Com os produtos transgénicos podemos avançar científicamente, devido aos estudos que estes nos proporcionam, como a compreensão do genoma dos seres vivos, arranjar fins terapeuticos para certas doenças, entre outros.
No entanto, a produção e o cultivo em grande escala de produtos transgénicos pode prejudicar o ciclo natural dos seres vivos, as cadeias alimentares e o meio ambiente. Por exemplo, na cultura de milho transgénico, que produz o seu proprio insecticida, muitas vezes tem que se utilizar, juntamente, herbicidas para combater as ervas daninhas em redor, contaminando, desta forma, os lençois freáticos e influenciando, de certa forma, as cadeias alimentares.
Ao consumirmos este milho, a proteína responsável pela produção de pesticida não é sintetizada pelo nosso organismo, podendo não haver transferência de toxicidade. Mas a digestão desta proteína depende do organismo do individuo, isto é, pode haver casos em que a proteína seja digerida e, com efeito, o indivíduo pode não suportar esta nova substãncia no seu organismo, criando alergías e inflamações. Note-se que os efeitos provocados pela toxicidade, também só se fazem sentir depois de muito tempo.
Por outro lado, nos produtos cultivados tradicionalmente são usadas grandes quantidades de pesticidas e é necessário que se espere um número de dias antes destes alimentos entrarem no mercado. Esta regra nem sempre acontece e, com efeito, ingerimos muitas vezes produtos ainda com insecticidas.
Além disso, no caso das carnes e peixes transgénicos, que apresentam maior produção de hormonas do que o habitual é possível haver um desregulamento do sistema hormonal, tal como foi referido anteriormente.
Outro problema destes alimentos é que não existem estudos capazes de comprovar os efeitos a longo prazo provocados pelo consumo destes produtos.
No caso da soja transgénica aprovada pela CTN Bio, não é possível a polinização cruzada com espécies silvestres. No entanto existem outros casos em que isso é possivel. Por exemplo, no México encontraram-se espécies selvagens de milho com características do milho transgénico. Estas novas espécies reproduziram-se devido à polinização cruzada, tendo como agente polinizador o vento, animais ou mesmo virus (Facto confirmado pela Quercus). Este novo milho pode ter consequências para o meio ambiente, pois não é natural e não está a ser controlado por agricultores ou cientistas.
Como foi mencionado, existem outros métodos mais naturais para substituírem os produtos transgénicos. Como já foi referido, o retardo do amadurecimento das frutas pode não acontecer só nas espécies transgénicas. Podemos utilizar os reguladores de crescimento, que actuam como as próprias hormonas nas plantas. Mas, a utilização destes reguladores também tem de ser bastante controlada, pois podem desregular as florestas envolventes, como já aconteceu algumas vezes.
Assim, é necessário realizar estudos científicos, antes destes produtos serem lançados para fora dos laboratórios, para garantir a segurança e a saúde de todos os seres vivos e do meio ambiente, o que nem sempre acontece.
Um dos problemas mundiais é a fome. Cada ano, milhares de pessoas, nomeadamente crianças morrem dessa causa. Não seria preferível correr o risco dos possiveis efeitos a longo prazo dos transgénicos e salvar pessoas? Sim, será uma solução. Mas, casos como os que aconteceram na Índia provam que são outros factores que têm de contribuir principalmente. Na índia foram cultivadas sementas transgénicas em muitas plantações. No entanto, agricultores viram-se individados pois nao conseguiam pagar os gastos. Desta forma, milhares de agricultores suicidaram-se (http://www.ecodebate.com.br/2008/11/05/jornal-afirma-que-milhares-de-agricultores-indianos-suicidaram-se-por-causa-do-endividamento-pelo-uso-de-sementes-geneticamente-modificadas/). Por isso, o problema da fome é uma questão de sociedade/riqueza. Existem alimentos no mundo que chegam e sobram para alimetar as pessoas, mas trata-se de uma questão de riqueza e desenvolvimento. A maioria das empresas produzem transgénicos para terem lucro, não tem como objectivo principal combater a fome. Um método para a derrotar seria a bondade, a preocupação e o sentido de cooperação entre os países.
Nesses países pobres também há a escassez de certos nutrientes na sua dieta, provocando doenças como a cegueira. No entanto, não bastava só aumentar a quantidade desses nutrientes com alguns produtos transgénicos. Essas doenças também podem provir de falta de saneamento, higiene e de uma alimentação pouco variada.
Há muitas outras questões sobre se os produtos transgénicos provocam uma diminuição da fertilidade dos seres vivos e se empobrecem o solo. Realizaram-se alguns estudos sobre a fertelidade, alimentaram ratos com estes produtos e provou-se que a sua fertilidade diminuiu. Mas não se sabe o efeito nos seres humanos. Em realação aos solos ficarem saturados isto acontece com todas as culturas, desde que sejam intensivas e o modo como usam os pesticidas, entre outros factores.
Outra questão é que, tal como tudo no mundo, o exagero pode ser prejudicial. Isto aplica-se também ao uso destes produtos. Se consumirmos milho transgénico algumas vezes de certeza que não nos irá prejudicar. Mas se nos alimentarmos durante toda a nossa vida destes produtos teremos então défices no nosso organismo. O mesmo acontece com o consumo de coca-cola, tabaco, etc. O problema é que a existencia dos produtos transgénicos deixa de ser controlada no mercado. Pois, apenas os alimentos que contém mais do que 1% de material transgénico aperecem nos rótulo. Além disso, não é obrigatório que as carnes não biológicas tragam um rótulo contendo o que os animais consumiram. Por exemplo, no Alentejo são alimentados muitos animais com produtos transgénicos.
Em relação à medicina, os produtos transgénicos oferecem inumeras possibilidades para o futuro. Os produtos obtidos têm, em regra, vantagens em relação aos obtidos por métodos clássicos. A obtenção clássica de vacinas requer o crescimento de grandes quantidades de microorganismos, muitas vezes portencialmentes perigosos, implicando altas medidas de segurança. Por exemplo, “Em 1981, era possivel extrair-se 4 a 6 mg de hormona de crescimento da hipofise²³ de um cadaver. Para o tratamento do caso de nanismo é necessaria uma injecção semanal de ma dose de 6 mg, desde a idade de 4-5 anos até ao fim do crescimento, cerca de 18 anos. Além disso, a hormona tirada de cadáveres pode estar contaminada por virus.” (Silva, Amparo; Santos, Maria; Mesquita, Almira; Baldaia, Ludovina; Féliz, José; Terra Universo de Vida, Biologia 12º ano; porto editora; Porto;2008; pág206). No entanto, existem alguns perigos de ordem ética que é necessário ter presentes e discutir para estarmos informados e podermos tomar decisões convenientes se for necessário.