23/03/2009
No dia 22/12/2008, estive no Consulado para pedir auxílio financeiro e repatriação. O senhor Morioka agendou um encontro para o dia 29/12/2008 às 10:30h, pois a repartição se encontrava em “recesso”.
No dia 29/12/2008, fui recebido pelo senhor Arnaldo Yokota. Deu-me alguns papéis (impressos para ajuda financeira e a repatriação) para eu preencher e assinar. Fotocopiou todos os meus documentos pessoais e depois pediu para que eu voltasse a ligar num outro dia. Este mesmo senhor perguntou se a conspiração havia iniciado antes ou depois de eu ter chegado aqui. Ele queria ter esta informação para poder passar adiante (provavelmente a policiais!). Ele também sugeriu que eu fosse solicitar ajuda do departamento de bem-estar social do distrito em que fui registrado – numa tentativa furtiva de me fazer recuar.
Neste mesmo dia, percebi que o senhor Marcos Torres de Oliveira circulava, passando por mim, de um lado para o outro, impacientemente. Tive a certeza de que ele queria me conhecer. Ele não falou comigo. Quando ele foi entrar por uma das portas, ele deixou cair um cortador de unhas da marca brasileira “Trim”. Eu o notifiquei da queda, mas ele disse que o objeto não pertencia a ele e exibiu um sorriso nervoso de quem é flagrado a cometer algum delito. Eu não sabia que ele era a pessoa com quem eu deveria conversar, mas isto somente veio a acontecer no dia 05/01/2009.
No final do ano passado, eu detectei intromissões do adido militar brasileiro* (da Embaixada brasileira, no Japão), negociando com os meus assuntos particulares! Não se sabe o que faz um adido militar brasileiro num país que não pode ter forças armadas “para sempre”! – conforme reza o Artigo 9 da Constituição do Japão. Isto quer dizer que a polícia japonesa entrou em contato com pessoas do Consulado e da Embaixada brasileira!
No dia 31/12/2008, voltei ao Consulado para pedir as credenciais a fim de lograr algum alojamento e não havia ninguém e nem mesmo o número de telefone de emergência constava dos anúncios por telefone. Tive de aguardar 5 dias no interior da loja do McDonald’s (24h) de Gotanda. Funcionários do Consulado foram secretamente notificados por policiais japoneses sobre a minha presença nas imediações do Consulado, visto que estive no posto policial situado em frente à referida repartição pública para perguntar sobre o telefone emergencial – o Manual Consular diz que a Autoridade Consular deve informar esse contato de socorro às autoridades locais e, principalmente, aos seus concidadãos. Os servidores fardados disseram-me que não dispunham de quaisquer informações de contato junto ao Consulado: mentir faz parte do expediente dos policiais criminosos daqui. Os funcionários do Consulado estavam cientes da minha situação e simplesmente ignoraram o fato deixando-me esperar até o dia 05/01/2009.
Entre os dias 31 de dezembro de 2008 e 5 de janeiro de 2009, observei que na mesma loja do McDonald’s aonde eu me encontrava, além do controle da gerência daquela loja que tinha instruções para informar os meus movimentos a esses policiais que me perseguem – e isto aplica-se a todos os lugares que frequento, inclusive nos locais onde permitiram que eu viesse a trabalhar –, percebi que um grupo de jovens brasileiros esteve perto de mim e acredito que tenha sido enviado para conversar comigo. Eu não me manifestei e o grupo foi-se embora.
Em outros dias, eu vi um casal de brasileiros que veio para me observar. Este mesmo casal veio três vezes em dias alternados. Dois estudantes portugueses também estiveram na loja e, outros dois estudantes portugueses, eu os vi à saída da estação de Gotanda. A vinda dos portugueses (bolsistas beneficiários do Japão) tem a ver com as violações de privacidade cometidas por policiais japoneses e a Embaixada de Portugal – pelo simples fato de eu ter residido naquele Estado mais de quatro anos –, cujo o objetivo era o de satisfazer curiosidades da polícia sobre a minha vida pregressa na Península Ibérica. Tudo feito sem que houvesse qualquer processo ou despacho judicial.
Pontos interessantes: não é comum encontrarmos brasileiros ou outros estrangeiros na região de Gotanda em dias de feriados, ainda mais em se tratando do transcurso de Ano-Novo; e, policiais não podem se imiscuir em consulados e embaixadas!
No dia 28 de fevereiro de 2006, eu estava ciente do controle policial através de câmeras ocultas e outros equipamentos de espionagem sofisticados. Eu estava, naquela época, prestando serviços para a Gibo Company. A polícia havia se instalado em uma unidade do mesmo edifício aonde eu trabalhava e morava – em Toranomon, distrito de Minato, Tóquio. Esta era a segunda vez em que policiais se instalavam bem perto de mim.
Eu precisava comprovar toda essa operação ilegal e não havia um outro meio mais imparcial do que envolver um terceiro lado. Resolvi, então, manter contato com uma rádio de Portugal e em seguida, enviei um fax para a Embaixada de Portugal, no Japão, explicando toda a minha situação com relação às perseguições e maldades da polícia japonesa. Resultado: os policiais foram até a Embaixada portuguesa – porque interceptaram o meu fax – e o embaixador português expediu uma ordem para que a Polícia Judiciária, de Portugal realizasse uma pesquisa geral sobre todos os meus contatos durante o tempo em que estive a viver naquele País.
O Consulado voltou a funcionar no dia 05/01/2009 e eu fui posto, pelo vice-cônsul, senhor Marcos Torres de Oliveira, num abrigo do Exército da Salvação no distrito de Chuo, Tóquio. O vice-cônsul, em tom assustador, exigia que eu oferecesse provas e, da maneira impertinente com que se dirigia a mim, fez-me pensar na inexistente possiblidade de haver algum exame de D.N.A. da perversidade policial em si! Então, pedi a ele para que especificasse as provas de que necessitava. Entretanto, ele não teve mais argumentos e calou-se.
Mostrei uma prova sobre a manipulação policial ocorrida na Corte Sumária de Nagoia, onde funcionários pedem 70 mil ienes para a contratação de um intérprete: ele fotocopiou o documento sem dar qualquer relevância. Numa chamada telefônica, o vice-cônsul disse que a máquina fotocopiadora do Consulado estaria à minha disposição para que eu pudesse deixar uma cópia de cada evidência em meu poder para, em seguida, violar a confidencialidade da causa e, impunemente, encontrar uma escusa qualquer com a parceria da polícia (parte promovida; ré)!
Quando comentei sobre o uso de informantes/colaboradores em atividades ilegais contra mim, ele, em tom casual, disse que sabia de muitas coisas relacionadas à informantes – tentando minimizar a minha denúncia.
A verdade é que não existem provas que o vice-cônsul queira aceitar porque ele já havia deixado envolver-se nas insanidades engendradas por policiais antesda minha chegada ao Consulado.
Detalhe: qualquer pessoa pode ser intérprete em tribunais civis. Não existe legislação válida neste sentido.
O formulário assinado não está requerendo atestação consular sobre o meu depoimento que aliás, o Consulado por estar ligado ao Poder Executivo, não detêm quaisquer poderes para um julgamento. A ação judicial sobre os abusos de servidores públicos do Japão será elaborada no Brasil, visto que aqui sou vigiado em tempo integral. O crime de cárcere privado é hediondo!
Todas as pessoas que participam da conspiração sentem muitas dificuldades na compreensão da mesma!
A ajuda de 130 reais (43,15 euros/cinco mil ienes) foi concedida no dia 05/01/2009. Até hoje (24/03/2009), eu ainda não recebi mais informações do Consulado e continuo a aguardar pela repatriação. Uso a internet de bibliotecas públicas, cujo acesso a determinados domínios é filtrado. Locomovo-me a pé por falta total de recursos financeiros. O Consulado recusa-se a dar um suporte monetário digno.
Em momento algum percebi qualquer sinal de preocupação com relação à minha integridade física ou mental. Notei que havia uma certa apreensão no comportamento do senhor Arnaldo Yokota concernente ao impacto que a causa teria quando chegasse ao conhecimento do Governo do Brasil. O vice-cônsul, senhor Marcos Torres de Oliveira, também demonstrou a mesma preocupação. Inclusive, o referido vice-cônsul queria que eu voltasse ao Consulado para assinar um outro pedido de repatriação sem mencionar a polícia japonesa. Por quê?
No dia 07/01/2009, um brasileiro foi acomodado no meu quarto no Exército da Salvação. Lembrei-me que o diretor do local havia me contado que eles tiveram um outro brasileiro há dez anos atrás. Obviamente que a vinda de José Tin Lin Tin não era uma fatalidade: ele foi propositadamente posto perto de mim para tentar me remover da onde estou – sob abrigo consular. Este brasileiro revelou-me sinais claros de que tivera contato com algum núcleo conspiratório mancomunado com policiais e o Consulado. Eu o ignorei e ele partiu no dia 24/02/2009 sem êxito em suas investidas.
No dia 18/02/2009 às 9 horas da manhã, liguei para o Consulado e falei com o senhor Morioka, o qual me atendeu mal dizendo que o vice-cônsul, senhor Marcos Torres de Oliveira, não havia chegado. Pedi para que o vice-cônsul respondesse por escrito as minhas mensagens enviadas. Enraivecido, o senhor Morioka desligou o telefone abruptamente sob o falso pretexto de que havia uma outra chamada em linha – mas, ele já se encontrava ocupado comigo ou minha chamada não era suficientemente importante ou conveniente?! Esta não foi a primeira vez que este senhor me destratou de forma audaciosa. Detalhe: eu não estava telefonando para a casa dele e sim para o Consulado brasileiro.
O Exército da Salvação, de Chuo, é coordenado por um casal de idosos. O casal Soeda foi contatado por policiais e continua a receber instruções deles! Recebo três refeições diárias: o café-da-manhã (07:00), almoço (12:00) e jantar (17:00), sendo servidas no prato e em lugares pré-determinados. Isto pode facilitar na adição de psicotrópicos – como tem ocorrido ao longo de todos esses anos.
O senhor Marcos Torres de Oliveira se arroga ao direito de não responder aos meus correios e de não retornar as chamadas. Mais: ele ainda não enviou o meu pedido de repatriação a lugar nenhum! Creio que ele esteja advogando em favor da polícia japonesa e isto talvez explique o porquê alguns brasileiros são torturados por policiais japoneses, guardas prisionais e o Consulado não tome as providências necessárias sobre essas crueldades!
* Adido militar é um oficial das Forças Armadas acreditado junto de uma representação diplomática com a finalidade de trabalhar em estreita ligação com as autoridades militares locais, permutando informação específica. Por regra, uma embaixada dispõe de um adido militar ou rotativamente proveniente de cada um dos três ramos das Forças Armadas ou, junto dos Estados de maior relevância, três adidos de cada um dos ramos.