Vitrine que expôs erros e acertos

Você sabe o que são covers?, Quero estudar música, e agora?, Made in Japan e Preciosidade. Das dezoito matérias do Vitrine do Som, quatro possuem títulos vagos e sem criatividade. Títulos que não incentivam os leitores a ler as matérias. O segundo citado, então, de responsabilidade da autora Viviane Machado e da editora Astrid Malacarne, tendeu ao “salve-se quem puder!”.

No caso dessa matéria, especificamente, não apenas o título deu-se desesperado, mas a pauta em si. Por falta de um maior planejamento de todos da equipe do blog, uma pauta incoerente com a linha editorial do Vitrine, mesmo com boa cobertura e importantes informações, gerou uma das duas matérias semanais.

Equipe que falhou também em outros aspectos. Apenas oito matérias possuem fotos produzidas por integrantes do Vitrine do Som. As outras dez são representadas visualmente por fotos dos arquivos dos artistas, o que demonstra indícios do preocupante jornalismo preguiçoso. A cobertura de Viviane Machado e Isabella Mariano para a matéria Made in Japan, então, nem fotos continha.

Som para depois do expediente, de Isabella Zonta, acabou erroneamente desviando o foco, que era o projeto Agora às 7, à uma das apresentações musicais do projeto, a de Jair Rodrigues. O texto afirmativo da matéria Duas bandas, o rock e Jesus Cristo, por Isabella Mariano, tornou-se incoerente com a ética de matérias jornalísticas. “São essas as características do gospel e não há como não agradar se a música for bem feita, possuindo uma mensagem tão positiva”, se nem Cristo conseguiu agradar a todos, como a música destinada aos seus feitos e palavras vão agradar a todos? A autora acabou concluindo algo que cabia ao leitor concluir. Já a matéria Não deixe o samba morrer, de Henrique Montovanelli, apresentou apenas um grupo de samba de vários do estado, não aduziu, assim, mesmo não sendo a intenção inicial da pauta, o cenário do samba capixaba, o que a tornou menos interessante.

Faltou comprometimento ao Vitrine do Som na sessão Trilha Sonora, que à principio teria um vídeo postado periodicamente por semana, e na sessão Musicando, que contava ter postagens diárias, o que não se fez. Ainda há a agenda do blog, quase sempre desatualizada.

Se somarmos, no entanto, o saldo do trabalho realizado ao longo de nove semanas pelo blog experimental Vitrine do Som, veremos que foi positivo. As pautas foram, no geral, diversificadas, apresentando locais, projetos e grupos musicais interessantes do Espírito Santo. Ao certo não modificou a cena capixaba musical, o que carece de maior vontade, valorização e apoio político e social, mas dessa forma, conseguiu ao menos realizar um bom trabalho.

Ombudsman do Vitrine do Som

 

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Geração Anos 80

Os anos 80 foi um período marcado por turbulências políticas e sociais no Brasil. Em um momento de ditadura sob o regime militar, o rock integra-se aos jovens brasileiros inconformados com a situação da época, trazendo letras fortes e contestadoras.

Utópicos Urbanos

Nesse estilo, o evento Geração 80’s, realizado no ateliê Casa Aberta no centro de Vitória no último sábado (23), contou com a irreverência da banda cover oficial do Barão Vermelho, os Utópicos Urbanos. A banda é formada por Emerson no vocal, Luis de Paula na bateria, Anderson na guitarra, Guilherme no baixo, Paulinho no teclado e Júlio na guitarra.

Utópicos Urbanos nasceu em 2008 e estreou com o primeiro show no dia do aniversário do vocalista, Emerson, 13 de setembro de 2008. “Ele nunca se esquece, foi no aniversário dele” conta Luis de Paula.  O grupo está nessa formação há um ano e, em abril de 2009, fez uma participação no show do Barão Vermelho no BarrAcústico, em Vila Velha. “Uma noite inesquecível”, disseram.

Emerson foi o fundador do grupo. Os outros integrantes passaram a curtir o som do Barão por influência dele, buscando até mesmo as músicas menos ouvidas. O motivo pelo qual Emerson montou a banda foi “vontade de fazer uma homenagem ao Barão Vermelho” conta.

Em 2007, o Barão Vermelho parou de tocar sem previsão de volta. Os Utópicos querem manter viva a obra da banda que marcou gerações.

O repertório é composto por músicas do Barão misturadas com as de outros artistas, como Rita Lee e Angela Ro Ro.  É o clássico do rock brasileiro dos anos 80. Mas também há espaço para o rock internacional de Rolling Stones e Pink Floyd.

A roupagem do cover feito pela banda tem um toque original. “Nós não nos vestimos como o Barão, somos o Utópicos, só que cantamos as músicas deles”, diz Emerson. Nessa linha, a banda segue até 2011 como cover. Porém, já pensam em incluir nos shows composições próprias, já que os integrantes do grupo também compõem. Eles têm vontade de gravar um CD.

O que chama atenção no show dos Utópicos é que o vocalista, ao cantar as músicas, conta algum fato histórico como a data ou algo interessante sobre o período em que a música foi feita. Ele é professor de História e diz que o público gosta. Realiza uma pesquisa sobre a banda e as músicas antes das apresentações. “A galera gosta porque não conhece” explica.

E é verdade. Os amigos Karina Costa, Roberto Siqueira e Natalia Moscardi que estavam no evento confirmam: “gostei muito do show” disse Andréia Pimentel que também não conhecia a banda. “Eu adoro o Barão”, disse Karina.

Cenário capixaba

Quando perguntados quanto ao cenário capixaba, a resposta foi uma só. “Há muita banda boa, O que não tem é casa de show para rock’n’roll. E tem público para isso”. O que mostra uma deficiência ao nosso Estado, uma vez que “tende-se a valorizar o que não é daqui”, diz Guilherme. Os músicos capixabas fora do estado são muito bem vistos.

Casa Aberta

O evento contou com os outros tipos de arte, mas tudo voltado para os anos 80. O DJ Fabrício tocou hits dessa época, como Michael Jackson e Cindy Lauper.

Astrid Malacarne

Foto: Acervo da banda

Edição: Viviane Machado

 

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Arrasta-pé capixaba

Zabumba, triângulo e acordeon (ou sanfona) são os instrumentos básicos para quem quer tocar forró. Diferente do vanerão – gênero típico do Sul – e do sertanejo, o forró é de origem nordestina e é também conhecido como “arrasta-pé”, isso porque quando se pensa no ritmo, lembra-se logo da dança.

No Espírito Santo, o Forró Comichão é um dos grupos que se aventura a fazer esse tipo de som. Em seu ano de comemoração de 10 anos de banda, o zabumbeiro Vitor Calmon fala sobre a trajetória do grupo, sobre as dificuldades enfrentadas no estado e, também, sobre o público local.

Banda Forró Comichão

Vitrine do som: De onde surgiu a ideia para formar uma banda de forró? A formação sempre foi a atual?

Vitor Calmon: Em agosto de 2000, um grupo de 5 amigos com idade entre 11 e 14 anos deixaram as brincadeiras de rua para brincar de tocar instrumentos musicais, tentando imitar o irmão mais velho de um deles que já tinha uma banda na época.

Desprovida de formação musical, dinheiro ou apoio dos pais e apenas com a força de vontade, o grupo desenvolveu sua maneira de ensaiar. Com uma caixa de isopor utilizada como zabumba, um pingente de toalha de rosto no lugar do triangulo, raquetes de ping-pong para tirar som de percussão e um violão desafinado faltando duas cordas, a banda recém formada retirava seus primeiros sons, mesmo sendo eles totalmente insuportáveis aos ouvidos alheios.

Inicialmente formada por Victor Calmon na zabumba, Jales neto no Vocal, Leandro Garcia na percussão, Felipe Ribeiro no triangulo e Junior Dias no acordeom (detalhe é que ainda não tínhamos acordeom), 3 anos depois recebemos com muita satisfação Vitor Nunes no contra-baixo, e tivemos com tristeza que nos despedimos do Felipe e Junior, que resolveram seguir outros caminhos.

VS: E por que “Forró Comichão”?

VC: Comichão significa coceira, agonia. O Forró Comichão como o próprio nome diz não permite todos os que escutam seu som fiquem parados.

VS: Quais as maiores dificuldades enfrentadas no cenário capixaba?

VC: Os órgãos governamentais deveriam apoiar mais a cultura local como fazem em outros estados, aonde a cultura local é mais valorizada do que as de fora. Aqui no ES tudo que é de fora é sempre melhor do que o de dentro, o que de fato nem sempre é verdade.

VS: Quando perceberam que o projeto iria dar certo?

VC: Em Julho de 2001, a banda completaria um ano e resolvemos elaborar um pequeno evento na casa de nosso sanfoneiro para comemoração dessa data histórica (risos). Já com alguns instrumentos comprados com o dinheiro que era nos dado para lanchar na escola, mas nós pequenos empreendedores guardávamos e colocávamos em uma caixinha de sapatos, a fim de comprarmos instrumentos reais.

Fizemos uma festinha para poucos amigos do bairro, mas quando nos demos conta havia 250 pessoas lotando a casa do menino. O pai dele resolveu retornar mais cedo. Chegando em casa se deparou com uma super festa em sua casa (quase não ouvimos aquela noite). Com o dinheiro recolhido no evento compramos quase todos os instrumentos que precisávamos. E o pai do Junior que é acordeonista, daqueles de uma música só, depois do acontecido o presenteou com um acordeom e ensinou-o suas primeiras notas.

VS: Quais são grandes influências para vocês?

VC: Luiz Gonzaga é o mestre e criador do gênero; Dominguinhos, o nosso espelho de humildade e musicalidade; e Falamansa o grande divulgador.

VS: Vocês percebem alguma mudança no público em 10 anos de banda?

VC:  Sim, antigamente o Forró tinha mais apoio da mídia e as pessoas ainda sabiam diferenciar o forró de sertanejo e de vaneirão.

VS: Como foi e está sendo o ano de comemoração de uma década do grupo?

VC: Está sendo excelente, a cada dia percebemos que estamos subindo mais degraus, recebendo o carinho do público e sendo valorizados pelos contratantes. Tivemos grande satisfação de gravar nosso segundo CD em São Paulo, que ano que vem estará sendo lançado.

VS: Algum conselho pra quem pretende começar agora?

VC: Você é do tamanho do seu sonho!

Isabella Mariano

Foto: Divulgação

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Preciosidade

O Espírito Santo é, apesar de pequeno em extensão, grande em qualidade de música produzida. Exemplos não faltam de bandas e músicos, sem predominância de estilo, que contribuem para a vida cultural capixaba. Do rockabilly da Viva las Vesgas à música eletrônica do Joe Zee, passando pelo sambarock do Tabacarana – temos de tudo.

Banda Sabará

Um exemplar da MPB em Vitória é a banda Sabará. A banda ganhou notoriedade a partir do bom desempenho no festival de música Vitória em Canto e agora populariza seu som em casas de show da capital.

A melodia do jazz mesclado a um suingue brasileiro do violão caracterizam a banda. Esses são alguns aspectos que a entrevista abaixo, feita com a Sabará, tenta trazer à tona.

Vitrine do Som: Qual a formação atual da banda?

Sabará: A banda tem oito componentes. São eles: Anselmo Pereira (Guitarra e Violão), Camila Borgo (Voz), Enzo Coppi (Saxofones), Fábio Corrêa (Bateria), Isabela Seccato (Voz), Janaína Vazzoler (Flauta), Paulo Vitor Calmon (Piano) e Ramon Martins (Baixo).

VS: Como os integrantes descrevem a proposta musical do grupo?

S: Em primeiro lugar, tocar o que nos dá prazer. Incluem-se aí músicas de grandes compositores da música popular brasileira, temas clássicos do jazz, influências que cada um dos integrantes recebeu na sua formação musical e também composições próprias… Tudo isso com o tempero “sabarano”.

VS: Por que “Sabará”?

S: Foi a brasilidade dos arranjos marcados pela mistura do jazz com um instrumento tão popular quanto o vilão que seus integrantes quiseram externar quando a batizaram como Sabará, nome de origem tupi que significa “pedra reluzente”.

Em seus shows, a Banda Sabará apresenta arranjos próprios para músicas de vários compositores brasileiros e estrangeiros, que são expoentes para seus músicos, além de apresentar composições próprias, tanto instrumentais quanto cantadas, sempre marcadas por muita leveza e musicalidade.

VS: Quais são suas maiores referências musicais?

S: Diariamente descobrimos novos músicos e canções pelas quais nos apaixonamos. Dentre as referências mais marcantes, podemos citar: Heitor Villa-Lobos, Tom Jobim, Moacir Santos, Pixinguinha, Cartola, Duke Ellington, John Coltane, Miles Davis, Edu Lobo, Elis Regina, Ivan Lins, Chico Buarque, Mônica Salmaso, Dorival Caymmi, Dori Caymmi, Guinga, Leila Pinheiro, Marcelo Camelo, Marcelo Martins, Chico Pinheiro, Diane Schuur, entre vários mais.

VS: O que os fizeram se apaixonar pela música? O primeiro contato com a música?

S: Cada integrante tem a sua relação especial com a música e suas próprias histórias. Em geral, a música faz parte da vida de cada um dos componentes da banda desde muito cedo, por meio da família, escola e grupos de igreja por exemplo.

VS: Vocês se consideram diferente das bandas que existem atualmente no meio de música MPB? Em quê?

S: Apesar de sermos uma banda, trabalhamos como uma orquestra. Como são 8 componentes, há uma possibilidade tremenda quanto ao processo criativo, permitindo que a banda seja um verdadeiro laboratório musical para todos os integrantes. Não é nada fácil encontrar 8 pessoas que possuam além do mesmo ideal, o de enaltecer a cultura do seu país, terem a disponibilidade de participar de um projeto desta magnitude juntamente com suas próprias profissões. E a junção entre essas pessoas se deu de uma forma peculiarmente natural, tanto que somos mais do que uma banda hoje, somos todos grandes amigos.

VS: Qual a freqüência de ensaio da banda?

S: Geralmente ensaiamos toda semana, aos sábados. Neste semestre, porém, os intervalos tem sido maiores por conta dos compromissos profissionais de todos nós.

VS: Recebem apoio ou fazem alguma parceria?

S: Recebemos o apoio do Spírito Jazz, casa que sempre nos recebeu de portas abertas. Temos uma parceria com Rafael Pedruzzi, nosso técnico de som, que praticamente é o nono componente da banda.

VS: Quantos de vocês vivem apenas de música?

S: Nenhum componente vive somente de música. Todos os componentes têm suas profissões ou são estudantes, mas, não é por isso que estes não se profissionalizam em música. Todos fizeram curso de teoria musical e alguns têm estudos aprofundados na área, além dos estudos relacionados ao seu próprio instrumento. São os próprios componentes que escrevem os arranjos executados pela banda.

VS: Pretendem lançar algum CD?

S: No momento estamos com outros projetos e prioridades. Ainda estamos compondo e preparando novos shows, mas, a possibilidade de gravar um cd sempre ronda nossos pensamentos, é claro. Mas, por enquanto, não é nossa prioridade.

VS: A internet ajuda na divulgação do trabalho da banda?

S: Sim, com certeza, o nosso myspace durante o período em que participamos do festival Vitória em Canto recebeu muitas visualizações. Foram mais de 1000 só na semana da final. Temos vídeos no youtube onde o público pode ver e ouvir as músicas das apresentações passadas.

VS: Qual a freqüência de shows?

S: A banda faz shows que geralmente coincidem com o período de recesso escolar.

VS: Como resolveram participar do Festival Vitória em Canto?

S: Achamos que seria uma boa oportunidade de mostrar o nosso trabalho para um público diferente do que o que habitualmente nos acompanha e também de expor a nossa proposta musical aos profissionais da área no nosso estado.

VS: O que mudou depois de vencer o festival?

S: Além da experiência, conseguimos um contato mais próximo com profissionais da área e foi possível lançar o nome “Sabará” no cenário cultural capixaba.

VS: Quais são os próximos projetos?

S: Ah, ainda estão em fase de elaboração. Mas, garantimos uma excelente apresentação nos próximos meses.

 

Isabella Zonta

Foto: Acervo da banda.

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Projetando música

O grupo de extensão do curso de Música da Ufes, o Musivamentando, possui dois projetos – Papo de Compositor e Rec: It All – que visam divulgar talentos capixabas e ampliar o espaço de atuação desses artistas. Para o desenvolvimento dos projetos, o departamento do curso fornece auxílio, através da disposição de equipamentos de som.

 

Projeto Papo de compositor

 

O Papo de Compositor acontece no auditório do Centro de Artes, no Cemuni IV, às 20 horas. Toda semana, um compositor capixaba apresenta seu trabalho em um show que pode contar com a participação de outros músicos. A primeira temporada do projeto teve oito edições. Nas sete primeiras, os músicos Átila Valentim, Anselmo Groove, Edivan Freitas, Junior Brocca, Zé Moreira, Jonias Feli e Rabujah realizaram apresentações. A última edição foi o Papo Coletivo, show com seis desses compositores. O projeto está na segunda temporada e contará com 11 edições, sendo a última o Papo Coletivo. A intenção é de que cada edição seja aberta por um compositor da temporada anterior.

Na última terça-feira (5), Anselmo Groove abriu o show de Lucius Kalic, o primeiro compositor da nova temporada. A interação entre o compositor e o público foi expressiva. O refrão da música “Quem vai negar que é samba” foi dividido com a plateia. Lais Santos, 19 anos, que estava no show disse que “foi muito bom, valeu a pena ir e assistir. As músicas foram ótimas e a apresentação foi maravilhosa, tanto a do Lucius, como a de todos os outros que subiram ao palco. Sensacional! A galera da organização do projeto mandou super bem. Arrasaram!”.

O outro projeto é o Rec: It All e, como o nome já evoca, é um recital, cujo intuito é ceder espaço para músicos capixabas mostrarem seu talento. Para o segundo semestre de 2010, existe a proposta de que o recital seja realizado todas as quintas-feiras, no átrio do Cemuni V, das 12h às 14h. O espaço é livre para que os músicos apresentem tanto canções autorais quanto releituras e covers.

Também é cedida oportunidade aos alunos do próprio curso de Música para a apresentação dos trabalhos de fim de semestre. Segundo Cesar Muniz, um dos integrantes do Musivamentando, Rec: It All “é um espaço de happy hour, mais aberto do que o Papo de Compositor, porque atinge um número maior de músicos”. O projeto já contou com apresentações de alunos, do grupo RivoTrio e até mesmo da banda Tabacarana, entre outros. Na próxima quinta-feira (14) será a vez de Zé Anísio, aluno do curso de Música mostrar seu talento.

Viviane Machado

Edição: Isabella Mariano

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Voa, Canarinho

 

Coletivo Canarinho

 

Nascido em maio deste ano, um cantador Canarinho faz ecoar músicas tradicionais do samba brasileiro com um toque groove. Trata-se do projeto Coletivo Canarinho, que realizou, nos últimos dias, no Shopping Jardins, em Jardim da Penha, Vitória, seu primeiro festival.

Formado inicialmente pelo ilustrador Rodrigo Britto, pelas bandas Kalifa e Derengos e pelo DJ Zappie, o Coletivo Canarinho nasceu da intenção de Rodrigo de introduzir música autenticamente brasileira em uma de suas exposições que dialogam com características do Brasil. Surgiu, assim, a idéia, de Rodrigo, de Saulinho Brasil (percussionista da Kalifa) e de Léo Bortolini (guitarrista da Derengos), de formar um projeto com ações culturais que vão além da música, com palestras e exposições.

O objetivo é “Gerar um panorama da arte brasileira produzida no estado, gerar uma comunicação e união entre os artistas, e, através de palestras, capacitar a produção capixaba”, afirma Rodrigo. “O samba foi escolhido por ser um perfil da música brasileira, por ser tradicionalmente nostálgico e característico da música nacional. O estilo groove foi implantado com a intenção de transformar o nostálgico em algo mais contemporâneo, moderno”, explica o ilustrador sobre o porquê do samba rock (samba que mescla rock e samba de gafieira) ser a música inspiradora do projeto.

Segundo o próprio grupo de artistas, o Coletivo Canarinho tem a função de atrair e de formar o público atento à produção artística contemporânea no Espírito Santo e no Brasil, além de reunir músicos do estado e outros artistas. Tem, ainda, o sonho de desenvolver, em termos musicais, um estilo capixaba próprio de samba.

Formulada a idéia, faltava o espaço, conseguido quase que no acaso. As impressoras da sala de administração do Shopping Jardins estavam travando, menos a de Adriana Abreu, gerente operacional do Shopping. Ao ver a logomarca do projeto saindo de sua impressora, ela logo se interessou pelo projeto e, a partir daí, participou da busca de quatro meses para realizá-lo. “O sonho estava pronto, só faltava o capitão, alguém que guiasse esse sonho”, afirma.

 

Projeto Feijoada no Festival

 

Com isso, entre os dias 27 de setembro e 02 de outubro, realizou-se o 1º Festival Coletivo Canarinho Samba Groove. O festival contou com apresentações do DJ Zappie (com live paint), do DJ Semáforo, das bandas Derengos, Tabacarana, Di-Morais (com street dance), Projeto Feijoada e Kalifa. Além disso, contou com a exposição “Britto&Ficore – Ilustração e Graffit” e com a palestra de Alê Barreto, autor do livro “Aprenda a Organizar um Show”.

Para Rodrigo, o Coletivo Canarinho tem encontrado o que espera do público. “Percebe-se que é muito bem aceito o projeto e suas intenções. Existe uma memória visual-auditiva muito forte nele”. O estudante Tiago Carioca, 19, diz que “É muito interessante o desenvolvimento de ações culturais como essas”, ações que devem ser realizadas anualmente, não necessariamente no espaço cultural do Shopping Jardins. “É um projeto muito grande. Devemos deixar o canarinho voar”, afirma Adriana.

Henrique Montovanelli

Edição: Astrid Malacarne

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Sintetize-se

Techno, acid, house e trance são alguns dos sub-estilos da música eletrônica, que tem se expandido desde a década de 50. Isso porque foi nessa época que se intensificaram as pesquisas no ramo da música experimental em todo o mundo, resultando no surgimento de novos instrumentos, como o sintetizador, dando inicio à “era dos sintetizadores”.

Zemaria

No Espírito Santo, uma grande referência desse gênero musical tem sido a banda Zemaria, desde 2002, quando fez sua estreia memorável no Festival Dia D, em Vitória (ES). Mas com o passar dos anos, vários outros artistas e produtores de música eletrônica começaram a ascender no cenário capixaba, fazendo com que o público do estado se familiarizasse com o som.

É o caso de Diego Locatelli, produtor musical que iniciou sua carreira aos 15 anos, quando aprendeu, com um amigo, a manipular as ferramentas de criação musical. Cinco anos depois, Locatelli dá aulas técnicas no Centro de Referência à Juventude (CRJ) e já tocou em outros estados, como Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba. Quando perguntado sobre o público, diz que a receptividade de Vitória é maior, porque já conhecem a sua trajetória. Uma de suas bandas atuais é a F.U.E.L, fundada pelo artista e por Victor Mello.

Diego Locatelli

Locatelli já tocou com veteranos, como Humberto Ribeiro, ex-integrante da Zémaria e que hoje faz parte da Controle Technique. Produtor e músico, Humberto Ribeiro também aprendeu de forma autodidata a dominar os programas de produção musical. “Aprendi fuçando”, diz o músico que teve sua primeira experiência com programação de áudio em 94. Também já tocou em muitos outros estados, mas sobre o público capixaba, diz “Hoje em dia podemos tocar o estilo que quisermos e será bem vindo. Isso é bem diferente do começo dos anos 2000, quando ainda no Zemaria, tínhamos a sensação de ter que exorcizar o público”.

Alex Cepile é também outro ponto alto da música eletrônica capixaba. Atualmente, integra a banda Joe Zee e também já tocou com Humberto Ribeiro. Sobre essa parceria, Humberto afirma que “o Joe-Zee é o padrinho da Controle Technique, por que nossa primeira apresentação em formato banda foi a convite deles”.

Alex Cepille

Mais conhecido como Alex Zee-La, o artista é músico, produtor e DJ. Sua carreira iniciou no final dos anos 80. Ele não só tocou fora do estado, como também em outros países como Inglaterra, França e Portugal. “Não há muitos lugares para tocar, isso torna obrigatório sair do estado para ter uma sobrevida artística”, afima Zee-la sobre as dificuldades locais. Sua banda atual lançou recentemente o CD “Evollove”, álbum independente que contou com o apoio da malharia DUO e do Café Bamboo – onde se pode adquirir o disco. A embalagem contém um disco e um EP, totalizando 17 músicas.

Alguns desses produtores e outros como Gus What e Victor Kill pertencem ao selo musical capixaba Smoke Island. Segundo Diego Locatelli, o surgimento desse selo foi algo “natural, que tinha que acontecer”, justamente devido à ascendência de muita música eletrônica de qualidade no estado. Inicialmente, era uma coisa mais pessoal, característica que mudou com a expansão gerada pela internet. Hoje, a Smoke Island realiza dois festivais de música ao ano.

Tudo isso é reflexo do potencial que o Espírito Santo tem. Cada vez mais, o estado tem surpreendido não só o Brasil, mas as outras partes do mundo, com suas revelações que não se limitam ao gênero da música eletrônica. É uma pena que, frequentemente, devido à cena musical ser pequena, perdemos esses grandes talentos para outros lugares, cujo investimento e receptividade são muito maiores.

Sintetizador

É um instrumento musical eletrônico que gera sons artificiais, de acordo com os dados enviados. O som sintetizado não é idêntico ao natural, porque a energia mecânica da onda sonora é transformada em sinal e, posteriormente, energia mecânica de novo.

DJ, VJ ou produtor?

O trabalho do DJ (disc jockey) consiste em selecionar músicas previamente gravadas para um público alvo específico, como ocorre em festas e danceterias. Semelhantemente, o VJ (Video jockey) ao invés de música, escolhe vídeos e os manipula em tempo real. O produtor musical trabalha de forma diferente, é ele quem grava e compõe suas próprias músicas. Hoje, esses conceitos se confundem, porque um produtor pode trabalhar também como DJ e VJ e vice-versa.

Selo musical

Derivada da expressão em inglês “record label”, o selo é uma marca associada à comercialização de gravações de música e de vídeos musicais. São eles os responsáveis pela gerência, coordenando a produção, distribuição e, inclusive, a execução dos direitos autorais. O selo é também característico nas produções independentes.

Isabella Mariano

Edição: Isabella Zonta

Fotos: Acervo dos artistas

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Acidentalmente


Capa do DVD Breaking Brazilian Bones In Europe Tour

Duas bandas de hardcore metem a cara e a coragem nas estradas européias com a missão de realizar 28 shows em 30 dias. No entanto, um imprevisto acontece. Exibido na noite da última sexta-feira (24) no Cine Metrópolis, Ufes, o filme Breaking Brazilian Bones in Europe, dirigido por Binho Miranda e Rogério Japonês, relata em 50 minutos as situações vividas pelas bandas Merda (ES) e Leptospirose (SP) nessa turnê européia.

Formada por Fábio Mozine no vocal e guitarra, Paulista na guitarra, Rogério Japa no baixo e Nêgo Léo na bateria, a banda capixaba Merda possui, assim como a Leptospirose, quase duas décadas de hardcore. “Muito legal uma banda daqui que foi para tão longe.” disse Barbara, 22. “Quem acredita no seu trabalho, vai atrás. O rock é uma linguagem universal. Uma banda local foi para o mundo e está registrado.” Disse Tiago, 30.

Registro com nome sugestivo (Quebrando Ossos Brasileiros na Europa). O imprevisto foi um acidente de carro em que alguns integrantes das duas bandas ficaram seriamente feridos. Integrantes da Merda dizem que o filme, a princípio, seria da turnê pela Europa, mas o acidente, que a interrompeu com apenas oito dias, mudou o projeto inicial. Um dos feridos, Mozine ficou num hospital da Alemanha Oriental. “A falta de comunicação com os médicos foi o maior problema” diz Nêgo. “Ficamos mais ou menos cinco dias sem saber direito o que estava acontecendo, porque os médicos de lá não falavam inglês direito. Mas achamos um médico brasileiro por lá e pedimos para explicar o que os outros médicos falavam”. Mozine quebrou uma vértebra.

Além de tocar na banda Merda, Mozine, que classifica a experiência como traumática, é integrante das bandas capixabas de hardcore Mukeka di Rato e Os Pedreiro e possui uma gravadora, a Läjä Records. “O hardcore tem um universo paralelo. Buscamos meios tradicionais para divulgação do trabalho, como rádio, mas não somos dependentes disso. A gente caminha sozinho.” completa.

Apesar do acidente, o filme tem um tom divertido e engraçado. “Pudemos ver o underground do exterior. Temos uma visão de que lá não existe isso”, diz Rosa, 20. Para Rômulo, 22, é interessante a edição do filme que intercala as cenas do acidente e as do dia-dia da turnê.

Além de Breaking Brazilian Bones in Europe, o livro “Guitarra e Ossos Quebrados” escrito pelo vocalista e guitarrista Quique Brown, da banda Leptospirose, relata também essa turnê e as situações difíceis que essas bandas passaram. Turnê que Nego Léo classifica, mesmo assim, como uma “experiência prazerosa”, e completa, “Uma história de amizade. Apesar das condições que enfrentávamos, não nos importávamos, porque estávamos entre amigos”.

Astrid Malacarne

Edição: Henrique Monteiro

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Made in Japan

O rock surgiu na década de 50, nos EUA e espalhou-se pelo mundo. É um estilo musical que está presente em vários países. O rock produzido no Japão conhecido neste país pelo termo J-Rock (Japanese Rock) é comumente encontrado em trilhas sonoras de animes (desenhos japoneses). O J-Rock possui uma vertente conhecida como visual kei que é caracterizada pelas performances extravagantes e visuais inspirados na moda japonesa de rua.

Na Grande Vitória, algumas bandas dedicam-se a essa ramificação do rock. Um espaço para tais bandas é o Anime Fest, um evento multicultural realizado anualmente. O espaço possui oficinas de animação tradicional, flipbook e zootropo, que conta histórias de animação; stands de venda de DVDs, bottons, itens para cosplay (vestimentas anime), jogos; área de cardgames; além de shows e torneios de cosplay e desenho. No último domingo, 19, bandas locais tocaram na 5ª edição do evento. Houve apresentações das bandas Cosmo Anime Band, Jetfire e Exódia.

A banda Suzaku, composta por Panda (vocal), Baka (bateria), Mike (guitarra), Oliver (teclado) e Renan (baixo) também tocou no evento. Suas apresentações são sempre em lugares que tem em foco a cultura japonesa.  Em 2008, abriram o show da banda Hangar em São Paulo no Festival Anime Friends. Para eles, foi uma boa oportunidade para conhecer outras bandas e para a divulgação do trabalho.

O grupo também faz covers de bandas de J-Rock, como L’Arc~en~Ciel, The Gazette, Gackt, X- Japan e Luna Sea, mas possuem músicas próprias. “Preferimos músicas autorais. A intenção é criar um repertório só nosso”, afirma Panda. Os ensaios da banda acontecem uma vez por semana, já que o estilo J-Rock é bem trabalhado.

Há ainda preconceito com esse estilo musical, já que o som é diferente por ser cantado em outra língua. A banda Suzaku diz que não sabe falar japonês, mas que cantar vem da repetição. “A pronúncia é aprendida cantando e, mesmo assim, dá para entender algumas expressões”, completa Baka. O vocalista fez um ano e meio de japonês, entretanto disse que ainda não conseguiu fluência no idioma.

O público do Anime Fest é composto de pessoas com fantasias de desenhos animados japoneses, fãs de J-Rock, além de curiosos.  Deidson Effgen, 17 anos, por influência dos animes passou a ouvir e curtir o som de bandas de rock japonês. “Sou fã. A minha favorita é Destroyed Metal City”. Devido à expansão da cultura japonesa no Brasil, o número de fãs do J-Rock tem aumentado e esse público ganhado espaço no cenário capixaba.

Viviane Machado

Edição: Henrique Monteiro

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Duas bandas, o rock e Jesus Cristo.

Gospel é uma palavra em inglês que traduzida ao português significa “evangelho”. A palavra começou a ser usada para caracterizar um estilo musical a partir do blues norte-americano de Thomas A. Dorsey, cujas composições falavam sobre sua espiritualidade e sobre seu amor a Jesus Cristo. E, por incrível que pareça, até Bill Haley e Elvis Presley beberam dessa fonte.

Com o tempo, o meio gospel tomou enormes proporções e não se limitou a música. Hoje existe uma generalização que se passa pela cabeça da maioria dos brasileiros: “música gospel é amadora”. É claro que isso vem mudando, porque muitos cantores gospel tem sido reconhecidos a nível mundial por seu talento.

Alforria em show

Apesar de existir uma diferença teórica entre o gospel e o secular, existem aqueles que contestam esses limites. Sobre isso, o vocalista da Alforria, banda reconhecidamente cristã, Rafael Porto diz: “Na Bíblia não há distinção entre músicas sagradas e profanas. O homem produzia músicas de louvor a Deus e outras que falavam do amor, da natureza, narravam grandes feitos”.

A banda possui letras inspiradas no amor de Cristo, mas o arranjos não se detêm ao que a “massa gospel” está habituada a ouvir. É música pra quem gosta. Inclusive, quando perguntado se encara o grupo como diferente das bandas gospel atuais, Rafael respondeu: “Somos uma banda de rock. Assim como qualquer outro artista, temos uma mensagem a passar, codificada em nossas letras. Não criamos a banda pensando em um rótulo que pudesse nos limitar, ao contrário disso”.

A formação atual do grupo conta com Rafael Porto, no vocal, Wander Porto e Théo Porto nas guitarras, Saulo Porto no baixo e Dilter Porto na bateria.  Sim, são todos primos, músicos, influenciados pelos mesmos artistas, mas com gostos variados, tendo o rock como denominador comum.  Isso não impede, porém, que tentem uma mistura entre o black, o samba e o rock’n’roll.

São todos cristãos e, na essência, buscam a mesma coisa: falar do amor de Deus. O meio mais eficiente que encontraram para começar essa tarefa foi a internet. “A internet nos possibilita chegar a outras pessoas, sem precisar passar de igreja em igreja fazendo propaganda, tocando canções mais leves e amaciando o discurso”, disse o vocalista Rafael. A banda tem duas músicas liberadas no Myspace que já abriram portas para outros trabalhos: foram chamados para tocar no Teacher’s Pub e fizeram parte de uma coletânea feita pela Vineyard em favor das vítimas das enchentes do Rio. Segundo eles, a sua música tem tido mais repercussão em outros estados do que no Espírito Santo.

Thiago de Hungria e banda em show

Outra banda que tem o mesmo objetivo que a Alforria é a de Thiago de Hungria. Inspirado para levar o amor de Deus através de canções, o cantor formou em 2009 uma equipe de músicos que pudesse ajudá-lo nessa jornada. Formado por Daniel Sobreira, no teclado, Silvestre Soares, no baixo, Ádson Heitz, na guitarra, Alan Oliveira, na bateria e Philipe Daniel e Fábio Soares nos backings, o grupo de pop-rock ensaia duas vezes ao mês e já tem um CD lançado, o “Confiarei em Ti”.

Como também aconteceu com a banda dos Porto, Thiago de Hungria se surpreendeu com o alcance do ciberespaço. Sua música chegou a lugares difíceis de alcançar e, através da internet, o contato com o público tem sido mais estreito. O cantor também não vê tanta diferença entre o gospel e o secular: “A única e grande diferença da nossa música para a secular é a mensagem: levamos a Palavra de Deus”.

Existe hoje um grande público faminto pela música gospel, independente da cultura popular. Há ainda muito o que se experimentar na música cristã e cada vez mais têm surgido grandes descobertas nesse meio. Assim como as seculares, as músicas gospel variam do funk ao blues, do rap ao clássico, do pop ao punk. Por mais que os estilos mudem, algo tem que ser comum: o desejo de expressar as experiências entre o corpo e a alma, de buscar elevação espiritual e, claro, de falar da vida de Jesus Cristo. São essas as características do gospel e não há como não agradar se a música for bem feita, possuindo uma mensagem tão positiva.

Isabella Mariano

Edição: Isabella Zonta

Fotos: Acervo dos artistas

* Quer ler o bate-papo com os artistas na íntegra? Acesse: entrevista com Thiago de Hungria e banda e entrevista com Alforria.

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