A maioria dos frequentadores possuía Suzuki sport, touring ou custom, mas já havia os que desfilavam com modelos Harley (custom ou classic) e touring BMW. Também se faziam presentes lançamentos esportivos da Suzuki, Yamaha e Honda. Aos poucos, começaram, então, os agrupamentos naturais e informais: por idade, por tipo de moto, por pessoas conhecidas umas das outras.
Foi num desses sábado que conheci dois motociclistas que também andavam sempre por ali: o Vitor e o Chico. Eles vinham observando a nossa presença constante e apreciando a amizade e o companheirismo que ficava evidente em nosso trio. Então, apresentei a eles meus filhos e eles nos apresentaram ao Capeli. Assim, formou-se o grupo inicial que mais tarde daria origem ao QC Moto Club. Este pequeno grupo sempre se encontrava aos sábados na Autfort, saía para almoçar em um restaurante ou barzinho qualquer, dava umas voltas por Brasília, comparecia a pequenos eventos. Depois, passou a marcar presença no Autódromo Nelson Piquet toda quinta-feira, para ver carros off road e motos, comer pizza e conversar com outros motociclistas. Aos poucos, o grupo foi ganhando adeptos, vieram Alexandre, Kleber, Morales, Oscar e Peter.
Em um desses encontros, surgiu a ideia de fundar oficialmente um grupo social de apreciadores do motociclismo, mas que não fosse rígido, cheio de normas e obrigações ou deveres como alguns que conhecíamos. Queríamos que o grupo refletisse exatamente os valores que já possuía espontaneamente: ser informal, sem burocracia, coeso, apaixonado por motos e por fazer e manter amigos. Que fosse desinteressado quanto ao nível econômico e social dos afiliados ou do papel que desempenhavam na sociedade. Um grupo de pessoas despreocupadas com as origens, raça, crença ou ideologia de cada um.
Que nome dar a um grupo assim? Teria que ser diferente do usual para grupos de motociclismo, ser abrangente e fácil de guardar... Num certo momento, a gente percebeu que uma característica marcante do grupo era a diversidade de idades: uns jovens, outros de meia-idade e alguns perto da terceira idade. Era intrigante que pessoas com idades tão diferentes conseguissem formar um grupo tão coeso! Como podia? A resposta veio como uma luz: é que todos têm quase cinquenta anos. Uns pra cá, outros pra lá! Nome aclamado por todos, estava constituído o QC (Quase Cinquenta). Fiquei eu de rascunhar um estatuto.