domingo, 7 de março de 2010

O Academy Awards segundo Juliana

Hoje mais de 30 milhões de pessoas, em cerca de 200 países, estarão coladas em seus computadores ou televisores, acompanhando o 82° Academy Awards, direto do Kodak Theatre. Neste exato momento o tapete vermelho já dá boas-vindas às celebridades e suas glamurosíssimas roupas, e vários sites e canais especializados já começaram a sua programação especial pré-Oscar. Finalmente chegou a hora, é a última chance de apostar nos sortudos que levarão os prêmios mais importantes do ramo.

Depois de duas semanas de intensas idas ao cinema – o que pode gerar certa desorientação do tipo “que-filme-eu-vim-ver-agora?” – potencializei o número de indicados que pude riscar da lista de “filmes assistidos”. E é por isso que já marco, na cartela do meu bolão, o nome de Jeff Bridges para melhor ator, Sandra Bullock como melhor atriz, Christoph Waltz para ator coadjuvante, e Mo’Nique como atriz coadjuvante.

Pelo que pude ver, George Clooney cumpre seu dever de forma correta em “Amor sem Escalas”, Morgan Freeman passa confiança e segurança como Nelson Mandela em “Invictus” e Jeremy Renner absorve expressa bem o vício em adrenalina de seu personagem em “Guerra ao Terror”. Mas nenhum se compara à força da atuação de Jeff Bridges em “Coração Louco”. O papel de um desgastado cantor de country encontra na atuação de Bridges um brilho inspirador e tão natural que chega a um tom quase autobiográfico. Não tive a oportunidade de checar Colin Firth em “Direito de Amar”, o ator foi muito elogiado e chegou até a levar o BAFTA – mas Bridges ainda tem o apoio dos prêmios dos sindicatos, por isso me parece a escolha certa.

Não tive a oportunidade de assistir a “Um Sonho Possível”, mas Sandra Bullock já me convenceu apenas com o trailer. Fazendo um papel atípico, Bullock sai da sua zona de conforto e consegue, como confirmado pela crítica e pelos prêmios que conquistou, encarar com segurança e precisão um papel dramático. Esse pulo é o fator que, me parece, conquistará o reconhecimento da Academia. Gabourey Sidibe faz um bom trabalho em “Preciosa”, Carey Mulligan encanta e prende a atenção em “Educação”, Meryl Streep dá uma de... Meryl Streep, dando vida e alma para “Julie & Julia”. Helen Mirren de “The Last Station” apresenta uma performance boa, mas, para mim, nada é maior do que a revelação de Sandra Bullock como uma atriz melhor que as comédias românticas a que se acostumou.

O detestável, ainda que cavalheiro e delicado, oficial nazista de Christoph Waltz, um dos muitos trunfos de “Bastardos Inglórios”, é a minha aposta mais provável de se transformar em vitória real. Ele incorpora de forma perfeita esse interessantíssimo papel e força quase todos a reconhecer seu talento – até mesmo, muito provavelmente, os eleitores da Academia. Não posso comentar sobre Woody Harrelsson (“Os Mensageiros”), Christopher Plummer (“The last Station”) e Stanley Tucci (“Um Olhar do Paraíso”), já que não assisti aos filmes. Mesmo Matt Damon entregando um desempenho consistente em “Invictus”, Waltz é imbatível com sua atuação hipnótica.

Por mais que eu torça incessantemente para o triunfo de Anna Kendrick, a novata muito talentosa de “Amor sem Escalas”, aposto na Mo’Nique de “Preciosa” - mesmo que sua atuação seja caricata em alguns momentos. Vera Farmiga não é particularmente inspiradora, nem Maggie Gyllenhaal em “Coração Louco” e Penélope Cruz de “Nine”.

Jason Reitman é o meu favorito para roteiro adaptado com “Amor Sem Escalas”, por transformar um livro em um belíssimo filme de diálogos incríveis. “Educação” também poderia ser uma escolha correta, com um roteiro tão bem cuidado quanto o de Reitman, mas há algo sobre o roteiro e a história de “Amor...” que me encanta mais, por isso dou vantagem a ele.

Sobre os filmes... “Guerra ao Terror” tem, certamente, seus méritos. É muito bem conduzido e realmente traz o espectador para dentro da ação, junto do esquadrão anti-bombas. O fato de contar uma história ligeiramente diferente dos outros filmes de guerra, ter personagens de maior profundidade e mais interessantes, como o oficial viciado em adrenalina de Jeremy Renner é o que me faz torcer para que Kathryn Bigelow leve as estatuetas de melhor filme e melhor direção hoje à noite.

Avatar é, inegavelmente, uma experiência e tanto que ficará marcada na história do cinema. Mas, em termos de conquista cinematográfica, na minha opinião, o filme merece apenas os prêmios técnicos. É bem conduzido, mas não de forma tão notável e realista como acontece em “Guerra ao Terror”. Mas se estes fossem o Juliana Awards, “Bastardos Inglórios” seria o maior ganhadores da noite. Não há outra definição para maestria do que a forma como Quentin Tarantino conduz o filme, que atinge um nível de quase perfeição: atuações, edição, história, roteiro, direção impecáveis.


Por último, mas nem de longe menos importante, marco na minha cartela do Juliana Awards “O Segredo de Seus Olhos” como melhor filme estrangeiro. Aliás, a agora que penso nisso, a mesma maestria de Tarantino em “Bastardos...” é aplicada por Juan José Campanella em seu filme. Talvez até esta seja potencializada, já que o diretor conta uma história trágica passeando por gêneros diferentes, como a comédia e o romance, não deixando o filme cair no mesmo tipo de clichê trágico vivenciado por “Preciosa”, por exemplo. Isso sem mencionar as mais que belíssimas atuações de praticamente todos os atores. Mas como não se pode ter tudo que se quer, marco na minha cartela do Academy Awards o bom, mas nada inspirado - se comparado com o concorrente argentino –, “Fita Branca” para levar este prêmio.




Com menos de uma hora agora para o início da cerimônia, os astros vão chegando ao Kodak Theatre e desfilando pelo tapete vermelho. O mistério está para ser revelado, afinal será a vez de “Avatar”? Ou de “Guerra ao Terror”? Alguma surpresa? Nenhuma surpresa? É hora de nos juntarmos aos outros milhões de pessoas de olho em cada passo das celebridades eles e torcer por nossos favoritos!

sábado, 6 de março de 2010

Apostas para o Oscar 2010 (Daniel)


Amanhã todas as especulações sobre os ganhadores do Oscar chegarão ao fim. No entanto, sempre haverá aqueles (já até me incluo nesse grupo) que discorda de pelo menos algum dos prêmios concedidos pela academia. Se você está acompanhando as especulações, sabe que já há alguns francos favoritos. Mudanças são totalmente possíveis, mas o Oscar não costuma ser lá muito surpreendente. Em alguns aspectos, realmente não há o que discutir. Quem ousa dizer que Christopher Waltz não merece ou não irá levar o Oscar de melhor ator coadjuvante ou que Up não será considerado a melhor animação? Por outro lado, há muita discordância quando tratamos principalmente dos prêmios de melhor ator e atriz e obviamente dos prêmios mais esperados: melhor diretor e melhor filme. Eis então meus palpites e minhas opiniões.


Começemos pelo que é mais importante. O Oscar de melhor filme não sairá para outra opção que não seja “Avatar”, “Guerra ao Terror” ou “Bastardos Inglórios”. São, realmente, as opções mais “oscarizáveis”. Assisti 8 dos 10 filmes que concorrem e realmente não vi outro filme com a força desses três. Talvez “Educação” se aproxime por destrinchar tão bem o amadurecimento de uma linda menina e mostrar como os filhos podem dar uma lição em seus pais. “Amor sem escalas” tem um roteiro muito criativo até (que deve levar o Oscar de roteiro adaptado, apesar da minha preferência ser “Educação”), mas não emplaca. “Preciosa”, para mim, é um filme mal dirigido que torna uma situação trágica em algo exagerado. Faltou sutilezas. Lee Daniels desperdiçou um tema muito rico com um filme cujo objetivo único é chocar.


Que venham então os favoritos. Ver “Avatar”, como disse José Wilker à Globo News, é ir ao parque de diversões. É simplesmente uma experiência divertida, sem nada que nos deixe maravilhado. Além do mais, James Cameron já embolçou mais de US$ 2 bilhões com esse filme – que custou um quarto desse montante. Então, por favor, sejamos francos, não há a menor necessidade de desperdiçar um Oscar com isso. Já Kathryn Bigelow, ex-mulher de Cameron, faz um filme cuja direção é perfeita do começo ao fim. Uma direção tão sensacional não pode, de forma alguma, resultar em um filme que não seja no mínimo inesquecível. “Guerra ao Terror” merece um Oscar por abordar a guerra de uma forma pontual e íntima, focando na adrenalina que o personagem principal (um desarmador de bombas) acaba dividindo conosco durante sua “rotina”. Sendo assim, aposto que Kathryn leva as estatuetas de melhor filme e direção para casa, apesar de um dos produtores ter tido a infeliz ideia de mandar um e-mail aos membros da academia pedindo que não votassem em “Avatar”. É bom lembrar que ele foi expulso da festa. Por outro lado, Quentin Tarantino apresenta “Bastardos Inglórios” como uma alternativa à disputa entre marido e ex-mulher. Este foi o filme que mais me marcou desses três (já falei sobre ele aqui). O humor de Quentin e sua violência burlesca sempre merece menção. Meu desejo seria poder ver Tarantino levar o prêmio de melhor filme e Bigelow o de melhor diretor. Isso, infelizmente, não deve acontecer. Afinal, a academia não desiste de vincular o melhor filme à melhor direção.


Mark Boal (roteirista), Kathryn Bigelow, Greg Shapiro (produtor) e o esperto Nicholas Chartier (produtor que mandou o e-mail) recebendo o Bafta



Há forte favoritismo também na categoria de melhor atriz. Sandra Bullock é o nome mais comentado. Depois de ter ganho o Globo de Ouro, a atriz que rouba a cena em “Um Sonho Possível” parece estar próxima da estatueta justamente por sua boa atuação ter sido uma surpresa tão grande. Ela mesma reconhece não ser grande atriz e suas comédias românticas geralmente passam longe da maior premiação do cinema. Sua investida em um personagem muito mais sério com qualidade aliado a sua simpatia, no entanto, podem lhe render um Oscar cujo mérito dramático me parece ser o menor dos detalhes. Além do mais, parece brincadeira comparar sua atuação com as de Meryl Streep e Helen Mirren. Mirren levou a estatueta com “A Rainha” em 2007, mas Streep, em sua 16ª indicação – não leva o Oscar desde 1982 com “A escolha de Sofia” -, devia vencer por mais uma vez se reinventar, agora como a excêntrica chef de culinária francesa Julia Child em “Julie & Julia”. Uma segunda opção, mais justa que Bullock, seria se Carey Mulligan, a nossa nova Audrey Hepburn, levasse o prêmio por fazer de “Educação” um grande filme. Ela já venceu o Bafta e tem todo o direito de levar o Oscar por revelar a complexidade de uma personagem tão boa.


Quanto a melhor ator eu não posso falar muito. Meus comentários se limitam a dizer que não, George Clooney não vai levar o Oscar. Não há nada de especial em sua atuação em “Amor sem Escalas”. Esse Oscar será de Jeff Bridges ou de Colin Firth. Particularmente, torço mais pelo segundo pois a sua atuação parece sensacional em “Desejo de Amar”, mas reconheço que ele não deverá levar o prêmio, justamente porque Jeff Bridges nunca ganhou uma estatueta dourada e parece também ser o grande barato de “Coração Louco”. Devo lembrar também que Firth interpreta um homossexual e nos últimos anos Philip Seymor Hoffman e Sean Penn já levaram o prêmio por captar a essência gay, o que poderia tornar a escolha da academia um pouco repetitiva.


Por fim, expresso minha torcida apaixonada pelo filme argentino “O Segredo de Seus Olhos” - o melhor que assisti nesse ano até o momento – para levar a estatueta de melhor filme estrangeiro. Uma combinação de direção, roteiro e atuações primorosas assim não pode sair de Los Angeles sem nada. Vale muitíssimo a pena assistir. O Oscar será transmitido na íntegra pelo TNT a partir das 21 horas e pela Rede Globo a partir de meia noite.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Especial Oscar III


Na categoria de melhor atriz coadjuvante, o Oscar 2010 traz alguns nomes novos para a premiação – este, certamente, não é o caso da atriz espanhola Penélope Cruz. Indicada por seu papel no musical “Nine”, Cruz já é uma velha conhecida do homenzinho dourado, que faturou ano passado ao emprestar seu talento para a instável pintora de “Vicky Cristina Barcelona”.



O filme “Amor sem Escalas” (Up in the Air), indicado a seis Oscars,emplacou duas atrizes muito diferentes nesta categoria. De um lado está Vera Farmiga, indicada pela primeira vez, que lida bem com seu papel de interesse amoroso de George Clooney, quase como uma versão masculina do personagem do ator. Farmiga confere certo senso de verossimilhança a sua personagem com uma atuação real.

A desafiante do mesmo filme é a novatíssima Anna Kendrick, recentemente vista em “Lua Nova” (New Moon). A jovem atriz com pouquíssimos filmes no currículo, chamou atenção no circuito, abocanhando vários prêmios de revelação do ano e indicações às principais premiações. Como uma jovem recém contratada que tenta revolucionar a forma como sua empresa trabalha, Kendrick cumpre seu papel com incrível fidelidade. Os toques de perfeccionismo, o jeito “certinho” e focado da personagem são retratados perfeitamente por pequenos gestos, movimentos e expressões da atriz – aparentando um mínimo de esforço.

Por sua inexperiência e por ainda estar em início de carreira, Anna Kendrick, infelizmente, conta com poucas chances no domingo. Mas apenas o fato de ter chegado onde chegou tão rapidamente já é uma vitória para a talentosa atriz.



A consolidada Maggie Gyllenhaal também concorre ao seu primeiro Academy Award, por “Coração Louco”. Ainda que tenha tido que dividir com Julianne Moore, de “Direito de Amar” (A Single Man), as vagas nas indicações da temporada, Gyllenhaal é parte importante do filme ao dar vida à jornalista responsável pela volta de inspiração de um cantor de country. Sua atuação é sólida e doce, mas sua força não deverá ser suficiente para subir ao palco do Kodak Theatre este ano.

Tal honra já deve estar reservada para Mo’Nique. A quinta indicada varreu todos os prêmios da categoria, incluindo o Globo de Ouro e o Screen Actors Gulild. Mo’Nique encontrou na mãe da protagonista de “Preciosa” (Precious: based on the novel Push by Sapphire) o papel mais importante de sua vida – e não é para menos. A maldade da personagem é expressada pela atriz sem piedade e de forma quase bruta, encaixando-se perfeitamente no papel.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Especial Oscar 2010 II


Ao que tudo aponta, o 82º Oscar de melhor atriz em papel principal irá para Sandra Bullock por seu trabalho em “Um Sonho Possível” (The Blind Side). A atriz americana encara a dramática história da mulher que recebe um garoto sem esperanças para o futuro em sua casa e acaba por tratá-lo como um filho, com grande determinação e força. O trailer do filme – previsto para chegar ao Brasil somente em 19 de Março – apenas com seus três minutos de duração, já causa espanto em relação à inspirada atuação que a atriz apresenta.

Mais conhecida por seu trabalho em comédias como “Miss Simpatia” (2000), Bullock tem colecionado prêmios nesta temporada e já tem em sua estante o Globo de Ouro, People’s Choice e o Screen Actors Gulild Awards – críticos e público reconhecem igualmente a grandeza alcançada por Sandra Bullock em “Um Sonho Possível”.

Veterana das telonas e já ganhadora do Academy Awards, a rainha Helen Mirren é reconhecida mais uma vez pelos eleitores do Oscar, pelo filme “The Last Station”. Mirren vive a esposa de Léon Tolstói, já na reta final de sua vida, com todo o talento ao qual o público já se acostumou. Com apenas o prêmio do festival de Roma e algumas indicações, a atriz está há alguns laps de distância das concorrentes na corrida para levar a estatueta dourada.

Os próprios realizadores de “Educação” (An Education) encontram-se estupefatos com a dimensão alcançada por seu pequeno filme, o que dizer, então, de Carey Mulligan, a protagonista? Seu retrato de uma adolescente em dúvida sobre obter uma educação formal ou uma educação de vida junto a um homem mais velho que a encanta, não só lhe rendeu uma indicação ao Oscar. A jovem atriz vem sendo comparada com a grande Audrey Hepburn, pela naturalidade e ingenuidade que ambas dão às suas personagens.

Mulligan tem recebido muito destaque e acumulado prêmios como o recente BAFTA de melhor atriz, além de ter sido indicada à maioria das premiações da temporada. Seu desempenho em “Educação” é fiel e arrebatadora – é quase impossível tirar os olhos dela. Se destacar tanto ao retratar uma típica adolescente é, certamente, um grande mérito dessa atriz britânica com um grande futuro pela frente.

O papel encarado pela novata Gabourey Sidibe em “Preciosa” (Precious: based on the novel by Sapphire) está bem distante do de uma adolescente típica. Ao tratar da história da adolescente negra, analfabeta, obesa e grávida do seu segundo filho-irmão, os realizadores do filme caíram em certo extremismo caricato do trágico. Isso também acontece com Sidibe, cuja atuação é forte, apesar de, por vezes, parecer caricata. A atriz teve seu desempenho reconhecido em inúmeras premiações, chegando a ganhar muitos prêmios do círculo de críticos, e atinge o clímax ao ser indicada ao Oscar nesta edição.

Não é surpresa que a quinta indicação seja destinada à precisa e, como sempre, incrível atuação de Meryl Streep como Julia Child descobrindo a culinária de Paris, em “Julie & Julia”. Veterana do Oscar – com 16 indicações e 2 vitórias – Streep esbanja naturalidade e conforto em cena ao reviver a ídola das donas de casa americanas. A atriz também teve participação garantida nas listas de premiações de melhores do ano, culminando com a sua já tradicional indicação anual ao Oscar.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Especial Oscar 2010

Com pouco mais de 100 horas faltando para a grandiosíssima 82° cerimônia de entrega do Academy Awards – que este ano promete vir em estilo luxuoso, com cortinas ainda maiores de cristais Swarovski no palco, para compensar a edição passada que, parece, foi “contida” devido à crise – os nervos estão à flor da pele, tanto dos cinéfilos quanto dos indicados.

E, tendo já passado o tradicional almoço dos indicados, oferecido pela Academia, encontramo-nos na última hora antes da meia noite da reta final para o Oscar. É devido a isso e à temporada intensa de caça aos filmes que concorrem ao prêmio máximo do cinema, que chegou a hora de comentar as conclusões e fazer especulações mais concretas. Nos próximos posts, tentarei comentar os principais filmes e as principais categorias da premiação.

O Oscar 2010 vem bem equilibrado: há categorias que incluem fortes candidatos e outras que já apontam para um favoritismo mais consolidado. A categoria de melhor ator em papel principal, por exemplo, se incluiria no primeiro caso.

Há o favorito Jeff Bridges, cuja comovente atuação em “Coração Louco” (Crazy Heart – previsto para estrear nos cinemas brasileiros dia 5 de março) como um desgastado cantor de country que enxerga a salvação em uma jornalista, lhe rendeu a participação em praticamente todos os prêmios importantes da temporada e vitória em alguns deles, como o Critics Choice, o Globo de Ouro e o Screen Actors Guild Awards. O fato de Bridges ter consigo esses dois últimos prêmios é o que pode fazer a mesa se inclinar para o seu lado.

Concorrente que pode surpreender, detentor de alguns prêmios do círculos de críticos estadunidenses (como o New York Films Critics Circle Awards) e do National Board of Review, é George Clooney, que em “Amor Sem Escalas” apresenta o que muitos descreveram como a melhor performance de sua carreira. No papel de um homem cujo trabalho é voar pelos EUA demitindo pessoas e tem com sua mala de viagem o seu relacionamento mais bem-sucedido, Clooney é fiel e cuidadoso, mas não particularmente inspirador. O ator também tem seu nome incluído na maioria das listas de indicados da temporada, e é tido como forte candidato na categoria.

Colin Firth também vem sendo cotado pelas listas de melhores atuações do não por sue papel no debut cinematográfico de Tom Ford como diretor, “Direito de Amar” (A Single Man). Firth também teve sua atuação como professor que perde seu parceiro em um acidente de carro e tenta seguir sua vida, reconhecido pelo círculo de críticos norte-americanos e levou o BAFTA da categoria. Se pesarmos o BAFTA de Firth com o Globo de Ouro de Bridges, o ator de “Coração Louco” provavelmente levaria a vantagem, o que também aponta para seu favoritismo neste domingo.

O Nelson Mandela do talentoso Morgan Freeman em “Invictus” é espantosamente preciso e por isso o ator também teve seu lugar de destaque na temporada, dividindo o National Board of Review de melhor ator com George Clooney, e indicado a diversos prêmios. O filme de Clint Eastwood segue a tentativa de Mandela de unir o país no período pós-apartheid utilizando o rugby. Mesmo apresentando uma ótima performance, Freeman não obteve tanto reconhecimento quantos seus companheiros de disputa, fato que provavelmente indicará que ele irá para casa sem a estatueta dourada este ano.

Protagonista do pequeno grande filme desta temporada, Jeremy Renner de “Guerra ao Terror” (The Hurt Locker), tem muito a comemorar. Além das inúmeras indicações que recebeu por seu papel como o líder, viciado em adrenalina, de um esquadrão anti-bombas no Iraque – algumas que até conseguiu ganhar – o ator ainda teve sua carreira renovada. Renegado a participações em séries televisivas e papéis menores, como no filme Extermínio 2 (2007), Renner aproveita agora a lufada de ar vinda com o Oscar: possui três filmes em pré-produção à sua frente. Suas chances de aumentar ainda mais a quota levando o Oscar de melhor ator deste ano são pequenas, já que sua força na categoria, assim como acontece com Morgan Freeman, é inferior a dos outros indicados – mas o ator certamente está agradecido.

Situação parecida foi a em que se encontrou Mickey Rourke na edição passada do Academy Awards. Com uma carreira completamente desgastada em que fazia papéis sem brilho há anos, Rourke ressurgiu das cinzas com “O Lutador” (The Wrestler – 2008). O papel de um lutador veterano sem a força da juventude que lutava para permanecer nos ringues caiu como uma luva no ator, que apresentou uma performance quase autobiográfica, de certa forma. Apesar de não ter recebido a estatueta, hoje Mickey Rourke conta com nove filmes para sair entre 2010/2011.
O favorito das pesquisas é Jeff Bridges, exatamente por o ator de “Coração Louco” estar apoiado sobre a força do Globo de Ouro e do Screen Actors Guild Awards, prêmio do sindicato dos atores. Mas será que isso será suficiente para subjugar de vez seus companheiros concorrentes? Nunca se pode declarar uma batalha do Oscar como vencida até que saia o resultado da guerra o que, no nosso caso, será neste domingo, 7 de março.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Uma parada antes do Oscar

Faltando pouco menos de um mês para a grande festa do Oscar, a grande pergunta de fevereiro – além de qual o propósito dos participantes do Big Brother Brasil ficarem esfregando as costas em uma parede, como se fossem esponjas humanas!? – parece ser quais serão os filmes que levarão o homenzinho dourado para casa.

O que poucos parecem se lembrar é que, ao passo em que faltam vinte e três dias para a mais influente premiação cinematográfica, estamos distantes apenas nove dias do BAFTA. O prêmio da academia britânica para cinema e televisão será entregue no dia 21 do corrente mês e, apesar de possuir grande status e importância no meio, acaba sendo negligenciado no frenesi provocado pela aproximação do Oscar.

Assim como aconteceu na maioria das premiações desta temporada, há poucas diferenças entre os indicados ao Globo de Ouro, por exemplo, e os candidatos ao BAFTA 2010. Mas o trunfo do prêmio britânico está exatamente nessas mínimas modificações.

Na categoria de Melhor Atriz, Gabourney Sidibe (“Precious”), Meryl Streep (“Julie & Julia”) e Carey Mulligan (“An Education”) aparecem como candidatas fixas na maioria das premiações. Enquanto o Oscar completa a lista com Sandra Bullock (“The Blind Side” e Helen Mirren (“The Last Station), o BAFTA reconhece o talento de Saoirse Ronan (pronuncia-se, em inglês, “sur-shuh”), americana de 16 anos que chamou a atenção do mundo por sua atuação em “Desejo e Reparação” (2007), por “The Lovely Bones” (2009).


Saoirse Ronan em cena em "The Lovely Bones"

Entretanto, o fato que mais diferencia a premiação britânica das outras da categoria são seus prêmios de reconhecimento ao talento novato. Os talentos que hoje são tidos como novatos representarão, amanhã, o crescimento e o progresso do futuro do cinema, e o BAFTA tem total conhecimento disso.

O Orange Rising Star Award tem como indicados os seguintes atores: o americano Jesse Esisenberg (de “Adventureland” e “Zumbilândia”, ambos de 2009), a queridinha britânica Carey Mulligan (de “An Education”, 2009), o inglês Nicholas Hoult ( de “A Single Man” – Tom Ford, 2009, astro da série “Skins” e mais conhecido por “Um Grande Garoto”, 2002), o francês Tahar Rahim (da aclamada produção francesa “Um prophèt”, 2009) e a sensação adolescente americana Kristen Stewart (de “A Saga Crepúsculo: Lua Nova”, 2009 e “Adventureland”, 2009).

Já o Carl Foreman Award for the Most Promising Newcomer, foca no talento de novos cineastas, como os seguintes indicados: o diretor Sam Taylor Wood (“Nowhere Boy”, 2009), o diretor Duncan Jones (“Moon”, 2009), o escritor/diretor Stuart Hazeldine (“Exam”, 2009), o escritor/diretor Eran Creevy (“Shifty”, 2009) e os diretores/produtores Lucy Bailey, Andrew Thompson, Elizabeth Morgan Hemlock, David Pearson (“Mugabe and the White African”, 2009).

A lista completa de indicados ao BAFTA e ao Oscar encontram-se nos links, respectivamente: http://www.imdb.com/features/rto/2010/baftas e http://www.imdb.com/features/rto/2010/oscars .

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Na'vi versus bombas no Iraque

Manter boas relações com o ex-marido pode acabar se revelando uma tarefa difícil, mesmo quase uma década após o rompimento do relacionamento. Situações como uma disputa mano a mano entre os dois por prêmios consagrados do cinema pode tornar a situação descrita a cima um tanto quanto mais delicada.

Falo de James Cameron e Kathryn Bigelow, que se encontram no campo de batalha do prestígio cinematográfico – e apenas um poderá sair com a estatueta dourada definitiva de melhor filme da temporada. De um lado, a inovadora aventura campeã de bilheterias esteticamente perfeita “Avatar” de Cameron. O desafiante, “Guerra ao Terror” (The Hurt Locker) - de Kathryn Bigelow, a ex-mulher de James Cameron - , é a suja saga de um esquadrão antibombas americano que entra num jogo fatal de conflito urbano em meio ao caos da guerra do Iraque.

Por mais que os gráficos estonteantes e o universo dos humanóides azuis Na’vi tenha a força dos dois bilhões de dólares arrecadados com a bilheteria mundial e o apoio do Globo de Ouro de melhor drama, a luta do esquadrão americano pela sobrevivência de “Guerra ao Terror” conta com o reconhecimento notável do sindicato dos produtores (PGA), do sindicato dos diretores (Bigelow foi a primeira mulher a ganhar o DGA), dos críticos do National Society of Film Critics, do Critics’ Choice, e dos críticos de muitos estados americanos, incluindo Los Angeles e Nova Iorque.

Na manhã de terça-feira, quando os indicados ao Oscar serão revelados, certamente ambos os filmes estarão entre os dez indicados a melhor filme e entre os cinco candidatos a melhor direção. Aliás, essa temporada de premiações apresentou poucas surpresas em suas indicações, o que provavelmente tornará a lista de reconhecidos pelo Oscar minimamente diferente das outras listas que têm circulado, com muitos nomes certos para as indicações e até para levar o homenzinho dourado para casa.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Valorize o roteiro

Estamos, atualmente, em um período importante para aqueles que acompanham o cinema com algum interesse. O motivo, obviamente, é a quantidade de premiações que vêm para coroar os trabalhos de atores, diretores e roteiristas. E é justamente sobre essa última categoria que eu gostaria de falar nesse post.

Jason Reitman é um diretor e roteirista cujo terceiro filme estreou no Brasil na sexta-feira passada, dia 22 de Janeiro. Falo de “Amor sem escalas” (Up in the Air, no original), com George Clooney no papel principal. O personagem de Clooney trabalha em uma empresa que é contratada para demitir as pessoas em outras empresas. Isso o faz viajar muito, tornando sua vida solitária. Mas é por se apaixonar por uma mulher com estilo de vida parecido que começa a rever seus conceitos de felicidade. Reitman já havia sido muito elogiado por seus dois primeiros filmes, “Obrigado por fumar” e “Juno”, e no dia 17 de Janeiro viu seu último filme ser indicado em diversas categorias no Globo de Ouro, mas vencer apenas a de melhor roteiro. Já que o prêmio de melhor diretor foi para James Cameron e o de melhor filme para seu poderoso “Avatar”, dizem que Reitman ficou com um prêmio de consolação. Será?



Meu cineasta favorito é Woody Allen, como não nego a ninguém. Mas a coisa mais incrível nos filmes dele é a forma como são escritos. Me refiro aqui aos diálogos, às piadinhas, às histórias despretensiosas que Woody leva ao cinema, aos finais que ele dá a essas histórias. Isso tudo é roteiro, não é direção. Pegue outro exemplo se não está satisfeito. Vamos a Almodóvar. Pense nas histórias dos filmes em que as mulheres são fortes e ocupam papéis centrais, em que mirabolâncias inesperadas acontecem, em que os finais são sempre arrebatadores e inteligentíssimos. Essas características, mais uma vez, são do roteiro.

O porquê de o prêmio de melhor filme ser o mais importante, seja no Globo de Ouro, no Bafta ou no próprio Oscar, é bem evidente, mas o prêmio de melhor roteiro não é consolação. Não há nada melhor do que uma boa história no cinema. Escrever essa história em uma linguagem que dê certo nessa mídia não é fácil.

Sugiro que quando você for ver algo sobre o Oscar, preste bastante atenção nos filmes concorrendo a melhor roteiro original e melhor roteiro adaptado. O ano de 2009 foi muito prolífico em termos de roteiros de enorme qualidade artística (eu disse artística, então Avatar não conta), que nos entretêm e nos faz pensar. “Amor sem escalas” é um ótimo exemplo de produto magnífico dessa leva de filmes que exaltam o roteirista mais que o diretor, ainda que em muitos casos, como no de “Amor sem Escalas”, eles sejam a mesma pessoa. Aliás, Sheldon Turner também escreve o roteiro com Reitman.

Outro que já foi assistido por muita gente aqui no Brasil e que merece aplausos é “500 dias com ela” (500 days of summer, no original), que, como é anunciado logo em seu início, não é uma história de amor. A direção de Marc Webb é incrível (lhe rendeu a escolha para fazer o próximo filme do Homem Aranha) e a história é de tirar o fôlego. Scott Neustadter e Michael H. Weber são os responsáveis por esse roteiro, que não é adaptado como o de Jason Reitman, vale lembrar. Trata-se do ciclo amoroso de um envolvimento entre um rapaz com baixa auto-estima e uma linda moça que diz não querer relacionamentos sérios.


“Educação” (An education, no original) é um filme britânico que deve concorrer ao Oscar de roteiro adaptado com Reitman. O filme cujo roteiro é do escritor inglês Nick Hornby estava no festival do Rio 2009 e foi, sem sombra de dúvidas, um dos melhores que assisti no ano, com qualidade de roteiro que se iguala a “Amor sem escalas”, ainda que seja menos comentado. A história da menininha que se apaixona por um homem mais velho e decide largar a escola para casar com ele possui narrativa gostosa e dá uma lição de moral bastante improvável no fim. Estará nos cinemas brasileiros no dia 19 de Fevereiro, de acordo com o site Filme B.


Improvável que alguma dessas 3 obras que mencionei leve o Oscar de melhor filme, pois a força de “Avatar” ou a surpresa de “Guerra ao Terror” já são favoritos. No entanto, o que faz desses filmes algo tão especial para mim é o fato de serem maravilhosos desde o script. E a categoria do Oscar que premia isso é a de roteiro que, portanto, se mostra muito mais relevante do que pode parecer. Muito mais que mera consolação.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Globo de Ouro 2010




Neste domingo, dia 17, a cerimônia de entrega do Globo de Ouro aumentará apostas e especulações sobre os filmes e séries que marcaram a telona e a telinha no ano de 2009. O prêmio, que este ano chega a sua 67ª edição, é dado anualmente pela Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood.

O Globo de Ouro premia os destaques da televisão e do cinema dividindo-os em duas categorias: Drama e Musical/Comédia. Entre os indicados há veteranos e novatos concorrendo igualmente. É o caso de Penélope Cruz, que concorre pela terceira vez com uma indicação ao prêmio de melhor atriz coadjuvante em musical/comédia por "Nine", e o de Anna Kendrick, que concorre pela primeira vez na mesma categoria que a queridinha de Almodóvar por "Amor Sem Escalas".

A tão-comentada aventura futurística "Avatar" está presente com quatro indicações, incluindo a de Melhor Filme de Drama. Aliás, o filme de James Cameron parece estar onipresente nas premiações - é um dos indicados ao Producers Guild (do sindicato dos produtores), Directors Guild (do sindicato dos diretores) e Writers Guild (do sindicato dos roteiristas), só não participa do Screen Actors Guild, a premiação do sindicato dos atores.


"Amor Sem Escalas", novo filme do diretor Jason Reitman - de "Obrigado Por Fumar" e do indicado ao Oscar "Juno" - se iguala aos alienígenas gigantes azuis de Cameron com quatro indicações. O filme, aclamado tanto pela crítica quanto pelo público, parece arrancar de seu protagonista George Clooney uma das melhores atuações de sua carreira, reconhecida pelo Globo de Ouro com uma indicação a Melhor Ator em Drama pela performance.


Anna Kendrick e George Clooney em "Amor Sem Escalas"

Filmes Indicados ao Globo de Ouro 2010

Melhor Filme - Drama

Avatar (2009) - Guerra ao Terror (2009) - Bastardos Inglórios (2009) - Precious: Based on the Novel Push by Sapphire (2009) - Amor Sem Escalas (2009)

Melhor Filme - Musical/Comédia

(500) dias com ela (2009) - Se Beber, Não Case (2009) - It's Complicated (2009) - Julie & Julia (2009) - Nine (2009)

Melhor Ator - Drama

Jeff Bridges (Crazy Heart - 2009) - George Clooney (Amor Sem Escalas - 2009) - Colin Firth (A Single Man - 2009) - Morgan Freeman (Invictus - 2009) - Tobey Maguire (Entre Irmãos - 2009)

Melhor Atriz - Drama

Emily Blunt (The Young Victoria - 2009) - Sandra Bullcok (The Blind Side - 2009) - Helen Mirren (The Last Station - 2009) - Carey Mulligan (An Education - 2009) - Gabourey 'Gabby' Sidibe (Precisou : Based on the Novel Push by Sapphire - 2009)

Melhor Ator - Musical/Comédia

Matt Damon (O Desinformante! - 2009) - Daniel Day-Lewis (Nine - 2009) - Robert Downey Jr. (Sherlock Holmes -2009) - Joseph Gordon-Levitt ((500) dias com ela - 2009) - Michael Stuhlbarg (A Serious Man - 2009)

Melhor Atriz - Musical/Comédia

Sandra Bullock (A Proposta - 2009) - Marion Cotillard (Nine - 2009) - Julia Roberts (Duplicidade - 2009) - Meryl Streep (It's Complicated - 2009) - Meryl Streep (Julie & Julia - 2009)

Melhor Ator Coadjuvante

Matt Damon ( Invictus - 2009) - Woody Harrelson (O Mensageiro -2009) - Christopher Plummer (The Last Station - 2009) - Stabley Tucci (The Lovely Bone s- 2009) - Christoph Waltz (Bastardos Inglórios - 2009)

Melhor Atriz Coadjuvante

Penélope Cruz (Nine - 2009) - Vera Farmiga (Amor Sem Escalas - 2009) - Anna Kendrick (Amor Sem Escalas - 2009) - Mo'Nique (Precious: Based on the Novel Push by Sapphire - 2009) - Julianne Moore (A Single Man - 2009)

Melhor Diretor

Kathryn Bigelow (Guerra ao Terro - 2009) - James Cameron (Avatar - 2009) - Clint Eastwood (Invictus - 2009) - Jason Reitman (Amor Sem Escalas - 2009) - Quentin Tarantino (Bastardso Inglórios - 2009)

Melhor Roteiro

Distrito 9 (2009) - Guerra ao Terror (2009) - Bastardos Inglórios (2009) - It's Complicated (2009) - Amor Sem Escalas (2009)

Melhor Música Original

Avatar ("I See You" , James Horner. Simon Franglen, Kuk Harrell - 2009) - Entre Irmãos ("Winter", Bono - 2009) - Crazy Heart ("The Weary Kind", T-Bone Burnett, Ryan Bingham - 2009) - Everybody's Fine ("I Want To Come Home", Paul McCartney - 2009) - Nine ("Cinema Italiano", Maury Yeston - 2009)

Melhor Trilha Sonora

Avatar (2009) - O Desinformate! (2009) - A Single Man (2009) - Up - Altas Aventuras (2009) - Onde Vivem os Monstros (2009)

Melhor Animação

Tá Chovendo Hambúrguer (2009) - Coraline (2009) - O Fantástico Senhor Raposo (2009) - A Princesa e o Sapo (2009) - Up - Altas Aventuras (2009)

Melhor Filme Estrangeiro

Los Abrazos Rotos (2009) - Baarìa (2009) - Das Weisse Band (2009) - La nana (2009) - Un prophète (2009)

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

E os jogos começam

O mês de Janeiro vai avançando e, conforme as últimas comemorações de boas-vindas ao ano que chegou vão ficando para trás, um único assunto permeia as mentes dos cinéfilos: premiações. A temporada das cerimônias de entrega dos prêmios mais importantes do mundo cinematográfico já se encontra em sua primeira fase, quando as suas indicações são conhecidas.


Em Dezembro foram conhecidos os indicados ao Spirit Awards (prêmio do cinema independente), Critic’s Choice Awards, Globo de Ouro (prêmio da imprensa estrangeira de Hollywood) e ao Screen Actors Guild of America (SAG – o prêmio do sindicato dos atores).


Em Janeiro foram conhecidos os concorrentes ao Producers Guild Awards (PGA – prêmio do sindicato dos produtores) e ao Directors Guild of America (DGA – prêmio do sindicato dos diretores). Ainda serão conhecidas as indicações ao Writers Guild (WGA), prêmio do sindicato de roteiristas, e ao BAFTA (British Academy of Films and Television Arts), a máxima premiação britânica para cinema.

Alguns dos favoritos desta temporada: Precious, Bastardos Inglórios,

A Single Man, Avatar, An Education, Invictus, The Lovely Bones,

The Blind Side, Guerra ao Terror e Up In The Air


Todos esses prêmios encaminham para e culminam com o 82° Academy Awards, dado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA. Seus indicados serão conhecidos dia 2 de fevereiro, já a cerimônia de entrega será no dia 7 de Março, no já tradicional Kodak Theatre de Los Angeles.




O Oscar e seus indicados são escolhidos pelos membros da Academia, que são compostos por diversos tipos de cineastas – diretores, atores, produtores, etc. Cada um desses ofícios, por sua vez, possui seu próprio sindicato e realizam sua própria premiação. Assim, os atores do SAG premiam as melhores atuações do ano, os diretores do DGA premiam as melhores direções e os roteiristas do WGA premiam os melhores roteiros.

Sendo a Academia formada por cineastas desses mesmos sindicatos, fica fácil perceber a correlação entre os ganhadores dos sindicatos e os do Oscar. Aliás, desde a criação do Directors Guild, em 1948, apenas seis escolhidos pelos diretores não foram os consagrados pela Academia com a melhor direção. Tal relação também aparece na decisão do Producers Guild Awards em aumentar para dez os indicados para melhor filme, mudança também realizada anteriormente pela Academia para o Oscar 2010.

Outro fator importante na decisão dos concorrentes e ganhadores da gloriosa estatueta dourada é o prêmio dos críticos. Há diversas premiações oferecidas pelos críticos para os melhores do ano, sendo as mais importantes a Associação dos Críticos de Los Angeles, o Círculo de Críticos de Nova York, o National Society of Film Critics e o National Board of Review.

Neste domingo, dia 17, o jogo de especulações estará aberto, oficialmente, com o jantar de entrega do Globo de Ouro, cujo anfitrião será o multiuso britânico Ricky Gervais, comediante, ator e um dos criadores da versão americana do seriado “The Office”. A partir daí virá a entrega dos prêmios dos sindicatos, o que irá, certamente, aquecer as apostas.
Então, que comecem os jogos!