O nó borromeano de Lacan

«essas três palavras, Real, Simbólico e Imaginário, têm um sentido. São três sentidos diferentes (…) [com] uma medida comum»

«todos esses sentidos se referem ao Real, ao Real pelo qual cada um responde»

«o Simbólico gira em torno de um buraco inviolável, sem o que o nó dos três não seria borromeano»

«parece que o mínimo que se pode esperar da cadeia borromeana é esta relação de um com três outros (…) é sempre em três suportes que chamaremos no momento de subjetivos, quer dizer, pessoais, que um quarto se apoiará»

«se há um Outro Real, não está senão no próprio nó e é por isso que não há Outro do Outro. Esse Outro Real, identifiquem-se com o seu Imaginário, terão então a Identificação do histérico com o desejo do Outro, essa que se passa nesse ponto central. Identifiquem-se com o Simbólico do Outro Real, terão essa Identificação que especifiquei como Einziger Zug, como traço unário. Identifiquem-se com o Real do Outro Real, obterão o que indiquei como o Nome do Pai, e é onde Freud designa o que a identificação tem a ver com o amor»

«os três círculos participam do imaginário enquanto que consistência, do simbólico enquanto que buraco e do real enquanto que ex-siste a eles»

«será retirando uma [rodela] real, que o grupo se desata. É preciso, para isso, que se possa retirar uma real para a prova de que o nó é borromeano e que estão ali as três consistências mínimas que o constituem. (…) o quatro é o que, neste anel duplo, suporta o simbólico daquilo por que ele é efetivamente feito, a saber, o Nome do Pai»

«Não se podia dizer melhor o que compõe o nó, não sem ter na cabeça não haver amor senão aquele que, do Nome do Pai, faz anel entre os três, faz anel dos três do triskel. (…) É enquanto o Nome do Pai é aqui o que faz nó, e em se tratando do triskel, o Nome do Pai, aqui, do triskel faz nó, é enquanto pois o triskel ex-siste que pode haver identificação, identificação a quê? Ao que em todo nó borromeano é o coração, o centro do nó (…) o lugar do objeto pequeno a»

«fina flor do próprio simbólico»

«é no tanto em que o inconsciente se ata ao sinthome, que é o que há de singular em cada indivíduo, que podemos dizer que Joyce, como ele escreveu em alguma parte, se identifica ao individual. Ele é aquele que se privilegia de ter estado no ponto extremo para encarnar nele o symptôme»

«o que pela primeira vez defini como sinthome é o que permite ao simbólico, ao imaginário e ao real ficarem juntos, mesmo que nenhum fique mais com o outro, isto graças a dois erros»

«quando fazemos esta costura, ao mesmo tempo fazemos outra, entre o que é o sintoma e o real»

– LACAN, Seminários, 1974-1975.

2 thoughts on “O nó borromeano de Lacan

Leave a comment