quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Férias....



Coisas que a peris-Troika ainda não nos tirou!! Por isso lembrei-me da série Dois anos de férias, baseada no livro de Julio Verne. Passava nas tardes de sábado na RTP Açores. Foi isso que me fez ir (não ao pote) aos livros dele: Os filhos do Capitão Grant, a Ilha mesteriosa, 20.000 léguas submarinas (com um filme dos estúdios Disney, com um James Mason a fazer um papelaço na pele de Capitão Nemo), Miguel Strogoff (que deu outra série) etc. Estava em Dumas e voltei para Verne. A série não era grande coisa, mas fez com que muita gente daquela altura, descobrisse o escritor francês. Valeu por isso!!!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Filmes mudos......



Pois, nesse tempo significavam uma tremenda seca. O único que vi numa tela gigante de cinema, foi a Quimera do ouro , do Chaplin. Lembro-me da casa em perclitante equilíbrio no precipício, do jantar das botas e dos atacadores. Muitos anos depois, à boleia de Bérard da Costa, sentei-me no sofá a ver Aurora de Murnau, filme de 24. Provavelmente um dos melhores filmes que vi até hoje, ou mesmo, caso se use a linguagem da moda, o filme da vida. A história do pobre aldeão cuja cabeça é feita pela turista endinheirada, que tenta matar a mulher mas, num último momento, não o faz, com uma maravilhosa fotografia a preto e branco e, dizem os entendidos, pela primeira vez vemos a câmara a percorrer os passos das personagens e deixar o lugar estático que ocupava, fazem deste um dos filmes mais complexos quw se vê. Murnau, cujo Tabu também merece figuara nesta galeria, filma com tal sensibilidade que julgamos estar lá metidos e, por artes que não consigo ver, sermos a personagem que se debate perante o plano que ele próprio arquitectou. Brilhante. Sete estrelas e picos!!!!!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Querem saber como funciona um banco??



Filme de Natal (não há um que escape, tal como o peru),Do cèu caiu uma estrela, filme de Capra de 46, retrata a vida pacata de Bedford Falls. Lá, um jovem bom, altruísta (geralmente coisas que abunda na sociedade de hoje) de nome Bailey tenta ajudar a vida dos seus vizinhos, mas um vilão sem maneiras faz o contrário. Vemos no início do filme, Bailey a tentar o suicídio, quando é ajudado pelo seu anjo da guarda Clarence, que lhe vai mostrar como a vida da pacada cidade, sem ele não seria agradável. Numa cena, após ter perdido o dinheiro do seu banco, Bailey explica o que são os activos e passivos do banco. A Economia no seu melhor. Como tudo acaba bem, o sininho toca e Clarence vai ter as sua asas.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Ai os Gregos !!!!!!



Devido, talvez, às convulsões gregas, lembrei-me de Zorba o Grego, filme de Cacoyannis de 64. Ainda hoje consigo ver a cena final na praia, com a dança da Sirtaki, música de Theodorakis, de Anthony Quinn o camponês grego, e Alan Bates o escritor que volta para tomar conta da mina do pai. Uma bela composição de Quinn, a par dos que fez em O segredo da Santa Vittoria, no Viva Zapata e nesse western de Sturges O último comboio de Gun Hill. Filme bem construído, tinha também em Irene Papas, uma bela viúva que dava água pela barba aos habitantes locais de uma pequena aldeia em Creta. Oh, mas a dança final !!!!!!!!!!!!!!

terça-feira, 28 de junho de 2011

Errol Flynn



Não era um actor do "cimo do monte", mas os filmes em que participou (quase todos) eram de acção, pancadaria e final feliz. A primeira vez que vi um filme com ele, num dedicado ciclo no Cineclube da RTP2 com o António-Pedro Vasconcelos a apresentar, foi em 80 e picos. Em quatro sábados vi o Capitão Blood, O Gavião dos Mares, Robin Hood e Todos morreram calçados. Quatro semanas de aventuras, com um introito explicativo do cineasta. Depois, já nos idos de 90 e tais fui procurar as fitas dele em DVD. Não tinha os apelativos de grande actor. Os filmes, contudo, dão para passar umas boas horas de boa disposição.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

listas e mais listas



Sempre que se faz listas para filmes do ano, da década ou de todos os tempos, em relação a esta última, aparece sempre e invariavelmente no topo, o filme de Orson Welles, O mundo a seus pés. Inovador, bradam uns, coisa dos diabos exclamam outos, enaltecido por Borges, sugerem uns poucos. Bem, a história de um cabrão magnata rico, burgesso dos sete costados, idiota chapado, não tem nada de inovador. O mundo está cheio deles!!! Que o filme tem um começo auspicioso - a morte do artista com a palavra entre dentes "Rosebud" e, em flashback, conta-se a história deste magnata da Imprensa, verdadeiro artista idiota com montes de massa - sim é verdade, mas que isso signifique que estamos perante um filme do camandro, isso já é outra história. Borges sublinha que, pela primeira vez, num filme põe-se em evidência o descalabro entre o que se faz e o que se sente e que as vivências boas da infância poderão ser a única coisa que resta, aos cabrões que, andando a estragar a vida a meio mundo para terem fortuna, se lembram delas nos momentos finais da vida (Rosebud, vemos no fim, é a palavra que está escrita no trenó de madeira que vai para a fogueira). O filme tem fibra, movimento e intriga. Faz uma caricatura quase universal deste tipo de pessoas, mas não parece ser o filme do topo do mundo. Sensibilidades!!!

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Os bons contra os maus



Este filme de 53 de George Stevens, só o vi em televisão depois de 75, embora tenha referências dele quando passou no cinema. A primeira cena, muito bucólica diga-se já, ficou-me na memória. O veado, o puto e a paisagem. Depois um Alan Ladd que destoa. A luta dos colonos contra uns rancheiros filhos daquela senhora, e um Jack Palance num papel que lhe assenta muito bem. Ganham os justos, tal com em sonhos, e o pistoleiro parte, já que era a sua sina!! É um filme de espaços, calmaria e tinha uma coisa pouco vista nos westerns: as balas só são seis e acabam, tem de se voltar a recarregar o colt. Nos spaghettis os gajos passam o tempo a disparar como se tivessem uma AK7 nas mãos. Bom filme.