformar a nós mesmos e os outros que se conectam a ela. Assim, publicarei nos próximos posts alguns dos contos que escrevi nos últimos meses, com a função de ressuscitar este blog e dar-lhe um novo espaço no mundo.

LAR DOCE LAR

Arrebentaram o meu lar e um ar frio invadiu-me, causando-me um imenso arrepio. Começaram puxando os meus cabelos. Senti que uma garra gelada cutucava minha orelha para que eu não me demorasse a sair. Mas eles que tivessem paciência pois não permitiria que me tirassem dali tão facilmente! E justamente de onde vivi e prosperei por tanto tempo. É claro que a escuridão me cansava um pouco mas nunca pensei que minha recepção fosse ser levada tão a sério. Primeiro, um flash ofuscante de luz fazendo-me doer os olhos e depois, todos aqueles rostos atentos esperando à minha aparição. O cheiro azedo, por vezes asséptico e enjoativo daquele lugar me causava náusea e repugnância de todo aquele átimo de stress. Porém, o que causou a minha grande ira foi quando sofri a pior tortura da minha existência: uma parte do meu corpo foi decepada e jogada ao deus dará. Aquela dor lancinante e indescritível eu jamais esquecerei. Ninguém diante de tudo aquilo teria pena de mim? Resolvi, então, gritar e espernear até que todos que estavam ali à minha espera conseguissem me ouvir . O som que emitia fazia meu corpo todo tremer dos pés a cabeça. E, no entanto, aquilo parecia não provocar nenhum sinal de compaixão aos meus expectadores pois a solução que encontraram foi a de me jogar em uma superfície gelada e úmida e, e de esfregar e cutucar meu corpo todo. Continuei uivando o mais alto que consegui até enfim identificar que estava em um lugar seguro. Não era bem a minha casa, mas suspeitava que fosse algo similar a ela pois o território aonde me colocaram era macio e quentinho e vibrava numa freqüência perfeita ao meu corpo bem como sentia minutos antes. O stress finalmente acabava ali embora não fosse exatamente aonde eu queria estar.

A ALMA IMORAL

setembro 5, 2011

Fazendo uma cópia de um blog de alguém, aqui vão algumas frases do livro de Nilton Bonder “A alma imoral”. E que deu origem à peça com a Clarice Niskier. E que peça!!

“O ser humano é talvez a maior metáfora da própria evolução, cuja tarefa é transgredir algo estabelecido.” – pág. 13.

“Ousaria dizer que tudo que é positivo para a vida é o que não se dissimula.” – pág. 22

“Entenda-se por infidelidade tanto o rompimento de compromissos como a manutenção dos mesmos de forma destrutiva.” – pág. 35

“Deixar sua cultura e seu passado em nome de um futuro é saber recompor a tensão entre corpo e alma, aprendendo a romper por conta das demandas do futuro e não só pelas demandas do passado.” – pág. 38

“A proposta da imutabilidade é mais do que indecorosa: ela violenta um indivíduo. Ela propõe que continuemos a fazer o que foi feito no passado.” – pág. 39

“E quantos de nossos esforços e sacrifícios são, na verdade, ‘oferendas’ ao nada?” – pág. 58

“Quantas pessoas poderíamos ter tirado ‘para dançar’ na vida e não o fizemos por ofertar sacrifícios ao nada? Sacrifício ao deus da timidez, ao deus da vergonha, ao deus do medo de ser rechaçado e assim por diante.” – pág. 59

“Aquele que engana a si mesmo é mais perverso do que o que engana os outros.” – pág. 60

“Existe em nós uma tendência de querer agradar a nós, aos outros e à moral de nossa cultura. Com isso vamos gradativamente nos perdendo de nós mesmos.” – pág. 64

“Aqueles que se permitem transgressões da alma com certeza são vistos e recebidos pelos outros como estrangeiros. Os que mudam de emprego radicalmente, os que refazem relações amorosas, os que abandonam vícios, os que perdem medos, o que se libertam e os que rompem experimentam a solidão que só pode ser quebrada por outro que conheça essas experiências. A natureza da experiência pode ser totalmente distinta, mas eles se tornarão parceiros enquanto ‘forasteiros’.” – pág. 66

“Achar-se – e o ancião tentar revelar este segredo ao jovem – é construir identidades e desfazer-se delas.” – pág. 69

“O que ainda não é, só se faz sob o sol quando abrimos mão da obediência. Não a obediência em relação ao outro, mas a que impomos a nós mesmos ou a de outros que introjetamos como se fosse nossa.” – pág. 70

“Se em teoria o ‘caminho do meio’ nos parece mais equilibrado e maduro, em termos da alma o rabino de Kotzk tem razão – qual é o ser humano que, profundamente mobilizado por uma intenção e sedento pelo sagrado, pode deixar de ser passional e extremista? Como estar apaixonado e ser moderado? O ‘caminho do cavalo’ representaria a postura daquele que teme a experiência radical de romper com o padrão e a expectativa da maioria.” – pág. 75

“A vida saberá nos julgar não apenas pelas ‘perversidades’ que acreditamos poder evitar, mas também pelas ‘tolices’ que nos permitimos.” – pág. 77

“Quando uma pessoa deixa de ficar satisfeita com seu negócio ou com sua profissão, é certamente um sinal de que não o está conduzindo honestamente. (New.Antho. 194).” – pag. 79

“O rabi Bunan (Buber, Late Masters, p. 257) adverte que os ‘pecados’ que um indivíduo comete não são o pior crime realizado por ele. O verdadeiro crime do ser humano é que ele pode dar-se ‘uma simples volta’ a qualquer momento, mas não o faz.” – pág. 81

“Aquele que não faz uso de todo o potencial de sua vida, de alguma maneira diminui o potencial de todos os demais. Se fôssemos todos mais corajosos e temêssemos menos a possibilidade de sermos perversos, este seria um mundo de menos interdições desnecessárias e de melhor qualidade.” – pág. 82

“O inconformismo das pessoas diante dos que estão em processo de rompimento com conceitos e propostas do passado tambem decorre do medo e desconforto profundos produzidos pela identificação com essa postura.” – pág. 112

“Será um mundo de traidores que não serão crucificados. Será um mundo que descobrirá que quem crucifica não são os outros, mas nós mesmos.” – pág. 117

“Ainda cometeremos muitas crucificações, mas a derradeira, a que realmente está em jogo, é a nossa. Se não encontrarmos alguma forma de paz formada de tensão entre nosso corpo e nossa alma, entre nossa moral animal e nossa imoralidade, estamos ameaçados de não redimirmos nossa espécie.” – pág. 118

“As roupas que vestem de moral as intenções humanas nos tornam prisioneiros de uma realidade que nos poda, nos restringe e ameaça nossa sobrevivência. Poder enxergar-se nu, no entanto, é uma traição ao animal consceinte difícil de se bancar.” – pág. 122

“A resolução do conflito está em seu reconhecimento e no estabelecimento de relações entre homens e mulheres que aceitem essas tensões como inerentes à própria vida. O mundo ideal do futuro será um mundo também de tensões, mas estas não serão projetadas sobre o outro.” – pág. 128

Let’s pretend we don’t exist. (just sometimes)

julho 3, 2011

http://www.youtube.com/user/xxofmontrealxx#p/u/12/olmDbnIveV4

Frases do Livro – Benedita da Silva: an Afro-Brazilian woman’s story of politics and love

abril 24, 2011


Black suffer because they are poor, but they are poor because they are black.

I was born black and female, but this racist society so excluded me that
at on point in my life I really wanted to be a white man.

From then on, I felt rejected and discriminated against. I went from sitting in the first row, to the second, third, and fourth, and finally I ended up sitting in the back. My hand-writing got smaller and smaller, and it became so small that the teacher could hardly read it.

People aren’t racist because they are evil; they are racist because they have inherited a legacy of racism
that comes from centuries of slavery.

Today we have the second largest black population in the world, surpassed only by Nigeria.

I was born a black woman
They turned me into a white man
They castrated me, they wouldn’t let me go
But I’m not going to accept this
I’m going to shout, let my voice
cry out and make myself free
So I can continue to be a black woman.

Short and Concise – Life Story in 5 sentences – Marina Mello

março 10, 2011

1.) My mom decided to stop getting pregnant since she already had had 3 children.
2.) In a very hot day of the Brazilian summer, I was born very fat with big cheeks.
3.) As a child I played a lot of soccer with friends, cousins and siblings.
4.) As a teenager I played a lot of guitar with friends and gave up playing soccer.
5.) Now I’m an adult, still with cheeks, I gave up my guitar and soccer and became a filmmaker to tell many different stories.

Montanha-Russa

março 10, 2011

Outro dia troquei emails com uma amiga da infância, muito querida, que decidiu morar na França! Aí ela me perguntava muito ansiosa e curiosa, como que era a sensação de morar fora, falar outra língua, etc… Já é a segunda vez que moro fora mas aí me veio um exemplo que encaixou nos sentimentos que tive aqui, nessa experiência. Lembrei da primeira vez que toquei a campainha, as 07:30 da manhã de um domingo, da minha primeira casa em NY. Essa sensação é comparável com a sensação da queda de uma Montanha-Russa. Você vai subindo, vai subindo (preparativos da viagem) devagar e a ansiedade vai aumentando (avião chegando ao destino) até sufocar (o táxi chega na casa)! Aí quando chega aquele momento da queda, (campainha toca), eu olho lá pra baixo e imagino que tudo vai dar errado, e de repente, a queda é intensa cheia de adrenalina e fortes emoções! Muito boas! E aí, a sua viagem se compõe junto com todos que começam a fazer parte dela!
Recomendo!

Grito de Independência! Quase dois séculos depois…

fevereiro 21, 2011

Resolvi escrever agora sobre assuntos mais profundos. Desses que, as vezes é melhor calá-los pois não vale a pena soprar!
Mas como tenho pensado muito sobre isso, resolvi expressar-me e também acho que pode reverberar.

Estou morando nos Estados Unidos, na verdade em Nova York mas, como muita gente se engana, aqui é os EUA. E desde que cheguei, estou estudando cinema. Direção e agora, Roteiro. O que notei, talvez desde meu primeiro dia de aula é que sim, cinema americano é importantíssimo. É a fonte de referência do cinema moderno, devido à larga produção anual. E talvez seja o fator principal da minha escolha ter sido Nova York, ou seja, Estados Unidos.

Nos dois cursos que estudei, notei também alguns fatores importantes: 1-) Eles não assistem filmes Europeus ou Latinos, fato! (são raros os que trazem a ideia de um filme Europeu ou Latino, às vezes Asiático ou Austrialiano e vá lá!) 2-) O Oscar é muuuito importante para eles, comprovei! 3-) A narrativa e os diálogos são pouco profundos (uma generalizada que faz sentido quando se está aqui) 4-) Eles têm dinheiro pra bancar uma bela seleção de bons roteristas, bons atores, bons diretores e uma belíssima produção de arte, cenário, figurino, maquiagem e pós-produção. 5-) Os americanos são muuuito esforçados, estudam para valer quando é preciso, levam sério o trabalho, se dedicam para serem bons em tudo que fazem e, isso é o que leva à grande qualidade dos vossos trabalhos.

Com tudo isso misturado dentro de mim, cheguei à alguns conceitos, ainda obscuros mas resolvi gritar: 1-) O brasileiro tem um potencial enorme para contar histórias. 2-) O brasileiro desperdiça pelo menos uma grande história por dia, para ser contada, seja em livro, rádio, cinema ou televisão. 3-) O brasileiro precisa finalmente acreditar no seu potencial, estudar, se dedicar e confiar que a bagagem que tem, é grande para ir adiante. 4 e último-) Mas aí teríamos que falar de corrupção, que gera à falta de confiança do brasileiro, que leva à falta de dedicação, que leva a falta de educação (em todos os sentidos), que leva à falta de cultura, que leva à falta de referência a ponto de achar que não tem absolutamente nada a falar, que leva à depressão ou à violência, que leva também à depressão, só que essa em grande escala, em todo o país, que fica paralisado achando que nada será necessário ser dito ou feito pois ninguém lhe dará ouvidos!

Conclusão ainda Obscura: Deixe reverberar até que alguém lhe responda! Desparalise! Paralise a depressão! Paralise a sua própria vontade de violência! Estude! Confie! Olhe ao seu redor! Honre o que tem.

Rei e o Bobo da Corte

fevereiro 17, 2011

No post anterior falei dos desenhos do meu avô. Ele foi uma grande inspiração para mim. Aprendi a “desconstruir imagens” com ele, através do desenho.
Nossa! Ele desenhava muito melhor que eu! Mesmo assim, resolvi mostrar um que ele costumava fazer:

Made in China / Made in Japan

fevereiro 17, 2011

Hoje vou falar sobre o Orientais, na verdade sobre as compras incríveis que você pode fazer com eles! Explorando o Soho, visitei duas lojas de “coisinhas” que considero imperdíveis! Os europeus do século XVI que iam gostar de vasculhar todas essas lojas:

PEARL RIVER – “Negócio da China”

Todas as bugigangas Made in China em um big galpão chamado Pearl River! E tudo naquele precinho, $1,99 / $4,50. Só toma cuidado no final!
Olha só o que eu comprei:


French Press Coffee $4,50 / Um Daisy para decorar a casa $1,50/ caderninho ótimo por $2,50 / sapatilha chinesinha por $5,00

MUJI – MADE IN JAPAN!!

A papelaria Muji, que ontem fui descobri que não é só papelaria pois eles vendem bastante roupas fofas, também é um achado. Para quem é de São Paulo, vai se lembrar das inúmeras papelarias dos japoneses espalhadas pela cidade! Que delicia era ir lá e comprar uma canetas hidrográficas diferentes, borrachas que apagam de verdade, etc… Ontem comprei uma caneta, uma borracha e um grifa texto. Como sempre, muito melhor que de qualquer papelaria. Dá de 10×0 na Staples!

Para chegar lá. O melhor caminho é pegar o metrô até a Prince St. Aproveite e dê uma passadinha na japonesa Uniqlo e controle o bolso!

fevereiro 7, 2011

Meu avô fazia essa brincadeira de desenhar um homem e de ponta-cabeça vira outro homem!
Acho tão divertido desenhá-los!